🔴 ACOMPANHE OS RESULTADOS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES DA TEMPORADA DE RESULTADOS DO 4T24 VEJA AQUI

Carolina Gama

Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.

NO VERMELHO

Bolsa ladeira abaixo, dólar morro acima: o estrago que o dado de inflação dos EUA provocou nos mercados

Os investidores ainda encaram o segundo dia de depoimentos do presidente do Fed, Jerome Powell, ao Congresso e uma declaração polêmica de Trump sobre os preços

Carolina Gama
12 de fevereiro de 2025
13:01 - atualizado às 14:14
Montagem traz o presidente do Fed, Jerome Powell, em primeiro plano. Ele usa óculos e veste terno cinza escuro com camisa branca. Ao fundo, um cenário com a bolsa de NY e a bandeira dos EUA
Jerome Powell - Imagem: Canvas/ Montagem: Seu Dinheiro

O jogo só acaba quando termina — e quando o assunto é inflação, esse ditado do esporte vale ainda mais. Nesta quarta-feira (12), o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA derrubou as bolsas lá fora e aqui, fez o dólar disparar e mostrou que a partida do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não está ganha. 

Desde que o BC dos EUA realizou a maior sequência de aperto monetário em décadas, a inflação vem desacelerando do pico de dois dígitos para números mais próximos da meta de 2% ao ano. 

Só que desde o final do ano passado, dados mostram uma estagnação no processo de combate à inflação por lá — e o CPI de janeiro só reforçou essa tendência de reaquecimento dos preços. 

No mês passado, o índice de preços ao consumidor norte-americano saltou 0,5% em base mensal, colocando a taxa de inflação anual em 3%. Os números estão acima das respectivas estimativas da Dow Jones de 0,3% e 2,9%. 

O núcleo do CPI, que exclui os preços voláteis de alimentos e energia, subiu 0,4% no mês e 3,3% nos últimos 12 meses, ambos também acima do esperado.

Falando ao Congresso pelo segundo dia, o presidente do Fed, Jerome, Powell disse que o relatório de inflação de hoje oferece o mais recente lembrete de que o banco central fez "grande progresso" no sentido de aproximar a inflação de sua meta, mas "ainda não chegamos lá".

Leia Também

A reação dos mercados ao dado — que não é o preferido do BC dos EUA para medir a inflação, mas também é acompanhado de perto — não foi das melhores. 

Uma ampla liquidação ocorreu após a divulgação do CPI com o Dow Jones recuando 400 pontos e a maior parte componentes do S&P 500 e do Nasdaq operando com 1% de queda

A maioria das ações de tecnologia de mega capitalização, incluindo Amazon, Microsoft e Alphabet, recuaram. Os papéis de empresas do setor de consumo também passaram a operar no vermelho a exemplo da Home Depot, junto com ações de bancos que podem ser prejudicadas se a economia desacelerar sob o peso de juros muito altos. 

No mercado de dívida, o yield (rendimento) dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, uma referência para hipotecas e outros empréstimos, saltou para além de 4,6% após o CPI.

Por aqui, o impacto da aceleração da inflação nos EUA também foi sentido. O Ibovespa passou a cair mais de 1%, negociando na casa dos 124 mil pontos, enquanto o dólar no mercado à vista renovou máxima intradia ao tocar R$ 5,7873. 

Inflação acelerando, juros em alta

A reação do mercado tem um motivo: a aceleração da inflação reduz ainda mais as chances de cortes de juros nos EUA este ano — que já eram poucas. 

Em dezembro, o comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) apresentou as atualizações das projeções econômicas e reduziu de quatro para duas as probabilidades de diminuição da taxa referencial em 2025.

Em janeiro, o Fomc manteve os juros na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano e, desde então, o presidente do Fed, Jerome Powell, vem reafirmando que o banco central norte-americano não tem pressa para fazer ajustes na política monetária. 

Falando ontem na primeira das duas aparições semestrais no Congresso, Powell voltou a repetir a mensagem aos senadores. Hoje, ele está na Câmara e voltou a dar o mesmo recado aos investidores. 

Imediatamente após a participação de Powell no Senado, os investidores adiaram as chances de corte de juros nos EUA neste ano de junho para julho. Depois dos dados de inflação de hoje, a probabilidade do primeiro corte foi postergada para setembro. 

A ferramenta FedWatch do CME Group mostrava chance estimada de corte de 55,1% em setembro — primeiro mês em que a probabilidade supera 50%.

 O cenário mais provável para setembro continua sendo de redução de 0,25 ponto porcentual (40,5%), enquanto as apostas para afrouxamento de 0,50 ponto porcentual baixaram consideravelmente, de 23,1% antes da divulgação do CPI para 12,8% após o dado. A chance de manutenção dos juros, entretanto, cresceu de 28,2% para 44,9%.

COMO o MERCADO reagiu a MEDIDAS de TRUMP e DEEPSEEK: e O QUE FAZER com AÇÕES INTERNACIONAIS AGORA

O que pensam os especialistas sobre a inflação e os juros nos EUA

Se o mercado adiou para setembro a probabilidade de corte de juros nos EUA este ano, os especialistas estão ainda mais céticos sobre a continuidade do afrouxamento monetário pelo Fed. 

Para a Capital Economics, a inflação tem oscilado nos mesmos níveis por algum tempo e claramente não está mais em trajetória firme de queda. 

Neste cenário, a consultoria britânica diz que o corte único de 0,25 pp neste ano precificado pelo mercado é dovish demais, isto é, uma visão demasiadamente favorável ao afrouxamento monetário.

“O Fed deixará os juros inalterados pelo menos nos próximos 12 meses”, diz a Capital Economics, descartando qualquer chance de corte de juros em 2025

Em nota a clientes, o banco canadense CIBC diz que o dado de inflação de janeiro legitima a postura do Federal Reserve de manter os juros inalterados até ver uma desaceleração nos preços. 

Já André Valério, economista do Inter, vê chance de corte de juros nos EUA no segundo semestre, provavelmente em setembro. 

“A retomada dos cortes antes disso dependerá de uma piora substancial do mercado de trabalho, que, como o payroll indicou na última sexta, não parece estar no horizonte”, diz.

Ainda tem o Trump...

O presidente dos EUA, Donald Trump, não concorda nem com o mercado, nem com Powell e muito menos com os especialistas.

O republicano reagiu à aceleração do índice de preços ao consumidor de janeiro em publicação na Truth Social.

"Inflação do Biden acelera!", escreveu ele, sugerindo que o aumento de preços segue como efeito da gestão passada, do ex-presidente democrata Joe Biden.

Trump, que tomou posse em 20 de janeiro, vem adotando uma série de medidas que podem ajudar a alimentar a inflação nos EUA — tarifas comerciais, endurecimento das regras de imigração e isenção de impostos.

Muitos especialistas dizem que a pausa que o Fed vem fazendo no corte de juros tem relação com os efeitos que essas medidas devem ter sobre a economia norte-americana.

Em dezembro, embora não tenha citado Trump nominalmente, o Fomc dizia que as mudanças na política em Washington poderiam afetar o ritmo do afrouxamento monetário no país.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
ÁGUA NO CHOPE

Balanço amargo: Heineken tem lucro menor que o esperado em 2024, mas entrega dois dedos de espuma com recompra de ações bilionária

12 de fevereiro de 2025 - 9:44

A cervejaria holandesa anunciou um programa de recompra de ações de 1,5 bilhão de euros, com o objetivo de “retornar capital adicional aos acionistas”

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mais uma chance na vida: Ibovespa tenta manter bom momento em dia de inflação nos EUA e falas de Lula, Galípolo e Powell

12 de fevereiro de 2025 - 8:14

Investidores também monitoram reação a tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio; governo brasileiro mantém tom cauteloso

ADEUS, B3?

Carrefour quer fatia restante do Atacadão (CRFB3) no Brasil e ações disparam com possível fechamento de capital

11 de fevereiro de 2025 - 16:47

A rede brasileira de supermercados, que abriu capital em 2017, tem aproximadamente 70% de seus papéis nas mãos dos acionistas majoritários

DESTAQUES DA BOLSA

Dança das cadeiras da Vivara: saída de diretor piora o sentimento de instabilidade na gestão e VIVA3 tomba na B3

11 de fevereiro de 2025 - 16:05

A saída vem depois de, em novembro de 2024, a varejista de joias destituir o CEO Otavio Lyra com apenas 9 meses no cargo – Santander chama atenção para humor dos investidores

TROCA DE COMANDO

SBF (SBFG3) de CEO novo: Varejista aprova eleição de novo presidente após queda de quase 20% das ações na B3 em um ano

11 de fevereiro de 2025 - 13:01

Para substituir Pedro Zemel à frente do grupo, o conselho aprovou a eleição de Gustavo de Lima Furtado, um dos principais executivos das empresas do Grupo SBF

BALDE DE ÁGUA FRIA

Juros nos EUA: o que Powell disse que fez o mercado adiar a aposta no corte das taxas neste ano

11 de fevereiro de 2025 - 12:37

Presidente do Federal Reserve concede depoimento ao Senado nesta terça-feira (11) e reforçou uma mensagem que vem sendo repetida pelas autoridades de política monetária nas últimas semanas

ALÍVIO PERO NO MUCHO

Inflação desacelera a menor nível para janeiro desde o Plano Real, mas não vai impedir Galípolo de continuar subindo os juros

11 de fevereiro de 2025 - 12:02

Inflação oficial desacelerou de +0,52% para +0,16% na passagem de dezembro para janeiro, mas segue fora da meta no acumulado em 12 meses

BALANÇO E PROJEÇÕES

Ação da TIM (TIMS3) lidera altas do Ibovespa após balanço do 4T24 e dividendos polpudos. O que esperar da empresa de telecomunicações daqui para a frente?

11 de fevereiro de 2025 - 9:44

A companhia teve um lucro líquido normalizado de R$ 1,06 bilhão no 4T24, avanço de 17,1% na comparação com o mesmo período de 2023; veja os destaques

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A um passo do El Dorado: Ibovespa reage a IPCA, tarifas de Trump, Powell no Congresso dos EUA e agenda de Haddad

11 de fevereiro de 2025 - 8:17

Investidores esperam desaceleração da inflação enquanto digerem confirmação das tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Isso não é 2015, nem 1808

10 de fevereiro de 2025 - 20:00

A economia brasileira cresce acima de seu potencial. Se a procura por camisetas sobe e a oferta não acompanha, o preço das camisetas se eleva ou passamos a importar mais. Não há milagre da multiplicação das camisetas.

OTIMIZAÇÃO DE PORTFÓLIO

Brava Energia (BRAV3) avança em desinvestimentos e fecha venda de concessões por US$ 15 milhões; veja os detalhes do negócio

10 de fevereiro de 2025 - 12:34

Ao todo, 11 concessões terrestres no Polo Potiguar foram vendidas para um consórcio formado pela A&T e a PVE

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um rolezinho no shopping: Ibovespa reage a tarifas de Trump em semana de testemunhos de Powell e IPCA

10 de fevereiro de 2025 - 8:06

Enquanto isso, banco BTG Pactual dá andamento à temporada de balanços com lucro recorde em 2024

BALANÇO

BTG Pactual (BPAC11) tem lucro recorde de R$ 12,3 bilhões em 2024 e supera rivais na briga por rentabilidade; veja os destaques do 4T24

10 de fevereiro de 2025 - 6:11

Com o lucro maior, a rentabilidade do BTG também cresceu e superou o retorno dos principais pares privados. Veja os destaques do balanço

PASSANDO A HISTÓRIA A LIMPO

Raízen (RAIZ4) nega aumento de capital e diz que continua a avaliar opções para otimizar a estrutura financeira

8 de fevereiro de 2025 - 11:01

O objetivo do potencial aumento de capital seria reduzir a pressão sobre o endividamento da Cosan (CSAN3)

O 'BOOM' DOS TÍTULOS VERDES

ESG em alta: Ambipar (AMBP3) quer captar mais US$ 93 milhões com green notes; veja o rendimento e o vencimento dos títulos

8 de fevereiro de 2025 - 10:01

A empresa já havia anunciado a emissão de US$ 400 milhões em green notes, no dia 29 de janeiro

NOVA TROCA NA DIRETORIA

Dona do Burger King no Brasil, Zamp (ZAMP3) anuncia mudanças no alto escalão; veja quem assume como novo presidente da companhia

8 de fevereiro de 2025 - 8:54

Menos de um ano depois da última troca de CEO, operadora de fast food faz novas mudanças na diretoria

CÂMBIO

O dólar vai cair mais? O compromisso de Haddad para colocar o câmbio em ‘patamar adequado’

7 de fevereiro de 2025 - 16:20

Segundo o ministro da Fazenda, a política que o governo está adotando para trazer o dólar a um patamar mais adequado também vai ter reflexo nos preços nas próximas semanas

BOLSAS

Dow Jones cai 400 pontos, Nasdaq recua mais de 1% e Treasury acima de 5%: como Trump abalou Wall Street hoje

7 de fevereiro de 2025 - 15:43

O Ibovespa também acelerou as perdas, chegando a perder os 126 mil pontos observados durante a manhã desta sexta-feira (7)

COM A PALAVRA, O CEO

‘Pé no chão’: Bradesco (BBDC4) está conservador para 2025 — mas CEO revela o que poderia levar à revisão positiva do guidance

7 de fevereiro de 2025 - 15:02

Segundo Marcelo Noronha, uma das estratégias do banco foi focar no crescimento maior em linhas de menor risco — que geram menos margens, mas são garantidas para o banco

REAÇÃO AO RESULTADO

O balanço do Bradesco (BBDC4) não agradou? Por que as ações caem mesmo após o lucro de R$ 19,6 bilhões do bancão em 2024

7 de fevereiro de 2025 - 14:52

Para analistas, o resultado do 4T24 foi neutro, em uma combinação de lucratividade e rentabilidade dentro do esperado e de um aumento nas despesas

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar