Efeito DeepSeek: Nvidia e outras big techs poderiam ter afundado ainda mais — saiba por que o vice-presidente do Bank of China diz isso
Em episódio do Touros e Ursos, Hsia Hua Sheng enfatiza o potencial tecnológico de Pequim para desenvolver softwares tão eficientes quanto os criados nos Estados Unidos

O mercado de ações dos Estados Unidos, em especial o índice Nasdaq, não teve um bom começo de semana, com quedas significativas das maiores gigantes de tecnologia — que, diga-se de passagem, foram as grandes vencedoras das bolsas nos últimos tempos. O que causou a derrocada de “Golias” foi um Davi que apareceu “do nada” (pelo menos da perspectiva do Ocidente): a inteligência artificial chinesa estilo-ChatGPT, DeepSeek.
Com custos bem mais baratos e capacidade tecnológica equiparável à das criações da OpenAI e do Google, a China deixou bem claro para o mundo: ainda estamos aqui.
Para a sorte de Golias, o país celebra o feriado do Ano Novo Chinês e as bolsas estão fechadas. Caso contrário, a queda da Nvidia e das outras big techs teria sido ainda mais brutal, na visão de Hsia Hua Sheng, vice-presidente da divisão brasileira do Bank of China.
- LEIA MAIS: DeepSeek é como um ‘Sputnik 2.0’: corrida tecnológica está só no começo e big techs devem se recuperar, segundo analista
Aos investidores, a lição é clara: para realmente apostar na inteligência artificial, é preciso pensar nas novas empresas que estão surgindo no mercado. E, para Sheng, é hora de olhar com mais atenção para as companhias chinesas.
Nesta semana, na esteira do DeepSeek, a big tech AliBaba também anunciou a própria IA.
China vai longe com baixo custo
Segundo Sheng, ninguém esperava que “a China fosse chegar tão perto e com um custo tão mais barato”.
Leia Também
“Acho que isso é só mais uma amostra de quanto a China tem autonomia de tecnologia e criatividade”, afirma o executuvo, reforçando que as empresas chinesas podem, sim, contribuir na área de alta tecnologia.
O custo consideravelmente mais baixo mostrou ao mercado que a IA não precisa necessariamente de chips caríssimos para rodar.
Um outro fator surpreendente da DeepSeek foi o curto tempo usado para desenvolver a tecnologia, dependendo exclusivamente de pesquisadores chineses.
Somado a isso, uma vantagem competitiva apresentada pela nova IA é o fato de que ela é open source (código aberto), o que a torna mais democrática e acessível.
O ChatGPT, em comparação, é bem mais “engessado” e não permite que os usuários vejam o mecanismo de funcionamento.
“A gente está acostumado com ChatGPT, que precisa pagar, é exclusivo, tem que rodar dentro da nuvem. Já com o DeepSeek, você consegue fazer download, fazer a customização. Acho que isso tem grande demanda no mercado”, comenta o vice-presidente do Bank of China.
Na visão de Sheng, os Estados Unidos continuam na vanguarda da inteligência artificial. Mas é preciso reconhecer a capacidade da China de fazer software e se destacar no mercado de tecnologia, além dos carros elétricos, painéis solares e baterias.
Com isso, o gigante asiático, que hoje vive uma crise econômica, ganha mais avenidas de crescimento.
Assista ao episódio completo clicando no player abaixo ou procure por “Touros e Ursos” na sua plataforma de áudio de preferência:
A questão Trump e a relação com o Brasil
Ao contrário do que se pensava, a gestão de Donald Trump não se mostrou tão agressiva na questão tarifária contra a China.
Ainda que seja bem difícil prever o que o presidente norte-americano fará nos próximos dias e meses, Sheng acredita que Trump percebeu que as negociações são melhores do que as imposições.
“Uma coisa que eu achei interessante do presidente Trump depois da posse foi que ele passou a ter uma postura muito mais de negociação. Ele não simplesmente fez aquela guerra de tarifa que ele falava durante sua campanha eleitoral e adotou uma postura muito mais conciliadora”, diz o convidado do podcast.
Os comentários de Sheng ao podcast Touros e Ursos foram feitas antes de a Casa Branca anunciar, na sexta-feira (31), a possibilidade de os EUA aplicarem tarifas de 10% contra a China.
Sobre o Brasil, o executivo disse que o País precisa ficar de olho, já que, quando o assunto é exportar para a China, os EUA são um concorrente, principalmente em commodities.
“Acho que o Brasil tem que acompanhar bem mais as negociações entre EUA e China, porque os EUA estão tomando frente e sendo bem proativoa”, comenta Sheng.
Na segunda parte do episódio, o convidado e os apresentadores Vinícius Pinheiro e Julia Wiltgen elegeram os touros (destaques positivos) e ursos (destaques negativos) da semana.
Entre os ursos, os títulos Tesouro IPCA+, a Weg (WEGE3), que também sofreu com o “efeito DeepSeek”, e a indústria de IA americana como um tudo.
Do lado dos touros, as bolsas de valores da China, o Ibovespa e a JBS (JBSS3).
