IPCA+ 8% ‘dando sopa’? Estrategista de renda fixa elege 2 ativos ‘favoritos’ no Tesouro Direto e recomenda cautela para um tipo de título
Em episódio do Touros e Ursos, Odilon Costa, da SWM, fala sobre as oportunidades e os riscos dos títulos públicos negociados no cenário atual

Ao entrar no site do Tesouro Direto, o investidor brasileiro nem se assusta mais em ver títulos IPCA + 7% ou até 8%, a depender do dia. Os títulos públicos, especialmente aqueles de prazos mais curtos, têm vivido um verdadeiro rali neste começo de 2025, impulsionado por mudanças de perspectiva do mercado.
No cenário macroeconômico, o fim do ciclo de aperto monetário deixou de ser uma realidade tão distante e a Selic terminal é estimada em torno de 15%, e não de 17%, como estava anteriormente precificado.
No entanto, os indicadores e as atitudes do governo não trazem segurança duradoura para o investidor, ainda mais considerando a proximidade do período eleitoral.
Sendo assim, os títulos pós-fixados de curto prazo se destacam por entregarem taxas expressivas, enquanto aqueles de prazos mais longos sofrem com a marcação à mercado, que faz os investidores “perderem dinheiro” — ou, melhor dizendo, faz as rentabilidades serem negativas em caso de resgate antes do vencimento.
- VEJA TAMBÉM: ‘No primeiro ano eu quintupliquei minha grana’: veja como fazer parte da fraternidade de investidores mais exclusiva do mercado
A explicação para esse fenômeno é dada por Odilon Costa, estrategista de renda fixa da SWM e convidado da semana do podcast Touros e Ursos.
Ele enfatiza que, embora o Brasil de hoje esteja bem melhor do que o de 2016, ainda há um risco fiscal muito grande embutido nas curvas de juros. Logo, os títulos longos são mais prejudicados por essas projeções pessimistas para o país.
Leia Também
“O investidor que compra um título mais longo está muito mais preocupado com a dinâmica do fiscal, a atividade econômica, o cenário externo e nas variáveis políticas de longo prazo do que no que o Banco Central vai fazer nas próximas reuniões”, diz.
Assista ao episódio na íntegra clicando no player abaixo ou procurando por “Touros e Ursos” na sua plataforma de áudio de preferência:
Quais títulos do Tesouro estão valendo a pena no momento?
Nesse contexto, Costa, que é responsável por cuidar das carteiras de investimentos de vários investidores pessoa física, tem as suas preferências entre os títulos de dívida emitidos pelo governo.
A recomendação geral é se afastar da sensibilidade à variação da taxa de juros. Por isso, ele está cauteloso com os ativos de duration mais longo, adotando uma postura não destrutiva e sim, neutra, em relação ao cenário macro.
“Eu realmente acho que tem muita coisa para acontecer até 2026”, explica.
O estrategista da SWM recomenda os pós-fixados indexados ao CDI, já que o indicador deve superar a performance do IPCA no horizonte de 12 a 24 meses.
Além disso, ele também indica os títulos atrelados à inflação com prazo curto ou intermediário. Costa cita especificamente as NTN-Bs que vencem entre 2028 e 2030.
“Hoje, a gente não tem um grande incentivo para ficar ultra longo. O ideal, ao nosso ver, é mais uma duration um pouco mais curta”, comenta.
E os prefixados?
O convidado do podcast reforça que, assim como acontece com uma carteira de ações, também é importante comprar títulos distintos, com estratégias diferentes, na renda fixa — por mais que o investidor esteja olhando só para ativos do Tesouro Direto.
Costa recomenda uma alocação de até 15% em prefixados, que devem funcionar de forma mais tática na carteira do que estratégica. Ou seja, o investimento em prefixados visa mais o ganho no curto prazo.
“Existem momentos que faz sentido comprar títulos prefixados, especialmente quando existe mais prêmio na curva e quando o mercado começa a precificar uma Selic absurda, que não conversa com o cenário macro”, diz.
Vale lembrar que os prefixados são os ativos mais sensíveis à marcação de mercado.
Na segunda parte do episódio, o convidado e os apresentadores Julia Wiltgen e Ricardo Gozzi elegeram os touros (destaques positivos) e ursos (destaques negativos) da semana.
Entre os ursos, o mercado de crédito privado, a BRF (BRFS3) e a popularidade baixa do presidente Lula. Do lado dos touros, também o mercado de crédito, os FI-Infras e o ouro.
