Estas duas empresas brasileiras podem lucrar com a guerra comercial entre EUA e China — e este bancão recomenda comprar as ações
Na avaliação do Santander, outras empresas do mesmo setor podem se beneficiar indiretamente com a troca de tarifas entre Trump e Xi Jinping

O mundo vem acompanhando de perto — e com muita cautela — as tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. O consenso no mercado é que a guerra comercial imposta pelo republicano deve pressionar a inflação no país e nas demais economias.
Nesta semana, Trump subiu o tom e anunciou a aplicação de uma tarifa adicional de 10% sobre os bens importados da China. Vale lembrar que ele já havia definido impostos de 10% sobre os produtos chineses.
Ele já vem sinalizando que o Brasil pode ser o próximo a entrar na sua mira. Apesar de o caldo estar esquentando para o lado dos brasileiros, há um outro lado da moeda.
Segundo o Santander, no setor do agronegócio, as empresas SLC Agrícola (SLCE3) e Rumo (RAIL3) podem sair ganhando com a reedição da guerra comercial entre EUA e China — e indica que é hora de colocar as ações na carteira.
O banco enxerga que o Gigante Asiático deve olhar os produtos agropecuários brasileiros com mais atenção a partir de agora. Isso porque o governo chinês também irá impor tarifas aos produtos norte-americanos — em especial sobre as commodities e as proteínas — em retaliação às medidas do presidente dos EUA.
Leia Também
- VEJA MAIS: As principais decisões de Trump em seus primeiros 100 dias na Casa Branca
Na disputa dos EUA contra a China, Brasil é uma segunda opção
Não é a primeira vez que o Brasil passa a receber mais atenção da China em meio às dificuldades diplomáticas e econômicas com os EUA.
Durante o primeiro mandato de Donald Trump, em 2018, o Gigante Asiático implementou uma tarifa de 25% sobre produtos norte-americanos. Na época, a guerra comercial entre os países desencadeou uma mudança na demanda de commodities pela China, que passou a optar por produtos brasileiros.
Atualmente, as taxações definidas são menores: 15% sobre frango, trigo e milho norte-americanos, e uma tarifa de 10% sobre cereal, carne de porco, carne bovina e laticínios.
Apesar disso, o Santander ainda avalia que a mudança de olhar deve voltar a acontecer. “As crescentes tensões entre os dois países provavelmente levarão a China a adquirir mais grãos e proteínas do Brasil”, afirmou em documento.
Essa transferência da demanda dos EUA para o Brasil deve, no longo prazo, pressionar os preços dos produtos norte-americanos para baixo, ao mesmo tempo em que puxa os preços dos produtos brasileiros para cima.
- VEJA TAMBÉM: cobertura completa da temporada de balanços - Saiba o que esperar do mercado e como se posicionar
SLC Agrícola vai brilhar? Santander diz que sim
O banco tem perspectivas de crescimento para todo o setor da agricultura brasileira nos próximos anos com a guerra tarifária entre Trump e Xi Jinping, presidente da China. Porém, há uma empresa que está preparada para brilhar: a SLC Agrícola.
Recentemente, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) indicou que haverá uma mudança na área plantada de milho em 2025.
O órgão previu o plantio de milho em 94 milhões de acres, acima dos 90,6 milhões registrados em 2024. Já a projeção do plantio de soja é de 84 milhões de acres, abaixo dos 87,1 milhões do ano passado.
Segundo o Santander, a redução deve gerar um aumento na demanda específica por soja brasileira. “A SLC surge como uma das principais beneficiárias”, afirmou o banco, que recomenda a compra das ações da companhia.
Além da SLC, os analistas ainda enxergam que outras empresas também podem ter benefícios indiretos, como 3tentos (TTEN3) e Boa Safra (SOJA3).
Rumo também pode sair ganhando com a guerra comercial entre EUA e China
Com o provável aumento potencial nas exportações de grãos do Brasil para a China, a demanda por serviços de logística também deve crescer no país. O maior beneficiário dessa alteração será Rumo (RAIL3), segundo o Santander.
Isso porque as principais rotas da companhia, que são localizadas na região Centro-Oeste do Brasil — região líder na produção de grãos no país — e seguem em direção ao Porto de Santos, oferecem custos de frete marítimo mais baixos para a China quando comparados aos portos brasileiros no Arco Norte.
Assim, o banco avalia que a Rumo pode se beneficiar de melhores condições de volume/preço enquanto as tarifas durarem e também recomenda a compra das ações.
