Petrobras (PETR4): prejuízo bilionário é foto do momento ou filme sem final feliz? O que os números revelam sobre o futuro da estatal
No episódio da semana do Touros e Ursos, Pedro Rodrigues, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura Energética (CBIE) comenta os resultados da petroleira

O balanço do quarto trimestre de 2024 da Petrobras (PETR4) deixou os investidores com o pé atrás em relação à estatal. Com prejuízo de R$ 17 bilhões e nada de dividendos extraordinários, o resultado acendeu alertas, principalmente para os acionistas que já viveram as épocas “sombrias”.
Ainda que o prejuízo possa ser explicado pela forte desvalorização do real em relação ao dólar nos últimos meses do ano passado, este não foi o único sinal de mau agouro.
Sem fazer reajuste nos preços do diesel, a Petrobras viu a receita com vendas recuar no período: somou R$ 121,2 bilhões, resultado 9,7% menor do que o obtido em igual intervalo de 2023.
Além disso, outros dados operacionais também tiveram piora — entre eles, a produção de petróleo, que caiu 11,5% no 4T24 e 3,5% no ano.
Para completar a “tempestade perfeita”, o capex de US$ 5,7 bilhões superou, e muito, a expectativa do mercado.
Para Pedro Rodrigues, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura Energética (CBIE) e convidado da semana do podcast Touros e Ursos, a dúvida latente é se o 4T24 foi apenas uma “foto” de um momento ruim ou se foi o começo de um filme que não terá final feliz.
Leia Também
- SAIBA MAIS: O Seu Dinheiro mapeou os investimentos mais promissores do mês de março; veja as recomendações de especialistas do mercado
Para Rodrigues, o próximo trimestre pode trazer um alívio para a companhia, considerando um câmbio mais favorável e também o reajuste recente dos preços do diesel.
No entanto, ainda é preciso prestar atenção em como a Petrobras vai usar o dinheiro.
Veja o episódio na íntegra clicando no player abaixo ou procurando por “Touros e Ursos” na sua plataforma de streaming de preferência:
O capex da discórdia
O capex da Petrobras no ano como um todo atingiu US$ 16,6 bilhões e estourou a estimativa (guidance) da própria companhia. Além disso, trata-se de um aumento de 31% na comparação com os investimentos de 2023.
A Petrobras argumenta que o investimento acima da expectativa não representa um custo adicional e sim uma antecipação. Isso porque houve uma redução da diferença entre a entre a evolução física e financeira da construção de plataformas em Búzios.
Rodrigues explica que, de fato, os campos de Búzios demandaram essa antecipação. O problema é que parte desse capex não está indo para produção de petróleo, que é o core business, mas também para outros ativos e segmentos que historicamente não trazem dinheiro para a companhia, como fertilizantes, energia de baixo carbono e refinarias — daí vem a preocupação do mercado.
O diretor do CBIE acredita que, caso essa tendência de “investimentos perdidos” continue, os dividendos também podem ser afetados.
- No quarto trimestre, a estatal anunciou R$ 9,1 bilhões em proventos, um montante 35,9% menor na comparação anual.
A delicada relação entre a Petrobras e o governo
E, se o assunto é Petrobras, não dá para não falar de governo. Seja ele de direita ou esquerda, fato é que todos têm a tendênica de interferir nos negócios da petroleira, segundo Rodrigues.
“O problema é a gente ter uma companhia de petróleo, em pleno 2025, em que 51% [da participação acionário] é do governo. Na minha visão, isso não tem o menor sentido; é ruim para o mercado brasileiro, é ruim para o lado político”, afirma.
O convidado do podcast reconhece que as regras de compliance e governança melhoraram significativamente. No entanto, os problemas nunca serão 100% sanados quando o governo deixar de ser o controlador.
Rodrigues também opina sobre o “abrasileiramento” dos preços dos combustíveis, depois que a Petrobras deixou de seguir a política de preços de paridade de importação (PPI). Na visão do diretor, essa decisão tirou a transparência e a previsibilidade dos preços.
Na segunda parte do episódio, o convidado e os apresentadores Julia Wiltgen e Vinicius Pinheiro elegeram os touros (destaques positivos) e ursos (destaques negativos) da semana.
Entre os ursos, a transição energética, as bolsas americanas e o bitcoin. Do lado dos touros, o mercado de petróleo, a Eletrobras (ELET6) e o filme Ainda Estou Aqui.
Lula é reprovado por 59% e aprovado por 37% dos paulistas, aponta pesquisa Futura Inteligência
A condição econômica do país é vista como péssima para a maioria dos eleitores de São Paulo (65,1%), com destaque pouco satisfatório para o combate à alta dos preços e a criação de empregos
Eletrobras (ELET3) mantém presidente e diretoria executiva até 2027 em meio a disputa judicial
O processo de renovação do Conselho de Administração da Eletrobras faz parte do acordo que está em andamento com a União, devido a uma disputa judicial que corre desde 2023
Ações x títulos da Petrobras, follow-on da Azul e 25 ações para comprar após o caos: o que bombou no Seu Dinheiro esta semana
Outra forma de investir em Petrobras além das ações em bolsa e oferta subsequente de ações da Azul estão entre as matérias mais lidas da última semana em SD
Dividendos: Cury (CURY3), Neoenergia (NEOE3) e Iguatemi (IGTI11) distribuem juntas quase R$ 1 bilhão em proventos; veja quem mais paga
As empresas de energia, construção e shopping centers não foram as únicas a anunciar o pagamento de dividendos bilionários nesta semana
PETR4, PRIO3, BRAV3 ou RECV3? Analista recomenda duas petroleiras que podem ‘se virar bem’ mesmo com o petróleo em baixa
Apesar da queda do petróleo desde o “tarifaço” de Trump, duas petroleiras ainda se mostram bons investimentos na B3, segundo analista
Combustível mais barato: Petrobras (PETR4) vai baixar o preço do diesel para distribuidoras após negar rumores de mudança
A presidente da estatal afirmou na semana passada que nenhuma alteração seria realizada enquanto o cenário internacional estivesse turbulento em meio à guerra comercial de Trump
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Dividendos e JCP: Vibra (VBBR3) aprova a distribuição de R$ 1,63 bilhão em proventos; confira os prazos
Empresa de energia não é a única a anunciar nesta quarta-feira (16) o pagamento de dividendos bilionários
Passou: acionistas da Petrobras (PETR4) aprovam R$ 9,1 bilhões em dividendos; veja quem tem direito
A estatal também colocou em votação da assembleia desta quarta-feira (16) a indicação de novo membros do conselho de administração
Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo
No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Por que o Mercado Livre (MELI34) vai investir R$ 34 bilhões no Brasil em 2025? Aporte só não é maior que o de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3)
Com o valor anunciado pela varejista online, seria possível comprar quatro vezes Magalu, Americanas e Casas Bahia juntos; conversamos com o vice-presidente e líder do Meli no Brasil para entender o que a empresa quer fazer com essa bolada
Minha Casa, Minha Vida: conselho do FGTS aprova nova faixa para quem tem renda de até R$ 12 mil com juros de 10%
A projeção apresentada ao Conselho é de que até 120 mil famílias sejam alcançadas pela nova faixa do programa Minha Casa, Minha Vida
Tarifaço de Trump pode não resultar em mais inflação, diz CIO da Empiricus Gestão; queda de preços e desaceleração global são mais prováveis
No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, fala sobre política do caos de Trump e de como os mercados globais devem reagir à sua guerra tarifária
Mais de 55% em dividendos: veja as empresas que pagaram mais que a Petrobras (PETR4) em 12 meses e saiba se elas podem repetir a dose
Ranking da Quantum Finance destaca empresas que não aparecem tanto no noticiário financeiro, mas que pagaram bons proventos entre abril de 2024 e março de 2025
Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?
Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais
Temporada de balanços 1T25: Confira as datas e horários das divulgações e das teleconferências
De volta ao seu ritmo acelerado, a temporada de balanços do 1T25 começa em abril e revela como as empresas brasileiras têm desempenhado na nova era de Donald Trump
A lanterna dos afogados: as 25 ações para comprar depois do caos, segundo o Itaú BBA
Da construção civil ao agro, analistas revelam onde ainda há valor escondido
Petroleiras em pânico mais uma vez: petróleo volta a cair e a arrasta Brava (BRAV3), Petrobras (PETR4) e companhia
A euforia da véspera já era. Com tarifas contra China elevadas a 145%, temor de recessão ainda está aqui
Brava Energia (BRAV3) e petroleiras tombam em bloco na B3, mas analistas veem duas ações atraentes para investir agora
O empurrão nas ações de petroleiras segue o agravamento da guerra comercial mundial, com retaliações da China e Europa às tarifas de Donald Trump