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Maria Eduarda Nogueira

Maria Eduarda Nogueira

Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-graduação em Comunicação e Marketing Digital na ESPM. Já trabalhou com comunicação institucional e jornalismo de viagens. Atualmente, é repórter de lifestyle do Seu Dinheiro. Está sempre disponível para falar sobre inovação, livros e cultura pop.

BOLSAS JAPONESES EM POLVOROSA

Estrada bloqueada: Nissan e Honda não devem seguir com a fusão – mas apenas uma delas saiu ‘perdendo’ na bolsa de Tóquio hoje

Segundo fontes ouvidas pela imprensa japonesa, as negociações que criariam a terceira maior montadora do mundo devem ser canceladas por conta de divergências entre as duas companhias

Nissan Honda
Imagem: Montagem Seu Dinheiro/ Canva Pro

As bolsas japonesas fecharam o dia em polvorosa hoje. E a culpa é das montadoras de automóveis. De um lado, a Nissan viu uma queda de mais de 5% nas ações. De outro, a Honda comemora a alta de mais de 8%.

Isso porque a fusão entre as duas fabricantes de veículos não deve acontecer, segundo informações do jornal japonês Nikkei, que ouviu fontes familiares à negociação. 

Anunciado no final do ano passado, o negócio de mais de US$ 60 bilhões criaria a terceira maior fabricante de carros do mundo, atrás apenas da também japonesa Toyota e da alemã Volkswagen. 

Segundo as fontes, que permaneceram anônimas, as negociações seriam canceladas por conta de divergências crescentes entre as duas companhias

Nenhum comunicado oficial foi feito pelas empresas até o momento. 

Recentemente, a Honda apresentou uma nova proposta que tornaria a Nissan uma subsidiária da Honda, em vez da estrutura mais igualitária originalmente planejada, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto. 

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Essa fonte revelou que a Nissan considerou a nova proposta inaceitável e planejava rejeitá-la. 

Apesar disso, as duas montadoras continuariam cooperando em outras frentes de negócio – como o desenvolvimento de software e veículos elétricos –, uma conexão que já estava estabelecida antes das conversas sobre a fusão.

Por que a Nissan é a mais afetada?

A Honda, avaliada em 7,92 trilhões de ienes (US$ 51,9 bilhões) tem hoje um valor de mercado cinco vezes maior do que a Nissan, que é avaliada em 1,44 trilhão de ienes.

Caso a fusão realmente não aconteça, o peso é maior sobre a fabricante menor, que sofrerá pressão de credores, funcionários e clientes, preocupados com a forte concorrência que a montadora enfrenta nos Estados Unidos e na China. 

Nos últimos tempos, a Nissan perdeu terreno em ambos os mercados e foi mais duramente atingida do que algumas rivais pela mudança para veículos elétricos.

  • A empresa nunca se recuperou totalmente após anos de crise desencadeada pela prisão e saída do ex-presidente Carlos Ghosn em 2018.

Hoje, a companhia vive um processo de reestruturação e corte de custos, que deve incluir a demissão de 9 mil funcionários e redução de 20% da capacidade global de produção. 

Além disso, segundo analistas consultados pela Reuters, as tarifas contra o México, recém-impostas por Donald Trump, seriam mais dolorosas para a Nissan do que para a Honda ou a Toyota.

Isso porque a Nissan produz alguns modelos em fábrica no México, como é o caso do SUV Nissan Kicks. 

Esses fatores explicam por que a Nissan fechou o dia em queda em Tóquio, enquanto a Honda “saiu por cima”. 

* Com informações do Wall Street Journal e da Reuters.

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