Cosan (CSAN3): com queda de 40% no ano e lucro líquido 57% menor no 3T24, este recado da holding surpreendeu o mercado
Enquanto o mercado esperava um anúncio de venda de ativos, a estratégia da Cosan (CSAN3) vai na contramão
Na semana passada a Cosan (CSAN3) divulgou os resultados do 3T24 e os números vieram abaixo das expectativas.
No trimestre a holding registrou um crescimento anual de 2% no Ebitda, chegando a R$ 8,2 bilhões. Na linha da geração de caixa, a Cosan recebeu cerca de R$ 343 milhões em dividendos da Vale (VALE3) e Radar.
Mas o montante ficou bem distante dos R$ 1,8 bilhão pagos pela companhia em amortização e juros da dívida, levando a uma queima de caixa de R$ 1,5 bilhão.
Assim, o índice de cobertura, que relaciona os dividendos recebidos com as despesas financeiras, se deteriorou, chegando a 1,2 vezes, ante 1,3x no 3T23.
Como resultado, a Cosan reportou um lucro líquido de R$ 293 milhões no 3T24, o que representa uma queda de 57% em relação ao mesmo período do ano passado.
Mas, o que surpreendeu o mercado não foram os números ruins da Cosan (CSAN3) no terceiro trimestre, mas sim o anúncio de recompra de 10% das ações em circulação, no valor de R$ 2,4 bilhões.
O que pode estar por trás da estratégia de recompra da Cosan (CSAN3)?
Além da queda de 57% no lucro líquido, no ano, as ações da Cosan (CSAN3) apresentam uma retração de 41,18%.
Um dos principais motivos para a queda dos lucros e das ações é a alta alavancagem da companhia. Segundo dados do BTG Pactual, o índice dívida líquida/Ebitda estimado para 2024 é de 5,77x, o que é considerado um nível bem alto.
Assim, com o caixa pressionado pela alta alavancagem, muitos investidores estão preferindo ficar de fora das ações, esperando medidas mais enérgicas.
Nesse sentido, enquanto a expectativa de boa parte do mercado é de um anúncio de venda de ativos, para a redução do endividamento, a divulgação da recompra de ações parece ir justamente na direção oposta.
Contudo, para o CEO da Empiricus Research, Felipe Miranda, com esta decisão Cosan emitiu um sinal positivo.
Em um podcast para assinantes, o analista explicou que embora o mercado possa pensar que o melhor seria usar o caixa da companhia para reduzir a alavancagem, ao adotar a estratégia de recompra de ações a Cosan apresenta dois indicativos.
O primeiro deles é de que as ações estão muito descontadas. Ou seja, estão tão baratas que até a própria holding enxerga esse como um bom momento para comprar.
Além disso, Felipe Miranda aponta que a Cosan “já deve estar vendo desenhada essa desalavancagem prospectiva”. Em outras palavras, é provável que a companhia já esteja se planejando para vender ativos e em conjunto, ter a oportunidade de lucrar com a valorização de suas próprias ações.
Assim, as ações da Cosan (CSAN3) continuam fazendo parte da carteira “Oportunidades de Uma Vida”, comandada pelo analista, que desde a sua criação em setembro de 2015 já rendeu 351,7%.
Conheça a carteira que rendeu 203% do Ibovespa em 9 anos
Além da Cosan, a carteira comandada por Felipe Miranda ainda conta com outras 16 ações. E a boa notícia é que você pode ter acesso a todas elas de forma 100% gratuita.
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