🔴 ‘TURBINE’ EM ATÉ 60x OS SEUS INVESTIMENTOS EM CRIPTO ENTENDA COMO

Maria Eduarda Nogueira

Maria Eduarda Nogueira

Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-graduação em Comunicação e Marketing Digital na ESPM. Já trabalhou com comunicação institucional e jornalismo de viagens. Atualmente, é repórter de lifestyle do Seu Dinheiro. Está sempre disponível para falar sobre inovação, livros e cultura pop.

O QUE FALTA PARA 'DESLANCHAR'?

Goldman Sachs eleva Natura (NTCO3) para compra de olho no potencial de dividendos — mas empresa precisa se livrar de um risco antes

Banco destaca demanda relativamente defensiva e potencial da reestruturação interna, mas elenca riscos para o investidor ficar de olho — inclusive em relação à Avon

Maria Eduarda Nogueira
Maria Eduarda Nogueira
3 de fevereiro de 2025
13:01 - atualizado às 12:31
Fachada de loja da Natura (NTCO3)
Fachada de loja da Natura (NTCO3) - Imagem: Divulgação/Natura

“Em um contexto macroeconômico incerto para o consumidor brasileiro, a Natura (NTCO3) é uma alternativa atraente, por oferecer uma combinação de perfil de demanda relativamente defensivo, iniciativas de melhoria interna e oportunidades de alocação de capital”. 

Foi com essa justificativa que os analistas do Goldman Sachs resolveram dar um “voto de confiança” e elevar a recomendação para as ações da companhia de cosméticos brasileira de neutro para compra.  

O preço-alvo definido foi de R$ 16, o que implica uma alta de aproximadamente 12,5% em relação à cotação atual. 

A instituição está otimista também em relação aos potenciais dividendos que a empresa pode pagar. Para este ano, a expectativa está na casa dos 10%, mas esse pagamento pode ser ainda mais generoso com os acionistas, caso a Natura “se livre” de um de seus negócios: a operação da Avon Internacional. 

Na visão do Goldman, esse processo de simplificação das operações e da estrutura corporativa pode destravar valor para os acionistas, embora reconheça que este é apenas o começo da jornada e muita coisa ainda precise ser feita.

Os analistas aprofundaram-se nas oportunidades e riscos do investimento em NTCO3 e o Seu Dinheiro trouxe os principais pontos a seguir. 

Leia Também

Por que o Goldman Sachs está otimista com os dividendos da Natura 

Muito da otimização da estrutura de capital da Natura depende do que será feito com a Avon Internacional – entre as opções, está a separação, venda ou negociação de parceria para a unidade de negócios. 

Vale lembrar que, em novembro do ano passado, a Natura chegou a um acordo sobre a falência da Avon nos Estados Unidos

"Embora não tenhamos uma opinião sobre a probabilidade de uma alternativa em relação a outra, observamos que qualquer operação potencial se tornou significativamente menos complexa como resultado do acordo judicial alcançado no contexto do Chapter 11”, diz o relatório. 

  • O Chapter 11 é um mecanismo da legislação estadunidense utilizado pelas empresas para levantar capital, reestruturar as finanças e fortalecer operações comerciais no longo prazo, enquanto continuam a operar normalmente.

É importante ter em mente que a Avon Internacional consome atualmente cerca de US$ 120 milhões em fluxo de caixa operacional anualizado, de acordo com os documentos.

Para o Goldman Sachs, existem duas consequências claras, caso a separação da Avon Internacional não seja resolvida logo:

  1. Quanto mais tempo levar, maior será o impacto negativo no caixa disponível para potencial alocação de capital (que poderia incluir uma eventual distribuição extraordinária aos acionistas da Natura);
  2. A mudança para uma nova estrutura de capital otimizada para o restante de suas operações exige uma resolução final para a Avon Internacional, pois isso determina quanto dinheiro pode ser necessário para manter ou alienar essa operação.

Uma nova fase do negócio na Argentina e no México

Além da “questão Avon”, os investidores de NTCO3 também precisam se atentar a um outro processo envolvendo a empresa: a nova fase de negócios (chamada de Wave 2) em dois mercados-chave da América Latina, Argentina e México. 

São três os principais pilares dessa etapa:

  • Unificação da base de representantes (consultoras que vendem através das “revistinhas”) de vendas diretas para ambas as marcas, Avon e Natura;
  • Otimização do portfólio, redução da oferta de alguns segmentos e incentivo à venda cruzada entre as marcas, mitigando a canibalização;
  • Eficiência organizacional para ambas as marcas, visando uma estrutura mais enxuta, e integração da operação logística.

Na percepção dos analistas, essas iniciativas podem representar um risco para a ação, já que as vendas da Natura devem ficar mais voláteis na América Latina, o que impacta também as receitas e a geração de caixa da companhia.

Somado a isso, a expectativa é que haja uma maior rotatividade na base de representantes, à medida que os consultores de baixa produtividade abandonam as vendas. 

