Caos na terra do rei: por que os títulos de longo prazo do Reino Unido atingiram o maior nível em 30 anos hoje
O yield (retorno) do título de 30 anos subiu 3 pontos-base, para 5,212% — um patamar que não era visto desde os anos de 1990
Quem deu uma olhada para o mercado britânico nesta terça-feira (7), se deparou com um salto histórico dos yields (rendimentos) dos títulos de longo prazo do governo do Reino Unido, que atingiram o maior nível em quase 30 anos.
Passava um pouco das 14h (no horário de Londres) quando o yield do título de 30 anos subiu 3 pontos-base, para 5,212% — um patamar que não era visto desde os anos de 1990.
A mudança ocorreu depois que o U.K. Debt Management Office leiloou 2,25 bilhões de libras (US$ 2,83 bilhões) em títulos com vencimento em 30 anos e um cupom de 4,375% a um yield mínimo de 5,194%, representando um desconto sobre o valor de face do título.
A operação também mexeu com títulos com vencimentos mais curtos. O yield dos títulos de 10 anos do Reino Unido avançaram 3 pontos-base, para serem negociados a 4,641%, enquanto os os títulos de 2 e 5 anos subiram menos.
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Reino Unido vive seu próprio caos
O mercado de títulos britânico, assim como outros mercados nas últimas semanas, foi afetado tanto pela incerteza interna como externa.
Além da proximidade da posse de Trump, marcada para o dia 20 deste mês, e tudo o que o novo governo do republicano significa — aceleração da inflação, altas taxas de juros e disparada do dólar —, o Reino Unido vive seu próprio caos.
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A economia britânica encolheu em outubro e a inflação paira acima da meta de 2% do Banco da Inglaterra, após acelerar para 2,6% em novembro.
Na frente política, as preocupações persistem sobre as políticas fiscais do governo trabalhista e os planos de aumentar os impostos em 40 bilhões de libras (US$ 50,1 bilhões) por meio de uma série de políticas novas e controversas.
Na segunda-feira (6), as Câmaras de Comércio Britânicas disseram que a confiança empresarial caiu para o nível mais baixo desde a crise do "mini-orçamento" do Reino Unido em 2022, com muitas empresas citando preocupações sobre cobrir custos fiscais adicionais além do aumento dos salários.
*Com informações da CNBC
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