Vai piorar antes de melhorar: Banco do Brasil (BBAS3) está numa pior, e BTG rebaixa recomendação das ações e corta preço-alvo
Para os analistas, o banco está próximo do pico de inadimplência na carteira do agronegócio, mas falta de clareza à frente os levou a pausar a tese para as ações

O Banco do Brasil (BBAS3) surpreendeu geral com os seus resultados do primeiro trimestre de 2025. Geral mesmo, porque até a administração do banco disse que não esperava resultados tão negativos.
A inadimplência na carteira de agronegócio, que representa quase um terço da carteira total de crédito do banco, está maior do que a de seus pares, tanto em números absolutos quanto na proporção da carteira.
Segundo relatório do BTG Pactual desta segunda-feira (19), os resultados trimestrais foram “piores do que o temido” pelos analistas, e os diretores falharam em responder sobre as preocupações que os números trouxeram na teleconferência.
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Restou aos analistas do BTG revisar a recomendação da ação e do preço-alvo para BBAS3.
A recomendação caiu de compra para neutra, e o preço-alvo diminuiu de R$ 34 para R$ 30.
“A situação ainda pode piorar antes de melhorar, o balanço não parece tão forte quanto há alguns anos, e a ação caiu ‘apenas’ 13% na sexta-feira. Por isso, preferimos rebaixar a recomendação para neutra, aguardando ou uma correção adicional ou mais clareza sobre os próximos resultados”, diz o relatório.
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A correção adicional veio no pregão desta segunda, embora não na intensidade da semana anterior. As ações BBAS3 fecharam com queda de 2,45%, a R$ 25,04.
No ano, entretanto, os papéis ainda acumulam uma pequena alta, de 4,77% — que o BTG não acredita que irá durar.
O que está acontecendo com o Banco do Brasil?
Há algum tempo, o BB tem sido prejudicado pelo aumento da inadimplência na sua carteira de agronegócio. Historicamente, o banco estatal é bastante exposto ao setor. Parte do Plano Safra do governo federal é desembolsado pela instituição financeira.
Porém, pequenos e médios produtores da agropecuária têm tido problemas com suas produções nos últimos tempos. Dificuldades com efeitos climáticos têm levado a perdas parciais ou totais de plantações. Além disso, aumento de custos com fertilizantes e ração para o gado também são causas de preocupações.
Um dos artifícios usados por esses pequenos e médios produtores tem sido a recuperação judicial, que trava a liquidação de dívidas com credores.
Para o Banco do Brasil, isso significa inadimplência.
O CFO do banco, Marco Geovanne da Silva, tem criticado publicamente a indústria de recuperação judicial em diversas ocasiões, segundo o BTG. Durante a teleconferência do primeiro trimestre, a administração falou sobre uma deterioração adicional, que também pode refletir o agravamento do comportamento no setor nos próximos meses.
“Muitos clientes estão realmente enfrentando dificuldades, mas outros parecem ter os recursos e simplesmente optam por não pagar — seja porque não querem, seja porque aguardam algum tipo de alívio, como um programa de refinanciamento ou uma renegociação”, diz o relatório do BTG.
O fato é que a deterioração foi pior do que o próprio Banco do Brasil havia indicado anteriormente, e ainda não parece ter atingido o pico.
O BTG acredita que alguma forma de suporte do governo ou dos reguladores pode ser necessária.
Tese “em pausa”
A CEO do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, disse na teleconferência que o banco já está em conversas com o Banco Central sobre um possível tratamento diferenciado para a carteira do agro.
Se a instituição estatal conseguir algum tipo de “waiver”, o BTG acredita que a recuperação dos resultados pode vir mais rápido, mas, até lá, a opinião dos analistas é de que não vale a pena arriscar.
A leitura dos analistas é de que o “valuation” está atrativo: a ação BBAS3 deve ser negociada a 0,82x o valor patrimonial mais recente e 5x o lucro estimado para 2025. Assumindo um payout de 40%, o dividend yield ainda é atraente em 7,4%.
Porém, a falta de clareza sobre os próximos resultados não sustenta essa atratividade, segundo o relatório.
O BTG aponta que as ações do Banco do Brasil entregaram um retorno de 89% desde fevereiro de 2022, quando os analistas elevaram a recomendação para compra, superando o Ibovespa (22%) por uma margem ampla.
No mesmo período, Itaú subiu 83% e Bradesco apenas 1%.
“Dada essa forte performance e nossa confiança cada vez menor na capacidade de projetar os resultados de curto prazo do BB, preferimos manter o neutro por enquanto.”
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