Efeito janeiro? Ibovespa é o melhor investimento do mês, à frente do bitcoin; títulos públicos longos e dólar ficam na lanterna
O ano começa com alívio à pressão sobre as ações brasileiras e o câmbio vista no fim de 2024, mas juros futuros longos continuaram em baixa, diante do risco fiscal
A bolsa brasileira não teve rali de fim de ano, mas, ao que parece, contou com uma versão tropicalizada do Efeito Janeiro. Depois de um mês de dezembro e um 2025 bastante negativos, o Ibovespa terminou janeiro no topo do ranking dos melhores investimentos, à frente inclusive do bitcoin (BTC).
Em tempo: no mercado de ações americano, o Efeito Janeiro é a suposta tendência histórica de o índice S&P 500 ter um bom desempenho no primeiro mês do ano. Suposta porque, ao que tudo indica, trata-se mais de uma impressão do que algo realmente observado estatisticamente.
Voltando ao ranking dos melhores investimentos, o Ibovespa fechou o mês em alta de 4,86%, aos 126.135 pontos, seguido do bitcoin, que subiu 3,22% em reais.
O terceiro lugar ficou com o título público prefixado mais curto oferecido no Tesouro Direto atualmente, o Tesouro Prefixado 2027, que teve alta de 1,86%.
Além da alta da bolsa, o brasileiro observou, ao longo do mês, um alívio no câmbio, com a volta do dólar para um patamar inferior aos R$ 6, após os recordes da reta final de 2024 — basta lembrar que o ano terminou com a divisa beirando os R$ 6,20, após ter batido os R$ 6,30 na máxima.
A moeda americana foi um dos piores investimentos do mês, com baixa de 5,56% na cotação à vista e 5,84% na cotação PTAX, a R$ 5,83. Ela dividiu o pódio com os títulos públicos indexados à inflação de prazos mais longo, que mais uma vez amargaram desempenhos negativos.
Leia Também
Veja na íntegra o ranking dos melhores e piores investimentos do mês:
Os melhores investimentos de janeiro
Investimento | Rentabilidade no mês | Rentabilidade no ano |
Ibovespa | 4,86% | 4,86% |
Bitcoin | 3,22% | 3,22% |
Tesouro Prefixado 2027* | 1,86% | 1,57% |
Ouro (GOLD11) | 1,60% | 1,60% |
Índice de Debêntures Anbima Geral (IDA - Geral)* | 1,56% | 1,56% |
Tesouro Selic 2029* | 1,13% | 1,10% |
Tesouro Selic 2027* | 1,11% | 1,07% |
CDI* | 1,05% | 1,01% |
Poupança antiga** | 0,62% | 0,62% |
Poupança nova** | 0,62% | 0,62% |
Tesouro IPCA+ 2029* | 0,17% | -0,48% |
Tesouro Prefixado 2031* | -0,81% | -0,66% |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2035* | -2,51% | -2,17% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035* | -2,58% | -3,43% |
IFIX | -3,08% | -3,08% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2040* | -3,60% | -4,56% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055* | -4,24% | -5,37% |
Tesouro IPCA+ 2035* | -4,31% | -5,30% |
Dólar à vista | -5,56% | -5,56% |
Dólar PTAX | -5,84% | -5,84% |
Tesouro IPCA+ 2045* | -8,91% | -10,02% |
Todos os desempenhos estão cotados em real. A rentabilidade dos títulos públicos considera o preço de compra na manhã da data inicial e o preço de venda na manhã da data final, conforme cálculo do Tesouro Direto.
Fontes: Banco Central, Investing.com, Anbima, Tesouro Direto, Broadcast e Coinbase, Inc..
Mês de alívio e entrada de investimento estrangeiro
Janeiro foi marcado por uma descompressão nos ativos de risco brasileiros que pode ser explicada por uma série de fatores.
Para além de uma correção natural — até pela falta de notícias domésticas, boas ou ruins — o pessimismo nos preços no fim do ano passado foi tanto que as ações locais acabaram ficando baratas o suficiente em dólar para o investidor gringo voltar a comprar.
Lembrando que dezembro tem a questão adicional de ser um mês de pressão sobre o câmbio, pois as multinacionais tradicionalmente enviam recursos para as suas matrizes fora do país.