“A Natura não forneceu nenhum feedback até agora sobre os resultados iniciais da integração, mas esperamos que a complexidade seja maior no México do que na Argentina, devido ao fato de que o México é um mercado de vendas diretas mais competitivo em geral e o catálogo Casa e Estilo representa uma parcela maior das vendas da Avon no México”, escrevem os analistas. 

Além disso, a Avon tem menos reconhecimento de marca no país da América do Norte. 

Entre o Mercado Livre e o TikTok Shop: a ameaça do e-commerce

Outro assunto inescapável quando o assunto é Natura é a mudança nos canais de venda da empresa.

Se antes, as “revistinhas” das consultoras eram a principal forma de adquirir produtos da marca, agora o e-commerce e algumas das lojas físicas tomaram espaço. 

Acontece que a companhia de cosméticos ainda é altamente dependente do canal de vendas direto: 91% de suas receitas na América Latina são provenientes de vendas diretas, contra 5% de vendas online e 4% de vendas em lojas. 

Nesse contexto, a ascensão de plataformas como a do Mercado Livre se apresenta como uma faca de dois gumes.

Embora a Natura tenha uma loja oficial no site, o que aumenta o alcance e facilita as compras, o Meli também permite que marcas menores cheguem aos consumidores, o que o Goldman também avalia como um risco para marcas dominantes. 

Além disso, a entrada de players como o TikTok Shop (com lançamento previsto no México e potencialmente no Brasil em 2025) pode ter o mesmo efeito: é, ao mesmo tempo, uma oportunidade para evoluir a abordagem de vendas diretas e um risco de perda de mercado. 

Natura ainda tem muita força de marca, mas ‘ameaça’ do Boticário não é desprezível 

Embora a Natura continue sendo a líder no mercado de cuidados pessoais e beleza no Brasil, a diferença em relação ao Boticário diminuiu progressivamente nos últimos três anos, principalmente devido à perda de participação da marca Avon.

Segundo dados do Euromonitor, em 2023, a Natura detinha 16% do mercado, contra 13,2% do segundo lugar. Em 2020, no entanto, a diferença era de 16,8% contra 10,7% do Boticário. 

Além da “degradação” de marca da Avon, esse movimento de aproximação também se deve ao crescimento orgânico e aquisições feitas pelo Boticário.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
DEPOIS DO BALANÇO

Ultrapar (UGPA3) desponta entre as maiores altas da bolsa após reconhecimento de R$ 1 bilhão em créditos fiscais e anúncio de dividendos

27 de fevereiro de 2025 - 12:20

Resultado da Ultrapar (UGPA3) no quarto trimestre de 2024 veio amplamente em linha com as expectativas dos analistas, mas algumas linhas chamaram a atenção dos investidores

SEM QUÍMICA COM O MERCADO

Um trimestre para esquecer: Braskem (BRKM5) lidera perdas do Ibovespa com queda de mais de 7%; saiba o que o futuro guarda para a petroquímica

27 de fevereiro de 2025 - 12:07

A companhia registrou um prejuízo de R$ 5,649 bilhões no quarto trimestre de 2024 e explica as razões para essa performance; banco diz o que fazer com o papel agora

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Entre a crise e a oportunidade: Prejuízo trimestral e queda no lucro anual da Petrobras pesam sobre o Ibovespa

27 de fevereiro de 2025 - 8:04

Além do balanço da Petrobras, os investidores reagem hoje à revisão do PIB dos EUA e à taxa de desemprego no Brasil

PROFECIA AUTORREALIZÁVEL

Para os tubarões do mercado, tamanho pode ser um problema: rebalanceamento automático leva fundos de pensão a perder bilhões, diz estudo

26 de fevereiro de 2025 - 14:30

Segundo artigo da Duke Fuqua School of Business, esses grandes fundos perdem cerca de US$ 16 bilhões por ano porque outros investidores antecipam seu movimento de rebalanceamento de carteiras

REAÇÃO AO BALANÇO

WEG (WEGE3) apanha na B3 após um trimestre não tão perfeito. Quais linhas do balanço do 4T24 desagradaram os investidores?

26 de fevereiro de 2025 - 11:30

Na avaliação do BTG Pactual, era necessário que o balanço da WEG (WEGE3) fosse perfeito, e não foi, com uma receita forte, mas margem frustrante — um leve déjà vu do resultado do terceiro trimestre, aliás.

BALANÇO

O IRB (IRBR3) finalmente saiu do calvário? Lucro da resseguradora quase triplica no 4T24, mas volatilidade segue no radar

26 de fevereiro de 2025 - 10:38

A empresa de resseguros teve um lucro líquido de R$ 112,4 milhões no quarto trimestre de 2024, expansão de 196,9% em relação ao mesmo período do ano anterior

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um olhar pelo retrovisor: Ibovespa tenta manter alta com investidores de olho em balanços e Petrobras em destaque

26 de fevereiro de 2025 - 8:25

Além dos números da Petrobras, investidores repercutem balanços da Ambev, do IRB, da Klabin e da WEG, entre outros

HORA DE REAVALIAR?

