Reserva de emergência passa a pagar mais após alta da Selic para 10,75%; veja quanto rendem R$ 100 mil na renda fixa conservadora agora
Copom elevou taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual nesta quarta (18), tornando aplicações atreladas à Selic e ao CDI mais atrativas
Após um ciclo de cortes iniciado em agosto do ano passado e um breve período de estabilidade, a taxa básica de juros voltou a subir nesta quarta-feira (18). O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) elevou a Selic em 0,25 ponto percentual, de 10,50% para 10,75% ao ano, no que promete ser o início de um pequeno ciclo de alta dos juros.
O aumento já era esperado pelo mercado, mas ainda havia incerteza quanto à sua magnitude, se 0,25 ou 0,50 ponto percentual. A atividade econômica aquecida e a inflação já não tão controlada foram os fatores que levaram o BC a reverter os cortes recentes.
O movimento contraria o que se vê nos Estados Unidos, onde o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, cortou as taxas de juros em 0,50 ponto percentual hoje mais cedo, iniciando o que se espera ser um ciclo que quedas.
- CONTEÚDO EXCLUSIVO: Tem dúvidas sobre planejamento sucessório, espólio, testamento, ou herança? Confira gratuitamente o guia completo d'A Dinheirista sobre o assunto
Até por esse cenário internacional mais favorável, espera-se que o ciclo de alta dos juros por aqui seja breve, mas a Selic ainda deve ver novas elevações nas próximas reuniões.
Os economistas de mercado esperam que a taxa básica de juros suba a 11,25% até o fim deste ano, retornando para 10,50% até o fim do ano que vem, segundo o último Boletim Focus do Banco Central.
O que a alta da Selic representa para a sua reserva de emergência e os demais investimentos de renda fixa
A Selic em patamares mais elevados também tende a aumentar a remuneração das aplicações de renda fixa pós-fixadas, aquelas cuja remuneração é indexada a uma taxa de juros – a Selic ou a taxa DI, que costuma acompanhar a taxa básica.
Leia Também
Entre os ativos com essa característica estão os investimentos mais conservadores de renda fixa, incluindo aqueles indicados para a reserva de emergência, como é o caso do título público Tesouro Selic, negociado no Tesouro Direto; dos fundos de taxa zero que investem em Tesouro Selic, do tipo Selic Simples; e dos CDBs de grandes bancos com liquidez diária.
Com as novas altas de juros esperadas para as próximas reuniões, a rentabilidade dessas aplicações ficará ainda mais atrativa. Fora que os investimentos pós-fixados também atuam como portos seguros em momentos de alta de juros, que podem aumentar a volatilidade dos ativos mais arriscados.
- Veja mais: corte de juros nos EUA pode ser ‘gatilho’ para a valorização de um grupo específico de ações; saiba quais
Quanto rendem os investimentos de renda fixa conservadora com a Selic em 10,75%?
A mudança na Selic não altera a regra de remuneração da poupança, que continua pagando seu tradicional 0,50% ao mês mais Taxa Referencial (TR).
Embora a TR tenda a aumentar ligeiramente com a alta na taxa básica, a elevação dos juros torna a caderneta menos atrativa que as demais aplicações de renda fixa pós-fixadas, já que as remunerações destas tendem a subir, enquanto a da poupança tem uma espécie de teto.
Com a Selic em 10,75% ao ano (e supondo um CDI um pouco inferior, de 10,65%, como costuma acontecer), as rentabilidades mensais e anuais líquidas das principais aplicações financeiras conservadoras ficam assim:
Investimento | Retorno líquido em 1 mês* | Retorno líquido em 1 ano** |
Poupança | 0,57% | 7,07% |
Tesouro Selic 2027 (via Tesouro Direto) | 0,63% | 8,70% |
CDB 100% do CDI ou fundo Tesouro Selic de taxa zero | 0,66% | 8,79% |
CDI bruto | 0,85% | 10,65% |
Parâmetros da simulação
- Para o cálculo do retorno da poupança, foi considerada a TR média de agosto de 2024 (0,0707%);
- Para o cálculo do retorno do Tesouro Selic, foram considerados uma taxa de administração igual a zero, o spread de compra e venda (espécie de “pedágio” para a venda do título antes do vencimento) e uma taxa de custódia de 0,20% ao ano sobre todo o montante investido, que é o padrão da calculadora do Tesouro Direto. Atualmente, no entanto, existe uma isenção da taxa de custódia para valores aplicados de até R$ 1 mil, o que significa que a verdadeira rentabilidade do Tesouro Selic, nesses casos, é um pouco maior que a estimada na tabela.
Como a Selic deve subir mais neste ano, ela não ficará estagnada em 10,75% por muito tempo. Ou seja, até o fim do ano, a rentabilidade das aplicações conservadoras será ainda maior que os valores projetados na tabela.
Assim, para dar uma ideia melhor de como ficará a rentabilidade dos investimentos conservadores daqui para frente, vamos simular a aplicação para os prazos de um e dois anos utilizando as estimativas do mercado para a Selic e o CDI (DI futuro) para setembro de 2025 (11,70%) e setembro de 2026 (11,83%), respectivamente.
Repare que ambas as previsões já precificam uma Selic maior que a atual, estimando que o BC vai aumentar ainda mais a taxa básica de juros.
Vale frisar, no entanto, que essas projeções podem mudar a partir da decisão do Copom de hoje, bem como das sinalizações do Banco Central para as próximas reuniões. Além disso, as projeções para a poupança continuam considerando a TR de agosto, que viu uma queda em relação ao mês anterior, mas também pode mudar daqui para a frente.
Investimento | Retorno líquido em 1 ano* | Retorno líquido em 2 anos** |
Poupança | 7,07% | 14,63% |
Tesouro Selic 2027 (via Tesouro Direto) | 9,57% | 20,92% |
CDB 100% do CDI ou fundo Tesouro Selic de taxa zero | 9,65% | 21,30% |
LCI 90% do CDI | 10,47% | 22,29% |
Parâmetros da simulação
- DI para setembro de 2025 (simulação de 1 ano): 11,70% a.a.
- Selic para setembro de 2025 (simulação de 1 ano): 11,80% a.a.
- DI para setembro de 2026 (simulação de 2 anos): 11,83% a.a.
- Selic para setembro de 2026 (simulação de 2 anos): 11,93% a.a.
- Para o cálculo do retorno da poupança, foi considerada a TR média de agosto (0,0707%);
- Para o cálculo do retorno do Tesouro Selic, foram considerados uma aplicação de R$ 100 mil, taxa de custódia de 0,20% ao ano, uma taxa de administração igual a zero e o spread de compra e venda (espécie de “pedágio” para a venda do título antes do vencimento).
Veja, na tabela a seguir, quanto você teria ao final de cada período caso aplicasse R$ 100 mil em cada um desses investimentos, nas circunstâncias da simulação anterior:
Investimento | Quanto você teria após 1 ano | Quanto você teria após 2 anos |
Caderneta de poupança | R$ 107.067,50 | R$ 114.634,50 |
Tesouro Selic 2027 | R$ 108.363,14 | R$ 120.917,52 |
CDB ou fundo Tesouro Selic 100% do CDI | R$ 109.567,60 | R$ 121.300,57 |
LCI 90% do CDI | R$ 110.471,13 | R$ 122.294,50 |
A euforia durou pouco: o que Powell (não) disse e desanimou as bolsas mesmo após o corte de 0,50 ponto porcentual dos juros pelo Fed
Bolsas chegaram a subir depois da decisão de juros do Fed, mas firmaram-se em queda depois da coletiva de Powell
Fed inicia primeiro ciclo de alívio monetário em 4 anos nos EUA com corte de 0,50 ponto porcentual nos juros
O início de um ciclo de corte de juros em 2024 nos EUA vinha sendo antecipado pelos participantes do mercado desde o fim do ano passado
‘Gatilho’ a ser acionado nesta quarta-feira (18) pode beneficiar este grupo de ações, aponta o BTG Pactual
Nos últimos 26 anos, este grupo de ações apresentou valorização superior ao de seus pares em 5 dos 6 ciclos de corte de juros, segundo o BTG
Rodolfo Amstalden: Qual é a exata distância entre 25 e 50 bps?
Em mais uma Super Quarta, os bancos centrais do Brasil e dos EUA anunciam hoje o futuro das taxas básicas de juros
Às vésperas do Copom, mercado projeta Selic a 11,25% em 2024; veja como investir nesse cenário
Analistas acreditam que alta dos juros pode ser positivo para a Bolsa, mas investidor precisa estar preparado; confira dossiê com recomendações e análises de onde investir
Aqui está o motivo por que os investidores de bitcoin (BTC) esperam pelo melhor no quarto trimestre de 2024
A maior criptomoeda do mundo se aproxima do seu melhor trimestre histórico, com uma “tempestade perfeita” se formando à frente
Dia de uma super decisão: bolsas amanhecem voláteis em meio à espera das decisões sobre juros no Brasil e EUA
Enquanto as apostas de um corte maior crescem nos Estados Unidos, por aqui o Banco Central está dividido entre manter ou elevar a Selic
Inflação vai “explodir” e Selic voltar a 13,50% se Banco Central optar por ajuste gradual, diz Felipe Guerra, da Legacy
Responsável pela gestão de R$ 20 bilhões, sócio-fundador da Legacy defende ajuste maior da Selic, mas espera alta de 0,25 ponto pelo Copom hoje
Como a decisão de juros do Fed nos EUA pode tirar o bitcoin (BTC) da faixa do “zero a zero” após o halving — e ainda iniciar novo rali das criptomoedas
As decisões do Fed sobre os juros impactam diretamente o cenário macroeconômico, que influencia o desempenho dos ativos de risco
‘O mundo pode mudar’ a partir da decisão do Fed, afirma estrategista: saiba se o seu patrimônio está preparado para a decisão de juro mais importante dos últimos anos
Federal Reserve deve cortar juro depois de 4 anos e definir “um novo paradigma para os mercados”, afirma estrategista-chefe da Empiricus; entenda o que pode mudar
Fed, Copom e o ‘cavalo de pau na neblina’: ‘Hiper Quarta’ marca momento de inflexão para o investidor; saiba como agir
Money Times, portal parceiro do Seu Dinheiro, prepara dossiê com reportagens, análises e curadoria de conteúdo para auxiliar o investidor após as decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos
Bitcoin (BTC) atinge os US$ 60 mil antes da esperada decisão de juros nos Estados Unidos e lançamento de token de Trump
Os juros são entendidos pelo mercado como o “preço do dinheiro”: se estão altos, fica mais difícil captar recursos — e o contrário também vale
A véspera do dia mais importante do ano: investidores se preparam para a Super Quarta dos bancos centrais
Em meio a expectativa de corte de juros nos EUA e alta no Brasil, tubarões do mercado local andam pessimistas com o Ibovespa
Fed corta os juros? Copom eleva a Selic? Saiba o que esperar de mais uma Super Quarta dos bancos centrais
Enquanto o Fed se prepara para iniciar um processo de alívio monetário, Brasil flerta com juros ainda mais altos nos próximos meses
O que pensam os “tubarões” do mercado que estão pessimistas com a bolsa — e o que pode abrir uma nova janela de alta para o Ibovespa
Após o rali em agosto, grandes gestoras do mercado aproveitaram para mexer nas posições de seus portfólios — e o sentimento negativo com a bolsa brasileira domina novas apostas dos economistas
BTG eleva projeção para o S&P 500 em 2024 e elege as 20 melhores ações americanas para investir em setembro
Apesar das expectativas para o cenário de juros e as eleições nos EUA, o cenário macro para as ações continua forte e com oportunidades
Corte de 0,25 p.p. ou 0,50 p.p.? Nada disso: senadores democratas pedem diretamente para o chefe do BC dos EUA que Fed corte juros em 0,75 p.p.
As autoridades dos EUA acrescentam que “claramente” chegou a hora de reduzir as taxas, diante da desaceleração dos preços e de dados indicando o arrefecimento do emprego
Dólar cai e se aproxima dos R$ 5,50 mesmo com ‘puxadinho’ de Flávio Dino no Orçamento — e a ‘culpa’ é dos EUA
Real tira proveito da queda do dólar nos mercados internacionais diante da expectativa de corte de juros pelo Fed
Ouro nas máximas históricas: tem espaço para mais? Goldman Sachs dá a resposta e diz até onde metal deve ir
“Nossos analistas veem uma alta potencial de cerca de 15% nos preços do ouro com o aumento das sanções norte-americanas, igual àquele visto desde 2021”, destaca o relatório
Não tem como fugir da Super Quarta: bolsas internacionais sentem baixa liquidez com feriados na Ásia e perspectiva de juros em grandes economias
Enquanto as decisões monetárias da semana não saem, as bolsas internacionais operam sem um único sinal