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Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
Varejo

Ações de Lojas Americanas e B2W despencam após resultados trimestrais

Balanços das companhias trouxeram pontos que desagradaram analistas

Victor Aguiar
Victor Aguiar
21 de março de 2019
14:55 - atualizado às 17:57
Lojas Americanas Express
Fachada de unidade da rede Lojas Americanas Express, na Avenida Paulista, região central de São Paulo. - Imagem: Estadão Conteúdo/Itaci Batista

A quinta-feira foi amplamente negativa para o Ibovespa, mas duas ações se destacam entre as maiores quedas do índice: Lojas Americanas PN e B2W ON. E, embora o noticiário político tenha exercido grande influência no humor do mercado como um todo, fatores corporativos foram os responsáveis pela derrocada desses papéis.

Os balanços trimestrais de ambas as companhias, divulgados na noite de ontem, não foram considerados de todo ruins por analistas. No entanto, os resultados trouxeram pontos decepcionantes — e o mercado não está deixando barato.

A Lojas Americanas encerrou o quarto trimestre de 2018 com lucro líquido de R$ 272,8 milhões, queda de 4,2% ante o mesmo período de 2017. Já a B2W viu seu prejuízo aumentar 94% nos últimos três meses de 2018, para R$ 67,7 milhões. Os números de ambas as empresas ficaram abaixo do esperado por analistas.

Como resultado, Lojas Americanas PN fechou em queda de 5,58%,  a R$ 18,27, após chegar a ser negociada a R$ 17,91 na mínima do dia. B2W ON, por sua vez, recuou 6,31%, a R$ 46,75, também perto das mínimas, a R$ 46,51.

Em relatório, o BTG Pactual classificou os resultados de Lojas Americanas como menos fortes que o esperado. Por um lado, o banco elogiou o crescimento da receita líquida — R$ 5,918 bilhões no quarto trimestre, alta de 9,7% —, mas, por outro, destacou que as margens mais fracas foram decepcionantes.

Quanto à B2W, o BTG mostrou-se mais otimista como um todo, especialmente em relação ao crescimento de 32% no GMV (gross merchandise volume). No entanto, o banco ressalta que o aumento de 36% nas despesas financeiras foi decisivo para o crescimento no prejuízo no trimestre.

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Já o Itaú BBA destacou o crescimento de 7,3% da receita da Lojas Americanas no conceito "mesmas lojas" no quarto trimestre de 2018, mas também chamou a atenção para a piora nas margens brutas da empresa, que ficaram em 37,6%, queda de 0,9 ponto percentual em um ano.

"Já esperávamos uma piora da margem bruta na comparação anual, em linha com a tendência vista nos últimos trimestre. No entanto, esperávamos uma maior diluição das despesas fixas", diz o Itaú.

Quanto aos dados da B2W, o Itaú analisa que o redução de R$ 716 milhões na queima de caixa foi amplamente positiva, mas pondera que a margem Ebitda ajustada poderia ter melhorado num ritmo maior — a linha passou de 8,7% no fim do quarto trimestre de 2017 para 9,6%. Considerando os balanços, o Itaú cortou a recomendação para os papéis de Lojas Americanas e B2W para market perform — equivalente à neutro.

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