Lojas Renner na zona de rebaixamento: Itaú BBA corta recomendação para as ações LREN3 — e aqui estão os motivos

25 de fevereiro de 2025 - 18:21

Para o banco, diante de ventos macroeconômicos contrários e indicadores como margens brutas e crescimento de vendas sob pressão, há pouco espaço para atualizações de lucros no curto prazo

CEO CONFERENCE 2025

Fiscal frouxo? Os gastos do governo fora do Orçamento não preocupam André Esteves, do BTG — e aqui está o porquê

25 de fevereiro de 2025 - 17:31

Para o banqueiro, um dos problemas é que a política fiscal brasileira se mostra extremamente frouxa hoje, enquanto a monetária está “muito apertada”

REAÇÃO AO BALANÇO

Auren (AURE3) sente pressão de prejuízo milionário e endividamento alto no 4T24 e ações recuam no Ibovespa

25 de fevereiro de 2025 - 12:33

A dívida líquida subiu 60% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, para R$ 18,9 bilhões; veja os destaques do balanço

NOVA OFERTA DE BONDS

Vale (VALE3) capta US$ 750 milhões em bonds no exterior e anuncia os novos indicados ao conselho

25 de fevereiro de 2025 - 10:24

Além das indicações a conselheiros, a mineradora também aprovou a indicação de Daniel André Stieler como presidente do conselho (chairman)

NOVO PEDIDO FIRME

Embraer (EMBR3) vai decolar nos céus do Japão com encomenda bilionária; negócio pode destravar ainda mais valor para a brasileira

25 de fevereiro de 2025 - 9:22

A All Nippon Airways (ANA) decidiu comprar 77 novas aeronaves de três fabricantes diferentes, sendo até 20 jatos da Embraer

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Procuramos independência: Ibovespa tenta se recuperar de queda em dia de IPCA-15, balanços e Haddad

25 de fevereiro de 2025 - 8:16

IRB e Vivo divulgam resultados por aqui; lá fora, investidores concentram o foco no balanço da Nvidia

DESTAQUES DA BOLSA

Vale (VALE3) no vermelho: Ações da mineradora pressionam o Ibovespa hoje em meio a atualizações de projeções financeiras

24 de fevereiro de 2025 - 16:40

O desempenho negativo dos papéis vem na esteira da atualização de estimativas da mineradora em relação à sensibilidade de fluxo de caixa livre para o acionista para 2025

TROPEÇOU NA PASSARELA

Lojas Renner tenta apaziguar ânimos do mercado após anúncio de bônus gordo em 2024, mas ações LREN3 estendem queda na B3

24 de fevereiro de 2025 - 15:37

A varejista distribuirá R$ 150,7 milhões a aproximadamente 21 mil colaboradores por meio do programa de participação nos resultados (PPR) do ano anterior

EX… SÓCIOS

Com aval do Cade, WeWork assina o divórcio com o Softbank e encerra oficialmente a parceria com o gigante japonês no Brasil

24 de fevereiro de 2025 - 14:41

A empresa de escritórios oficializou a saída do gigante japonês de investimentos, que vendeu sua participação de 49,9% na operação local em janeiro

INDO ÀS COMPRAS

Multiplan (MULT3), Iguatemi (IGTI11) ou Allos (ALOS3): Goldman diz qual ação de shopping colocar na carteira agora

24 de fevereiro de 2025 - 13:39

As units da Iguatemi chegaram a cair 3% na manhã desta segunda-feira (24) na esteira do anúncio da saída da CEO, Cristina Anne Betts; saiba se esse é um sinal de venda dos papéis

REAÇÃO AO BALANÇO

CEO da Azul (AZUL4) quer construir uma “empresa melhor” após prejuízo bilionário no 4T24. Por que as ações da aérea sobem forte na B3 hoje?

24 de fevereiro de 2025 - 11:29

Ainda que o balanço da Azul (AZUL4) no 4T24 tenha sido tingido de vermelho no resultado líquido, outros indicadores brilham aos olhos dos investidores

ENTRE RISCO E RETORNO

Frenesi com a bolsa: BTG revela se há motivos reais para se animar com as ações brasileiras em 2025

24 de fevereiro de 2025 - 9:59

Para os analistas, apesar da pressão do cenário macroeconômico, há motivos para retomar o apetite pela renda variável doméstica — ao menos no curto prazo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um café amargo na bolsa: Ibovespa se prepara para balanços da Petrobras e da Ambev em semana agitada de indicadores

24 de fevereiro de 2025 - 8:01

Poucos aromas são tão irresistíveis quanto o do café. No entanto, muita gente se queixa que o sabor do cafezinho não chega perto de seu cheiro. Talvez porque não é todo mundo que consegue beber café sem adicionar pelo menos um pouco de açúcar ou adoçante. De uns tempos para cá, porém, cada vez mais […]

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar