A nova corrida do ouro? Cotação dispara em meio a busca por proteção e passa de US$ 2.900, mas pode subir mais
Fortalecimento da cotação do ouro é acentuado por incertezas sobre a política tarifária de Trump e pela persistente tensão geopolítica
![ouro mineração mina de ouro aura minerals aura33](https://media.seudinheiro.com/uploads/2025/01/ouro-mineracao-aura-minerals-715x402.jpg)
O ouro superou a marca de US$ 2.900 por onça, impulsionado pela busca dos investidores por proteção diante das incertezas sobre as políticas tarifárias de Donald Trump.
Embora algumas iniciativas diplomáticas estejam em andamento para amenizar os conflitos globais mais evidentes, as tensões geopolíticas estruturais permanecem intactas e a Nova Guerra Fria continua a se aprofundar.
A rivalidade entre EUA e China segue sendo o principal eixo da disputa geopolítica, mas outro fenômeno significativo tem ganhado força: a crescente aproximação entre estados párias.
Um exemplo claro é o fortalecimento das alianças entre Rússia, Coreia do Norte e Irã. Após a assinatura de um tratado de defesa mútua entre Vladimir Putin e a Coreia do Norte, o líder russo agora recebeu o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, para formalizar um acordo de parceria estratégica abrangente.
Esse realinhamento global reflete um mundo cada vez mais fragmentado e instável, onde as tensões geopolíticas criam um ambiente de maior volatilidade para os mercados.
Nesse contexto, o ouro se reafirma como um ativo indispensável.
Além de ser uma reserva estratégica para bancos centrais, ele mantém seu status de porto seguro e reserva de valor histórica, acumulando milhares de anos de confiabilidade em momentos de turbulência econômica e política.
Leia Também
Seja como hedge contra crises ou como proteção contra a desvalorização das moedas fiduciárias, o metal precioso segue desempenhando um papel fundamental na preservação de patrimônio diante de um cenário global cada vez mais incerto.
O metal precioso tem sido cada vez mais adotado não apenas por investidores, mas também por bancos centrais, que reforçam suas reservas como uma forma de blindagem contra choques financeiros e geopolíticos.
Em 2024, o Banco Central da China (PBoC) expandiu suas reservas de ouro em 44,17 toneladas, atingindo um novo recorde de 2.279,57 toneladas.
Esse movimento reflete um esforço de diversificação e independência financeira, reduzindo a exposição ao dólar americano em meio ao crescente uso da moeda como ferramenta de sanções econômicas.
- VEJA MAIS: Brasil está na mira do tarifaço de Trump – confira os impactos dessa mudança nos seus investimentos
A volta por cima do ouro
A crescente valorização do ouro como ativo defensivo reforça seu papel central em um mundo cada vez mais polarizado.
A mudança no papel do ouro dentro do sistema financeiro internacional se intensificou após a decisão dos EUA de utilizar o dólar como arma geopolítica.
Desde que Richard Nixon encerrou o padrão-ouro em 1971, as reservas internacionais dos países reduziram drasticamente sua exposição ao metal.
No entanto, as sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos contra a Rússia, após a invasão da Ucrânia, marcaram um ponto de inflexão, desencadeando uma nova onda de acúmulo de ouro por bancos centrais.
O temor de que os EUA possam expulsar nações inteiras do sistema financeiro global tem levado diversos países a fortalecerem suas reservas de ouro, impulsionando os preços e incentivando uma corrida especulativa ao metal.
Assim, os mercados emergentes devem seguir ampliando suas reservas de ouro como blindagem contra pressões econômicas vindas do Ocidente, ao mesmo tempo em que muitas das principais economias já começaram a reduzir suas taxas de juros.
Esse fator, por si só, reforça um cenário de valorização para o metal precioso, pois, historicamente, o ouro tende a se beneficiar em períodos de maior incerteza inflacionária. Em cenários onde a inflação persiste, o ouro tende a valorizar ainda mais.
Então esse movimento de valorização deve continuar?
Acredito que sim.
O metal precioso não apenas protege contra riscos sistêmicos, mas também funciona como hedge em moeda forte, diversificando a exposição ao dólar e reduzindo a vulnerabilidade a choques financeiros — não considero improvável que o ouro ultrapasse a marca de US$ 3.000 por onça até 2026.
Para investidores que desejam se posicionar nesse cenário, ETFs como IAU e GOLD11 são veículos interessantes de exposição ao ouro, oferecendo liquidez e praticidade.
No entanto, qualquer decisão de investimento deve ser tomada com cautela e planejamento estratégico, garantindo que as posições estejam adequadamente dimensionadas, respeitando o perfil de risco individual e assegurando uma diversificação robusta do portfólio.