Acabou a brincadeira: China faz alerta contundente aos países que fizerem acordo com Trump
Enquanto isso, Pequim tenta usar a Coreia do Sul para triangular exportações e escapar dos efeitos das tarifas norte-americanas
A bolsa de Nova York sangra: Dow Jones cai quase 1 mil pontos e S&P 500 e Nasdaq recuam mais de 2%; saiba o que derrubou Wall Street
No mercado de câmbio, o dólar perde força com relação a outras moedas, atingindo o menor nível desde março de 2022
A última ameaça: dólar vai ao menor nível desde 2022 e a culpa é de Donald Trump
Na contramão, várias das moedas fortes sobem. O euro, por exemplo, se valoriza 1,3% em relação ao dólar na manhã desta segunda-feira (21)
Agenda econômica: é dada a largada dos balanços do 1T25; CMN, IPCA-15, Livro Bege e FMI também agitam o mercado
Semana pós-feriadão traz agenda carregada, com direito a balanço da Vale (VALE3), prévia da inflação brasileira e reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN)
Nvidia cai mais de 6% com ‘bloqueio’ de Trump em vendas de chips para China e analista prefere ação de ‘concorrente’ para investir agora; entenda
Enquanto a Nvidia sofre com as sanções de Donald Trump, presidente americano, sobre a China, outra ação de inteligência artificial está se destacando positivamente
A coisa está feia: poucas vezes nas últimas décadas os gestores estiveram com tanto medo pelo futuro da economia, segundo o BofA
Segundo um relatório do Bank of America (BofA), 42% dos gestores globais enxergam a possibilidade de uma recessão global
O que aconteceu com a fortuna dos maiores bilionários chineses com Trump ‘tocando o terror’ nas tarifas contra o gigante asiático?
Com a guerra comercial que está acontecendo entre China e EUA, os bilionários norte-americanos já perderam quase meio trilhão de dólares somados. Nesse cenário, como estão os ricaços chineses?
Sol sem clichê: 4 destinos alternativos para curtir o verão no Hemisfério Norte
De Guadalajara a Montreal, quatro cidades surpreendentes para quem quer fugir do lugar comum com charme e originalidade no verão do Hemisfério Norte
Google teve semana de más notícias nos EUA e Reino Unido; o que esperar da próxima semana, quando sai seu balanço
Nos EUA, juíza alega que rede de anúncios digitais do Google é monopólio ilegal; no Reino Unido, empresa enfrenta ação coletiva de até 5 bilhões de libras por abuso em publicidade
Inteligência artificial e Elon Musk podem manchar a imagem das empresas? Pesquisa revela os maiores riscos à reputação em 2025
A pesquisa Reputation Risk Index mostrou que os atuais riscos à reputação das empresas devem aumentar no decorrer deste ano
Os cinco bilionários que mais perderam dinheiro neste ano em meio ao novo governo Trump – e o que mais aumentou sua fortuna
O ano não tem sido fácil nem para os ricaços; a oscilação do mercado tem sido fortemente influenciada pelas decisões do novo governo Trump, em especial o tarifaço global proposto por ele
Powell na mira de Trump: ameaça de demissão preocupa analistas, mas saída do presidente do Fed pode ser mais difícil do que o republicano imagina
As ameaças de Donald Trump contra Jerome Powell adicionam pressão ao mercado, mas a demissão do presidente do Fed pode levar a uma longa batalha judicial
Você está demitido: Donald Trump segue empenhado na justa causa de Jerome Powell
Diferente do reality “O Aprendiz”, o republicano vai precisar de um esforço adicional para remover o presidente do Fed do cargo antes do fim do mandato
Batalha naval: navios da China entram na mira das tarifas americanas — mas, dessa vez, não foi Trump que idealizou o novo imposto
As autoridades americanas chegaram à conclusão que a China foi agressiva para estabelecer dominância no setor de construção naval
Guerra comercial de Trump está prejudicando a economia do Brasil? Metade dos brasileiros acredita que sim, diz pesquisa
A pesquisa também identificou a percepção dos brasileiros sobre a atuação do governo dos Estados Unidos no geral, não apenas em relação às políticas comerciais
Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana
Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou
‘Indústria de entretenimento sempre foi resiliente’: Netflix não está preocupada com o impacto das tarifas de Trump; empresa reporta 1T25 forte
Plataforma de streaming quer apostar cada vez mais na publicidade para mitigar os efeitos do crescimento mais lento de assinantes
Show de ofensas: a pressão total de Donald Trump sobre o Fed e Jerome Powell
“Terrível”, “devagar” e “muito político” foram algumas das críticas que o presidente norte-americano fez ao chefe do banco central, que ele mesmo escolheu, em defesa do corte de juros imediato
Mirou no que viu e acertou no que não viu: como as tarifas de Trump aceleram o plano do Putin de uma nova ordem mundial
A Rússia não está na lista de países que foram alvo das tarifas recíprocas de governo norte-americano e, embora não passe ilesa pela efeitos da guerra comercial, pode se dar bem com ela
Sobrevivendo a Trump: gestores estão mais otimistas com a Brasil e enxergam Ibovespa em 140 mil pontos no fim do ano
Em pesquisa realizada pelo BTG, gestores aparecem mais animados com o país, mesmo em cenário “perde-perde” com guerra comercial