A tensão no Oriente Médio voltou a subir — e mexeu com o preço do petróleo
Explosões misteriosas atingiram dois petroleiros que atravessavam o golfo do Omã. Sem saber ao certo o que aconteceu, o mercado assumiu uma postura defensiva — e os preços do petróleo foram para o alto
Questões geopolíticas trouxeram apreensão aos mercados globais nesta quinta-feira (13). Mas, desta vez, a tensão não foi gerada por algum tweet do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ou por alguma indireta veiculada pela imprensa estatal chinesa.
Não, nada de guerra comercial: hoje, a preocupação esteve relacionada ao Oriente Médio.
As informações ainda são desencontradas. O que se sabe até agora é que dois petroleiros que navegavam pelo golfo do Omã foram afetados por explosões nesta madrugada — alguns relatos na imprensa internacional falam de ataques com torpedos ou minas, mas não há confirmações oficiais sobre o que aconteceu.
E, em meio à incerteza, a aversão ao risco tomou conta do mercado, provocando uma disparada dos preços do petróleo. Afinal, o golfo do Omã é passagem obrigatória para os navios que deixam o golfo Pérsico, principal região produtora da commodity no mundo.
Entre as nações que dependem do golfo do Omã para escoar sua produção de petróleo estão Arábia Saudita, Iraque, Kuwait, Irã, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos e o próprio Omã. E o incidente com os petroleiros, não totalmente esclarecido, gerou dúvidas quanto a eventuais diminuições na oferta da commodity.
Leia Também
Como resultado, o barril do petróleo tipo Brent para entrega em agosto chegou a subir 4,45% nesta quinta-feira, a US$ 62,64, enquanto o barril do WTI para julho bateu os US$ 53,45, uma alta de 4,51%. Vale lembrar que, ontem, o WTI fechou na menor cotação desde janeiro, a US$ 51,14.
Ao fim do dia, o movimento de alta da commodity já havia suavizado um pouco: o Brent terminou com ganho de 2,23%, a US$ 61,31, enquanto o WTI avançou de 2,22%, US$ 52,28.
O que se sabe?
Explosões afetaram dois navios petroleiros que passavam pelo golfo do Omã — um de uma companhia norueguesa e outro de uma empresa japonesa. Ambos ficaram parcialmente destruídos e suas tripulações foram resgatadas por outras embarcações que passavam pela região.
As imagens são impressionantes. A Press TV, uma rede de televisão iraniana, divulgou imagens aéreas de um dos navios ainda em chamas após as explosões:
https://twitter.com/PressTV/status/1139139212308099079
No meio da tarde, os Estados Unidos se pronunciaram e culparam o Irã pelo ocorrido. "Esses ataques são uma ameaça à paz e segurança internacional, uma investida flagrante à liberdade de navegação e [promovem] uma escalada inaceitável na tensão por parte do Irã", disse o secretário de Estado do país, Mike Pompeo, via Twitter.
Pompeo fez uma declaração oficial pouco depois das 15h (horário de Brasília). Entre outros pontos, ele disse que os Estados Unidos vão "defender suas forças e interesses", e irão permanecer ao lado dos parceiros e aliados "para proteger o comércio global e a estabilidade na região".
https://twitter.com/StateDept/status/1139241685152489472
Tensão geopolítica
As relações entre Estados Unidos e Irã vêm se deteriorando há meses e trazendo apreensão ao Oriente Médio. Essa espiral negativa teve início ainda no ano passado, quando o governo americano abandonou um acordo firmado pela administração Obama com as autoridades de Teerã.
Esse pacto determinava que as sanções internacionais aos iranianos seriam reduzidas caso o governo local se comprometesse a limitar suas atividades nucleares. Trump, contudo, desfez o acordo e retomou as barreiras contra o país.
Em maio, o governo dos Emirados Árabes Unidos acusou o governo do Irã de sabotar quatro embarcações do país. Na ocasião, o governo americano enviou navios e aviões militares ao golfo Pérsico — Trump ainda afirmou que o Irã estaria cometendo um erro caso fizesse "qualquer coisa" que afetasse os interesses de Washington na região.
Tendo esse pano de fundo em mente, suspeitas de que as explosões que atingiram os petroleiros nesta quinta-feira teriam sido causadas por algum ataque promovido pelo governo iraniano começaram a ganhar força no mercado e nas redes sociais — e a declaração de Pompeo deu ainda mais força a essa tese.
Outros países e entidades, contudo, hesitam em apontar o Irã como responsável. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, condenou "qualquer ataque contra embarcações civis", mas ressaltou que "os fatos devem ser apurados e as responsabilidades, estabelecidas", sem citar nenhum país como potencial autor do ocorrido no golfo do Omã.
Momento delicado
A situação ganha contornos ainda mais complicados porque o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, encontra-se no Irã para uma visita oficial — em pauta, está uma tentativa de reduzir as tensões entre americanos e iranianos.
Abe e o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, estiveram reunidos nesta quinta-feira. Segundo relatos da imprensa iraniana, Khamenei refutou qualquer diálogo a respeito da situação com os Estados Unidos, afirmando que Trump "é uma pessoa que não é digna de resposta ou mensagem".
Já o primeiro-ministro do Japão assumiu um tom mais conciliador no Twitter ao relatar seu encontro com o presidente do Irã, Hassan Rohani:
https://twitter.com/AbeShinzo/status/1138930225431998464
"Tive uma cúpula com o presidente Rohani. Pela paz no Oriente Médio e no mundo, o Japão continuará a desempenhar seu papel, sem desistir", disse Abe. "Estou convencido de que as conversas de hoje serão o primeiro passo".
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também usou o Twitter para se manifestar sobre o imbróglio — ele endossou o posicionamento oficial de Pompeo, mas não fez nenhum ataque direto ao Irã em sua conta pessoal.
Num tom relativamente tranquilo, Trump agradeceu os esforços do primeiro-ministro japonês, mas refutou o fechamento de um acordo:
https://twitter.com/realDonaldTrump/status/1139236468365434880
"Apesar de estimar muito [o ato] do primeiro-minstro Abe, que foi ao Irã encontrar-se com o aiatolá Ali Khamenei, eu pessoalmente sindo que ainda é muito cedo para sequer pensar em fechar um acordo. Eles não estão prontos, e nós também não", sentenciou Trump.
*Com agências internacionais
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país
Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil
Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental
Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street
O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário
Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025
Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos
CEO da AgroGalaxy (AGXY3) entra para o conselho após debandada do alto escalão; empresa chama acionistas para assembleia no mês que vem
Além do diretor-presidente, outros dois conselheiros foram nomeados; o trio terá mandato até a AGE marcada para meados de dezembro
Ação da Americanas (AMER3) dispara 200% e lidera altas fora do Ibovespa na semana, enquanto Oi (OIBR3) desaba 75%. O que está por trás das oscilações?
A varejista e a empresa de telecomunicações foram destaque na B3 na semana mais curto por conta do feriado de 15 de novembro, mas por motivos exatamente opostos
Oi (OIBR3) dá o passo final para desligar telefones fixos. Como ficam os seis milhões de clientes da operadora?
Como a maior parte dos usuários da Oi também possui a banda larga da operadora, a empresa deve oferecer a migração da linha fixa para essa estrutura*