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Bia Azevedo

Bia Azevedo

Jornalista pela Universidade de São Paulo (USP), já trabalhou como coordenadora e editora de conteúdo das redes sociais do Seu Dinheiro e Money Times. Além disso, é pós-graduanda em comunicação digital de business intelligence pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Para contato, enviar no e-mail beatriz.azevedo@seudinheiro.com.

DE OLHO NAS REDES

Liberdade ou censura? Até que ponto as redes sociais devem “deixar rolar”: uma discussão sobre Tigrinho, ódio e mentiras

Até que ponto o discurso em nome da liberdade de expressão se tornou uma forma das big techs tirarem as responsabilidades de si mesmas?

Bia Azevedo
Bia Azevedo
16 de fevereiro de 2025
8:00 - atualizado às 7:22
Zuckerberg, Tigrinho e X

Já adianto que este texto terá mais perguntas do que respostas. Afinal, quem é que consegue responder pela liberdade ou falta dela? Certamente não eu. 

Talvez seja por isso que muitos tentam se eximir de responsabilidades evocando esse nome — alô, Mark Zuckerberg e Elon Musk. 

E o tema de hoje é exatamente esse: até que ponto o discurso em nome da liberdade de expressão se tornou uma forma de as empresas donas das redes sociais “tirarem o corpo fora” das grandes discussões do nosso tempo, jogando a responsabilidade no colo dos usuários? 

E mais: por que essa parece ser a estratégia mais certeira para as grandes redes sociais agora, se alguns anos atrás as coisas pareciam caminhar justamente para o sentido contrário, de cada vez mais moderação?  

Se nem os Estados-Nação encontraram um jeito eficiente para administrar o que acontece dentro dos seus territórios, como uma empresa pode conseguir? Qual é o real papel dessas grandes figuras — Zuckerberg, Musk, Dorsey etc. — no cenário geopolítico global hoje?

O maior usuário inexistente da história do Twitter 

Para começar, trago o caso mais emblemático sobre o tema: o banimento do então quase-ex-presidente dos Estados Unidos do Twitter (agora, X) por instigar uma multidão violenta a invadir o Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. 

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Eu não preciso te contar os detalhes, você sabe o que aconteceu. 

O que quero contar são os bastidores: como a rede social tomou a decisão sem precedentes de bloquear a conta de Donald Trump? Quais foram os impactos disso para a rede?

O que cito a seguir, bem resumidamente, faz parte do livro “Limite de Caracteres: como Elon Musk Destruiu o Twitter”, de Kate Conger e Ryan Mac, jornalistas do New York Times. 

Quando as eleições de 2020 deram vitória a Joe Biden sobre Trump, altos executivos do Twitter largaram tudo para acompanhar de perto a conta do republicano, que já vinha infringindo as regras da comunidade. 

Começa a invasão. 

Enquanto os apoiadores saqueavam a sede do poder legislativo federal dos EUA, Trump colocava lenha na fogueira, primeiro com um discurso, depois pelo Twitter. 

A intervenção da empresa começou com a rotulagem dos tweets. Quando ficou claro que isso não iria adiantar nada, alguns executivos seniores decidiram que seria a hora de bani-lo.

Coube à Vijaya Gadde — então consultora geral e chefe de assuntos jurídicos, políticos e de confiança no Twitter — falar com o CEO à época: Jack Dorsey, que resistia à ideia de restringir Trump. Ele, um esotérico que acompanhava a violência de um chalé particular de luxo em uma ilha distante, aquiesceu. 

A sensação descrita por um dos executivos envolvidos foi: “como se eu tivesse construído um robô de brinquedo, que depois destruiu o mundo”. 

Logo depois, a conta @realDonaldTrump aparecia como usuário inexistente a quem a buscasse. Conta suspensa. 

Liberdade ou censura

Hoje Trump está de volta, e o Twitter agora responde por outro nome e a outro dono. Desde então, as coisas mudaram na plataforma, e a cena da decisão do banimento do presidente dos EUA parece até ficção de tão improvável hoje em dia. 

No X, Donald Trump não precisa de papas na língua — nem ele, nem ninguém. Mas isso é realmente liberdade? 

“Liberdade de expressão, nesse contexto, é um eufemismo para liberdade de engajamento”, defendem uma série de especialistas em redes sociais em um artigo na página Contente.Vc. 

Tanto é que, quando Trump foi banido do Twitter, uma das maiores preocupações dos executivos foi justamente o impacto disso nos números de usuários ativos na rede social, que já enfrentava pressão de Wall Street por ser considerada praticamente obsoleta. 

Remover Trump significava remover todo o gráfico de interações dele, que era parte significativa do gráfico total do Twitter. 

Ou seja, ao empregar o discurso de liberdade total e se esquivar das responsabilidades sobre isso, as big techs criam o ambiente dos sonhos para uma rede social de sucesso em números. E por isso o discurso de liberdade de expressão parece uma boa forma de legitimar isso. 

Até porque, nada mais perfeito para legitimar uma “causa”, em um momento no qual o discurso parece cada vez mais a representação de opostos políticos. 

“Liberdade de expressão. Até mesmo a expressão em si ganhou, tristemente, um teor partidário tribal. A discussão se resume a ‘diga o que você quiser’ contra ‘leve em consideração o que os outros sentem’”, argumenta a consagrada autora nigeriana, Chimamanda Ngozi Adichie

Para ela, o único remédio para o mau discurso, é mais discurso. Mas isso não significa que qualquer pessoa deveria poder sair dizendo o que quiser por aí. 

“O absolutismo na liberdade de expressão só seria adequado em um mundo teórico habitado por ideias animadas, não seres humanos”, escreve em um artigo para a revista Quatro Cinco Um. 

Tigrinho e o que fazemos com o resto? 

Enquanto as coisas caminham para rolarem cada vez mais soltas no ambiente das redes sociais, não apenas os discursos de ódio e mentiras ganham espaço para florescer, mas também outros fenômenos, como as apostas online, englobadas em um único termo: Tigrinho.

Há algumas semanas, uma reportagem da Piauí viralizou ao mostrar a relação entre os influenciadores digitais e as casas de apostas pela internet. 

O que mais revoltou os internautas foi a revelação sobre a influenciadora Virgínia, que ganha 30% do dinheiro que as pessoas influenciadas por ela a jogar perdem nessas plataformas. 

Minha questão sobre isso é: até que ponto as plataformas de redes sociais devem permitir essas práticas? Seria o momento de regulamentar a profissão de influenciador digital? 

Afinal, essas pessoas acumulam milhões de seguidores fazendo/dizendo qualquer coisa. Quem pode limitar a Virgínia propagando o Tigrinho dançando uma música que exalta as apostas na letra? 

Enquanto isso, a responsabilidade está mesmo com você

O ambiente das redes caminha cada vez mais para jogar a responsabilidade pela moderação do conteúdo no colo dos usuários. Por isso, cresce também a necessidade de debatermos o nosso papel enquanto usuários das redes. 

De que adianta reclamar da Virgínia se continuamos dando palco para ela e tantos outros influenciadores que adotam práticas semelhantes? Também cabe a nós selecionar quem seguir, a quem dar ouvidos e com quem engajar.

Por isso, fica o convite para você seguir o Seu Dinheiro nas redes, onde diariamente publicamos uma série de conteúdos responsáveis sobre o universo dos investimentos. 

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Bom domingo e até a próxima!

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