Dividendos extraordinários no horizonte? Por que as ações da Vale (VALE3) sobem mais de 4% após prejuízo no 4T24
Junto com o resultado financeiro dos últimos três meses do ano, a mineradora também anunciou proventos e recompra de ações — o que agradou o mercados, mas não foi só isso
Tinha tudo para dar errado, mas não foi o que aconteceu com a Vale. As projeções indicavam uma queda do lucro da mineradora no quarto trimestre de 2024, mas, na noite de quarta-feira (19), a companhia revelou uma perda milionária no período. Nesta quinta-feira (20), as ações VALE3 já abriram as negociações com mais de 2% de alta.
O Itaú BBA explica a reação positiva do mercado por conta do anúncio de redução da orientação de capex (investimentos) de 2025, do programa de recompra de 120 milhões de ações e do anúncio de US$ 2 bilhões em dividendos. Você pode conferir o resultado em detalhes aqui.
O banco destaca o Ebitda (lucros antes de juros, Impostos, depreciação e amortização) ajustado de US$ 4,1 bilhões, que, mesmo representando uma queda de 41% na comparação ano a ano, veio 6% acima do previsto.
“A superação em relação à nossa estimativa deveu-se principalmente a custos menores do que o esperado”, dizem os analistas Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares, em relatório.
Para o BBA, os resultados mais fracos da divisão de ferrosos, na comparação ano a ano, se deu por conta dos preços menores para o minério e volumes mais baixos, ofuscando os custos em queda.
Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, diz que a combinação da boa sinalização de custos, dividendos acima do esperado e recompra de ações explica a reação positiva do mercado.
Leia Também
"Não vamos dourar a pílula: o resultado da Vale não veio bom, mas os sinais do balanço são positivos", diz. "O que vimos no quarto trimestre é que a Vale está, de fato, conseguindo uma redução dos custos com melhorias na produção. Isso traz uma rentabilidade maior e uma proteção em um ambiente de preços mais baixos do minério de ferro".
Já a Genial Investimentos considerou que o balanço do quarto trimestre da Vale trouxe números em linha com as expectativas, exceto no resultado financeiro, que trouxe um prejuízo.
Os analistas Igor Guedes, Luca Vello, Isabelle Casaca e Iago Souza destacam que essa perda se deu por conta de despesa não recorrente com impairment e pressões adicionais nos resultados financeiros, por conta da depreciação do real.
“É importante mencionar que ambas as situações não possuem efeito no fluxo de caixa, e não deveriam influenciar um fluxo vendedor na seção de negociações de hoje”, afirmam.
Por volta de 12h05, as ações da Vale subiam 4,06%, cotadas a R$ 57,97. No ano, os papéis acumulam ganho de 6,20%. No mês, de 7%. No mesmo horário, o Ibovespa operava estável aos 127.320,23 pontos.
- LEIA MAIS: Ibovespa passa por maré positiva após a queda da popularidade de Lula – por que analista não recomenda investir nos papéis que dispararam?
Vale: olhando para 2025
A XP Investimentos buscou nos resultados da Vale no quarto trimestre sinais do que está no caminho da mineradora neste ano.
A corretora considerou que o desempenho de custo de produção da companhia e flexibilidade de portfólio apontam para um aumento de competitividade durante 2025.
O ajuste no guidance de capex para 2025 também chamou atenção da XP. Segundo a corretora, essa mudança reflete um preparo para a depreciação do real em relação ao dólar.
Ainda assim, a XP reiterou a recomendação neutra para a Vale por considerar o potencial de valorização da ação limitado, mas pondera que há uma assimetria positiva para as ações aos preços atuais.
- LEIA TAMBÉM: BB Seguridade anuncia R$ 4,4 bilhões em dividendos, mas não está entre as 5 ações preferidas para investir agora; entenda
Os dividendos e a recompra das ações VALE3
O novo programa de recompra de até 3% do capital em circulação e o anúncio de dividendos de US$ 2 bilhões da Vale são vistos com bons olhos pelo Safra.
“Caso os preços de minério fiquem acima de US$ 100 nos próximos trimestres, isso poderia ser um catalisador a mais para pagamentos extraordinários de dividendos, apesar da dívida líquida expandida ter ficado acima do ponto médio do guidance de US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões”, afirmam os analistas Ricardo Monegaglia e Felipe Centeno.
A dupla considerou o balanço da Vale positivo, destacando o bom controle de custos e eficiência operacional. O Ebitda comparável no período, de US$ 4,119 bilhões, veio em linha com a estimativa revisada do Safra, de US$ 4,105 bilhões.
Monegaglia e Centeno destacam também o fluxo de caixa livre negativo de R$ 8 milhões — incluindo pagamentos de Brumadinho e Samarco — ante estimativa negativa do banco de US$ 255 milhões, devido a menor necessidade de capital de giro e de investimento.
O Safra manteve a recomendação neutra para as ações da Vale, com preço-alvo de R$ 68 — o que representa um potencial de valorização de 22% sobre o último fechamento.
Para o Bradesco BBI, os investidores devem acolher bem a orientação de investimentos mais baixa, os desempenho dos custos C1 para 2025 e o dividendo adicional, juntamente com o programa de recompra renovado.
“Isso confirma nossa visão de uma alta probabilidade de um dividendo extraordinário em 2025. Também destacamos que o dividendo extraordinário ressalta a confiança da administração na melhora do momento operacional da Vale e reforça a remuneração dos acionistas como foco principal”, afirmou.
O Bradesco BBI segue recomendando compra de VALE3.
*Com informações do Money Times
BRK Ambiental: quem é a empresa que pode quebrar jejum de IPO após 4 anos sem ofertas de ações na bolsa brasileira
A BRK Ambiental entrou um pedido na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar um IPO; o que esperar agora?
Os bastidores da nova fase da Riachuelo (GUAR3), segundo o CEO. Vale comprar as ações agora?
Em entrevista ao Money Times, André Farber apresenta os novos projetos de expansão da varejista, que inaugura loja-conceito em São Paulo
O rombo de R$ 4,3 bilhões que quase derrubou o império de Silvio Santos; entenda o caso
Do SBT à Tele Sena, o empresário construiu um dos maiores conglomerados do país, mas quase perdeu tudo no escândalo do Banco Panamericano
Citi corta recomendação para Auren (AURE3) e projeta alta nos preços de energia
Banco projeta maior volatilidade no setor elétrico e destaca dividendos como diferencial competitivo
De sucos naturais a patrocínio ao campeão da Fórmula 1: quem colocou R$ 10 mil na ação desta empresa hoje é milionário
A história da Monster Beverage, a empresa que começou vendendo sucos e se tornou uma potência mundial de energéticos, multiplicando fortunas pelo caminho
Oi (OIBR3) ganha mais fôlego para pagamentos, mas continua sob controle da Justiça, diz nova decisão
Esse é mais um capítulo envolvendo a Justiça, os grandes bancos credores e a empresa, que já está em sua segunda recuperação judicial
Larry Ellison, cofundador da Oracle, perdeu R$ 167 bilhões em um só dia: veja o que isso significa para as ações de empresas ligadas à IA
A perda vem da queda do valor da empresa de tecnologia que oferece softwares e infraestrutura de nuvem e da qual Ellison é o maior acionista
Opportunity acusa Ambipar (AMBP3) de drenar recursos nos EUA com recuperação judicial — e a gestora não está sozinha
A gestora de recursos a acusa a Ambipar de continuar retirando recursos de uma subsidiária nos EUA mesmo após o início da RJ
Vivara (VIVA3) inicia novo ciclo de expansão com troca de CEO e diretor de operações; veja quem assume o comando
De olho no plano sucessório para acelerar o crescmento, a rede de joalherias anunciou a substituição de sua dupla de comando; confira as mudanças
Neoenergia (NEOE3), Copasa (CSMG3), Bmg (BMGB4) e Hypera (HYPE3) pagam juntas quase R$ 1,7 bilhão em dividendos e JCP
Neoenergia distribui R$ 1,084 bilhões, Copasa soma R$ 338 milhões, Bmg paga R$ 87,7 milhões em proventos e Hypera libera R$ 185 milhões; confira os prazos
A fome pela Petrobras (PETR4) acabou? Pré-sal é o diferencial, mas dividendos menores reduzem apetite, segundo o Itaú BBA
Segundo o banco, a expectativa de que o petróleo possa cair abaixo de US$ 60 por barril no curto prazo, somada à menor flexibilidade da estatal para cortar capex, aumentou preocupações sobre avanço da dívida bruta
Elon Musk trilionário? IPO da SpaceX pode dobrar o patrimônio do dono da Tesla
Com avaliação de US$ 1,5 trilhão, IPO da SpaceX, de Elon Musk, pode marcar a maior estreia da história
Inter mira voo mais alto nos EUA e pede aval do Fed para ampliar operações; entenda a estratégia
O Banco Inter pediu ao Fed autorização para ampliar operações nos EUA. Entenda o que o pedido representa
As 8 ações brasileiras para ficar de olho em 2026, segundo o JP Morgan — e 3 que ficaram para escanteio
O banco entende como positivo o corte na taxa de juros por aqui já no primeiro trimestre de 2026, o que historicamente tende a impulsionar as ações brasileiras
Falta de luz causa prejuízo de R$ 1,54 bilhão às empresas de comércio e serviços em São Paulo; veja o que fazer caso tenha sido lesado
O cálculo da FecomercioSP leva em conta a queda do faturamento na quarta (10) e quinta (11)
Nubank busca licença bancária, mas sem “virar banco” — e ainda pode seguir com imposto menor; entenda o que está em jogo
A corrida do Nubank por uma licença bancária expõe a disputa regulatória e tributária que divide fintechs e bancões
Petrobras (PETR4) detalha pagamento de R$ 12,16 bilhões em dividendos e JCP e empolga acionistas
De acordo com a estatal, a distribuição será feita em fevereiro e março do ano que vem, com correção pela Selic
Quem é o brasileiro que será CEO global da Coca-Cola a partir de 2026
Henrique Braun ocupou cargos supervisionando a cadeia de suprimentos da Coca-Cola, desenvolvimento de novos negócios, marketing, inovação, gestão geral e operações de engarrafamento
Suzano (SUZB3) vai depositar mais de R$ 1 bilhão em dividendos, anuncia injeção de capital bilionária e projeções para 2027
Além dos proventos, a Suzano aprovou aumento de capital e revisou estimativas para os próximos anos. Confira
Quase R$ 3 bilhões em dividendos: Copel (CPLE5), Direcional (DIRR3), Minerva (BEEF3) e mais; confira quem paga e os prazos
A maior fatia dessa distribuição é da elétrica, que vai pagar R$ 1,35 bilhão em proventos aos acionistas