Um ‘respiro’ para Shein e Temu: Trump vai manter a isenção de impostos para as ‘blusinhas’ e outros produtos das varejistas chinesas – mas medida deve ser temporária
Presidente assinou uma ordem executiva que mantém a isenção até que seja implementado um sistema para coletar as tarifas de forma completa e rápida
Apertem os cintos: o toma lá, dá cá de Trump será elevado a um nível ainda maior
Tarifas recíprocas, taxação sobre o setor automotivo do Japão e impostos sobre a China estão na mira do presidente norte-americano
Semana sangrenta das criptomoedas: o que derrubou o mercado nos primeiros dias de fevereiro?
Uma sequência de eventos abalou o mercado: da disputa tarifária nos EUA ao lançamento da DeepSeek e à turbulência nas big techs, as criptomoedas chegam ao final da semana no vermelho
O dólar vai cair mais? O compromisso de Haddad para colocar o câmbio em ‘patamar adequado’
Segundo o ministro da Fazenda, a política que o governo está adotando para trazer o dólar a um patamar mais adequado também vai ter reflexo nos preços nas próximas semanas
Tabuada na bolsa: Ibovespa reage ao balanço do Bradesco enquanto investidores aguardam payroll nos EUA
Participantes do mercado olham para o payroll em busca de sinais em relação aos próximos passos do Fed
O easter egg de Trump: o que há no plano vazado para acabar com a guerra entre Rússia e Ucrânia de uma vez
Relatório mostra que o presidente norte-americano está empenhado em colocar um fim no conflito. Seus métodos, no entanto, podem ser questionados.
Uma renda nem tão fixa assim: Ibovespa reage a balanços enquanto investidores monitoram Trump e decisão de juros na Inglaterra
Itaú reporta lucro líquido maior do que se esperava e anuncia dividendos extraordinários e recompra de ações multibilionária
O DeepSeek é o fim das big techs? O que muda para gigantes como Nvidia, Meta e OpenAI com a China no jogo da inteligência artificial
No episódio do Touros e Ursos, João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, fala sobre as repercussões causadas pela IA chinesa no mundo da tecnologia
“Taxação das blusinhas” na Europa? Como a UE quer aumentar o cerco a Shein e a outras plataformas chinesas
Bloco vai investigar se as empresas de e-commerce estão vendendo produtos que podem ser perigosos ou que violam as leis da região
Medo do DeepSeek? Google e Amazon anunciam novidades no Gemini e na Alexa para acirrar a competição com a IA chinesa
Big techs aceleram a corrida da inteligência artificial e prometem novos produtos e serviços para não ficarem para trás
Agora é para valer: China apresenta queixa contra tarifa de Trump; entenda o que acontece a partir de agora
Pequim alega na OMC que as medidas tarifárias dos EUA violam as obrigações em relação ao status de nação mais favorecida, com base nas normas da entidade de comércio global
Sobrou até para a Barbie: como as tarifas de Trump podem elevar os preços da boneca mais famosa do mundo
A linha de carrinhos da Hot Wheels também corre o risco de sofrer um incremento nos valores para compensar o custo da taxação do republicano
Vale mais do que dinheiro: demanda por ouro bate recorde em um ano e investimentos explodem
Os preços mais elevados do metal precioso, no entanto, têm afetado em cheio do mercado de joias, que deve continuar em baixa em 2025
Um (dilema) Tostines na bolsa: Ibovespa reage a balanços e produção industrial em dia de aversão ao risco lá fora
Santander Brasil é o primeiro bancão a divulgar balanço do quarto trimestre de 2024; Itaú publica resultado depois do fechamento
Dólar registra maior sequência de perdas ante o real na história com “trégua” do tarifaço de Trump
A moeda norte-americana fechou a R$ 5,77, chegando no menor nível desde novembro do ano passado durante a sessão
Dólar livre na Argentina já tem data para acontecer; saiba quando Milei vai suspender o controle cambial de vez
O plano inicial do presidente argentino era suspender o chamado cepo cambial ainda este ano, mas, para isso acontecer, existem condições
Ambev (ABEV3), JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3): quem ganha e quem perde com o tarifaço de Trump, segundo o BTG
Analistas destacam possíveis impactos positivos e negativos para empresas brasileiras, com a redução da competitividade das exportações dos EUA e de países afetados
China sobe o tom, anuncia retaliações às tarifas dos EUA e faz Donald Trump querer conversar com Xi Jinping
Além das taxações, China coloca o Google no meio da guerra comercial. Já as tarifas de Donald Trump aos produtos chineses podem ter impacto reduzido
A próxima “Grande Aposta” está no Brasil? Os gestores que lucraram na crise financeira de 2008 dizem que sim
“Você está falando apenas do mercado que acabou de ter dividend yield de 10% apenas no índice”, disse Peter Collins, sobre a bolsa brasileira
Um olho na estrada, outro no retrovisor: Ibovespa reage à ata do Copom enquanto se prepara para temporada de balanços
Investidores também repercutem a relatório de produção e vendas da Petrobras enquanto monitoram desdobramentos da guerra comercial de Trump