🔴 QUER INVESTIR NAS MELHORES CRIPTOMOEDAS DO MOMENTO? SAIBA COMO CLICANDO AQUI

Felipe Miranda: O que me anima para 2025

Se fosse para dar uma recomendação pragmática e direta para 2025, seria: mantenha uma sólida posição de caixa (pós-fixados), uma exposição razoável ao dólar, algum hedge em ouro e um pezinho nas criptomoedas

6 de janeiro de 2025
20:00 - atualizado às 15:48
ações fiis 2025 fundos imobiliários investimentos para 2025 onde investir em 2025
Imagem: iStock.com/MicroStockHub

Estão todos pessimistas para 2025 no Brasil. E essa é a primeira coisa que me anima.

Veja: não é que inexistam motivos para uma visão prospectiva mais negativa. Aliás, ilude-se quem pensa que bolhas especulativas ou momentos de pessimismo exagerado decorram da ausência de justificativas fundamentadas.

A boa euforia ou a boa depressão precisa estar assentada sobre uma narrativa crível, que somente a posteriori vai se mostrar errada.

Com Selic acima de 15% e inflação de 6%, consumo e investimentos serão travados. Possivelmente, teremos uma recessão técnica no segundo semestre.

Para usar a analogia da WHG num paralelo com Wall Street e Main Street, a Faria Lima encontrará a 25 de março. “Eu sou você amanhã”.

O mercado malvadão apenas manifesta por meio dos preços a informação da interação de milhares de compradores e vendedores cujas expectativas se manifestam numa transação.

O andar de cima encontra o benefício de enxergar com mais perspectiva. O emprego e a massa salarial são os últimos a sentir. A sensação de mal-estar no dia a dia da população será bem mais intensa ao longo deste ano.

Leia Também

Não desmereço esses elementos. Meu ponto, por outro lado, é que os mercados carregam uma habilidade especial em surpreender os consensos.

Se a construção acima é correta, de que os mercados enxergam as crises antecipadamente, ao menos parte relevante dela já está nos preços.

Se todos acham que as coisas vão piorar antes de melhorar, ninguém espera a deterioração passivamente. As pessoas vendem antes. E os ativos financeiros pioram também antecipadamente.

Kit Brasil: entre aberrações e bizarrices

Hoje, ninguém quer saber do kit Brasil. Todo o sell side está “underweight" (abaixo da média) com as ações brasileiras.

O buy side local virou especialista em crédito europeu e inteligência artificial — gera beta enquanto disfarça sua habilidade de entregar alfa.

Fundos de pensão carregam sua menor posição da história recente em Bolsa. As pessoas físicas não querem nada além de devorar a sopa de letrinhas das LCIs, LCAs, CRIs, e CRAs. 

Se isso não foi suficiente para demonstrar o clima sorumbático nos mercados locais, destaco duas aberrações brasileiras. 

Todos criticam nossa tragédia fiscal e a explosão da trajetória da dívida pública. Essas mesmas pessoas vendem suas ações para comprar a dívida pública!

É um raciocínio no mínimo peculiar: dado que o governo flerta com níveis perigosos de dívida, vou emprestar mais dinheiro para o governo!

Se há chances reais de incorrermos num calote branco (países com dívida em moeda local dão calote por meio da inflação), seria preferível correr dos bonds e estar em ativos reais.

A outra bizarrice se verifica na microestrutura da renda variável. Agora, pertencer a índices formais de ações, algo que historicamente foi motivo de atração de fluxo comprador, pode representar uma adversidade adicional. Você entra num determinado índice e sua ação cai, porque há um fluxo de posições vendidas muito alto.

O corolário do pessimismo elevado com os ativos locais é que seus valuations se encontram em níveis bastante atrativos sob uma perspectiva histórica. A qualificação temporal importa aqui. 

2025: a antessala de 2026

Ao afirmar que os ativos brasileiros estão baratos, não quero dizer que eles não possam ficar ainda mais baratos, nem tampouco que estarão mais bem apreçados na próxima semana.

Sejamos sinceros: o Brasil tem uma capacidade exemplar de surpreender negativamente. É um trabalho de profissionais!

Mas, para investidores de longo prazo, essa possibilidade de piora adicional (repito: sob uma perspectiva histórica), será irrelevante, um pequeno escorregão imperceptível num gráfico de ciclos de anos ou décadas.

Se fosse para dar uma recomendação pragmática e direta para 2025, seria: mantenha uma sólida posição de caixa (pós-fixados), uma exposição razoável ao dólar, algum hedge em ouro e um pezinho nas criptomoedas.

Ao mesmo tempo, dilate seu horizonte temporal até o final de 2026 e carregue uma posição em ativos de risco brasileiro, sob a ressalva de evitar aqueles que podem morrer no meio do caminho (distressed, turnaround, excesso de alavancagem etc).

Eis o segundo grande fator de ânimo para o ano: 2025 é a antessala de 2026. Desculpe a obviedade. 

Recorro ao meu querido amigo Marcos Troyjo em episódio recente do podcast Market Makers, mais ou menos assim: “vai chegar um momento no ano em que os investidores vão olhar para o relógio e perceber que estamos nos aproximando de uma possível mudança do ciclo eleitoral.”

E isso é muito mais importante, desde que não morramos no meio do caminho.

Haverá um momento em que a matriz de payoff brasileira será a seguinte:

  • Se as coisas melhorarem, bom… elas terão melhorado. Isso prescinde de explicação. O cenário bom é… o cenário bom. “Quem ganha, ganha. Quem perde, explica”.
  • Se elas piorarem, isso significa desemprego e inflação em alta. Por definição, o índice de miséria aumenta, batendo na confiança do consumidor, que, por sua vez, carrega alta correlação com a popularidade do presidente. Piorar agora significa aumentar a chance de uma mudança do ciclo de economia política em 2026, quando podemos iniciar um longo período de 9 anos no sentido do respeito à ciência econômica. Pragmaticamente, isso importa muito mais do que um déficit primário de zero ou de meio por cento do PIB em 2025.

Por isso, a dilatação do horizonte temporal me parece a decisão mais sensata para o ano de 2025, que será um ano bom em si ou um ano edificante, em que sua “ruindade” assentará as bases para um longo ciclo positivo. 

Volatilidade, risco e oportunidade

Nesse sentido, assumindo a validade do argumento supracitado, é necessário salientar que o investimento no kit Brasil agora, contrariando toda a visão de consenso, envolve baixo risco, e não alto risco.

Explico.

Os modelos clássicos de alocação de portfólio associam risco à volatilidade. Para um talebiano ou para um buffettiano, no entanto, risco não tem nenhuma relação com volatilidade. Google em: falácia do peru de Natal.

Como gosta de dizer a Artemis Capital, volatilidade é apenas um mecanismo de revelação da verdade. Sob essa perspectiva, ela é boa, não ruim. A supressão da volatilidade é que envolve riscos desconhecidos e maiores.

Risco deveria estar associado à chance de perda permanente do capital. Portanto, se você concorda que, se 2025 for ruim, ele constrói as bases para a mudança do ciclo de economia política em 2026, cujos impactos trariam verdadeira multiplicação para os ativos de risco no Brasil ao longo dos próximos 9 anos (lembre-se que um caudilho nunca deixa herdeiros), a chance de perda permanente do capital, caso você estenda seu horizonte temporal, é baixa.

Sob essa construção, estaríamos numa daquelas raras oportunidades capazes de associar alto retorno potencial com risco (entendido como perda permanente do capital) baixo. “Isso me alegra, montão”, terminamos com a sabedoria de Riobaldo para nos iluminar por 2025.

Um feliz ano novo a todos!

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: PIB da China, política monetária na Europa e IGP-10 são destaques em semana de balanços nos EUA

14 de abril de 2025 - 6:30

Após dias marcados pelo aumento das tensões entre China e Estados Unidos, indicadores econômicos e os balanços do 1T25 de gigantes como Goldman Sachs, Citigroup e Netflix devem movimentar a agenda desta semana

DIA 82

A resposta de Lula a Donald Trump: o Brasil não é um parceiro de segunda classe

11 de abril de 2025 - 19:49

O presidente brasileiro finalmente sancionou, sem vetos, a lei de reciprocidade para lidar melhor com casos como o tarifaço dos EUA

ATRAVESSANDO A TEMPESTATE

Bitcoin (BTC) em tempos de guerra comercial: BTG vê janela estratégica para se posicionar na maior criptomoeda do mundo

11 de abril de 2025 - 19:29

Relatório do BTG Pactual analisa os impactos das tarifas no mercado de criptomoedas e aponta que ainda há espaço para investidores saírem ganhando, mesmo em meio à volatilidade

REVISÃO

JP Morgan reduz projeção para o PIB brasileiro e vê leve recessão no segundo semestre; cortes de juros devem começar no fim do ano

11 de abril de 2025 - 12:55

Diante dos riscos externos com a guerra tarifária de Trump, economia brasileira deve retrair na segunda metade do ano; JP agora vê Selic em 1 dígito no fim de 2026

PIZZA À MODA BRASILEIRA

Metade das 50 melhores pizzarias da América Latina estão no Brasil; veja quais são

11 de abril de 2025 - 11:44

Prêmio italiano 50 Top Pizza consagra restaurantes nos quatro cantos do país

SEXTOU COM O RUY

Gigantes da bolsa derretem com tarifas de Trump: pequenas empresas devem começar a chamar a atenção

11 de abril de 2025 - 6:03

Enquanto o mercado tenta entender como as tarifas de Trump ajudam ou atrapalham algumas empresas grandes, outras nanicas com atuação exclusivamente local continuam sua rotina como se (quase) nada tivesse acontecido

DIA 81

O pior está por vir — e não é mais tarifa: o plano de Trump que pode expulsar as empresas chinesas da bolsa

10 de abril de 2025 - 19:40

Circula nos corredores da Casa Branca e do Congresso norte-americano um plano que pode azedar de vez a relação entre as duas maiores economias do mundo

MERCADOS HOJE

Tarifa total de 145% dos EUA sobre a China volta a derrubar bolsas — Dow perde mais de 1 mil pontos e Ibovespa cai 1,13%; dólar sobe a R$ 5,8988

10 de abril de 2025 - 12:29

A euforia da sessão anterior deu lugar às incertezas provocadas pela guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo; Wall Street e B3 devolvem ganhos nesta quinta-feira (10)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Dia de ressaca na bolsa: Depois do rali com o recuo de Trump, Wall Street e Ibovespa se preparam para a inflação nos EUA

10 de abril de 2025 - 8:12

Passo atrás de Trump na guerra comercial animou os mercados na quarta-feira, mas investidores já começam a colocar os pés no chão

DO INFERNO AO CÉU

Bitcoin (BTC) dispara e recupera patamar de US$ 82 mil — alívio nas tarifas reacende o mercado cripto

9 de abril de 2025 - 15:09

Após o presidente Donald Trump anunciar uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas, o bitcoin subiu 6,10% e puxou alta de todo o mercado de criptomoedas

FACA DE DOIS GUMES

Países do Golfo Pérsico têm vantagens para lidar com o tarifaço de Trump — mas cotação do petróleo em queda pode ser uma pedra no caminho

9 de abril de 2025 - 13:07

As relações calorosas com Trump não protegeram os países da região de entrar na mira do tarifaço, mas, em conjunto com o petróleo, fortalecem possíveis negociações

PETRÓLEO NO VERMELHO

Brava Energia (BRAV3) e petroleiras tombam em bloco na B3, mas analistas veem duas ações atraentes para investir agora

9 de abril de 2025 - 12:22

O empurrão nas ações de petroleiras segue o agravamento da guerra comercial mundial, com retaliações da China e Europa às tarifas de Donald Trump

TIRA CASACO, BOTA CASACO

Sem pílula de veneno: Casas Bahia (BHIA3) derruba barreira contra ofertas hostis; decisão segue recuo de Michael Klein na disputa por cadeira no conselho

9 de abril de 2025 - 10:06

Entre as medidas que seriam discutidas em AGE, que foi cancelada pela varejista, estava uma potencial alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill; entenda

INVESTINDO EM MEIO AO CAOS

“Trump vai demorar um pouco mais para entrar em pânico”, prevê gestor — mas isso não é motivo para se desiludir com a bolsa brasileira agora

9 de abril de 2025 - 9:14

Para André Lion, sócio e gestor da estratégia de renda variável da Ibiuna Investimentos, não é porque as bolsas globais caíram que Trump voltará atrás na guerra comercial

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed

9 de abril de 2025 - 8:45

Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China

OS PLANOS DO CEO

CEO da Embraer (EMBR3): tarifas de Trump não intimidam planos de US$ 10 bilhões em receita até 2030; empresa também quer listar BDRs da Eve na B3

8 de abril de 2025 - 16:56

A projeção da Embraer é de que, apenas neste ano, a receita líquida média atinja US$ 7,3 bilhões — sem considerar a performance da subsidiária Eve

LADEIRA ABAIXO

Ação da Vale (VALE3) chega a cair mais de 5% e valor de mercado da mineradora vai ao menor nível em cinco anos

8 de abril de 2025 - 15:52

Temor de que a China cresça menos com as tarifas de 104% dos EUA e consuma menos minério de ferro afetou em cheio os papéis da companhia nesta terça-feira (8)

TOP COMPANIES

As melhores empresas para crescer na carreira em 2025, segundo o LinkedIn

8 de abril de 2025 - 15:21

Setor bancário lidera a seleção do LinkedIn Top Companies 2025, que mede o desenvolvimento profissional dentro das empresas

TÁ PEGANDO FOGO

Trump dobra a aposta e anuncia tarifa de 104% sobre a China — mercados reagem à guerra comercial com dólar batendo em R$ 6

8 de abril de 2025 - 15:03

Mais cedo, as bolsas mundo afora alcançaram fortes ganhos com a sinalização de negociações entre os EUA e seus parceiros comerciais; mais de 70 países procuraram a Casa Branca, mas a China não é um deles

MERCADOS HOJE

Wall Street sobe forte com negociações sobre tarifas de Trump no radar; Ibovespa tenta retornar aos 127 mil pontos

8 de abril de 2025 - 13:20

A recuperação das bolsas internacionais acompanha o início de conversas entre o presidente norte-americano e os países alvos do tarifaço

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar