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Crise na China derruba bilheterias: Nem as telonas de cinema conseguiram bater de frente com a tempestade econômica no gigante asiático 

Em 2024, as bilheterias chinesas desabaram 23% em 2024 em comparação com o ano anterior, para uma arrecadação em torno de R$ 35,9 bilhões, de acordo com o China Film News

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5 de janeiro de 2025
17:48 - atualizado às 16:31
Imagem com bandeira da China e montagem representando a economia do país
China - Imagem: Shutterstock

A sala escura, o som envolvente e a promessa de uma fuga da realidade por algumas horas. Em tempos difíceis, o cinema sempre foi um refúgio acessível para milhões de pessoas ao redor do mundo. Mas, na China, nem mesmo a magia da sétima arte conseguiu resistir em 2024 à tempestade econômica que assola o país.

Em 2024, as bilheterias chinesas desabaram 23% em comparação com o ano anterior, para uma arrecadação de apenas 42,5 bilhões de yuans (algo em torno de R$ 35,9 bilhões), de acordo com o China Film News, um jornal oficial da Administração de Cinema da China. 

O montante ainda representa uma queda de 34% em relação a 2019 — o último grande ano para o cinema chinês antes da pandemia do novo coronavírus e de uma série de desafios econômicos.

O desempenho fraco nas receitas gerais das bilheterias também deveu-se ao número reduzido de lançamentos. 

Apenas 612 filmes foram produzidos em 2024, um tombo significativo frente aos 792 lançados em 2023. 

E, quando menos histórias chegam às telonas, menos pessoas têm motivos para sair de casa e comprar um ingresso.

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Não trata-se de uma questão única da China, no entanto. Esse cenário se repete globalmente, com a produção de filmes caindo 17% entre julho e setembro de 2024, de acordo com dados da ProdPro.

China: cinemas vazios, bolsos apertados 

A raiz do problema não está nas salas escuras, mas fora delas. 

A economia chinesa está atolada em uma crise imobiliária prolongada, com milhões de cidadãos vendo suas economias evaporarem conforme o mercado de imóveis — principal forma de investimento na China — desmorona. 

A confiança do consumidor está no nível mais baixo em anos, e o desemprego entre os jovens segue alarmante.

Nas grandes metrópoles chinesas, como Pequim e Xangai, a sensação de insegurança financeira é ainda mais evidente.

O consumo caiu drasticamente, e o entretenimento — mesmo algo relativamente acessível como um ingresso de cinema — passou a ser considerado um luxo dispensável.

Além disso, inúmeros espectadores decidiram trocar as salas de cinema pelas plataformas de streaming, em uma mudança catalisada pelas dificuldades econômicas vividas no país, segundo analistas da plataforma chinesa de dados de entretenimento Beacon Professional.

Um respiro temporário

Em uma tentativa de estancar a sangria, em 2024, a China Film Administration lançou um programa de subsídios para tentar impulsionar as fracas bilheterias. 

De acordo com a agência de notícias oficial Xinhua, vários bancos e plataformas de reservas online gastarão, juntos, cerca de 600 milhões de yuans (R$ 507 milhões) oferecendo ingressos com desconto e sorteios para aumentar o número de espectadores em 2025.

No entanto, na avaliação de especialistas, essas ações são, no máximo, um alívio temporário. 

*Este texto contou com o auxílio de ferramentas de inteligência artificial.

**Com informações da CNN e do Financial Times.

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