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
Conservador, sim; com retorno, também: como bater o CDI com uma carteira 100% conservadora, focada em LCIs, LCAs, CDBs e Tesouro Direto
A carteira conservadora tem como foco a proteção patrimonial acima de tudo, porém, com os juros altos, é possível aliar um bom retorno à estratégia. Entenda como
A hora de comprar dólar é agora: CIO do Mirabaud Family Office vê moeda americana mais forte com ou sem as tarifas de Trump
No episódio da semana do podcast Touros e Ursos, Eric Hatisuka fala sobre o que esperar da guerra comercial travada pelo presidente norte-americano e de possíveis impactos no Brasil
Renda fixa mais rentável: com Selic a 14,25%, veja quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI
Conforme já sinalizado, Copom aumentou a taxa básica em mais 1,00 ponto percentual nesta quarta (19), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas
Até onde vai a alta da Selic — e como investir nesse cenário? Analista vê juros de até 15,5% e faz recomendações de investimentos
No episódio da semana do Touros e Ursos, Lais Costa, da Empiricus Research, fala sobre o que esperar da política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, após a Super Quarta
Petrobras (PETR4): prejuízo bilionário é foto do momento ou filme sem final feliz? O que os números revelam sobre o futuro da estatal
No episódio da semana do Touros e Ursos, Pedro Rodrigues, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura Energética (CBIE) comenta os resultados da petroleira
Itaú BBA recomenda títulos de renda fixa de prazos mais longos para março; veja indicações com retorno de até 8,4% acima da inflação
Banco vê mercado pessimista demais com os juros, e acredita que inflação e Selic ficarão abaixo do que os investidores estão projetando, o que favorece a renda fixa de longo prazo
Mata-mata ou pontos corridos? Ibovespa busca nova alta em dia de PIB, medidas de Lula, payroll e Powell
Em meio às idas e vindas da guerra comercial de Donald Trump, PIB fechado de 2024 é o destaque entre os indicadores de hoje
Debêntures da Equatorial se destacam entre as recomendações de renda fixa para investir em março; veja a lista completa
BB e XP recomendaram ainda debêntures isentas de IR, CRAs, títulos públicos e CDBs para investir no mês
Boom das mulheres na bolsa: número de investidoras bate recorde com alta de 7% em 2024 — avanço também é expressivo no Tesouro Direto
Levantamento da B3 aponta crescimento em todas regiões do país, mas mulheres continuam a representar apenas 26,26% dos investidores
Vencimento de Tesouro Selic paga R$ 180 bilhões nesta semana; quanto rende essa bolada se for reinvestida?
Simulamos o retorno do reinvestimento em novos títulos Tesouro Selic e em outros papéis de renda fixa
Bitcoin (BTC) tem o pior desempenho de fevereiro após queda de mais de 10%; veja o ranking dos piores e melhores investimentos
Alívio nos juros levou fundos imobiliários e títulos prefixados curtos aos melhores desempenhos do mês, mas não foi suficiente para o Ibovespa sair da lanterna do ranking; entenda o que aconteceu
Popularidade de Lula em baixa e bolsa em alta: as eleições de 2026 já estão fazendo preço no mercado ou é apenas ruído?
No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, o professor da FGV, Pierre Oberson, fala sobre o que os investidores podem esperar do xadrez eleitoral dos próximos dois anos
De onde não se espera nada: Ibovespa repercute balanços e entrevista de Haddad depois de surpresa com a Vale
Agenda vazia de indicadores obriga investidores a concentrarem foco em balanços e comentários do ministro da Fazenda
No país da renda fixa, Tesouro Direto atinge recorde de 3 milhões de investidores; ‘caixinhas’ e contas remuneradas ganham tração
Os números divulgados pela B3 mostram que o Tesouro IPCA e o Tesouro Selic concentram 75% do saldo em custódia em títulos públicos federais
Como não ser pego de surpresa: Ibovespa vai a reboque de mercados estrangeiros em dia de ata do Fed e balanço da Vale
Ibovespa reage a resultados trimestrais de empresas locais enquanto a temporada de balanços avança na bolsa brasileira
Tesouro Direto pagou R$ 29 bilhões em juros do Tesouro IPCA+, e mais R$ 180 bilhões do Tesouro Selic aguardam; onde reinvestir a bolada?
Tesouro IPCA+ pagou juros semestrais, e no início de março vence um Tesouro Selic; veja opções de ativos de renda fixa para reinvestir os recursos
Da ficção científica às IAs: Ibovespa busca recuperação depois de tropeçar na inflação ao consumidor norte-americano
Investidores monitoram ‘tarifas recíprocas’ de Trump, vendas no varejo brasileiro e inflação do produtor dos EUA
Tesouro Direto e títulos isentos de IR: Itaú BBA recomenda renda fixa para fevereiro, e retorno líquido chega a 8,50% a.a. + IPCA
Banco recomenda pós-fixados e indexados à inflação, mas vê oportunidade até mesmo em prefixados com prazos até três anos
‘É a hora de fazer a reserva em dólar’: sócio-fundador da Armor Capital explica a queda recente da moeda, mas faz alerta para os próximos meses
Em episódio do Touros e Ursos, Alfredo Menezes fala sobre as perspectivas para a moeda americana e revela as principais posições dos fundos da Armor