Dólar registra maior sequência de perdas ante o real na história com “trégua” do tarifaço de Trump
A moeda norte-americana fechou a R$ 5,77, chegando no menor nível desde novembro do ano passado durante a sessão
Depois de uma disparada histórica do dólar em relação ao real, parece que o pior já ficou para trás — pelo menos por enquanto. Nesta terça-feira (4), a moeda norte-americana seguiu em trajetória de queda pela 12ª sessão consecutiva, em uma série de perdas que não se via desde a criação do real.
Em um dia agitado tanto no Brasil quanto no exterior, o movimento do dólar sinaliza que a tempestade do câmbio pode estar começando a acalmar.
A moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 5,7724 (-1,75%). Durante a sessão, a divisa atingiu mínima, aos R$ 5,7573 — menor nível desde novembro do ano passado.
A repercussão da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o tarifaço do governo Trump e os dados econômicos mais fracos nos Estados Unidos impactaram diretamente o câmbio, ajudando na pressão pela queda da moeda norte-americana.
Até agora, a moeda norte-americana acumula uma desvalorização de 6,60% sobre o real.
Já o Ibovespa engatou o segundo dia de perdas no mês que acabou de começar, mais uma vez puxado por Petrobras (PETR4). O principal índice de ações da bolsa brasileira fechou com queda de 0,65%, aos 125.147,42 pontos.
Leia Também
O que está por trás da sequência recorde de quedas do dólar?
Enquanto o mundo está de olho na nova guerra comercial promovida pelas tarifas, por aqui o destaque do dia foi a ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
O documento sobre a decisão, que elevou a Selic para 13,25% e contratou mais uma alta nos juros em março, afirmou que “é necessária cautela e parcimônia na análise recente dos dados de atividade econômica” e que a “desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê e deve ser combatida”.
Na avaliação dos economistas, a ata veio com um tom mais hawkish (agressivo) que o comunicado da decisão do Copom. Logo após a divulgação da ata pelo Banco Central, a curva de juros passou a precificar uma Selic próxima a 16% no fim de 2025.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a queda recente do dólar “ajuda muito” no combate à inflação, em entrevista a jornalistas.
“O dólar estava R$ 6,10 e está R$ 5,80, isso já ajuda muito. Com a ação do Banco Central e a ação do Ministério da Fazenda, essas variáveis macroeconômicas se acomodam em outro patamar e isso certamente vai favorecer”, disse o ministro.
Mas o que pesou contra o dólar foi, de fato, o exterior.
China sobe o tom e anuncia tarifas contra os EUA
Depois dos acordos de pausa temporária das tarifas com o México e o Canadá, o mercado ficou na expectativa de uma negociação dos Estados Unidos com a China — que também foi alvo de taxação no último final de semana.
No entanto, em retaliação, Pequim anunciou uma taxa de 15% sobre o setor energético — o que inclui carvão e gás natural — e uma alíquota de 10% sobre o petróleo bruto.
Os dados de atividade econômica dos Estados Unidos mais fracos também repercutiram. As vagas de emprego em aberto no país, segundo o relatório Jolts, caíram de forma acentuada em dezembro e ficaram abaixo das expectativas do mercado.
Os investidores aguardam ainda o relatório ADP, sobre a criação de vagas no setor privado, e o relatório payroll de janeiro — considerado o dado mais importante sobre o mercado de trabalho norte-americano, que será divulgado na próxima sexta-feira (7).
Após os dados, os agentes financeiros ampliaram a aposta de corte acumulado de 50 pontos-base nos juros dos EUA pelo Federal Reserve — o que levaria os juros à faixa de 3,75% a 4,00% no final de 2025.
Para a próxima reunião, em março, a probabilidade de manutenção dos juros no intervalo atual de 4,25% a 4,50% seguem majoritárias, de acordo com a ferramenta de monitoramento do CME Group.
*Com informações do Money Times
Trump lança guerra comercial ampla, geral e irrestrita — e já lida com as retaliações
Donald Trump impõe tarifas às importações de Canadá, México e China e agora ameaça a União Europeia
A mensagem de uma mudança: Ibovespa se prepara para balanços enquanto guerra comercial de Trump derruba bolsas mundo afora
Trump impõe ao Canadá e ao México maiores até do que as direcionadas à China e coloca a União Europeia de sobreaviso; países retaliam
Agenda econômica: Discursos de lideranças do Fed e ata do Copom movimentam a semana de IPCA no Brasil
Após a Super Quarta, a semana deve ser agitada por indicadores decisivos e dados sobre atividade econômica e inflação por aqui
BB Investimentos e Genial renovam carteira de ações para superar o Ibovespa em fevereiro; confira o que as duas escolheram
O objetivo da carteira montada pelas duas é, claro, superar o índice Ibovespa (IBOV). Listamos a seguir quais são as escolhas de cada uma
Efeito janeiro? Ibovespa é o melhor investimento do mês, à frente do bitcoin; títulos públicos longos e dólar ficam na lanterna
O ano começa com alívio à pressão sobre as ações brasileiras e o câmbio vista no fim de 2024, mas juros futuros longos continuaram em baixa, diante do risco fiscal
Trump tem medo da moeda dos Brics? Por que as ameaças do presidente dos EUA podem surtir efeito oposto ao desejado
Trump repete ameaça de impor sobretaxa de 100% aos países que compõem o Brics se eles insistirem em moeda alternativa ao dólar, mas acaba revelando fraqueza
A bolsa assim sem você: Ibovespa chega à última sessão de janeiro com alta acumulada de 5,5% e PCE e dados fiscais no radar
Imposição de tarifas ao petróleo do Canadá e do México por Trump coloca em risco sequência de nove sessões em queda do dólar
Ações do Magazine Luiza (MGLU3) saltam 10% com Ibovespa nas alturas. O que está por trás da pernada da bolsa hoje?
Por volta das 15h08, o principal índice de ações da B3 subia 2,78%, aos 126.861 pontos, com as ações cíclicas dominando a ponta positiva
Alta da Selic, autonomia do BC e novo comando da Vale (VALE3): as falas de Lula que ajudam o Ibovespa e as ações da mineradora hoje
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou a primeira coletiva de imprensa do ano nesta quinta-feira (30) e falou também sobre a questão fiscal e a alta do preço dos alimentos
O primeiro encontro: Ibovespa reage à alta dos juros pelo Copom e à manutenção das taxas pelo Fed
Alta dos juros pesa sobre Ibovespa e ativos de risco em geral, mas é positiva para a renda fixa conservadora
Selic sobe a 13,25% e deixa renda fixa ainda mais rentável; veja quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI
Conforme já sinalizado, Copom aumentou a taxa básica em mais 1,00 ponto percentual nesta quarta (29), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas
Agora sob a batuta de Galípolo, Copom cumpre o prometido, eleva Selic para 13,25% e mantém previsão de alta de 1,0 pp. na próxima reunião
Conforme esperado pelo mercado e antecipado pelo BC, taxa básica de juros subiu 1,0 ponto percentual em decisão unânime do colegiado, mas trajetória da Selic depois de março foi deixada em aberto
Henrique Meirelles: “não basta o BC tomar decisões técnicas sobre os juros. É preciso mostrar que tem autonomia para fazer o que for necessário”
Na opinião de Meirelles, a nomeação do Galípolo é uma vantagem para o mercado, desde que o BC mantenha uma distância respeitosa do governo e faça o que for preciso
Azul (AZUL4) lidera altas do Ibovespa depois de reestruturar dívidas; confira os próximos passos da companhia aérea a partir de agora
A Azul concluiu o processo de renegociação com praticamente todos os detentores de títulos de dívida e finalmente obteve acesso a quase R$ 3 bilhões em financiamento
Primeira reunião do Copom de 2025 pode levar a Selic para 13,25% ao ano: veja os ativos mais promissores para investir, segundo o BTG Pactual
O BTG Pactual selecionou ativos que podem se beneficiar do ciclo de alta dos juros promovido pelo Copom; confira as recomendações do maior Banco de investimentos da América Latina
Super-juros, ativar: Ibovespa busca recuperação improvável em dia de Fed, Copom e reação a relatório de produção e vendas da Vale
Investidores antecipam interrupção de corte de juros nos EUA e aumento da taxa Selic no Brasil na primeira Super Quarta de 2025
Copom anuncia a primeira decisão dos juros de 2025 nesta quarta-feira (29): é possível buscar acima de 19% ao ano com o ciclo de alta da Selic?
Corretora com mais de R$ 37 bilhões sob custódia alerta investidores sobre oportunidade com título fora do radar que pode render acima de 19% ao ano; conheça
Depois do bombardeio: Ibovespa repercute produção da Petrobras enquanto mundo se recupera do impacto da DeepSeek
Petrobras reporta cumprimento da meta de produção e novo recorde no pré-sal em 2024; Vale divulga relatório hoje
A semana vai pegar fogo: Maré vermelha nas bolsas emperra largada do Ibovespa em semana de Copom e Fed
Do Nasdaq Futuro às criptomoedas, investidores reagem mal a avanços anunciados por empresas chinesas no campo da inteligência artificial
Agenda econômica: Copom, Fomc e Banco Central Europeu definem taxa de juros ao redor do mundo em época de ano novo na China
Calendário é marcado por reuniões decisivas junto a divulgação de resultados das maiores empresas dos Estados Unidos