Assim, em janeiro a bolsa brasileira viu uma entrada líquida de mais de US$ 4 bilhões em investimento estrangeiro, o que contribuiu não só para a alta das ações, como também para o alívio no dólar.
A moeda americana também viu uma ligeira queda frente a outras divisas fortes, com um início de governo Trump mais brando do que o esperado no que diz respeito à tarifação de importações — ao menos até agora.
Declarações recentes do presidente Lula também foram bem recebidas pelo tom conciliador, de não atacar a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de aumentar a Selic para 13,25% e de reafirmar a autonomia da instituição.
Isto e as decisões de juros dentro do esperado, tanto por parte do Copom quanto do Federal Reserve contribuíram para um certo alívio nos juros futuros de prazos mais curtos, o que ajudou a valorizar os títulos prefixados e indexados à inflação de prazos menores.
Outro fator que contribuiu para essa queda nas taxas de mercado foram dados de emprego do Caged que já começam a indicar uma desaceleração econômica no país.
- VEJA MAIS: O que esperar dos resultados do 4º trimestre de 2024? Acesse o guia gratuito dos balanços com análises exclusivas do BTG
Os juros longos, no entanto, continuaram sua trajetória de alta, diante da falta de perspectiva de novas medidas de controle fiscal por parte do governo, capazes de conter o crescimento da dívida pública e diminuir o risco-país.
De fato, em sua primeira coletiva do ano, Lula reforçou que não deve anunciar novas medidas de cortes de gastos.
As ações se valorizaram apesar disso, mas os títulos prefixados e indexados à inflação de prazos maiores mais uma vez amargaram retornos negativos no mês, uma vez que seus preços caem quando os juros futuros (e consequentemente suas remunerações) sobem.
O aumento da taxa Selic em mais um ponto percentual, por sua vez, contribuiu para a alta da remuneração dos investimentos de renda fixa pós-fixada (Tesouro Selic e indexados ao CDI).
Bitcoin viveu montanha-russa, mas saldo foi positivo
Finalmente, o bitcoin conseguiu terminar o mês em alta — leve, para os padrões das criptomoedas — após alguns momentos de "dor de barriga", nos quais chegou a perder o patamar dos US$ 100 mil após o anúncio da ferramenta de IA chinesa DeepSeek.
A criptomoeda caiu junto com as ações de tecnologia americanas após a divulgação do concorrente do ChatGPT desenvolvido a um custo muito menor, mas logo se recuperou.
Duas iniciativas do recém-empossado governo Trump beneficiaram os criptoativos em janeiro: a assinatura de um decreto pelo novo presidente dos EUA que permite a criação de um estoque nacional de ativos digitais; e o anúncio de criação de uma força-tarefa dedicada às criptomoedas pela Securities and Exchange Commission (SEC), a CVM americana.
Braskem (BRKM5) quer voltar a gerar caixa — e decidiu parar de gastar dinheiro com a Oxygea; entenda a decisão da petroquímica
De acordo com comunicado, a suspensão dos investimentos no negócio está alinhada ao novo direcionamento estratégico da empresa
A bolsa assim sem você: Ibovespa chega à última sessão de janeiro com alta acumulada de 5,5% e PCE e dados fiscais no radar
Imposição de tarifas ao petróleo do Canadá e do México por Trump coloca em risco sequência de nove sessões em queda do dólar
A forte valorização da bolsa mesmo com a Selic subindo mostra como as ações estão baratas
Ter uma boa parte da carteira em renda fixa aproveitando a Selic elevada faz todo o sentido. Mas eu não deixaria de ter algumas ações boas e baratas na carteira, especialmente se forem boas pagadoras de dividendos.
O que esperar da safra de balanços do 4T24? BTG traça previsões para Azul (AZUL4), Gol (GOLL4), Embraer (EMBR3) e Weg (WEGE3)
A previsão do mercado é de resultados mistos entre os setores de transportes e bens de capital — resta saber quais serão as estrelas da temporada
Ações do Magazine Luiza (MGLU3) saltam 10% com Ibovespa nas alturas. O que está por trás da pernada da bolsa hoje?