China dá ‘palavra final’ aos EUA sobre taxas: a partir de agora, Trump será ignorado; Wall Street reage
Índices de NY operam em alta ao longo desta tarde
China bate de frente com Trump mais uma vez e mercados tremem — bancões vão segurar as pontas em Wall Street?
JP Morgan, Wells Fargo e Morgan Stanley reportaram resultados fortes no primeiro trimestre de 2025 e as ações estão em alta
Senta que lá vem mais tarifa: China retalia (de novo) e mercados reagem, em meio ao fogo cruzado
Por aqui, os investidores devem ficar com um olho no peixe e outro no gato, acompanhando os dados do IPCA e do IBC-Br, considerado a prévia do PIB nacional
O pior está por vir — e não é mais tarifa: o plano de Trump que pode expulsar as empresas chinesas da bolsa
Circula nos corredores da Casa Branca e do Congresso norte-americano um plano que pode azedar de vez a relação entre as duas maiores economias do mundo
Obrigado, Trump: China aumenta compra de soja brasileira e Santander vê uma empresa bem posicionada para se beneficiar da maior demanda
A guerra de tarifas entre China e Estados Unidos nem esfriou e as empresas asiáticas já começaram os pedidos de soja brasileira: 2,4 milhões de toneladas nesta primeira semana
Tarifa total de 145% dos EUA sobre a China volta a derrubar bolsas — Dow perde mais de 1 mil pontos e Ibovespa cai 1,13%; dólar sobe a R$ 5,8988
A euforia da sessão anterior deu lugar às incertezas provocadas pela guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo; Wall Street e B3 devolvem ganhos nesta quinta-feira (10)
Dia de ressaca na bolsa: Depois do rali com o recuo de Trump, Wall Street e Ibovespa se preparam para a inflação nos EUA
Passo atrás de Trump na guerra comercial animou os mercados na quarta-feira, mas investidores já começam a colocar os pés no chão
A trégua que todo mundo espera vem aí? Trump diz que não vê mais aumento de tarifas sobre a China
Presidente norte-americano afasta também a possibilidade de a guerra sair do campo comercial e escalar ainda mais
Nem a China vai conseguir parar os EUA: bancão de Wall Street revê previsão de recessão após trégua de Trump nas tarifas
Goldman Sachs volta atrás na previsão para a maior economia do mundo depois que o presidente norte-americano deu um alívio aos países que não retaliaram os EUA
Bitcoin (BTC) dispara e recupera patamar de US$ 82 mil — alívio nas tarifas reacende o mercado cripto
Após o presidente Donald Trump anunciar uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas, o bitcoin subiu 6,10% e puxou alta de todo o mercado de criptomoedas
Mercados disparam e dólar cai a R$ 5,84 com anúncio de Trump: presidente irá pausar por 90 dias tarifas de países que não retaliaram
Em sua conta na Truth Social, o presidente também anunciou que irá aumentar as tarifas contra China para 125%
Vale (VALE3) sente os efeitos das tarifas de Trump, mas ação da mineradora pode não sofrer tanto quanto parece
A companhia vem sentindo na pele efeitos da troca da guerra comercial entre EUA e China, mas o Itaú BBA ainda aposta no papel como opção para o investidor; entenda os motivos
Ivan Sant’Anna: Trumponomics e o impacto de um erro colossal
Tal como sempre acontece, o mercado percebeu imediatamente o tamanho da sandice e reagiu na mesma proporção
Tarifaço de Trump é como uma “mini Covid” para o mercado, diz CIO da TAG; veja onde investir e como se proteger neste cenário
No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, o sócio e CIO da TAG Investimentos, André Leite, fala sobre o impacto da guerra comercial nas empresas e como os próprios parlamentares do país tentam reverter a situação
Inteligência artificial autônoma abala modelos de negócios das big techs; Google é a que tem mais a perder, mas não é a única, diz Itaú BBA
Diante do desenvolvimento acelerado de agentes autônomos de inteligência artificial, as big techs já se mexem para não perder o bonde
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China
Olho por olho: como Trump escalou a guerra de tarifas com a China — e levou o troco de Xi Jinping
Os mais recentes capítulos dessa batalha são a tarifa total de 104% sobre produtos chineses importados pelos EUA e a resposta de Xi Jinping; o Seu Dinheiro conta como as duas maiores economias do mundo chegaram até aqui e o que pode acontecer agora
Nem Elon Musk escapou da fúria de Donald Trump: dono da Tesla vê fortuna cair abaixo dos US$ 300 bilhões, o menor nível desde 2024
Desde o pico, o patrimônio de Elon Musk encolheu cerca de 31%, com uma perda de US$ 135 bilhões em poucos meses
Javier Milei no fogo cruzado: guerra entre China e EUA coloca US$ 38 bilhões da Argentina em risco
Enquanto o governo argentino busca um novo pacote de resgate de US$ 20 bilhões com o FMI, chineses e norte-americanos disputam a linha de swap cambial de US$ 18 bilhões entre China e Argentina
Ação da Vale (VALE3) chega a cair mais de 5% e valor de mercado da mineradora vai ao menor nível em cinco anos
Temor de que a China cresça menos com as tarifas de 104% dos EUA e consuma menos minério de ferro afetou em cheio os papéis da companhia nesta terça-feira (8)