🔴 ONDE INVESTIR 2025: CONFIRA AS RECOMENDAÇÕES DE IMPORTANTES NOMES DO MERCADO EM EVENTO GRATUITO INSCREVA-SE

Eduardo Campos
Eduardo Campos
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.
É hoje

BC e Fed devem cortar juros, mas dá para comemorar?

Taxa Selic e juro básico americano devem ser reduzidos, mas motivos não seriam os mais animadores. Fed ainda tem que dizer como vai resolver a falta de dólares no mercado americano

Eduardo Campos
Eduardo Campos
18 de setembro de 2019
5:23 - atualizado às 8:58
Os presidentes do Fed, Jerome Powell, e do Banco Central brasileiro, Roberto Campos Neto.
Imagem: Federal Reserve e Banco Central do Brasil

Mais uma “superquarta” de política monetária, com decisões do Federal Reserve (Fed), banco central americano, às 15 horas, e Comitê de Política Monetária (Copom) e Selic, por volta das 18 horas. Expectativa é de juro menor lá e aqui. Mas dá para comemorar?

Começando pelo nosso Banco Central (BC), a expectativa majoritária é de redução de meio ponto, com Selic saindo de 6% para nova mínima histórica de 5,5% ao ano. Mais importante que isso é a sinalização que será dada por Roberto Campos Neto e companhia sobre o espaço para cortes adicionais.

Mas antes de seguirmos adiante nessa discussão, deixo aqui umas dicas de leitura sobre investimentos com Selic nesses patamares. Como já escrevemos, acabou a mamata do juro, o tal 1% ao mês vai exigir tomada de risco e sofisticação dos investimentos. Há dicas para investidores conservadores e para os de perfil mais arrojado. Também deixo como sugestão o nosso e-book gratuito sobre perspectivas de investimento no segundo semestre e outro e-book sobre o Tesouro Direto.

Qual o piso?

Em sua última decisão, de 31 de julho, o Copom falou que a evolução favorável dos fatores que influenciam a inflação e expectativas abriu espaço para um ajuste no grau de estímulo monetário e que a consolidação de um cenário benigno para inflação “deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo”. Também há um hedge (proteção), com o BC falando que esse aceno de corte adicional não restringe sua atuação.

Desde 31 de julho, o principal vetor de modificações e incertezas é o quadro externo. Logo depois da última reunião, China e Estados Unidos engataram mais uma rodada da guerra comercial, que perdeu ímpeto nas últimas semanas.

Também se intensificaram as discussões sobre o Brexit, conflitos em Hong Kong e a Argentina praticamente anunciou mais um calote externo. Junto disso, a China assumiu que não vai conseguir crescer 6% e que vai adotar novos estímulos.

Leia Também

Agora, os riscos geopolíticos voltaram com tudo após o ataque contra instalações petrolíferas da Arábia Saudita.

Uma questão a ser debatida e respondida dentro do Copom é se essa alta do petróleo é temporária ou não e como isso vai afetar as projeções e expectativas de inflação.

A discussão não é trivial. Mas temos um bom ponto de partida de como o BC encara o quadro geral. A visão dada é de que riscos geopolíticos aumentam a chance de menor crescimento global. Em tese, algo deflacionário.

Acontece que problemas externos podem bater no nosso câmbio, que é o outro vetor de curiosidade dessa decisão. Principalmente o impacto de um dólar acima de R$ 4 nas projeções de preços, notadamente 2020, que é o ano que importa agora para o BC em função dos efeitos cumulativos e defasados das ações de política monetária.

A atualização dos cenários de projeção é que pode ajudar o mercado a balizar melhor as expectativas sobre até que ponto a Selic pode cair.

A mediana do Focus tem Selic de 5% no fim deste e do próximo ano, com IPCA de 3,45% e 3,80%, respectivamente. A meta é de 4,25% agora, cai a 4% em 2020 e recua a 3,75% em 2021. No mercado, temos avaliações de juro em 4,5%, como a feita pelo Santander.

No fim de agosto, com Selic de 5,5% e câmbio a R$ 3,75, a inflação projetada era de 3,6% neste ano e 3,9% em 2020. Agora, o modelo deve ser atualizado para Selic de 5% e câmbio acima de R$ 4. Mais exercícios de projeção serão feitos no Relatório de Inflação, que sai dia 26.

Um ponto relevante dentro dessa discussão foi a afirmação feita por Campos Neto de que a taxa Selic é utilizada para controlar a inflação e que as intervenções no câmbio servem para tirar volatilidade do mercado. Parece algo sutil, mas o presidente está dizendo que o câmbio não é impeditivo para Selic menor.

De fato, estamos em uma conjuntura rara na história brasileira, pois a depreciação cambial não levou a problemas no balanço de pagamento e desancoragem das expectativas de inflação. O usual era o BC ter de correr para subir juros para evitar problemas nas contas externas e impacto inflacionário.

Reformas, reformas e reformas

Dentro do balanço de riscos, a continuidade da agenda de reformas deve permanecer como fator preponderante, já que eventual frustração poderia afetar prêmios de risco e a inflação esperada.

Desde a última reunião, a reforma da Previdência, que foi alvo de debate do Copom na última ata, teve votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, mas só deve ir ao plenário da casa na próxima semana. Estados e municípios continuam de fora. A reforma tributária segue em discussão na Câmara e Senado e ainda não sabemos qual é a proposta de Paulo Guedes.

No lado da atividade, a retomada segue lenta, mas parece se firmar após alguns dados melhores do que o esperado para varejo e serviços em julho. O BC também considera que a liberação das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) deve ajudar a impulsionar a atividade no quarto trimestre.

Atividade anêmica não é algo a se comemorar, por mais que juros menores sempre pareçam boa notícia. No nosso caso, podemos ponderar que além de questão conjunturais, o BC está reagindo a mudanças estruturais – como as reformas – que permitem que a economia trabalhe com um nível de juro real historicamente menor. Mas com dívida/PIB de 80% não é exagero falar que o risco fiscal permanece elevado.

De fato, o que o BC vem fazendo é um ajuste fino em uma taxa que ele já considera estimulativa, ou seja, nosso juro real (descontado da inflação) de 1,6% está abaixo do considerado neutro (taxa que não estimula nem atrapalha a atividade). Em outubro de 2016, quando o BC começou a reduzir a Selic de 14,25%, essa taxa estava ao redor de 7%.

O BC está fazendo o ajuste desse grau de estímulo e a dúvida é, justamente, quão mais estimulativa a Selic pode ficar e por quanto tempo antes de termos de passar por uma normalização das condições monetárias (alta de juro) para manter a inflação nas metas.

Qual é, Jay Powell?

Olhando para o Fed, o mercado espera nova redução de 0,25 ponto, com a taxa saindo de 2% a 2,25% para o intervalo entre 1,75% e 2% ao ano.

Como aqui, também se espera algum aceno se teremos ou não mais cortes e o Fed apresenta seu famoso gráfico dos pontos e há entrevista do presidente Jerome Powell. Não há consenso, pois cerca de 30% dos analistas acham que o Fed pode manter o juro. De fato, a decisão não deve ser unânime.

Jerome Powell, presidente do Fed e alvo preferencial dos tuítes de Donald Trump, disse que o Fed não estaria iniciando um ciclo de corte, mas fazendo um ajuste de meio de ciclo, atuando de forma preventiva para garantir o crescimento da economia, já que o cenário está mais incerto para a economia global – resultado da guerra comercial e outros fatores que já mencionamos.

Trump segue reclamando e pedindo juro zero, para se financiar sem custo, como fazem os colegas europeus, e dólar mais fraco. Como Powell não vai ceder, podemos esperar novos ataques de Trump. De fato, teríamos argumentos para manutenção do juro, como inflação um pouco mais alta, atividade ainda robusta e mercado de trabalho aquecido.

Já discutimos com maior profundidade que corte de juros nem sempre é boa notícia e, no caso atual, quanto mais o Fed cortar, pior pode ser o quadro à frente.

Além de mostrar um BC mais preocupado, a movimentação do Fed também estimula os debates sobre o limite de atuação da política monetária e seus possíveis efeitos colaterais (bolhas em ativos, má alocação de capital e aumento na desigualdade). Na semana passada o Banco Central Europeu (BCE) cortou juros, anunciou a compra de ativos sem data para acabar e ainda pediu ajuda da política fiscal.

Liquidez, pra já!

A reunião do Fed ganhou mais uma nuance depois dos severos problemas de liquidez que surgiram entre segunda e terça-feira, que levaram o Fed de NY, que opera a mesa de mercado aberto, a ter de atuar no mercado pela primeira vez em 10 anos.

Discutimos o assunto mais detidamente nessa nota aqui, mas podemos resumir da seguinte forma. Faltou e está faltando dólar no mercado onde os bancos e outros agentes de mercado buscam dinheiro de curto prazo para suas operações.

Normalmente, a taxa que se negocia nos chamados “money-markets” é muito próxima à taxa básica fixada pelo Fed, de 2% e 2,25% ao ano. Como faltou dólar (liquidez), essas taxas chegaram a saltar para 8% a 10%. O Fed entrou e fez algo semelhante às nossas operações compromissadas, dando dinheiro para o mercado em troca de títulos.

Esse tipo de aperto (squeeze) de liquidez nos mercados de “money market" sempre é acompanhado com cautela, pois a falta de funding de curto prazo foi algo que antecedeu crises mais severas nos mercados.

Fica a expectativa de algum aceno do Fed sobre o tema. Além de fazer as "repo" (compromissadas) e as compras diretas, o Fed também pode reiniciar o "quantitative easing" e/ou reduzir o juro sobre o excedente de reservas bancárias, que está em 2,1%. Em tese, juros menores nesses depósitos que os bancos fazem junto ao BC estimulariam maior colocação de dinheiro junto ao mercado.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
REAÇÃO AO BALANÇO

Investidores na dieta “low-carb”: Ações da Camil (CAML3) desabam 11% na B3 com balanço magro e derrocada de 69% do lucro líquido

10 de janeiro de 2025 - 11:24

O mau humor acompanha a divulgação de um resultado amargo no terceiro trimestre fiscal de 2024, com queda significativa nos indicadores de lucratividade

ALGUMA COISA ESTÁ FORA DA META

Uma cartinha para Haddad e Tebet: a herança de Campos Neto para Galípolo com o IPCA de 2024 fora da meta

10 de janeiro de 2025 - 10:59

IPCA acumulado em 2024 fechou em 4,83%, abaixo do que se esperava, mas acima do teto da meta de inflação estipulada pelo CMN

SOBREVIVÊNCIA NOS MERCADOS

Não é hora de desistir das ações: Bancão revela cinco empresas que podem tirar vantagem dos tempos incertos na bolsa brasileira

10 de janeiro de 2025 - 9:50

Para o Bradesco BBI, essas companhias têm “alavancas de autoajuda” frequentemente subestimadas que podem ajudá-las a tirar proveito das preocupações macroeconômicas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Anatomia de uma fraude: Ibovespa aguarda IPCA e payroll nos EUA enquanto escândalo da Americanas completa 2 anos

10 de janeiro de 2025 - 8:10

Ibovespa acumula alta de pouco mais de 1% na primeira semana cheia de janeiro, mas resultado final dependerá dos indicadores previstos para hoje

SEXTOU COM O RUY

Feliz 2025? Só para quem tiver paciência para aproveitar excelentes oportunidades na bolsa

10 de janeiro de 2025 - 7:08

O investidor que tem foco no longo prazo entende que estamos em uma janela rara, com ações de muita qualidade negociando por múltiplos baixíssimos

A VIDA DEPOIS DA CRISE

Dois anos da fraude na Americanas (AMER3): queda de 99,5% das ações, retomada do lucro e punições a executivos. O que aconteceu com a varejista e como ficam os acionistas agora?

10 de janeiro de 2025 - 6:12

Foi em 11 de janeiro de 2023 que o mercado se deparou pela primeira vez com as notícias de inconsistências contábeis na varejista. Veja o que mudou desde então

MINÉRIO OU AÇO?

Mineradoras x siderúrgicas: escolha do Bradesco BBI derruba Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) na bolsa — saiba qual é a única ação que o banco recomenda comprar agora

9 de janeiro de 2025 - 14:55

No dia anterior, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou um acordo entre a Gerdau e o Cade

CONTAS PÚBLICAS

A ‘dor de cabeça’ do governo Lula em 2025: Alckmin diz que o país cumprirá arcabouço fiscal com rigor, mas cita preocupação com juros

9 de janeiro de 2025 - 14:25

Apesar dos desafios monetários, o vice-presidente prevê o ano como promissor, com o crescimento do PIB puxado pelo agronegócio

O QUE ESPERAR DO ANO

‘Ter moeda e ativos fortes não é especulação, é legítima defesa’, diz TAG Investimentos; veja as recomendações da gestora para 2025

9 de janeiro de 2025 - 13:02

Em carta mensal, gestora prevê Selic terminal a 17% e forte desaceleração do crescimento econômico brasileiro e diz que as taxas de juros dos Estados Unidos seguirão definindo o destino dos ativos globais

FIM DA SECA

Após quase dois anos sem pagar proventos, TORD11 anuncia distribuição de dividendos; cotas sobem quase 7% na bolsa hoje

9 de janeiro de 2025 - 11:34

O último pagamento de dividendos realizado pelo FII TORD11 ocorreu em fevereiro de 2023; cotas do fundo vêm patinando na bolsa desde outubro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Vai ficar só na ameaça? Ibovespa busca recuperação, mas feriado em Wall Street drena liquidez

9 de janeiro de 2025 - 8:02

Ibovespa tenta reaver a marca dos 120 mil pontos enquanto EUA se fecham em luto para o funeral de Jimmy Carter

FII DO MÊS

Fundo imobiliário favorito do mês teve retorno de quase 12% no último ano; confira os FIIs mais recomendados para se proteger da alta dos juros em janeiro

9 de janeiro de 2025 - 7:01

Com a alta da Selic desafiando o setor imobiliário, os FIIs de papéis vêm sendo a principal aposta para janeiro – e o fundo mais recomendado para o mês faz parte da classe

REVISÕES DAS EXPECTATIVAS

WEG (WEGE3) imune ao apocalipse da bolsa? BofA corta preço-alvo de ações de transporte e bens de capital — e só três papéis escapam

8 de janeiro de 2025 - 18:48

A Weg foi uma das poucas ações dos setores de transporte e bens de capital a escapar da revisão negativa de preços-alvo pelo Bank of America; veja as expectativas dos analistas

SOBE E DESCE COM EMOÇÃO

A montanha-russa da bolsa: Ibovespa sob pressão, dólar em alta e Treasury na máxima — tudo o que mexeu com os mercados hoje

8 de janeiro de 2025 - 18:24

Aqui, o Ibovespa chegou a ter apenas seis dos 87 componentes da carteira teórica em alta; lá fora, o yield (rendimento) dos títulos do Tesouro norte-americano de 20 anos passaram de 5% pela primeira vez desde 2023

SEM SPRINT

Trump é uma pedra no sapato: o alerta do maior banco central do mundo sobre os juros antes do novo chefe na Casa Branca

8 de janeiro de 2025 - 17:01

A ata da reunião de dezembro do Federal Reserve mostra preocupação dos membros do comitê de política monetária com relação às medidas que o republicano pode adotar a partir de 20 de janeiro e sinalizam como isso pode mexer com a economia dos EUA

FALTA DE APETITE

Mais um dia de queda: bitcoin (BTC) perde marca dos US$ 100 mil após relatório positivo para novas vagas de emprego dos EUA

8 de janeiro de 2025 - 16:36

Sinais de um mercado de trabalho aquecido nos EUA reforçam temores de inflação, enquanto a possibilidade de juros elevados reduz o apetite por ativos de risco

NO MEIO DA TEMPESTADE

As ações do varejo que podem se salvar em 2025: BTG elege 5 papéis favoritos para investir na bolsa mesmo com juros altos

8 de janeiro de 2025 - 14:33

Para os analistas, ainda há varejistas que não apenas podem escapar do mau momento da B3 como também estão com preços atrativos para investir

INDO ÀS COMPRAS

Shoppings da América Latina têm a melhor performance operacional do mundo desde a pandemia; BTG destaca 3 ações brasileiras do setor

8 de janeiro de 2025 - 12:32

Apesar do ótimo desempenho, ações de shoppings latinoamericanos não acompanharam, pois são prejudicadas pelas perspectivas do cenário macroeconômico

ACABOU O OTIMISMO?

Mercado Livre (MELI34) já não brilha para o JP Morgan: bancão corta preço-alvo das ações em Wall Street — e aponta dois principais culpados

8 de janeiro de 2025 - 10:51

Diante das perspectivas mais conservadoras para o futuro das ações da varejista em Nova York, os analistas mantiveram recomendação neutra para os papéis

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Futebol, ditados populares e a bolsa: Ata do Fed e dados de emprego nos EUA testam fôlego do Ibovespa e alívio no dólar

8 de janeiro de 2025 - 8:21

Comentários de Haddad na GloboNews ajudaram a sustentar segunda alta seguida do Ibovespa e queda do dólar

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar