Como declarar recursos e investimentos no exterior como pessoa física no imposto de renda 2025
Tem imóvel na Flórida? Investe por meio de uma corretora gringa? Bens e rendimentos no exterior também precisam ser informados na declaração de imposto de renda; veja como

Quem investe no exterior também precisa informar seus bens e rendimentos lá fora na declaração de imposto de renda brasileira. Nesta matéria, nós vamos ver como declarar investimentos no exterior no imposto de renda 2025 no caso de quem investe como pessoa física ou optou por declarar sua offshore como transparente.
A tributação de investimentos no exterior passou por mudanças em 2023, inicialmente por meio de uma Medida Provisória e, posteriormente, com a aprovação da Lei nº 14.754/2023.
Algumas das mudanças introduzidas por essa legislação já passaram a valer na declaração de imposto de renda de 2024, que foi uma espécie de transição entre as regras antigas e novas. Mas é no IR 2025 que todas as novas regras de tributação de investimentos no exterior passam de fato a vigorar.
Vale lembrar ainda que o simples fato de ter recebido do exterior rendimentos de aplicações financeiras, lucros e dividendos em 2024 já obriga o contribuinte a entregar a declaração de imposto de renda 2025. Confira todas as regras de obrigatoriedade da declaração deste ano.
- VEJA MAIS: Como declarar os seus investimentos? Guia gratuito do Seu Dinheiro ensina como acertar as contas com o Leão
O que mudou na tributação dos investimentos no exterior da pessoa física
Na declaração de imposto de renda do ano passado, os investidores que tinham ativos no exterior em 2023 puderam se valer do benefício de atualizar o custo de aquisição dos seus investimentos na declaração, pagando, sobre a valorização, uma alíquota reduzida de IR no valor de 8%.
A partir do IR 2025, no entanto, todos os rendimentos advindos de investimentos financeiros no exterior, incluindo a variação cambial positiva, serão tributados anualmente, apenas na época da declaração, a uma alíquota única de 15%, sem qualquer faixa de isenção.
Leia Também
Anteriormente, a tributação era mensal e progressiva, e as alíquotas variavam de acordo com o valor recebido e a natureza do rendimento.
Se era considerado ganho de capital, ficava sujeito ao recolhimento via GCAP e contava com um limite de isenção que podia ser equivalente a R$ 35 mil ou R$ 20 mil, a depender do tipo de ativo; se era considerado renda tributável sujeita ao ajuste anual, ficava sujeito ao recolhimento via carnê-leão e à faixa isenção da tabela progressiva do IR, a mesma que incide sobre os salários.
A exceção para a nova regra de tributação de investimentos no exterior são os lucros com as vendas de bens que não se enquadrem na categoria de aplicação financeira, como os imóveis no exterior ou moeda estrangeira em espécie acima do equivalente a US$ 5 mil no ano.
Nesses casos, a tributação antiga permanece: o lucro é considerado ganho de capital, podendo ser tributado a uma alíquota de 15% a 22,5% a depender do valor do rendimento, e o recolhimento do IR deve ser feito via DARF pelo contribuinte até o último dia útil do mês seguinte ao da venda do ativo.
A geração do DARF pode ser feita por meio do programa GCAP do ano em que o rendimento foi recebido ou do programa Sicalc, código 4600, quando houver necessidade de incluir multa e juros de mora por atraso no pagamento.
Na hora de preencher a declaração, basta importar o demonstrativo do GCAP para o programa, na Aba Ganhos de Capital.
Outra regra que permaneceu é a possibilidade de compensar o imposto de renda já pago no exterior quando o investimento se localizar num país que tenha acordo de não bitributação com o Brasil, como é o caso dos Estados Unidos.
- VEJA TAMBÉM: Conheça o Guia do Imposto de Renda 2025, do Seu Dinheiro, e veja uma forma descomplicada de fazer a sua declaração
Tributação da variação cambial e compensação de prejuízos
Há mais duas regras importantes que passaram a valer para os rendimentos recebidos no ano passado e na declaração deste ano.
A primeira é a tributação de toda variação cambial positiva, mesmo quando os recursos tiverem origem no exterior, caso em que antes a valorização da moeda estrangeira ficava isenta.
Isso vale tanto para os investimentos financeiros, sujeitos às novas regras, quanto para aqueles ativos que não são considerados investimentos financeiros e que permanecem tributados como ganho de capital, caso das vendas de imóveis e moeda estrangeira em espécie acima de US$ 5 mil por ano.
Agora, a variação cambial só não será tributada caso decorra de depósitos em contas ou cartões não remunerados, mantidos por instituições financeiras no exterior reconhecidas e autorizadas a funcionar pela autoridade monetária dos países em que estiverem situadas. É o caso, por exemplo, das contas em moeda estrangeira, como Nomad e Wise.
A segunda mudança é a possibilidade de compensar prejuízos em aplicações financeiras no exterior com lucros gerados por aplicações lá fora, como já acontece com alguns investimentos no Brasil.
Diferentemente da compensação do imposto já pago no exterior, que só poderá ser compensado no mesmo ano, os prejuízos não vão prescrever, e aqueles que não forem compensados num ano poderão ser levados para os anos posteriores.
Esmiuçamos as mudanças nas regras de tributação de investimentos no exterior nesta outra matéria.
Todas essas novidades modificam a forma de recolher o imposto de renda sobre os rendimentos de investimentos no exterior e de informá-los na declaração. É o que veremos a seguir.
Como declarar investimentos no exterior como pessoa física no imposto de renda 2025
Vamos começar pela maneira de declarar os bens que a pessoa física detém lá fora, como imóveis, ações e outros investimentos.
Na ficha de Bens e Direitos, o bem deve entrar de acordo com o código correspondente ao tipo de ativo. Na maioria dos casos — como imóveis, bens móveis (veículos, joias, obras de arte etc.), participações societárias (ações, participação em holding etc.), aplicações em títulos de renda fixa, criptoativos e depósito em conta-corrente —, você deverá escolher o código do ativo e o país do investimento no campo “Localização (país)”.
A exceção são os fundos de investimento (grupo 07 - Fundos, da ficha de Bens e Direitos). Os códigos especificando o tipo de fundo são exclusivos para fundos localizados no Brasil. Fundos localizados no exterior devem obrigatoriamente ser declarados sob o código 99 - Fundos de Investimento no Exterior - Lei 14.754/2023, arts. 2º a 14, independentemente de serem, por exemplo, fundos de renda fixa, ações, REITs (fundos imobiliários) ou ETFs.
- LEIA MAIS: A Receita Federal atualizou as regras para a declaração em 2025 — veja todas as mudanças no Guia do Imposto de Renda
Você irá notar também que não é possível escolher outro país que não o Brasil nos códigos referentes a outros tipos de ativos que são "jabuticabas", como a caderneta de poupança e os títulos de renda fixa isentos de IR.
A prestação das demais informações deve seguir as mesmas regras da declaração de bens localizados no Brasil. Por exemplo, imóveis devem ser declarados pelo seu custo de aquisição, que só pode ser alterado quando forem feitas reformas/benfeitorias comprováveis mediante documentação. Seu valor não deve ser atualizado pelo valor de mercado.
Aplicações financeiras também devem ser declaradas pelo valor investido, que só pode ser alterado quando houver novos aportes/compras ou resgates/vendas parciais. Para ativos de bolsa, por exemplo, pode ser necessário calcular o custo médio de aquisição.
As seguintes reportagens sobre declaração de investimentos no Brasil podem te ajudar a declarar os ativos mais comuns no exterior:
- Como declarar imóveis
- Como declarar ações
- Como declarar fundos de investimento
- Como declarar renda fixa
Já a posição em moeda estrangeira em espécie precisa ser declarada quando seu saldo ultrapassar o equivalente a R$ 140 em 31/12/2023. O grupo, neste caso, é o 06 - Depósito à vista e numerário, código 11 - Dinheiro em espécie - moeda estrangeira.
Depósitos em conta-corrente no exterior devem ser declarados no grupo 06 - Depósito à vista e numerário, código 01 - Depósito em conta corrente ou conta pagamento. Em seguida, escolha o país onde se localiza a sua conta.
Entram aqui inclusive os valores depositados naquelas contas em moeda estrangeira oferecidas por fintechs como Wise e Nomad.
Em todos os casos citados, os saldos nos campos "Situação em 31/12/2023" e "Situação em 31/12/2024" devem ser informados em reais, segundo o câmbio de compra do Banco Central (taxa de câmbio PTAX de compra) em cada data.
No site do Banco Central há uma ferramenta que permite ao usuário verificar as cotações PTAX de compra e venda das moedas em cada data.
A variação cambial sobre o valor depositado em contas não remuneradas no exterior continua não sendo tributável, como já foi dito anteriormente, mas deve ser informada, em reais, na ficha de Rendimentos Isentos e Não Tributáveis, sob o código 99 - Outros.
- SAIBA MAIS: Comprou criptomoedas em 2024? Baixe o Guia do Imposto de Renda 2025 e veja como declarar seus investimentos
Como tributar e declarar rendimentos recebidos do exterior em 2024
Diferentemente do que ocorre com os investimentos financeiros localizados no Brasil, os rendimentos gerados por investimentos financeiros no exterior não devem ser informados em nenhuma das fichas de rendimentos da declaração.
O investidor também não precisa mais utilizar a coluna Exterior da ficha de Rendimentos Tributáveis Recebidos de PF/Exterior nesses casos, uma vez que para investimentos feitos diretamente lá fora não se usa mais o carnê-leão.
Rendimentos gerados por aplicações financeiras no exterior devem ser informados diretamente na ficha de Bens e Direitos, o que inclui eventuais prejuízos, explica Pedro Bresciani, sócio do Utumi Advogados.
Para cada ativo aberto na ficha de Bens e Direitos, o investidor deverá somar os rendimentos recebidos no ano passado (por exemplo, dividendos, juros distribuídos, lucro com a venda do ativo) e subtrair os eventuais prejuízos ao longo do ano com a venda do mesmo ativo, se houver.
Por exemplo, no caso de ações de uma determinada empresa, o investidor deverá somar os dividendos recebidos e eventuais lucros com vendas desses papéis e subtrair eventuais prejuízos com vendas de ações desta mesma empresa.
O resultado líquido dessa conta deverá ser informado no campo "Lucro ou Prejuízo" da seção "Aplicação Financeira", com sinal positivo, caso se trate de lucro, ou negativo, caso se trate de prejuízo.
No campo "Imposto pago no Exterior" desta mesma seção, informe o imposto que você já pagou lá fora, para compensá-lo da tributação devida no Brasil.
Segundo Bresciani, a seção "Lucros e Dividendos" só deve ser utilizada quando o ativo for participação societária numa empresa da qual o contribuinte seja controlador — ou seja, uma offshore. Não é o caso do investimento direto, como pessoa física, em aplicações financeiras lá fora, como ações e bonds.
Após prestadas essas informações, o próprio programa da declaração irá calcular o IR devido sobre todos os seus investimentos no exterior e compensar o imposto já pago lá fora.
Se ainda houver imposto a pagar após essa compensação, ele será incluído no seu imposto devido no ano. Em outras palavras, será abatido da sua restituição ou integrará o seu IR a pagar no ajuste anual.
Assim, se ao final do preenchimento da declaração você tiver imposto a pagar, o eventual IR devido sobre rendimentos no exterior integrará o mesmo DARF.
Outra declaração!
Contribuintes que tenham mais de US$ 1 milhão em ativos no exterior também são obrigados a preencher um documento do Banco Central chamado Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior. A entrega deste documento deve ter sido realizada até 5 de abril. A multa pelo não envio pode chegar a 5% do valor a ser declarado.
Nubank (ROXO34) recebe autorização para iniciar operações bancárias no México
O banco digital iniciou sua estratégia de expansão no mercado mexicano em 2019 e já conta com mais de 10 milhões de clientes por lá
Vale (VALE3) volta ao azul no primeiro trimestre de 2025, mas tem lucro 17% menor na comparação anual; confira os números da mineradora
A mineradora explica que os maiores volumes de vendas e custos menores, combinados com o melhor desempenho da Vale Base Metals, compensaram parcialmente o impacto dos preços mais baixos de minério e níquel
E agora, Trump? A cutucada da China que pode reacender a guerra comercial
Em meio à sinalização do presidente norte-americano de que uma trégua está próxima, é Pequim que estica as cordas do conflito tarifário dessa vez
Copel (CPLE6) vai distribuir R$ 1,25 bilhão em dividendos; confira quando essa bolada vai pingar na conta e quem mais paga
A maior fatia dos proventos é da Copel, referentes a proventos adicionais, enquanto a Magazine Luiza distribui proventos referentes ao lucro de 2024
Dividendos extraordinários estão fora do horizonte da Petrobras (PETR4) com resultados de 2025, diz Bradesco BBI
Preço-alvo da ação da petroleira foi reduzido nas estimativas do banco, mas recomendação de compra foi mantida
Bradesco dispara em ranking do Banco Central de reclamações contra bancos; Inter e PagSeguro fecham o pódio. Veja as principais queixas
O Bradesco saiu da sétima posição ao fim de 2024 para o primeiro colocado no começo deste ano, ao somar 7.647 reclamações procedentes. Já Inter e PagSeguro figuram no pódio há muitos trimestres
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
Gestora controlada por Verde Asset, de Luis Stuhlberger, tenta captar R$ 400 milhões com primeiro fundo imobiliário
FII Verde A&I Cedro Portfolio Renda é o nome do novo fundo imobiliário a ser lançado por Stuhlberger.
Por que o ouro se tornou o porto seguro preferido dos investidores ante a liquidação dos títulos do Tesouro americano e do dólar?
Perda de credibilidade dos ativos americanos e proteção contra a inflação levam o ouro a se destacar neste início de ano
Vigilantes do Peso sucumbe à concorrência do Ozempic e pede recuperação judicial nos Estados Unidos
Ícone das dietas fundado na década de 1960 é vítima do espírito do tempo e se viu obrigada a reestruturar dívida com credores, em meio a um passivo de US$ 1,5 bilhão
Fim da linha para o dólar? Moeda ainda tem muito a cair, diz economista-chefe do Goldman Sachs
Desvalorização pode vir da relutância dos investidores em se exporem a investimentos dos EUA diante da guerra comercial com a China e das incertezas tarifárias, segundo Jan Hatzius
Lucro líquido da Usiminas (USIM5) sobe 9 vezes no 1T25; então por que as ações chegaram a cair 6% hoje?
Empresa entregou bons resultados, com receita maior, margens melhores e lucro alto, mas a dívida disparou 46% e não agradou investidores que veem juros altos como um detrator para os resultados futuros
O que está derrubando Wall Street não é a fuga de investidores estrangeiros — o JP Morgan identifica os responsáveis
Queda de Wall Street teria sido motivada pela redução da exposição dos fundos de hedge às ações disponíveis no mercado dos EUA
CCR agora é Motiva (MOTV3): empresa troca de nome e de ticker na bolsa e anuncia pagamento de R$ 320 milhões em dividendos
Novo código e nome passam a valer na B3 a partir de 2 de maio
Azul (AZUL4) capta R$ 1,66 bilhão em oferta de ações e avança na reestruturação financeira
Oferta da aérea visa também a melhorar a estrutura de capital, aumentar a liquidez das ações e equitizar dívidas, além de incluir bônus de subscrição aos acionistas
Fraude bilionária no INSS: AGU cria grupo para recuperar dinheiro de aposentados e pensionistas; veja o que fazer se você foi vítima
Esquema descoberto pela Polícia Federal desviou cerca de R$ 6,3 bilhões ao longo dos anos; presidente do órgão foi demitido por Lula.
OPA do Carrefour (CRFB3): com saída de Península e GIC do negócio, o que fazer com as ações?
Analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro indicam qual a melhor estratégia para os pequenos acionistas — e até uma ação alternativa para comprar com os recursos
COP30: ‘Se o governo Trump não atrapalhar, já é lucro’, diz secretário executivo do Observatório do Clima
Em uma conversa com o Seu Dinheiro, Marcio Astrini analisa o contexto geopolítico atual e alerta investidores sobre os riscos climáticos que já impactam a economia
Listas e mais listas: o que os rankings gastronômicos revelam sobre a nova economia da comida
Muito além do hype, listas dão visibilidade, investimento e projeção, por vezes global, a empreendimentos gastronômicos