Fed cortou e a Selic subiu, mas ‘hoje eu estou mais pessimista do que antes’ aponta analista; veja como investir a partir de agora
Mesmo depois de o Banco Central americano ter iniciado o ciclo de corte de juros, a bolsa brasileira continua caindo
Historicamente, a bolsa costuma entrar em um ciclo de valorização nos últimos três meses do ano. Esse movimento é conhecido pelos investidores como rali de fim de ano ou rali de Natal.
Em 2023, por exemplo, entre outubro e dezembro o Ibovespa subiu 15%. Assim, com o início da flexibilização monetária nos Estados Unidos, Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, acredita que o Brasil “tinha uma janela muito promissora para surfar o rali de final de ano”.
Acontece que, mesmo com o corte nos juros americanos, um documento divulgado pelo governo Lula, na sexta-feira (20), parece ser um novo obstáculo para a Bolsa.
A má notícia fez com que a Bolsa recuasse 1.55% no pregão do mesmo dia e, desde então, o Ibovespa ficou no “zero a zero”. Da mesma forma, o Boletim Focus registrou nova alta nas expectativas para a Selic e o IPCA.
Assim, diante dos dados revelados no documento apresentado pelo governo, será que dessa vez a Bolsa brasileira estará fora do rali de final de ano?
Nem Selic, nem Fed: qual o obstáculo da Bolsa agora?
Na semana passada o Fed (Banco Central norte-americano) deu início ao tão esperado ciclo de flexibilização monetária nos Estados Unidos. O corte de 50 pontos na taxa de juros já era o que grande parte dos mercados esperava.
No mesmo dia, o Copom anunciou, por aqui, uma alta de 25 pontos na Selic. A expectativa era de que a combinação desses dois movimentos pudesse trazer um fôlego para a Bolsa brasileira.
A redução dos juros americanos deveria estimular a migração do capital estrangeiro para mercados emergentes, como o Brasil, ao passo que a alta da Selic serviria como uma reafirmação da credibilidade do Banco Central e ainda ajudaria a ancorar as expectativas de juros futuros.
Contudo, a Bolsa brasileira mal teve tempo de aproveitar o tão esperado ciclo de flexibilização dos juros americanos pois, dias depois da “Super Quarta”, o governo apresentou o relatório bimestral de receitas e despesas.
Os números surpreenderam de forma negativa os mercados. Esperava-se que o governo apresentasse um bloqueio de R$ 5 a R$ 10 bilhões com despesas discricionárias (não obrigatórias), já que os gastos obrigatórios superaram a projeção. Porém, não foi isso que aconteceu.
Ao contrário, em agosto o governo realizou um bloqueio de apenas R$ 2,1 bilhões e, ao mesmo tempo, reverteu a zero os R$ 3,8 bilhões contingenciados em julho.
Ou seja, na prática, o governo acabou descongelando R$ 1,7 bilhão. Mas, a grande questão é que as despesas ainda não estão ajustadas, explicou Spiess.
Nesse sentido, os números divulgados pelo relatório levantam dúvidas sobre a capacidade do governo em atingir o déficit primário.
Para o analista é possível que esta meta seja alcançada, porém “o governo parece que está deixando para os 45 minutos do segundo tempo o ajuste final dos gastos”.
Em outras palavras, Matheus Spiess acredita que haverá um corte mais severo no próximo relatório em novembro. Na prática, essa “estratégia” pode resolver a questão dos gastos, contudo, ela tem impactos negativos na Bolsa no presente.
O analista explica que o mercado tende a antecipar o futuro que “parece cada vez mais perverso” sem uma solução para a questão fiscal. Como consequência, está “descontando” no preço da Bolsa a desancoragem das expectativas.
Outro efeito da atitude do governo é o aumento da expectativa de juros mais altos ainda em 2024 e nos próximos anos. De acordo com o analista, na falta de uma âncora fiscal, cresce a necessidade de uma âncora monetária.
Nesse sentido, a expectativa da Selic saltou de 11,25% na semana passada para 11,50%. Isso apenas seis dias após o Banco Central ter aumentado os juros em 25 pontos.
Por conta desses fatores, o analista aponta que está mais pessimista com a Bolsa agora do que antes do corte de juros. Mas, ao mesmo tempo, ele ainda enxerga um caminho crível para que o final de ano seja bom.
Do que a Bolsa precisa para entrar no rali de fim de ano?
Matheus Spiess aponta que “ainda há espaço para otimismo, mas com a devida responsabilidade”. Assim, ele acredita que o rali de fim de ano pode acontecer, mediante a realização de dois sinais.
O primeiro deles é que os juros continuem caindo lá fora e isso pode fazer com que o real fique mais estável. E o segundo seria justamente o governo realizar uma contenção de gastos maior.
Esses dois fatores podem contribuir para a volta do capital estrangeiro à Bolsa brasileira, como vimos em agosto, e trazer uma valorização para os ativos de risco, explicou o analista.
Nesse sentido, os analistas da Empiricus continuam apostando que a Bolsa brasileira tem chances de encerrar com uma sequência positiva em 2024, mas para este momento a casa optou por redução de risco do portfólio.
A carteira 10 ações, que reúne as principais recomendações da casa, conta com ativos com baixo nível de alavancagem, mas que também estão “muito baratas”.
De acordo com os analistas, essas ações “estão em um patamar de valuation bem atrativo e podem capturar de forma mais intensa a flexibilização dos juros lá fora”.
E você pode ter acesso à carteira completa, de forma gratuita. Durante a sua participação no Giro do Mercado, Matheus Spiess disponibilizou um link para os investidores interessados em conhecer as recomendações de onde investir agora da Empiricus Research.
No material, os analistas explicam com mais detalhes o que está em jogo para a bolsa brasileira e revela as 10 ações recomendadas, bem como suas respectivas teses.
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