A redenção de Nova York: Powell envia sinal que traz alívio — momentâneo — para a bolsa apesar do efeito Trump
O presidente do Federal Reserve participou nesta sexta-feira (7) de evento promovido pela Universidade de Chicago e falou sobre as tarifas do novo governo e as implicações para a inflação e para os juros

Paul Volcker é o banqueiro central preferido de Jerome Powell, o atual presidente do Federal Reserve (Fed) — e não é à toa. Com as tarifas de Donald Trump batendo à porta do BC dos EUA, as lições deixadas por Volcker podem ser úteis agora.
Ele — que faleceu em 2019, aos 92 anos — ficou conhecido por combater agressivamente a inflação na década de 80, mas, como efeito colateral, lançou a economia norte-americana a uma recessão — que teve um desdobramento terrível para a América Latina, inclusive para o Brasil.
“Ninguém quer trabalhar em um banco central quando a inflação está elevada, mas todo mundo que comanda um banco central sabe o que fazer quando isso acontece. Volcker foi o cara que definiu os padrões dessas ações. Somos independentes não pelos bons ventos, mas pelos momentos mais difíceis e muito disso devemos a Volcker”, disse Powell em evento da Escola de Negócios da Universidade de Chicago.
Quase 44 anos se passaram daquele junho de 1981, quando Volcker elevou os juros a 20% nos EUA — algo sem precedentes na época — e é Powell que se vê em uma encruzilhada (não tão grande quanto a de Volcker, verdade seja dita).
De um lado, ele tem as políticas de Trump que ameaçam alimentar uma inflação que custou para esfriar desde a reabertura da pandemia de covid-19. De outro, a economia dos EUA dá os primeiros sinais de desaceleração.
“Todo mundo está prevendo a inflação das tarifas. Neste momento, ainda não sabemos de verdade o que vai acontecer. Teremos que esperar para ver. O que importa é o longo prazo da inflação e o quanto esses efeitos persistirão”, afirmou Powell.
Leia Também
- VEJA MAIS: As principais decisões de Trump em seus primeiros 100 dias na Casa Branca
Juros em compasso de espera (de Trump)
No discurso de hoje, Powell voltou a repetir que não há pressa para o ajuste dos juros diante de tantas fontes de incertezas, especialmente aquelas ligadas às políticas tarifárias, de imigração e de corte de impostos de Trump.
“Olhando para o futuro, a nova administração está em processo de implementação de mudanças políticas significativas em quatro áreas distintas: comércio, imigração, política fiscal e regulamentação. É o efeito líquido dessas mudanças políticas que importará para a economia e para o caminho da política monetária”, disse.
“Embora tenha havido desenvolvimentos recentes em algumas dessas áreas, especialmente na política comercial, a incerteza em torno das mudanças e seus prováveis efeitos permanece alta”, afirmou.
“À medida que analisamos as informações recebidas, estamos focados em separar o sinal do ruído conforme a perspectiva evolui. Não precisamos ter pressa e estamos bem posicionados para esperar por maior clareza”, acrescentou.
ONDE INVESTIR EM MARÇO: Ações, criptomoedas, pagadoras de dividendos, FIIs e BDRs para este mês
O que Powell disse que fez a bolsa subir
O dia começou difícil em Wall Street: o Dow Jones chegou a recuar mais de 300 pontos em meio aos temores do que o tarifaço de Trump pode provocar na economia norte-americana.
Mas Powell ajudou os principais índices da bolsa de Nova York a inverterem o sinal e operarem no azul depois que disse que as políticas do primeiro mandato do republicano forçaram o Fed a cortar os juros.
“No primeiro governo Trump tivemos cortes de impostos, aumento de tarifas e queda na imigração. Na época, cortamos os juros porque o crescimento desacelerou muito”, disse ele, acrescentando que “não se trata simplesmente do que acontece com as tarifas, mas sim com a economia norte-americana”.
O mercado precifica três cortes de juros em 2025 — de 0,25 ponto percentual (pp) cada — a começar em maio ou junho. Até então, o mercado previa apenas uma redução. As projeções do Fed, que serão atualizadas neste mês, indicam dois cortes este ano.
O banco central norte-americano se reúne novamente nos dias 18 e 19 de março. Neste encontro não está previsto, pelo menos até o momento, qualquer afrouxamento monetário.
Ainda assim, o ímpeto que Wall Street recebeu de Powell não deve ser suficiente para garantir ganhos semanais — a bolsa por lá caminha para ter a pior semana desde setembro de 2024 por conta a preocupação como o futuro da economia em meio ao tarifaço de Trump.
Não teve easter egg, mas tem prazo: Trump espera acordo entre Rússia e Ucrânia nesta semana
Presidente norte-americano não forneceu detalhes, mas disse que os dois lados envolvidos na guerra no leste da Europa devem anunciar avanços em breve
Acabou a brincadeira: China faz alerta contundente aos países que fizerem acordo com Trump
Enquanto isso, Pequim tenta usar a Coreia do Sul para triangular exportações e escapar dos efeitos das tarifas norte-americanas
A bolsa de Nova York sangra: Dow Jones cai quase 1 mil pontos e S&P 500 e Nasdaq recuam mais de 2%; saiba o que derrubou Wall Street
No mercado de câmbio, o dólar perde força com relação a outras moedas, atingindo o menor nível desde março de 2022
A última ameaça: dólar vai ao menor nível desde 2022 e a culpa é de Donald Trump
Na contramão, várias das moedas fortes sobem. O euro, por exemplo, se valoriza 1,3% em relação ao dólar na manhã desta segunda-feira (21)
Como declarar fiagros e fundos imobiliários (FIIs) no imposto de renda 2025
Fundos imobiliários e fiagros têm cotas negociadas em bolsa, sendo tributados e declarados de formas bem parecidas
Adeus ao papa Francisco: o que você precisa saber sobre o legado, a reação internacional e o que acontece agora
O Seu Dinheiro destacou os principais pontos da liderança do pontífice argentino nos 12 anos à frente da igreja católica e também resumo as vitórias e polêmicas do período
Agenda econômica: é dada a largada dos balanços do 1T25; CMN, IPCA-15, Livro Bege e FMI também agitam o mercado
Semana pós-feriadão traz agenda carregada, com direito a balanço da Vale (VALE3), prévia da inflação brasileira e reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN)
Nvidia cai mais de 6% com ‘bloqueio’ de Trump em vendas de chips para China e analista prefere ação de ‘concorrente’ para investir agora; entenda
Enquanto a Nvidia sofre com as sanções de Donald Trump, presidente americano, sobre a China, outra ação de inteligência artificial está se destacando positivamente
A coisa está feia: poucas vezes nas últimas décadas os gestores estiveram com tanto medo pelo futuro da economia, segundo o BofA
Segundo um relatório do Bank of America (BofA), 42% dos gestores globais enxergam a possibilidade de uma recessão global
O que aconteceu com a fortuna dos maiores bilionários chineses com Trump ‘tocando o terror’ nas tarifas contra o gigante asiático?
Com a guerra comercial que está acontecendo entre China e EUA, os bilionários norte-americanos já perderam quase meio trilhão de dólares somados. Nesse cenário, como estão os ricaços chineses?
Sol sem clichê: 4 destinos alternativos para curtir o verão no Hemisfério Norte
De Guadalajara a Montreal, quatro cidades surpreendentes para quem quer fugir do lugar comum com charme e originalidade no verão do Hemisfério Norte
Dubai além do excesso: o hiper luxo refinado do Atlantis The Royal
Mais que um hotel, o Atlantis The Royal em Dubai encena o novo capítulo do luxo: exclusivo, milimetricamente curado e com vista panorâmica para o exagero elegante
Ainda há espaço no rali das incorporadoras? Esta ação de construtora tem sido subestimada e deve pagar bons dividendos em 2025
Esta empresa beneficiada pelo Minha Casa Minha Vida deve ter um dividend yield de 13% em 2025, podendo chegar a 20%
Google teve semana de más notícias nos EUA e Reino Unido; o que esperar da próxima semana, quando sai seu balanço
Nos EUA, juíza alega que rede de anúncios digitais do Google é monopólio ilegal; no Reino Unido, empresa enfrenta ação coletiva de até 5 bilhões de libras por abuso em publicidade
Inteligência artificial e Elon Musk podem manchar a imagem das empresas? Pesquisa revela os maiores riscos à reputação em 2025
A pesquisa Reputation Risk Index mostrou que os atuais riscos à reputação das empresas devem aumentar no decorrer deste ano
Lula é reprovado por 59% e aprovado por 37% dos paulistas, aponta pesquisa Futura Inteligência
A condição econômica do país é vista como péssima para a maioria dos eleitores de São Paulo (65,1%), com destaque pouco satisfatório para o combate à alta dos preços e a criação de empregos
Os cinco bilionários que mais perderam dinheiro neste ano em meio ao novo governo Trump – e o que mais aumentou sua fortuna
O ano não tem sido fácil nem para os ricaços; a oscilação do mercado tem sido fortemente influenciada pelas decisões do novo governo Trump, em especial o tarifaço global proposto por ele
Powell na mira de Trump: ameaça de demissão preocupa analistas, mas saída do presidente do Fed pode ser mais difícil do que o republicano imagina
As ameaças de Donald Trump contra Jerome Powell adicionam pressão ao mercado, mas a demissão do presidente do Fed pode levar a uma longa batalha judicial
Para maestro, sucesso da Buena Vista é fidelidade ao original: “Tocamos a música como foi feita”
Em meio a sucesso de 23 shows no Brasil, Jesus “Aguaje” Ramos falou com Seu Dinheiro sobre o papel da orquestra na manutenção da tradição da música cubana
Você está demitido: Donald Trump segue empenhado na justa causa de Jerome Powell
Diferente do reality “O Aprendiz”, o republicano vai precisar de um esforço adicional para remover o presidente do Fed do cargo antes do fim do mandato