Embraer, Braskem e BR Malls divulgam resultados nesta semana; veja o que esperar
Balanços do primeiro trimestre de 2020 mostram começo do impacto do coronavírus para as empresas de capital aberto

A temporada de balanços prossegue e atrai a atenção dos investidores, em um caldo de pandemia, crise econômica e tensão política. Em mais uma semana de de resultados trimestrais, os holofotes se voltam para Embraer, Braskem e BR Malls.
A temporada de resultados do primeiro trimestre deveria ter acabado no último dia 15 de maio, mas a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) concedeu mais prazo para as companhias abertas diante do isolamento social imposto pelo coronavírus.
Os dados que se referem três primeiros meses de 2020 devem apresentar parte dos efeitos da crise sobre as operações das empresas. Deste modo, a atual safra de balanços servirá para que os investidores tenham noção mais clara do estado dos negócios.
As medidas de isolamento social iniciaram sua implantação em diferentes Estados a partir da metade do mês passado. A determinação perdurou por abril e maio.
Em meio a um cenário assim, é de se esperar que, em maior ou menor grau, os resultados das empresas continuem sendo afetados no segundo trimestre. Os números referentes ao período de janeiro a março servirão para dimensionar inicialmente estragos maiores nos próximos meses.
Futuro turbulento
A Embraer permitirá um olhar mais cuidadoso a respeito dos efeitos da covid-19 em um setor amplamente afetado pelo coronavírus, o de fabricação aeronáutica.
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A empresa fechou 2019 com o prejuízo líquido de R$ 1,3 bilhão, refletindo fatores tributários e itens especiais. Pontuou, à ocasião, que o quarto trimestre do ano passado, com perda de R$ 867,8 milhões, foi prejudicado pelo resultado operacional menor, apesar de maiores entregas da aviação comercial e executiva.
O futuro, ainda assim, possuía a promessa de joint venture com a Boeing, gigante americana do ramo da aviação comercial. Já era um acordo firmado, mas que veio a ruir. Por fim, a Boeing decidiu que desistiria da associação pois a brasileira "não satisfez as condições necessárias".
Todos esses fatores somados ao cenário economicamente adverso revelam que o plano de voo da Embraer deve ser muito mais perigoso do que o primeiramente pensado. E as expectativas do mercado para o primeiro trimestre vão nessa linha.
Analistas projetam que a Embraer deve ter um forte aumento no prejuízo no primeiro trimestre de 2020. Enquanto isso, as métricas de Ebitda e receita líquida devem apresentar avanço.
Projeções para primeiro trimestre da Embraer
- Prejuízo líquido: R$ 500 milhões (↑210,95%)
- Receita líquida: R$ 63,67 milhões (↑106,05%)
- Ebitda: R$ 4,722 bilhões (↑51,35%)
Outro ano difícil?
A Braskem teve um 2019 ruim. O ano foi de um prejuízo líquido bilionário, de 2,8 bilhões — sendo que houve perdas de R$ 2,9 bilhões só entre outubro e dezembro daquele ano.
A dívida líquida, por sua vez, saltou 10% no último trimestre, e a alavancagem (razão entre dívida líquida e Ebitda) subiu para 3,7 no período, de 2,84% no terceiro trimestre.
Uma associação de fatores contribuiu para o desempenho fraco da ocasião. Entre eles, podem ser citados problemas em unidade de extração de Alagoas, incerteza de acionistas e fraqueza no setor petroquímico. Tudo isso fez com que as ações PNA da Braskem tombassem 35,22% em 2019, o pior desempenho do Ibovespa — que subiu 31,58% no período.
Em 2020, a companhia teve uma onda positiva com uma possível migração para o Novo Mercado, o segmento de listagem de empresas com práticas mais rigorosas de governança corporativa.
A companhia anunciou que reduziu os investimentos para o ano de R$ 721 milhões para R$ 600 milhões para preservar caixa.
No acumulado de 2020, os papéis da Braskem tiveram queda de 7,07% até aqui, desempenho bem melhor que o do Ibovespa, que acumula baixa de 24,42%.
O baque do corona
Do setor de shoppings, é claro que a BR Malls sentiu na pele o efeito do coronavírus. A empresa vem de um 2019 de queda no lucro, e o 1º trimestre de 2020 não deve soar particularmente positivo.
Com as medidas de distanciamento social impostas por autoridades, a companhia teve de fechar shoppings de seu portfólio. Em abril, é bem verdade, anunciou que estava começando a retomada de atividades tanto no Rio Grande do Sul quanto no Mato Grosso do Sul, mas em horário reduzido.
A companhia deve registrar lucro líquido, mas quase 40% menor do que o aferido no primeiro trimestre do ano passado, de acordo com as projeções dos analistas compiladas pela Bloomberg.
Projeções para primeiro trimestre da BR Malls
- Lucro líquido: R$ 95,07 milhões (↓38,64%)
- Receita líquida: R$ 262,8 milhões (↓11,53%)
- Ebitda: R$ 173,5 milhões (↓25,25%)
Calendário de balanços da semana:
- Segunda-feira (1): Embraer
- Terça-feira (2): Braskem
- Quinta-feira (3): BR Malls
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