🔴 +30 RECOMENDAÇÕES DE ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – VEJA AQUI

Maria Carolina Abe

Maria Carolina Abe

É jornalista formada pela ECA-USP, com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais para Jornalistas pela B3. Tem mais de 25 anos de experiência e passagem pelas principais redações do país - entre elas, Estadão, Folha, UOL e CNN Brasil. Atualmente, é editora de Empresas no Seu Dinheiro.

QUER PAGAR QUANTO?

Por que a Stone vendeu a Linx por menos da metade do preço que pagou por ela em 2020

Entenda por que houve uma mudança de valor tão grande na empresa de tecnologia e quais as consequências para as três companhias envolvidas

Maria Carolina Abe
Maria Carolina Abe
22 de julho de 2025
14:26 - atualizado às 9:02
Linx
Imagem: Shutterstok

A empresa de maquininhas Stone ganhou uma concorrência acirrada em 2020 e comprou a empresa de tecnologia Linx por R$ 6,7 bilhões. Mas o negócio não saiu como esperado, e a Stone acabou decidindo revender a Linx, agora para a Totvs (TOTS3), por R$ 3,05 bilhões.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Se você reparar bem nos valores, tem algo estranho nessa equação, que contraria a lógica do mundo dos negócios. A Stone vendeu a Linx por menos de metade do que pagou por ela cinco anos atrás. Não deveria ser o contrário?

Afinal, o que explica esse “desconto” na hora de passar a Linx para frente? Será que houve um erro de avaliação na época em que a Stone fez o cheque de R$ 6,7 bi? E quais são as consequências agora para as três companhias — Stone, Linx e Totvs?

O Seu Dinheiro ouviu alguns gestores e analistas de mercado para tentar explicar. Confira a seguir.

Afinal, por que mudou tanto o valor da Linx?

Para entender um pouco por que a Stone acabou desembolsando um valor tão alto em 2020, é preciso lembrar do contexto, aponta Marcos Camilo, CEO da Pulse Capital.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em primeiro lugar, naquele ano, o lockdown da pandemia havia impulsionado a transformação digital, aumentando muito a demanda por digitalização e deixando o mercado de tecnologia superaquecido. E a Linx é uma empresa desse segmento.

Leia Também

  • VEJA TAMBÉM: O que você precisa saber para investir agora? O Touros e Ursos, podcast do Seu Dinheiro, convida os principais especialistas do mercado para dar o veredito; assista aqui

Além disso, o mercado de capitais também estava muito aquecido, com taxas de juros em níveis historicamente baixos no Brasil e no mundo, governos imprimindo muito dinheiro e forte liquidez. 

“Nesta época, teve muito deal inflacionado, sobretudo no mercado de tecnologia. Agora o mercado está se ajustando ao pós-pandemia e os valuations estão voltando aos parâmetros mais técnicos”, avalia Camilo.

E não é só isso. Vale lembrar também que, naquele momento, havia uma série de empresas querendo levar a Linx — inclusive a própria Totvs fez propostas altas. “A Stone fez uma proposta agressiva para levar. Faz parte.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Houve uma falha de avaliação da Stone?

Para Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital, “é razoável” dizer, sim, que houve uma falha de avaliação por parte da Stone. 

“A empresa apostou numa expansão agressiva para além do seu core em adquirência, num momento em que o mercado valorizava crescimento e plataformas integradas. No entanto, a execução falhou. A integração entre os sistemas foi mais difícil do que o previsto, as sinergias prometidas não se realizaram plenamente, e o ambiente macroeconômico virou contra o modelo de negócio”, afirma Belitardo.

“O valuation pago foi elevado, num momento de múltiplos inflados pelo cenário de juros baixos e excesso de liquidez. A própria Stone reconheceu isso implicitamente ao realizar a venda com deságio expressivo”, conclui o gestor.

Caroline Sanchez, analista da Levante Inside Corp, pondera que “não foi um erro absoluto, mas uma expectativa que não se concretizou”, algo a que as empresas estão suscetíveis de acontecer.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Na época, a Stone apostou que a integração da Linx com o portfólio dela poderia trazer ganhos significativos de sinergia, especialmente no que diz respeito a aumentar a atuação no varejo, que é um mercado estratégico para eles”, explica a analista.

“Mas o que se viu foi um descompasso entre o que foi prometido e o que efetivamente foi alcançado. (...) Acho que a gente não pode chamar de erro, mas talvez uma avaliação excessivamente otimista dos benefícios dessa compra.”

Quais as consequências do acordo para Stone, Totvs e Linx?

Agora que o (novo) negócio está fechado, como ficam as três envolvidas?

Stone

Sanchez vê o movimento como positivo para a empresa, que conseguiu se desfazer de um ativo que não estava gerando o retorno esperado e agora pode focar nas suas operações principais. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Belitardo concorda com este ponto, e acrescenta que a Stone reduz sua complexidade operacional e libera caixa. Por outro lado, cristaliza um prejuízo contábil relevante, impactando sua credibilidade em M&A.

Linx

Para a Linx, sob nova direção, o cenário é de reestruturação e recuperação de competitividade. 

“A Totvs é líder em software de gestão no Brasil, tem sinergia clara com o core da Linx (varejo e meios de pagamento), além de know-how para integração. A tendência é que a Linx ganhe fôlego dentro de uma estrutura mais sólida e focada, com potencial de sinergias reais em canais de distribuição, base de clientes e desenvolvimento tecnológico”, segundo o gestor da Hike.

Para a analista da Levante, a Totvs tem uma presença geográfica e uma capacidade de atendimento que “pode fazer com que a Linx ganhe uma nova dimensão do mercado”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Totvs

Para a Totvs, o negócio foi estratégico, avalia Belitardo, pois fortalece seu braço de soluções para o varejo, amplia a base de clientes e integra novas verticais. “A aquisição foi feita a um preço atrativo, com potencial de retorno elevado se houver sucesso na integração. Consolida ainda mais sua posição como maior empresa de software corporativo da América Latina.”

Camilo concorda que a Totvs sai ganhando com o negócio, já que tem muitas sinergias de produtos e mercados com a Linx. 

“A Linx tem bons produtos de software para grandes redes de varejo, targets pouco explorados pela Totvs. E a Totvs agora terá também um forte canal para vender seus produtos via cadeia da Linx. A Totvs tem muitos produtos, comprou muitos negócios nos últimos anos e tem um portfólio grande para gerar receitas na rede da Linx. E a Linx tem um produto que a Totvs não tem.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
PRESSÃO DO MAGALU

“Selic em 15% não tem cabimento”, diz Luiza Trajano. Presidente e CEO do Magazine Luiza (MGLU3) criticam travas ao varejo com juros nas alturas

8 de dezembro de 2025 - 13:02

Em evento com jornalistas nesta segunda-feira (8), a empresária Luiza Trajano voltou a pressionar pela queda da Selic, enquanto o CEO Frederico Trajano revelou as perspectivas para os juros e para a economia em 2026

ESPAÇO PARA ALTA

IRB (IRBR3) dispara na bolsa após JP Morgan indicar as ações como favoritas; confira

8 de dezembro de 2025 - 11:56

Os analistas da instituição também revisaram o preço-alvo para 2026, de R$ 54 para R$ 64 por ação, sugerindo potencial de alta de cerca de 33%

VALOR NO ESPAÇO

SpaceX, de Elon Musk, pode retomar posto de startup mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 800 bilhões em nova rodada de investimentos, diz WSJ

7 de dezembro de 2025 - 15:19

A nova negociação, se concretizada, dobraria o valuation da empresa de Musk em poucos meses

CRESCIMENTO

Localiza (RENT3) propõe emitir ações preferenciais e aumento de capital

7 de dezembro de 2025 - 13:05

A Localiza, que tem uma frota de 600.000 carros, disse que as novas ações também seriam conversíveis em ações ordinárias

DEBÊNTURES

Fitch elevou rating da Equatorial Transmissão e de suas debêntures; veja o que baseou essa decisão

7 de dezembro de 2025 - 12:11

Sem grandes projetos à vista, a expectativa é de forte distribuição de dividendos, equivalente a 75% do lucro líquido regulatório a partir de 2026, afirma a Fitch.

SEM BÔNUS DE NATAL

Correios vetam vale-natal de R$ 2,5 mil a funcionários, enquanto aguardam decisão da Fazenda

7 de dezembro de 2025 - 11:15

A estatal negocia uma dívida de R$ 20 bilhões com bancos e irá fazer um programa de desligamento voluntário

FILMES

Por que o Itaú BBA acredita que há surpresas negativas na compra da Warner pela Netflix (NTFLX34)

6 de dezembro de 2025 - 17:40

Aquisição bilionária amplia catálogo e fortalece marca, mas traz riscos com alavancagem, sinergias e aprovação regulatória, diz relatório

AGRONEGÓCIO

3tentos (TTEN3): veja por que Bank of America, XP e BBA compartilham otimismo com a ação, que já avança 30% em 2025

6 de dezembro de 2025 - 14:21

Vemos a 3tentos como uma história de crescimento sólida no setor agrícola, com um forte histórico, como demonstrado pela sua expansão no MT nos últimos 4 anos, diz Bank of America

PROJETOS DA ESTATAL

Petrobras (PETR4) diz que é “possível” assumir operação na Braskem, prepara projeto de transição energética e retomará produção de fertilizantes

6 de dezembro de 2025 - 9:23

A presidente da estatal afirmou que não há nada fechado, mas que poderia “exercer mais sinergias” entre a atividade de uma petroquímica, Braskem, com a de uma petroleira, a Petrobras

MAL DE SAÚDE

ANS nega recurso da Hapvida (HAPV3), e empresa terá de reapresentar balanço à agência com ajustes de quase R$ 870 milhões

6 de dezembro de 2025 - 8:49

A empresa havia contabilizado o crédito fiscal relacionado ao programa, que prevê a negociação com desconto de dívidas das empresas de saúde suplementar com o Sistema Único de Saúde (SUS)

SD ENTREVISTA

Super ricaços na mira: Lifetime acelera a disputa por clientes que têm mais de R$ 10 milhões para investir e querem tratamento especial, afirma CEO

5 de dezembro de 2025 - 15:30

O CEO Fernando Katsonis revelou como a gestora pretende conquistar clientes ‘ultra-high’ e o que está por trás da contratação de Christiano Ehlers para o Family Office

ACORDO BILIONÁRIO

Game of Thrones, Friends, Harry Potter e mais: o que a Netflix vai levar em acordo bilionário com a Warner 

5 de dezembro de 2025 - 14:44

Compra bilionária envolve HBO, DC, Cartoon Network e séries de peso; integração deve levar até 18 meses

BRIGA ACALORADA

A guerra entre Nubank e Febraban esquenta. Com juros e impostos no centro da briga, quais os argumentos de cada um?

5 de dezembro de 2025 - 13:50

Juros, inadimplência, tributação e independência regulatória dividem fintechs e grandes instituições financeiras. Veja o que dizem

ENVOLVIDO NAS INVESTIGAÇÕES

Depois de escândalo com Banco Master, Moody’s retira ratings do BRB por risco de crédito

5 de dezembro de 2025 - 11:12

O rebaixamento dos ratings do BRB reflete preocupações significativas com seus processos e controles internos, atualmente sob investigação devido a operações suspeitas envolvendo a aquisição de carteiras de crédito, diz a agência

ATENÇÃO,

Cyrela (CYRE3) e SLC (SLCE3) pagam R$ 1,3 bilhão em dividendos; Eztec (EZTC3) aumentará capital em R$ 1,4 bilhão com bonificação em ações

4 de dezembro de 2025 - 20:28

A maior fatia da distribuição de proventos foi anunciada pela Cyrela, já o aumento de capital da Eztec com bonificação em ações terá custo de R$ 23,53 por papel e fará jus a dividendos

FUMAÇA

Gol (GOLL54) é notificada pelo Idec por prática de greenwashing a viajantes; indenização é de R$ 5 milhões

4 de dezembro de 2025 - 16:40

No programa “Meu Voo Compensa”, os próprios viajantes pagavam a taxa de compensação das emissões. Gol também dizia ter rotas neutras em carbono

VAI ESTOURAR?

Se todo mundo acha que é uma bolha, não é: veja motivos pelos quais o BTG acredita que a escalada da IA é real

4 de dezembro de 2025 - 15:26

Banco aponta fundamentos sólidos e ganhos de produtividade para justificar alta das empresas de tecnologia, afastando o risco de uma nova bolha

ÁGUA NO CHOPE

Produção de cerveja no Brasil cai, principalmente para Ambev (ABEV3) e Heineken (HEIA34); preço das bebidas subiu demais, diz BTG

4 de dezembro de 2025 - 13:24

A Ambev aumentou os preços de suas marcas no segundo trimestre do ano, seguida pela Heineken, em julho — justamente quando as vendas começaram a encolher

VAI RECORRER

Vale (VALE3) desafia a ordem de pagar R$ 730 milhões à União; mercado gosta e ações sobem mais de 1%

4 de dezembro de 2025 - 12:40

Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a mineradora alega que a referida decisão foi proferida em primeira instância, “portanto, seu teor será objeto de recursos cabíveis”

SEGURADORAS

De seguro pet a novas regiões: as apostas da Bradesco Seguros para destravar o próximo ciclo de crescimento num mercado que engatinha

4 de dezembro de 2025 - 11:32

Executivos da seguradora revelaram as metas para 2026 e descartam possibilidade de IPO

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar