Diversificação, equilíbrio e baixa correlação: os 3 pilares de um portfólio vencedor
Cássio Bambirra, da One Investimentos, explica pré-requisitos para montar uma carteira e revela estratégia para o mês de junho
Montar um portfólio não é uma tarefa fácil. Afinal, não basta apenas selecionar ativos de qualidade, o que já não é simples, mas saber como dispor os ativos, para trazer um equilíbrio ideal ao perfil e aos objetivos de cada investidor.
Na visão de Cássio Bambirra, sócio e Head da Mesa de Operações da One Investimentos, escritório afiliado ao BTG Pactual, é preciso ter em mente 3 práticas fundamentais antes de montar uma carteira de investimentos.
Em participação especial na edição de junho do programa Onde Investir, do portal Seu Dinheiro, Bambirra destrinchou essas três práticas e revelou sua estratégia de alocação ideal para este momento do mercado. Confira:
3 fundamentos que você precisa saber antes de montar uma carteira de investimentos
- Definição de Pesos
Para manter sua carteira de investimentos segura e diversificada, o primeiro passo é decidir o peso ideal de cada tipo de investimento.
Bambirra indica manter até 5% do seu dinheiro em um único tipo de investimento, dividindo o risco do produto pelo risco da alocação.
Exemplo: se você quer se beneficiar de ativos atrelados à inflação, escolha suas opções de títulos públicos e/ou isentos até 5% cada um.
Dessa forma, se o mercado mudar, você diminui as chances de perder dinheiro, já que seu investimento estará distribuído em várias áreas. Ao mesmo tempo, você aumenta sua chance de lucrar com mais de um cenário.
- Gestão de Risco
Quando vemos o valor de um investimento caindo muito, ficamos relutantes em vendê-lo.
Porém, é importante perceber que quanto mais o investimento cai, mais difícil é para ele se recuperar.
Portanto, Bambirra ressalta: “quando um investimento cai significativamente, como 5%, 10%, ou até 15%, é hora de repensar a estratégia de investimento e estar alerta para possíveis mudanças no portfólio”.
Além disso, é preciso equilibrar ativos mais ou menos arriscados, conforme o dinheiro que pode ser arriscado e o perfil do investidor.
- Descorrelação de ativos
Não é por acaso que essa é uma das estratégias usadas por grandes gestores do mercado financeiro, como o americano Ray Dalio. Bambirra explica:
Imagine que você tem dois investimentos que normalmente sobem e descem juntos. Se você adicionar um terceiro investimento que não segue o mesmo padrão (está descorrelacionado), ele ajuda a reduzir o risco da sua carteira.
Por exemplo, se você tem uma empresa que lucra quando o dólar sobe e outra que lucra quando o dólar cai, elas são ativos que não têm uma relação direta entre si. Ao investir em ambos, você consegue:
- maximizar o potencial de lucro de sua carteira
- e diluir o risco de perdas do investimento
Essa é uma estratégia interessante. Afinal, diferentes ativos se comportam de maneira diferente em cada situação.
Onde investir em junho? Veja onde sócio da One Investimentos está alocado para este mês
Como já se tornou tradicional, o programa Onde Investir traz a análise de diversos analistas especializados a respeito das melhores oportunidades de investimento para o mês vigente.
Em junho, o cenário é de incertezas, com o risco fiscal brasileiro, os juros ainda altos nos EUA e a má performance da bolsa no ano.
Na visão do sócio da One, o portfólio deve estar preparado para navegar entre as diferentes conjunturas econômicas. Abaixo, segue um resumo das sugestões dadas por Bambirra no programa:
Renda Fixa: aposte em títulos públicos IPCA + ou títulos isentos
“Posicionar em títulos públicos IPCA + (NTNBS) ou títulos isentos tem sido uma estratégia adotada na One Investimentos, pois vemos um ganho expressivo em relação ao CDI a longo prazo”, explica Cássio Bambirra.
No cenário atual, o sócio da One Investimentos sugere sobretudo se posicionar com ativos inflacionários, isto é, aqueles que remuneram o investidor de acordo com a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o principal índice de inflação no Brasil.
A NTN-B, que hoje paga uma taxa real acima de 6%, é o principal destaque.
- No intervalo de 3 anos, o IPCA + 6% nunca perdeu para o CDI desde o ano 2000.
Renda variável: Bolsa de Valores é oportunidade
O Ibovespa encerrou maio no patamar mais baixo do ano, com perda de 3%, aos 122.098,09 pontos.
Apesar de seu desempenho negativo, não se engane. Investir na bolsa brasileira ainda é uma oportunidade que pode render frutos a longo prazo.
Claro que é preciso analisar cuidadosamente em quais ações apostar e se atentar aos setores mais sensíveis a juros, enfatiza Bambirra.
No entanto, “a bolsa está muito barata”, defende o Head de Operações. E ele não é o único a pensar assim.
Segundo estudo feito no início do ano pelo banco americano Bank of America, o Ibovespa é negociado atualmente com desconto de 10% em relação à sua média histórica.
Fundos de investimento: ainda vale a pena investir?
Por dois anos consecutivos, a indústria de fundos apresentou mais resgates do que aportes no acumulado do ano, segundo dados da Anbima.
Em meio à desancoragem fiscal no Brasil, o setor enfrenta dificuldades. “O investidor pessoa física está saindo dos fundos multimercados para investir nas LCIs e LCAs”, explica Bambirra.
- Tanto em 2022 quanto em 2023, os multimercados apresentaram o pior resultado da série histórica e acumularam saídas líquidas de R$ 134,3 bilhões.
Ainda assim, a estratégia de multimercado continua presente na curadoria da One Investimentos. Contudo, Cássio Bambirra aposta somente em fundos que apresentem histórico de retorno elevado, bem como um tamanho relevante.
“Nas condições de mercado atual, o tamanho do fundo literalmente importa”.
Criptomoedas: não dá pra ignorar
“Não podemos ignorar o mercado de criptoativos”.
O Bitcoin (BTC) ultrapassou US$ 70 mil e já apresenta mais de 60% de retorno em 2024. Ele também foi o investimento mais rentável de maio, com alta de 14,37%.
Mas para além de entregar ganhos formidáveis com o passar dos anos, o mercado das criptomoedas também vem passando por uma crescente regulamentação.
Por exemplo, a SEC (CVM americana) aprovou ETFs de Bitcoin nos EUA em janeiro, e ETFs de Ethereum no mês passado.
Tal medida é vista como positiva pelos investidores de ativos digitais, devido ao potencial de atrair novos investidores e fomentar o mercado cripto.
É por isso que os criptoativos não devem ficar de fora do seu portfólio, na opinião de Bambirra.
Mas você não precisa apostar muito dinheiro nisso. Na verdade, o Head recomenda investir apenas pequena parcela em criptomoedas, de acordo com seu patrimônio e apetite para risco.
Conheça 20 ideias de investimentos para diversificar seu portfólio
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GRATUITO: VEJA AS RECOMENDAÇÕES DE ONDE INVESTIR EM JUNHO
Você também pode conferir as indicações de cada analista, bem como a entrevista completa de Cássio Bambirra para o programa Onde Investir em Junho a seguir, na íntegra: