CEO da Cruzeiro do Sul (CSED3) renuncia após três anos no comando; ações amargam queda de 25% na B3 em 12 meses
Fabio Fossen continuará na posição até 14 de fevereiro de 2025; veja quem assumirá a liderança na rede de faculdades
O comando da Cruzeiro do Sul (CSED3) em breve estará de cara nova. O CEO Fabio Fossen renunciou ao cargo de diretor presidente após três anos e meio na liderança da empresa de educação.
Fossen continuará na posição até 14 de fevereiro de 2025, quando assumirá como presidente do Hospital Sírio-Libanês.
O conselho de administração elegeu Renato Padovese, antigo co-diretor presidente da companhia, para assumir a chefia da rede de faculdades, de forma interina, a partir do mês que vem.
Com mais de três décadas de atuação na empresa, Padovese faz parte de uma das famílias fundadoras da Cruzeiro do Sul e atualmente atua como conselheiro da companhia.
Sua última passagem em um cargo do alto escalão da companhia foi em 2021, quando dividiu a cadeira de CEO com Fábio Ferreira Figueiredo, também membro de uma das famílias fundadoras da empresa.
Na avaliação do BTG Pactual, apesar dos ajustes na gestão, o mandato interino de Padovese deve continuar focado na estratégia atual, que se baseia em uma expansão decente da receita, ganhos contínuos de lucratividade e uma geração robusta de fluxo de caixa.
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O banco possui recomendação de compra para as ações CSED3. A visão otimista é baseada na combinação de quatro fatores principais:
- Geração sólida de fluxo de caixa livre (FCF);
- Alta distribuição de dividendos aos acionistas, com dividend yield de 14% estimado para 2025;
- Um balanço patrimonial menos alavancado; e
- Um nível de valuation atraente.
Nas contas do BTG, a Cruzeiro do Sul hoje negocia a múltiplos de aproximadamente 4 vezes o valor de firma sobre o Ebitda (EV/Ebitda) e a cerca de 6 vezes o preço sobre o lucro (P/L) para 2025.
Ação da Cruzeiro do Sul (CSED3) está sob pressão na bolsa
A mudança no alto escalão da Cruzeiro do Sul (CSED3) acontece em um momento de forte pressão para as ações na bolsa brasileira.
Os papéis já perderam um quarto do valor no acumulado de 12 meses, com a empresa hoje avaliada em pouco mais de R$ 1,1 bilhão na B3.
Apesar da desvalorização das ações, do lado operacional, a companhia registrou melhoras significativas no balanço do terceiro trimestre de 2024, em meio à estratégia de crescimento no segmento de medicina.
O lucro líquido ajustado da Cruzeiro do Sul avançou 88,5% em relação ao mesmo período de 2023, para R$ 64 milhões no fim de setembro.
Veja os principais indicadores do 3T24:
- Receita líquida: R$ 625 milhões (+10,6% a/a);
- Ebitda ajustado: R$ 216 milhões (+20,5% a/a);
- Margem Ebitda ajustada: 34,6% (+2,84 ponto percentual a/a);
- Geração de caixa livre: R$ 199 milhões
- Dívida financeira líquida: R$ 780,7 milhões (+37,1% a/a);
- Alavancagem: 1,4 vez a relação dívida financeira líquida/Ebitda dos últimos 12 meses.
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