Sócio-fundador e Chief Investment Officer (CIO) da Empiricus, é ex-professor da FGV e autor da newsletter Day One, atualmente recebida por mais de 2 milhões de leitores.
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Medir erros e acertos de estratégias pelo seu resultado final embute grande fragilidade metodológica e epistemológica
A esta altura, parece mesmo improvável que consigamos escapar de uma recessão nos EUA, ainda que não seja possível desenhar sua extensão e profundidade
Diante de um carrego tão alto e com commodities mais caras, sobretudo agora com este rali do petróleo diante do novo corte da Opep, o dólar, objetivamente, não tem sido um bom hedge
Lula poderia aprender o Itadakimasu, expressão adotada em agradecimento à comida servida, mas de forma ampla, a todos os fornecedores
Instituições tão grandiosas como o Credit Suisse são uma metonímia do mercado. Não é apenas uma figura de linguagem. É o que as define como “risco sistêmico”, grandes demais para falir. Se algo está errado com elas, é porque existe algo tóxico no sistema inteiro.
Por aqui, o cenário macroeconômico é particularmente complexo. Lá fora, o ambiente está cada vez mais nebuloso.
Ao forçar a queda de juro com discursos inflamados, antecipar a regra fiscal para antes do Copom e cobrar politicamente um gesto público de Roberto Campos Neto, o governo Lula colhe mais juro, mais dólar e mais expectativa de inflação.
Estamos há anos debatendo a questão fiscal, uma preocupação insuperável. Talvez seja o caso de vasculharmos cases capazes de andar bem a despeito das discussões fiscais, do que propriamente esperar por Godot.
“Americanas” virou termo maculado, talvez para sempre – sinônimo de coisa ruim, fraude contábil e, ainda pior, medo de desdobramentos sistêmicos. Seu quase homônimo “Americanah” continua representando um deleite literário, rico em emoções e lições de vida.
Se insistirmos na convergência acelerada da inflação em 3%, possivelmente mergulharemos o país numa recessão, com o risco real de uma grave crise de crédito e quebradeira no meio do caminho
O Ibovespa subiu 4,69% em 2022, por exemplo. Não bateu o CDI, mas foi um desempenho bastante razoável se julgarmos a indisposição geral a risco no ano, quando o portfólio 60/40 teve sua sétima pior performance desde 1900, de acordo com a Goldman Sachs
O 3G resolveu falar sobre Americanas e emitiu um comunicado protocolar. Estamos falando de possivelmente as maiores referências do capitalismo moderno brasileiro
Os eventos microeconômicos passam a demonstrar maior protagonismo: e o caos na Lojas Americanas evidencia isso, no maior caso de inconsistência contábil que se tem notícia no mercado de capitais brasileiro
Convidar o gestor do fundo de melhor performance do ano passado para opinar sobre 2023 equivale a perguntar para o ganhador da Mega da Virada em quais números devo apostar para o próximo final de semana
A serotonina é muito diferente da dopamina. De alguma maneira, ela, para a real construção de uma História, exije persistir no desconforto
Enquanto nos distraímos com elucubrações sobre 2023, deixamos de viver 2022 e escapamos à história sendo construída
Entre os grandes problemas das últimas semanas está o fato de que o cenário de cauda, ainda que com probabilidade baixa, entrou na conta. Muitos que anteviam apenas mediocridade no governo agora temem o real desastre.
Agora, aguardamos a nomeação dos secretários de Haddad — pode ser importante para entendermos os rumos da política econômica e se há chances de repetirmos algo semelhante à era Palocci
Do lado das big techs, é difícil reconhecer o próximo bull market. Do lado da PEC da Transição, estamos emperrados no valor a ser considerado fora do teto e o prazo.
Na retórica, a responsabilidade fiscal foi condenada e o mercado financeiro virou o malvado favorito da vez, como se não fosse apenas um mecanismo de alocação de recursos que obedece às sinalizações do sistema de preços