Por volta das 15h08, o principal índice de ações da B3 subia 2,78%, aos 126.861 pontos, com as ações cíclicas dominando a ponta positiva
Alta da Selic, autonomia do BC e novo comando da Vale (VALE3): as falas de Lula que ajudam o Ibovespa e as ações da mineradora hoje
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou a primeira coletiva de imprensa do ano nesta quinta-feira (30) e falou também sobre a questão fiscal e a alta do preço dos alimentos
Chuva de balanços das big techs, PIB dos EUA abaixo do esperado e juros: como a bolsa reage a esse combo
Wall Street abriu o dia com ganhos, mas entra na tarde desta quinta-feira (30) flertando com as perdas; entenda o que mexe com os índices em Nova York
Governo e bancos têm acordo para expandir crédito consignado, mas teto de juros incomoda Febraban
A proposta de teto de juros para crédito consignado vem na esteira do anúncio de uma nova modalidade, voltada para trabalhadores CLT e trabalhadores domésticos
Intelbras (INTB3) garante financiamento de R$ 200 milhões do BNDES. Onde a empresa investirá o dinheiro — e o que fazer com as ações agora?
Segundo a empresa, a nova captação “visa financiar o desenvolvimento de negócios com provedores de internet de micro, pequeno e médio porte”
O primeiro encontro: Ibovespa reage à alta dos juros pelo Copom e à manutenção das taxas pelo Fed
Alta dos juros pesa sobre Ibovespa e ativos de risco em geral, mas é positiva para a renda fixa conservadora
A meta de inflação nos EUA vai mudar? Entenda o processo de revisão do Fed mencionado por Powell hoje
O período da nova revisão das políticas do BC dos EUA já começou e deve ser concluído em setembro, mas você sabe o que isso significa na prática? O Seu Dinheiro explica
Telefônica Brasil (VIVT3) convoca AGE para discutir grupamento e desdobramento de ações. O que isso significa para o acionista?
Companhia planeja um grupamento na proporção de 40 ações para 1, seguido de um desdobramento, onde 1 ação grupada passaria a corresponder a 80 papéis
Selic sobe a 13,25% e deixa renda fixa ainda mais rentável; veja quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI
Conforme já sinalizado, Copom aumentou a taxa básica em mais 1,00 ponto percentual nesta quarta (29), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas
Bitcoin (BTC) sobrevive aos juros altos nos EUA e volta a flertar com os US$ 104 mil
Declaração do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, nesta quarta-feira (29) ajudou criptomoeda a recuperar valor
Agora sob a batuta de Galípolo, Copom cumpre o prometido, eleva Selic para 13,25% e mantém previsão de alta de 1,0 pp. na próxima reunião
Conforme esperado pelo mercado e antecipado pelo BC, taxa básica de juros subiu 1,0 ponto percentual em decisão unânime do colegiado, mas trajetória da Selic depois de março foi deixada em aberto
É esperar para ver: o que o presidente do Fed disse sobre Trump e pode mexer com os juros nos EUA — o republicano não deixa barato
O banco central norte-americano manteve a taxa inalterada entre 4,25% e 4,50% ao ano e desagradou o chefe da Casa Branca
Rede D’Or (RDOR3) brilha e Fleury (FLRY3) perde o encanto: o raio-x das empresas de saúde em 2025, segundo o Santander
Se você está procurando um lugar seguro para ancorar seu dinheiro, a Rede D’Or (RDOR3) surge como o porto seguro do setor, na visão dos analistas
No caldeirão de Trump, Fed resiste ao fogo alto e mantém juros em banho-maria
Na primeira reunião do ano , o banco central norte-americano seguiu a receita que o mercado esperava: manteve a taxa referencial na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano
A maior produção desde 2018 é o suficiente para comprar as ações da Vale (VALE3) agora?
Os papéis da mineradora operam em alta nesta quarta-feira (29), um dia depois da divulgação do relatório operacional do quarto trimestre; saiba o que fazer com os ativos
Azul (AZUL4) lidera altas do Ibovespa depois de reestruturar dívidas; confira os próximos passos da companhia aérea a partir de agora
A Azul concluiu o processo de renegociação com praticamente todos os detentores de títulos de dívida e finalmente obteve acesso a quase R$ 3 bilhões em financiamento