BC tem que prover liquidez quando há ‘mau funcionamento’ no mercado, diz diretor
Bruno Serra reforça mensagem de que BC atuará no dólar sempre que entender que o mercado está disfuncional, descolado dos fundamentos ou com problemas de liquidez

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Bruno Serra Fernandes, reforçou a mensagem dada ontem pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto, de que vai atuar no dólar sempre que entender que o mercado ficar disfuncional, descolado dos fundamentos ou com problemas de liquidez.
"É o nosso dever. O BC entende que fez isso em agosto, fez isso com os dois leilões de ontem, foi uma dinâmica parecida, no pior novembro em muitos anos, com o mercado especulando em cima de highlights, declarações, sem fundamento. Então, o BC achou bem por bem intervir, olhando o mau funcionamento, não o nível de câmbio", explicou a participantes de seminário na Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento e Mercado de Capitais (Apimec) em São Paulo.
Na terça-feira, o dólar teve um pregão de forte volatilidade, parte dela atribuída às declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o dólar alto não gerava preocupação. Depois de fazer máxima a R$ 4,2772, o dólar comercial terminou o dia com alta de 0,61%, a R$ 4,24, nova máxima histórica nominal, mesmo após duas vendas no mercado à vista. Nesta quarta-feira, o dólar começou o dia em baixa, mas os compradores voltaram a aparecer, puxando a moeda para a linha dos R$ 4,26 – veja nossa cobertura de mercados.
Ainda de acordo com Fernandes, o objetivo do BC com as operações de troca de swaps por dólar à vista não é zerar a carteira de swaps, mas sim prover liquidez naquilo que for mais adequado pelo mercado naquele momento. “Faremos isso até o ponto em que o mercado der sinais de que não precisa mais”, disse o diretor.
Desde o fim de agosto o BC vem trocando swaps cambiais, que equivalem à venda de dólar no mercado futuro, por dólares à vista, buscando adequar o instrumento de intervenção à demanda, que tem sido mais forte no mercado à vista.
Princípios
Em evento na noite de ontem, Campos Neto também aproveitou para reforçar o princípio da separação, que norteia a atuação do BC. Política monetária é feita com a taxa Selic. O câmbio é flutuante e as intervenções são feitas no sentido de atenuar movimentos que estão fora do padrão normal ou que existe gap de liquidez. E que a política macroprudencial é voltada para a estabilidade financeira.
Leia Também
Campos Neto também explicou, novamente, o princípio que norteia as intervenções cambiais. As atuações do BC não buscam mudar a tendência do mercado ou defender uma linha de preço, mas sim suavizar eventuais movimentos de estresse do mercado. Tal estratégia é conhecida como “leaning against the wind” ou “inclinar-se contra o vento” em tradução literal.
“É importante entender que acreditamos no princípio da separação e entendemos que as intervenções não fazem com que o movimento de longo prazo seja revertido. A intervenção não tem capacidade de fazer com o que o câmbio mude uma tendência natural que é feita por variáveis macroeconômica. Mas sim atenua movimentos”, disse Campos Neto.
*Com Estadão Conteúdo
Sem sinal de leniência: Copom de Galípolo mantém tom duro na ata, anima a bolsa e enfraquece o dólar
Copom reitera compromisso com a convergência da inflação para a meta e adverte que os juros podem ficar mais altos por mais tempo
Juros nas alturas têm data para acabar, prevê economista-chefe do BMG. O que esperar do fim do ciclo de alta da Selic?
Para Flávio Serrano, o Banco Central deve absorver informações que gerarão confiança em relação à desaceleração da atividade, que deve resultar em um arrefecimento da inflação nos próximos meses
Mercado Livre (MELI34) recebe o selo de compra da XP: anúncios e Mercado Pago são as alavancas de valor
Analistas esperam valorização da ação e indicam que o valuation no curto prazo aponta para um preço 40% abaixo da média histórica de 3 anos
Ibovespa acima de 130 mil pela primeira vez em 3 meses: o que dá fôlego para a bolsa subir — e não é Nova York
Além de dados locais, o principal índice da bolsa brasileira recebeu uma forcinha externa; o dólar operou em queda no mercado à vista
Bolsa em disparada: Ibovespa avança 2,64%, dólar cai a R$ 5,7433 e Wall Street se recupera — tudo graças à China
Governo chinês incentiva consumo e uso do cartão de crédito, elevando expectativas por novos estímulos e impulsionando o mercado por aqui
Nem Trump para o Ibovespa: índice descola de Nova York e sobe 1,43% com a ajuda de “quarteto fantástico”
Na Europa, a maioria da bolsas fechou em baixa depois que o presidente norte-americano disse que pode impor tarifas de 200% sobre bebidas alcoólicas da UE — as fabricantes de vinho e champagne da região recuaram forte nesta quinta-feira (13)
Contradições na bolsa: Ibovespa busca reação em dia de indicadores de atividade no Brasil e nos EUA
Investidores também reagem ao andamento da temporada de balanços, com destaque para o resultado da Casas Bahia
Stablecoins ocupam o espaço de dólar digital nos EUA — regulação avança no Senado e impulsiona modernização financeira
Comitê Bancário do Senado norte-americano vota regulação das stablecoins nesta quinta-feira (13), enquanto Brasil busca avançar com moedas digitais no Brics
Decisão polêmica: Ibovespa busca recuperação depois de temor de recessão nos EUA derrubar bolsas ao redor do mundo
Temores de uma recessão nos EUA provocaram uma forte queda em Wall Street e lançaram o dólar de volta à faixa de R$ 5,85
Investidores, preparem-se: bolsa brasileira em novo horário — e tudo o que você precisa saber sobre os mercados e o dólar
O horário de verão nos Estados Unidos e no Canadá altera o funcionamento das negociações aqui e lá a partir desta segunda-feira (10); o Seu Dinheiro detalha as mudanças e também faz um resumo da semana mais curta nos mercados por conta do Carnaval
Haddad solta o verbo: dólar, PIB, Gleisi, Trump e até Argentina — nada escapou ao ministro da Fazenda
Ele participou na noite de sexta-feira (7) do podcast Flow e comentou sobre diversos assuntos caros ao governo; o Seu Dinheiro separou os principais pontos para você
Quando você é o técnico: Ibovespa busca motivos para subir em dia decisão de juros do BCE
Além do BCE, os investidores seguem de olho nas consequências da guerra comercial de Donald Trump
O dólar vai cair mais? Kinea reduz posição comprada na moeda americana, segue vendida em bolsa brasileira, mas mantém uma aposta de alta
A desaceleração da economia brasileira, os juros altos e o cenário político incerto levaram a gestora a manter a posição vendida na bolsa do Brasil — e, taticamente, também vendida em real
‘Tarifaço’ de Trump faz moeda americana oscilar, o que pode ser uma oportunidade: veja como buscar lucros de até dólar +10% ao ano nesse cenário
Tarifas sobre produtos importados impostas por Donald Trump tem incentivado oscilações do dólar, mas é possível buscar lucros com esse movimento; veja como
80% em um ano: Robô 100% automatizado bateu o CDI, o ouro e o dólar; saiba como usar a ferramenta
Robô que investe em ativos americanos ‘sozinho’ teve um desempenho 8 vezes melhor que o CDI em 2024, com rendimento em dólar
O calcanhar de Aquiles que pode derrubar Trump e a maior economia do mundo
Kevin Warsh, antigo membro do conselho de governadores do Fed, fala dos pontos fortes e fracos do novo governo norte-americano em uma conversa com André Esteves, chairman e sócio sênior do BTG Pactual
Duas ações recomendadas para se beneficiar da alta da Selic e do dólar; descubra quais são
A analista Larissa Quaresma destaca duas oportunidades com grande potencial de valorização, além de outras recomendações para investir agora
Memórias de uma janela fechada: Ibovespa busca manter alta com Wall Street de volta ao jogo e negociações sobre guerra na Ucrânia
Diante da agenda fraca, negociações entre EUA e Rússia ocorrem na Arábia Saudita, mas exclui os ucranianos da conversa
Felipe Miranda: Recuperação técnica?
É natural também que os primeiros sinais da inversão de ciclo sejam erráticos e incipientes, gerando dúvidas sobre sua profundidade e extensão. Mas não se engane: no momento em que os elementos forem uníssonos e palpáveis, pode ser tarde demais
O urso de hoje é o touro de amanhã? Ibovespa tenta manter bom momento em dia de feriado nos EUA e IBC-Br
Além do índice de atividade econômica do Banco Central, investidores acompanham balanços, ata do Fed e decisão de juros na China