Vale a pena investir na Rumo (RAIL3) em 2025? BTG revela o que esperar das ações — e os principais riscos à empresa de Rubens Ometto
Na visão dos analistas, a empresa é a melhor pedida no setor de infraestrutura atualmente — mas há riscos no radar; entenda o que está em jogo neste ano

Um dos principais motes de investimentos de 2025 é evitar negócios mais endividados da bolsa brasileira devido à alta da Selic — e a sinalização de que a Rumo (RAIL3) poderia aumentar os desembolsos com capex neste ano levantou cautela no mercado. No entanto, para o BTG Pactual, isso não é motivo para ficar de fora das ações.
O banco manteve recomendação de compra para os papéis da empresa de logística, com um preço-alvo de R$ 29,00 para os próximos 12 meses, o que implica uma alta potencial de 61% em relação ao fechamento anterior.
Na visão dos analistas, a empresa do conglomerado de Rubens Ometto é inclusive a melhor pedida no setor de infraestrutura atualmente.
“Sabemos que os investidores locais estão preocupados com a alavancagem e a intensidade de capital, mas acreditamos que os investimentos recentes em capacidade começarão a se pagar em breve”, escreveram os analistas.
O momento operacional da Rumo (RAIL3)
Em 2024, a Rumo (RAIL3) entregou níveis recordes tanto em volume quanto em Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) — indicador usado pelo mercado para mensurar o potencial de geração de caixa operacional de um negócio.
Os investidores iniciaram 2025 céticos quanto à capacidade de a Rumo (RAIL3) manter seu desempenho forte neste ano.
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A visão mais conservadora do mercado deu-se por uma tríade de fatores: safra mais fraca, dinâmicas das negociações de contratos de frete e maior investimento (capex) no projeto de expansão ferroviária no estado de Mato Grosso, que inclui a construção de um terminal em Campo Verde.
Este projeto faz parte da Ferrovia de Mato Grosso, anunciada em novembro de 2022. A ferrovia terá mais de 700 km de extensão e será construída em etapas, com um investimento total estimado entre R$ 14 bilhões e R$ 15 bilhões, segundo a empresa.
Mesmo com a possibilidade de novos investimentos, o BTG segue otimista com o momento operacional da Rumo em 2025.
Para os analistas, as perspectivas para a safra de soja são construtivas e sugerem volumes recordes em 2025. Além disso, o crescimento esperado de capacidade em 2026 é um fator significativo para impulsionar os resultados nos próximos anos.
Quais são os principais direcionadores das ações da Rumo (RAIL3) para monitorar em 2025?
- Perspectiva de volume: Para os analistas, a previsão para a safra de grãos do Brasil em 2025 parece sólida, especialmente para a soja. Se o mercado perceber uma melhora na perspectiva para a safra de milho, o sentimento em relação às ações RAIL3 também deve melhorar.
- Preços: Essa perspectiva de volumes robustos também melhora a capacidade da Rumo de precificar o frete ferroviário, com a expectativa de novos ajustes de preços vinculados à inflação em 2025.
- Questões regulatórias: Os analistas preveem novidades sobre questões regulatórias em relação aos processos de renovação das concessões das Malhas Oeste e Sul, o que deve reduzir as preocupações com novos investimentos de capital adicionais por parte da Rumo.
O que pode destravar valor para as ações da Rumo (RAIL3) neste ano?
Outro ponto positivo citado pelos analistas que justifica o otimismo com as ações RAIL3 é o tamanho: a Rumo não tem o mesmo porte de outros grandes nomes de capital aberto, o que indica que ainda há espaço para crescer.
Além disso, os mercados de grãos tendem a ser menos afetados por oscilações no cenário macroeconômico do que outros segmentos domésticos da bolsa.
Há ainda outros cinco fatores que poderiam ajudar as ações da Rumo em 2025. São eles:
- Dados positivos sobre a evolução das safras;.
- Novo guidance para 2025, que deve ser divulgado junto aos resultados do 4T24;
- Preços das commodities agrícolas, que ajudam na perspectiva dos agricultores.
- Aumento nos preços do frete rodoviário, tornando os contratos mais competitivos;
- Novidades em audiências da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre os processos de renovação das Malhas Oeste e Sul.
O endividamento preocupa
Atualmente, uma das principais preocupações sobre o futuro da Rumo (RAIL3) envolve uma eventual inflação do endividamento em um cenário de juros cada vez mais altos no Brasil.
Esse aumento da dívida seria devido ao potencial de novas revisões em projetos e ao aumento dos custos de capital, especialmente durante um período de intensa atividade de investimentos.
- Leia também: O preço da ambição de Rubens Ometto: como os juros altos podem pesar sobre as finanças da Cosan (CSAN3) em 2025
No entanto, a Rumo (RAIL3) ainda encontra-se com um nível de alavancagem considerado “confortável”, segundo o BTG.
Até o terceiro trimestre de 2024, a relação dívida líquida sobre Ebitda girava em torno de 2,4 vezes — e a expectativa é que siga em um patamar semelhante daqui para frente, já que o crescimento do Ebitda compensaria parcialmente o consumo de caixa previsto para o ano com o pesado investimento em Campo Verde.
Os analistas preveem o Ebitda subindo para algo em torno de R$ 8,5 bilhões em 2025.
Esse patamar ainda leva o valuation da Rumo, medido pelo valor de firma sobre o Ebitda (EV/Ebitda), para 6,5 vezes, próximo ao piso da faixa histórica média de negociação das ações RAIL3.
Veja os outros riscos no radar
- Maior volatilidade climática, que poderia afetar negativamente as safras de grãos;
- Aumento de capex em projetos de expansão, com foco em Campo Verde e Santos;
- Mudanças inesperadas na dinâmica regulatória, incluindo o anúncio de projetos concorrentes;
- Atrasos nos projetos de expansão de capacidade, como os terminais portuários de grãos em Santos.
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