BTG diz que é hora de pensar em “contenção de danos” para WEG (WEGE3) e Embraer (EMBR3)
Com pouca perspectiva de mudança na taxa de 50% aplicada pelos EUA, analistas do banco estimam os impactos para as duas companhias brasileiras

As tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos devem entrar em vigor na próxima sexta-feira (1º) se nada mudar, e as exportadoras brasileiras devem ser as mais impactadas — entre elas, WEG (WEGE3) e Embraer (EMBR3).
Sem provas concretas de avanço nas negociações do Palácio do Planalto com a Casa Branca, os analistas do BTG Pactual avaliam que já é hora de pensar na “contenção de danos”.
Além da instabilidade geopolítica, as companhias também estão expostas às condições macroeconômicas locais.
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“Dinâmicas econômicas negativas, como fraco crescimento do PIB, aumento da inflação e aumento das taxas de juros podem prejudicar os resultados”, escreveram Fernanda Recchia, Lucas Marquiori, Samuel Alkmin e Marcel Zambello em relatório divulgado na última sexta-feira (25).
Impactos na Embraer
Na visão dos analistas, as alternativas de mitigação dos impactos para Embraer são “menos óbvias”.
“Embora tarifas maiores para outras regiões (como a União Europeia) também reduzam relativamente a pressão sobre a Embraer, o primeiro impacto deverá impactar a aviação executiva, pois a Embraer US é a entidade legal responsável pelas importações e, portanto, pelo pagamento da tarifa”, afirmaram os analistas no relatório.
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Já no caso da aviação comercial, a taxa de importação deve recair diretamente sobre os clientes, acrescentaram os analistas.
O BTG Pactual também afirma que, no segmento da aviação executiva, a Embraer pode “simplesmente” perder competitividade frente a plataformas produzidas nos EUA — como Gulfstream, da General Dynamics, ou Cessna, da Textron — ou fabricantes de países com tarifas mais baixas, como a Bombardier, do Canadá.
A fabricante brasileira já estima um custo total de mais de US$ 400 milhões por ano caso a tarifa de 50% seja efetivamente implementada.
“Consideramos que o guidance para 2025 perde validade num cenário com tarifa de 50% – o que deve ser a grande dúvida nos resultados do segundo trimestre”, destacaram os analistas do banco.
Alternativas para a WEG
Caso as tarifas de 50% sejam implementadas, os analistas do BTG Pactual veem maior risco nas exportações de motores elétricos fabricados pela WEG para o território norte-americano.
“Estimamos que as exportações de motores de baixa tensão da WEG para os EUA alcancem até R$ 2 bilhões, e que o aumento da tarifa de 10% para 50% implicaria em custo adicional de cerca de R$ 809 milhões por ano”, dizem os analistas do banco em relatório.
Na teleconferência dos resultados do primeiro trimestre (1T25), em abril, a companhia afirmou que os planos de investimentos não mudariam com as tarifas impostas por Donald Trump, mesmo com o esforço já em curso para a expansão de ativos no México e nos EUA. Na época, o cenário era de implementação de uma tarifa de 10% sobre os produtos brasileiros.
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Por outro lado, a equipe do BTG Pactual avalia a possibilidade de a WEG transferir a produção do Brasil para o México, aproveitando a proteção do USMCA (acordo comercial entre EUA, México e Canadá), como uma alternativa “paliativa”.
Outra opção seria expandir a produção da Marathon — que foi adquirida pela fabricante brasileira em setembro de 2023 — nos EUA, ainda que isso venha a demandar mais tempo, já que as duas empresas fabricam produtos distintos.
“Há ainda a preocupação com participação de mercado, dado que a WEG abastece principalmente os EUA a partir do Brasil e da recente aquisição da Marathon — que ainda precisa de tempo para ganhar escala.”
* Com informações do Money Times
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