Mudança estratégica após o fechamento de capital? CEO diz o que esperar do Carrefour Brasil (CRFB3) depois do “au revoir” à B3
Stéphane Maquaire falou dos planos para o futuro durante a teleconferência de resultados da varejista, que reportou um lucro líquido de R$ 1,16 bilhão no quarto trimestre de 2024
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O Carrefour (CRFB3) soltou na noite de terça-feira (19) os resultados do quarto trimestre de 2024, mas o que realmente está dando o que falar entre os investidores é o plano de fechamento de capital do grupo no Brasil. Para o consumidor, no entanto, a expectativa é de que pouca coisa mude na operação da rede, que também é dona do Atacadão.
Em teleconferência de resultados nesta quarta-feira (19), Stéphane Maquaire, CEO do Grupo Carrefour Brasil, afirmou que a estratégia de negócios e de alocação de capital da companhia não deve mudar, uma vez que o grupo já tem o Carrefour França como controlador e o ambiente de juros elevados no Brasil ainda é um ponto de atenção.
No entanto, ele espera mais agilidade com a matriz e na expansão para os próximos anos.
"O ambiente de taxas altas de juros vai seguir do mesmo jeito. O que pode acontecer é uma agilidade um pouco maior [com a matriz], já que nosso controlador adota uma visão de longo prazo. Como empresa de capital aberto, nossa abordagem era mais voltada para o curto prazo, e isso vai desaparecer um pouco”, afirmou Maquaire.
“[O fechamento de capital] pode agilizar nossos planos de expansão para os próximos anos, mas não estou vendo uma mudança muito forte [na estratégia]”, disse o executivo.
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O plano de OPA do Carrefour
Na semana passada, a matriz francesa celebrou um acordo de incorporação de ações entre o Carrefour S.A, o Carrefour Nederland B.V e o Carrefour Brasil/Atacadão.
O objetivo do Carrefour S.A é abocanhar a fatia restante da divisão brasileira e transformar a rede em uma subsidiária integral, resultando no fechamento do capital no Brasil.
A empresa brasileira sairá do Novo Mercado da B3 e mudará sua categoria na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de “A” para “B”, deixando de emitir ações no mercado.
De acordo com Maquaire, os conselhos de administração do Brasil e da França levarão a oferta para votação em uma assembleia de acionistas, que será convocada em breve.
O que dizem os analistas?
Em relatório nesta quarta-feira, o BTG Pactual mantém a visão conservadora sobre o Carrefour. O banco citou os desafios para integrar a operação do Grupo Big, além da recente deterioração da margem bruta e um ambiente competitivo difícil no Brasil.
“Embora esperemos tendências gradualmente melhores nos próximos trimestres, apoiadas pelos esforços da empresa para otimizar seu portfólio de lojas e a recente recuperação da inflação de alimentos, os resultados permanecerão abaixo do esperado no curto prazo, enquanto reconhecemos que o desempenho das ações deve ser ditado principalmente pelo fluxo de notícias sobre o processo de oferta pública de aquisição de ações (OPA)”.
Em relação aos resultados trimestrais, os analistas do BTG consideram o desempenho misto por conta da pressão na margem bruta e maior alavancagem financeira, apesar do crescimento sólido do SSS (Same-Store Sales) ou “Vendas Mesmas Lojas”.
O BTG tem recomendação neutra para a ação do Carrefour, com preço-alvo de R$ 10, equivalente a um potencial de valorização de 33% sobre o fechamento anterior.
Já o Santander chamou destacou o alerta da empresa de que novos fechamentos de lojas no 1º semestre podem impactar os resultados nos próximos trimestres, mas o banco espera que a provável saída do Carrefour da bolsa mantenha as ações sem grandes oscilações.
Para o lado do resultado financeiro, os números do Carrefour no 4T24 foram positivos na visão do Santander, com Ebitda acima das expectativas — mas parcialmente inflados pelo crédito fiscal de R$ 1 bilhão ligado ao Grupo Big. Mesmo ajustando esse impacto e as despesas de reestruturação, o lucro líquido superou as projeções, segundo o banco.
O Santander tem recomendação de compra para CRFB3, com preço-alvo de R$ 10.
Para os analistas do Itaú BBA, os resultados do Carrefour no trimestre foram mistos, com alguns pontos positivos e outros desafiadores. O Atacadão ficou abaixo das expectativas em SSS e margem bruta, apesar de a companhia ter controlado bem as despesas.
O banco manteve a recomendação de "outperform" para a ação, com preço-alvo de R$ 11 para o final de 2025, 43% acima da oferta de fechamento de capital do Carrefour.
No curto prazo, as ações devem continuar estáveis, próximas ao preço da oferta.
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