Sócio-fundador e Chief Investment Officer (CIO) da Empiricus, é ex-professor da FGV e autor da newsletter Day One, atualmente recebida por mais de 2 milhões de leitores.
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Se o mercado financeiro é uma metonímia da realidade e da vida cotidiana — e eu acredito que ele é —, seria mesmo possível aplicar um conjunto de regras, cálculos e prescrições para capturar vantagens nesse ambiente?
O mercado financeiro não é — bom, ao menos, não deveria ser — uma olimpíada mundial de corrida intelectual. Também não é um teste de QI, que, na verdade, só serve para mostrar o quão bom você é em testes de QI
Não tem atalho, algoritmo, fórmula mágica. Estamos num ambiente de incerteza e aleatoriedade, no Quarto Quadrante de Nassim Taleb, onde a ciência (e os métodos predeterminados) pode(m) fazer pouco, quase nada por você.
Se eu dissesse que há um fenômeno do tipo “50 anos em 5” ocorrendo na Bolsa brasileira neste momento, você me tomaria por exagerado? E se fossem 129 anos em 5? Aí já seria demais, certo?
Se o medo de maio é tão óbvio e disseminado assim, é capaz mesmo que todo mundo que tinha de vender já o fez em abril. Então, o que está faltando é vendedor marginal, não comprador.
Ele pensa em Warren Buffett, na Amazon, no seu portfólio. Encontra a razão para a dor no ciático: ele é um dinossauro caipira com investimentos totalmente concentrados em ativos brasileiros.
“Ora, me parece haver um bocado de gente esperta espalhada no mundo. Pode um gestor brasileiro, daqui de longe, ter insights sobre mercados emergentes europeus? Ou identificar boas oportunidades de long x short entre as empresas de tecnologia norte-americanas?”
Infelizmente, a difusão do conhecimento na direção da Economia e das Finanças parece obedecer ao mesmo ritmo da economia brasileira. Devagar, devagarinho.
Se os quatro leitores desta coluna tivessem seguido a sugestão, comprado 1 bitcoin a 17 mil reais e vendido metade a 34 mil reais, teriam feito caixa no valor de 17 mil reais. Hoje, carregariam 0,5 bitcoin a cerca de 21,1 mil reais por bitcoin.
O brilhantismo intelectual e a erudição de Contardo Calligaris provocam o lado mais escuro e obscurantista, sem resposta, em mim. Mais do que isso, remetem ao clássico dilema entre consumir hoje ou investir agora para colher no futuro.
Eu me defino liberal. Isso tanto na esfera econômica quanto no escopo dos costumes. O liberalismo não é, para mim, apenas uma prescrição de política econômica. Trata-se também de uma filosofia moral e de uma proposta ética que valoriza o indivíduo e suas escolhas acima de grupos específicos (de qualquer natureza) ou do interesse do Estado.
Eu adoro os quatro livros do Taleb — deixei de lado a obra técnica de “Dynamic Hedging” e o de aforismos “The Bed of Procrustes” porque nem acho que compõem o mesmo corpo. Mas, na real, se você for parar para pensar eles representam mesmo uma única ideia
Se o mercado subir, “eu disse que tinha alto potencial de valorização”. Se cair, “avisei do prognóstico de alta volatilidade”. As narrativas estão prontas para qualquer um dos lados. As narrativas estão prontas para qualquer um dos lados.
Ninguém rendeu mais do que os fundos da gestora Alaska nos últimos anos. E se você ainda não é cotista do Alaska Black Institucional FI Ações, sugiro que mude essa condição assim que puder. Vai ter volatilidade e tem risco, claro, mas é certamente um dos melhores fundos de ações disponíveis.
O texto de hoje tem quatro partes diferentes. Virou uma colcha de retalhos, um mosaico de coisas desconexas, um Frankenstein, digno das lembranças dos movimentos societários de PDG, BR Brokers, Hypermarcas e Kroton anos atrás, quando essa turma saiu comprando todo mundo e tentou empacotar numa única empresa.
A Bolsa cai 3 por cento e depois sobe outros 3. Vai ser esse tiroteio aí, porque há muito jogo político no entorno da Previdência, e esse jogo está só começando. Ele será permeado por muito ruído. Apegue-se ao verdadeiro sinal: a reforma da Previdência deve ser aprovada no fim do dia.
Para mim, você precisa considerar a hipótese de que as coisas podem dar errado. Porque, sejamos sinceros aqui, muitas vezes elas dão errado. E você precisa estar preparado para essa possibilidade, não condenando a si mesmo (ou a seus cotistas) porque o cenário final não convergiu para aquele pensado a priori.
Reforma da Previdência é complicada em qualquer lugar do mundo, porque mexe com interesses estabelecidos e com grupos de interesse. E o Brasil insere-se no grupo dos países mais complicados do mundo. Então, podemos nos preparar para tiro, porrada e bomba
O que está em jogo aqui não é apenas a Bettina, que, para mim, é simplesmente uma heroína. Ninguém, absolutamente ninguém, fez o que ela fez na história do mercado de capitais brasileiro.
Felipe Miranda responde a uma série dúvidas de leitores no improviso, em apenas 1 minuto