A eleição é na Argentina, mas o problema também é nosso
Prévias eleitorais dão vitória a candidato de Cristina Kirchner e mercado reage de forma bastante negativa. Dólar sobe mais de 30% ante o peso. BC sobe juro a 74%
O mercado externo já não estava com viés positivo em função das tensões entre Estados Unidos e China e agora ganhamos um vetor regional a pressionar o preço dos ativos brasileiros. A eleição na Argentina tomou contornos que preocupam o mercado e a resposta é um clássico “vende tudo a qualquer preço", perguntas ficam para depois.
Para dar uma dimensão do que é a preocupação com a volta de um regime tido como populista no país vizinho, algo representado pela candidatura de Alberto Fernández, que tem Cristina Kirchner como vice, o país está valendo 30% menos em dólar em questão de horas. Pois essa é a valorização da moeda americana ante o peso argentino, que está sendo negociado acima dos 60 pesos por dólar. Para dar mais uns parâmetros, o juro básico por lá foi reajustado, há pouco, para 74%, e a inflação projetada para o fim de 2019 é de 49,2%. Também foram anunciados dois leilões de US$ 50 milhões.
Segundo o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, voltamos ao imponderável das questões políticas. Apesar dos avanços que temos em termos de agenda doméstica, é inescapável o Brasil sofrer dentro desse cenário. “Somos uma Argentina no curto prazo”, explica.
O economista-chefe da GO Associados, Eduardo Velho, avalia que o mercado teme uma guinada populista no país vizinho com a eventual saída de Mauricio Macri da presidência. Mas acredita que a mudança de orientação na nossa política econômica pode nos blindar de um eventual contágio ao longo do tempo.
A grande dúvida, externada pelos dois economistas, é o futuro das negociações comerciais que o Brasil vem costurando, no âmbito do Mercosul, com a União Europeia e com os Estados Unidos. Não se sabe se o novo governo argentino adotaria uma postura pragmática ou se voltaríamos a ter birras ideológicas pautando negociações comerciais. Mais cético e direto, meu amigo gringo disse o seguinte: "a estratégia de refundar o Mercosul morreu."
Qual é a capital do Brasil?
A piada é recorrente, mas, de fato, para muitos estrangeiros a capital do Brasil é Buenos Aires. Por isso que não escapamos desses movimentos de “sell-off” regional quando eles acontecem. Brincadeiras à parte, apanhamos no contexto regional de América Latina. Fundos com essa mandato fazem, por vezes, uma redução linear de risco.
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Aliás, há poucas semanas o Departamento de Comércio dos EUA cometeu essa gafe ao publicar que o secretário americano falou sobre infraestrutura em Buenos Aires, Argentina. Mas ele estava mesmo em um evento aqui em Brasília.
Uma boa forma de tentarmos medir o quando o evento regional afeta o Brasil em um dia ruim globalmente é olhar que enquanto as bolsas do mundo caem cerca de 1%, nós aqui estamos perdendo 2% ou mais.
Segundo Vieira, da Infinity, a variável que mais preocupa por aqui é o dólar. A cotação abriu bastante pressionada, indo acima dos R$ 4, isso depois de uma semana na qual a moeda americana já tinha avançado 1,26%.
Para ele, os especuladores podem se aproveitar do momento para fazer um tipo de ataque contra o real, já que o juro baixo minou as operações de carry trade (arbitragem de taxas de juros) e o fluxo cambial segue bastante desfavorável.
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O pregão ruim estava contratado desde a noite de domingo, depois que saíram os resultados de uma prévia eleitoral na Argentina. Os resultados mostraram Alberto Fernándes com cerca de 47% dos votos, contra 32% de Macri. O que assustou foi essa diferença de 15 pontos, que já leva muitos bancos e consultorias a acreditar que uma virada até 27 de outubro, data da eleição, seria impossível.
Só lembrando que na sexta-feira, os mercados argentinados tiveram um dia bastante positivo, com alta de quase 8% da bolsa portenha, justamente com o mercado se posicionando para uma pequena diferença, mesmo que favorável ao oposicionista, nas prévias que aconteceram no fim de semana. Nesta segunda, o Merval, principal índice da bolsa de lá, cai cerca de 30%.
Viera conversou com alguns colegas em Buenos Aires e alguns deles disseram acreditam que esse resultado, aliado ao tranco dos mercados, pode levar Macri a mudar sua estratégia e conseguir uma virada até o dia da eleição.
Em relatório, o BTG Pactual reconhece que as pesquisas de votação, inclusive as feitas pelo próprio banco, tiveram margens de erro nunca vistas na história do país, pois as sondagens mostravam uma diferencia mínima entre os dois candidatos. Fala-se no fenômeno do "voto envergonhado" por lá.
A grande questão, segundo o BTG, é quão rápido Fernández vai anunciar seu programa econômico ou amenos algumas medidas fundamentais para evitar essa forte desvalorização do peso.
Em discurso feito ontem, o candidato apenas disse que não fará nenhuma loucura, mas manteve a retórica de atacar o pagamento de juros aos bancos. O país já tem programa de financiamento junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e segundo o Itaú Unibanco, precisa levantar outros US$ 15 bilhões até o fim de 2020 para a rolagem de compromissos internacionais.
Em seu boletim matinal, a Guide Investimentos resumiu bem a questão: “Dada a situação atual do país, com economia em recessão, inflação forte, dívida externa elevada e um pacote de auxílio do FMI já em curso, a volta de um governo intervencionista não traz boas perspectivas para o mercado, que já deve se preparar para a possibilidade de um default.”
Também em nota a clientes, o Goldman Sachs, avalia que os resultados da eleição primária são praticamente irreversíveis e que o foco deve mesmos e voltar para qual será a agenda economia de um provável governo Fernández-Kirchner.
O GS também avalia que a desvalorização do peso, como reflexo dessa incerteza política, pode reverter a incipiente queda da inflação, que vinha sendo uma das bandeiras de Macri na campanha eleitoral.
Para terminar, o presidente Jair Bolsonaro, apoia abertamente Mauricio Macri e não tem poupado críticas ao possível retorno de Kirchner ao comando do país vizinho, pois a candidata à vice-presidência sempre foi ligada aos ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, e alinhada a Nicolás Maduro e Hugo Chavéz.
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