Juros nas alturas têm data para acabar, prevê economista-chefe do BMG. O que esperar do fim do ciclo de alta da Selic?
Para Flávio Serrano, o Banco Central deve absorver informações que gerarão confiança em relação à desaceleração da atividade, que deve resultar em um arrefecimento da inflação nos próximos meses

Para o economista-chefe do banco BMG, Flávio Serrano, o término do que parecia um infindável ciclo de altas da taxa básica de juros (Selic) já começou a emergir no horizonte.
Serrano prevê que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central fará um novo aperto monetário de 0,5 ponto porcentual em maio, finalizando a sequência de aumentos da taxa de juros.
De acordo com o economista, o BC considera que as ações de política monetária agem na economia com defasagem de 12 a 18 meses, e ainda está por vir muito do efeito da alta de juros sobre a atividade, que já dá sinais de desaceleração.
O diferencial de juros, que provavelmente aumentará se o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) reduzir sua taxa, e a expectativa de uma safra agrícola recorde, que deve aumentar as exportações de grãos e valorizar o real, também contribuem para essa visão, segundo Serrano. Isso pode desacelerar a inflação.
- E MAIS: Conheça carteira de ativos indicada para investir em meio a desajuste econômico no Brasil
As previsões do economista do BMG para os juros
A avaliação do economista é que a decisão do Copom sobre os juros veio em linha com o esperado, especialmente do lado da sinalização dos próximos passos da política monetária.
“Tinha gente achando que seria deixado totalmente em aberto, não seria sinalizado. E tinha gente, como nós, que esperava a sinalização de extensão do ciclo com ajuste de menor magnitude”, disse Serrano.
Leia Também
Com a Selic a 14,25%, analista alerta sobre um erro na estratégia dos investidores; entenda
Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom
O economista também destaca que o comunicado da autarquia veio compatível com a precificação do mercado, que já havia colocado 0,50 ponto porcentual de aumento para a próxima reunião como o mais provável.
“Espero ao menos 0,50 ponto na reunião de maio. Em junho, acho que não terá aumento”, ponderou.
“Nesse comunicado, há um ponto que reforça a percepção de que o ciclo monetário está próximo do final, porque o BC já falava das incertezas inerentes às defasagens temporais das ações de política monetária. Qualquer ação de política monetária demora de 12 a 18 meses para afetar a economia. Houve 3 pontos porcentuais de aumento da Selic (desde dezembro) e o mais provável é que a taxa bata nos 14,75%”, acrescentou.
- VEJA TAMBÉM: Mesmo com a Selic a 14,25% ao ano, esta carteira de 5 ações já rendeu 17,7% em 2025
As projeções para PIB, inflação e dólar
Para o especialista, o Banco Central deve absorver informações que gerarão confiança em relação à desaceleração da atividade, que deve resultar em um arrefecimento da inflação nos próximos meses.
A perspectiva do banco é de um crescimento de 2% para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2025, com desaceleração da demanda doméstica.
A previsão é que, à medida que o tempo passe, haja um reforço do cenário de convergência na inflação para mais próximo de 3%. “Atingir esse centro de meta no terceiro trimestre de 2026 não dá mais”, disse Serrano.
O BMG prevê uma inflação de 5,4% para este ano e de 4% para o ano que vem. “Mesmo em 2026 a inflação vai estar acima do centro da meta”.
“Mesmo que isso esteja errado, de julho não deve passar, será o fim do ciclo”, avaliou o economista.
Serrano também traçou as estimativas para o câmbio, com o dólar encerrando o ano na casa dos R$ 5,60. “É uma projeção que não alterei porque havia uma visão de que o real poderia se valorizar. Deve ficar nesta faixa.”
*Com informações do Estadão Conteúdo.
Trump no cinema: Ovos, bravatas e tarifas fumegantes
Em meio à guerra comercial de Donald Trump, exportações de ovos do Brasil para os EUA quase dobram em fevereiro
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Agenda econômica: Ata do Copom, IPCA-15 e PIB nos EUA e Reino Unido dividem espaço com reta final da temporada de balanços no Brasil
Semana pós-Super Quarta mantém investidores em alerta com indicadores-chave, como a Reunião do CMN, o Relatório Trimestral de Inflação do BC e o IGP-M de março
Co-CEO da Cyrela (CYRE3) sem ânimo para o Brasil no longo prazo, mas aposta na grade de lançamentos. ‘Um dia está fácil, outro está difícil’
O empresário Raphael Horn afirma que as compras de terrenos continuarão acontecendo, sempre com análises caso a caso
Bolão com dezenas de participantes divide prêmio da Lotofácil com outras quatro apostas — e ninguém fica milionário; Mega-Sena e Quina acumulam
Cinco apostas acertaram as dezenas sorteadas no concurso 3349 da Lotofácil; veja os resultados das principais loterias da Caixa
Não fique aí esperando: Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque do exterior e da temporada de balanços
Ibovespa interrompeu na quinta-feira uma sequência de seis pregões em alta; movimento é visto como correção
Deixou no chinelo: Selic está perto de 15%, mas essa carteira já rendeu mais em três meses
Isso não quer dizer que você deveria vender todos os seus títulos de renda fixa para comprar bolsa neste momento, não se trata de tudo ou nada — é até saudável que você tenha as duas classes na carteira
Trump style: do bitcoin aos juros — com uma parada no controverso decreto da educação e um pouco de Brasil
Nesta quinta-feira (20), o presidente norte-americano celebra dois meses da sua volta à Casa Branca em um dia cheio de polêmicas e vazamento de plano
Warren Buffett enriquece US$ 22,5 bilhões em 2025 e ultrapassa Bill Gates — estratégia conservadora se prova vencedora
Momento de incerteza favorece ativos priorizados pela Berkshire Hathaway, levando a um crescimento acima da média da fortuna de Buffett, segundo a Bloomberg
Ainda sobe antes de cair: Ibovespa tenta emplacar mais uma alta após decisões do Fed e do Copom
Copom elevou os juros por aqui e Fed manteve a taxa básica inalterada nos EUA durante a Super Quarta dos bancos centrais
Rodolfo Amstalden: As expectativas de conflação estão desancoradas
A principal dificuldade epistemológica de se tentar adiantar os próximos passos do mercado financeiro não se limita à já (quase impossível) tarefa de adivinhar o que está por vir
Renda fixa mais rentável: com Selic a 14,25%, veja quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI
Conforme já sinalizado, Copom aumentou a taxa básica em mais 1,00 ponto percentual nesta quarta (19), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas
Copom não surpreende, eleva a Selic para 14,25% e sinaliza mais um aumento em maio
Decisão foi unânime e elevou os juros para o maior patamar em nove anos. Em comunicado duro, o comitê não sinalizou a trajetória da taxa para os próximos meses
A recessão nos EUA: Powell responde se mercado exagerou ou se a maior economia do mundo está em apuros
Depois que grandes bancos previram mais chance de recessão nos EUA e os mercados encararam liquidações pesadas, o chefe do Fed fala sobre a situação real da economia norte-americana
Decisão do Federal Reserve traz dia de alívio para as criptomoedas e mercado respira após notícias positivas
Expectativa de suporte do Fed ao mercado, ETF de Solana em Wall Street e recuo da SEC no processo contra Ripple impulsionam recuperação do mercado cripto após semanas de perdas
Nova York vai às máximas, Ibovespa acompanha e dólar cai: previsão do Fed dá força para a bolsa lá fora e aqui
O banco central norte-americano manteve os juros inalterados, como amplamente esperado, mas bancou a projeção para o ciclo de afrouxamento monetário mesmo com as tarifas de Trump à espreita
Sem medo de Trump: BC dos EUA banca previsão de dois cortes de juros este ano e bolsas comemoram decisão
O desfecho da reunião desta quarta-feira (19) veio como o esperado: os juros foram mantidos na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano, mas Fed mexe no ritmo de compra de títulos
O que o meu primeiro bull market da bolsa ensina sobre a alta das ações hoje
Nada me impactou tanto como a alta do mercado de ações entre 1968 e 1971. Bolsas de Valores seguem regras próprias, e é preciso entendê-las bem para se tirar proveito
Haddad despenca, Galípolo passa raspando, inflação em alta e economia rumo à recessão: como a Faria Lima vê o governo Lula
Segundo pesquisa Genial Quaest, para 93% dos agentes de mercado a política econômica está na direção errada — e a culpa é do presidente, não de Haddad
De volta à Terra: Ibovespa tenta manter boa sequência na Super Quarta dos bancos centrais
Em momentos diferentes, Copom e Fed decidem hoje os rumos das taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos