🔴 SAVE THE DATE – 25/11: MOEDA COM POTENCIAL DE 30.000% DE VALORIZAÇÃO SERÁ REVELADA – VEJA COMO ACESSAR

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Mordida do Leão

O risco do Tesouro Direto que não te contaram (spoiler: tem a ver com inflação e imposto de renda)

Mordida do Leão sobre o Tesouro IPCA+ ocorre não só sobre o retorno real do título, mas também sobre a variação da inflação; e isso tem implicações para o investidor

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
15 de abril de 2024
6:04 - atualizado às 22:26
Leão do imposto de renda briga com dragão da inflação
Imagem: Seu Dinheiro/ChatGPT

Com a remuneração dos títulos públicos Tesouro IPCA+ novamente beirando os 6% ao ano acima da inflação abriu-se uma oportunidade de compra para esses papéis no Tesouro Direto.

Por oferecerem proteção contra a inflação e terem o menor risco de crédito do mercado – afinal, são garantidos pelo governo federal – esses títulos de renda fixa tem sido bons investimentos historicamente.

Mas não existe investimento totalmente sem risco (nem mesmo deixar o dinheiro embaixo do colchão), e isso também é verdade para os títulos públicos indexados à inflação.

É verdade que o risco de calote do Tesouro IPCA+ para quem ganha e gasta seu dinheiro em reais é baixo, uma vez que o garantidor do título, como eu disse acima, é o Tesouro Nacional.

Ou seja, em matéria de risco de crédito, os títulos públicos federais são mais seguros até que a caderneta de poupança, que é garantida apenas em até R$ 250 mil pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), uma entidade privada sem fins lucrativos mantida pelos bancos.

O risco de liquidez também é mínimo, pois é possível resgatar seus títulos públicos a qualquer momento no Tesouro Direto. O Tesouro Nacional garante a recompra para quem quiser se desfazer deles antes do vencimento.

Leia Também

Porém, se você já investiu em Tesouro IPCA+, talvez já tenha percebido que esses papéis podem ser bem voláteis. Embora a rentabilidade no vencimento seja garantida – você recebe exatamente a remuneração contratada na compra –, se quiser resgatar o título antes do fim do prazo, a venda é feita a preço de mercado, e este varia dia a dia de acordo com as perspectivas para os juros básicos.

Como os preços de mercado dos títulos atrelados à inflação podem subir e descer, o investidor tanto pode vendê-los com lucro quanto realizar um prejuízo, caso o preço de resgate acabe sendo menor que o de compra. Assim, retornos negativos na venda antecipada desses papéis não são impossíveis.

Mas estes riscos já são bastante conhecidos dos investidores e muito falados por consultores e educadores financeiros e pela imprensa especializada. Agora, existe um risco pouco mencionado e que o investidor não deveria ignorar, ainda mais tendo em vista que existem alternativas. E ele tem a ver com o fato de o Tesouro Direto ser tributado.

Imposto sobre a inflação

A correção pela inflação torna o Tesouro IPCA+ – e outros títulos públicos e privados atrelados a índices de preços – interessantes para investimentos de longo prazo, como a aposentadoria.

Porém, títulos públicos estão sujeitos à cobrança de imposto de renda, e a menor alíquota, válida para aplicações de mais de dois anos, ainda é de 15%.

Isso faz com que a proteção contra a inflação dos títulos Tesouro IPCA+ não seja perfeita, pois o imposto de renda incide não apenas sobre o retorno real, mas também sobre a parcela da rentabilidade que é correspondente à variação da inflação.

Em outras palavras, o investidor paga IR sobre um retorno que corresponde tão somente à reposição da perda do seu poder de compra. Como resultado, sua rentabilidade real é de fato menor do que aquele juro prefixado contratado na compra do título.

O Tesouro IPCA+ e o risco de hiperinflação

Mas se o juro prefixado contratado na hora da compra for razoável e a inflação até o vencimento do título também, pelo menos a proteção contra a inflação funciona. O problema é se, em algum momento até o fim do prazo, os preços saírem de controle e o país voltar a ter uma hiperinflação.

Ainda que a taxa prefixada do papel tenha sido alta na hora da compra – para os parâmetros de hoje –, se a variação do IPCA for grande demais, o retorno real do investidor será negativo, isto é, ele ainda perderá da inflação.

“Se o juro real do título é de 6% e a inflação é de cerca de 60%, o imposto sobre o rendimento de 60% é superior ao rendimento de 6% do juro real”, exemplifica Lais Costa, analista de renda fixa da Empiricus.

Se você quiser receber os relatórios semanais de renda fixa da Lais, com recomendações de títulos que podem render acima da Selic, cadastre-se gratuitamente para receber.

O gráfico a seguir, elaborado por ela, mostra como a rentabilidade real líquida de IR de um título indexado à inflação não isento cai à medida que a inflação sobe, até o ponto em que passa a ser negativa:

Elaboração: Lais Costa, analista de renda fixa da Empiricus

A analista inclusive já havia chamado a atenção para isso em uma entrevista recente ao podcast Touros e Ursos, do Seu Dinheiro. Você pode ouvir o comentário dela a partir do minuto 12:00 do vídeo a seguir, ao comparar o Tesouro IPCA+ com os títulos de crédito privado isentos de imposto de renda:

Devo me preocupar?

Está certo que o risco de hiperinflação não é algo que está no radar do Brasil hoje, mas é bom lembrar que os títulos do Tesouro Direto indexados à inflação, como o Tesouro IPCA+, o Tesouro Educa+ e o Tesouro RendA+ – este último inclusive voltado para a aposentadoria – são papéis de prazo bem longo, que podem superar os 30 anos. E quanto mais distante o futuro, mais difícil é prever o que vai acontecer com a economia de um país.

Assim, é importante ter pelo menos uma parte da sua carteira de renda fixa indexada à inflação alocada em títulos isentos de imposto de renda ou fundos que invistam nestes papéis.

Debêntures incentivadas, LCIs, LCAs, CRIs e CRAs indexados ao IPCA são opções, ainda que estes últimos títulos tenham ficado mais escassos após mudanças nas suas regras em fevereiro.

Como esses papéis têm mais risco e não contam com a garantia nem do governo, nem do FGC – o investidor fica exposto ao risco do próprio emissor, que pode ser, dependendo do caso, uma empresa ou um banco –, o mais indicado para a pessoa física é investir por meio de fundos, como aqueles que se dedicam a investir em debêntures incentivadas.

Esses produtos são diversificados, contam com uma gestão profissional para comprar e vender os papéis e mantêm a isenção de IR. Há inclusive opções com cotas negociadas em bolsa. Nós falamos mais sobre esses fundos de debêntures incentivadas nesta outra matéria.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
NÃO TEVE B3, MAS OS GRINGOS OPERARAM

Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva

15 de novembro de 2024 - 18:10

Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores

ALÍVIO NO BOLSO

Azeite a peso de ouro: maior produtora do mundo diz que preços vão cair; saiba quando isso vai acontecer e quanto pode custar

15 de novembro de 2024 - 17:31

A escassez de azeite de oliva, um alimento básico da dieta mediterrânea, empurrou o setor para o modo de crise, alimentou temores de insegurança alimentar e até mesmo provocou um aumento da criminalidade em supermercados na Europa

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira

15 de novembro de 2024 - 9:32

Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações

MUITA CALMA NESSA HORA

Está com pressa por quê? O recado do chefão do BC dos EUA sobre os juros que desanimou o mercado

14 de novembro de 2024 - 18:40

As bolsas em Nova York aceleraram as perdas e, por aqui, o Ibovespa chegou a inverter o sinal e operar no vermelho depois das declarações de Jerome Powell; veja o que ele disse

ANTES DA DESPEDIDA

A escalada sem fim da Selic: Campos Neto deixa pulga atrás da orelha sobre patamar dos juros; saiba tudo o que pensa o presidente do BC sobre esse e outros temas

14 de novembro de 2024 - 17:32

As primeiras declarações públicas de RCN depois da divulgação da ata do Copom, na última terça-feira (12), dialogam com o teor do comunicado e do próprio resumo da reunião

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad

14 de novembro de 2024 - 8:19

Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA

13 de novembro de 2024 - 8:09

Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar

O QUE FAZER?

Voltado para a aposentadoria, Tesouro RendA+ chega a cair 30% em 2024; investidor deve fazer algo a respeito?

13 de novembro de 2024 - 6:03

Quem comprou esses títulos públicos no Tesouro Direto pode até estar pensando no longo prazo, mas deve estar incomodado com o desempenho vermelho da carteira

A CRONOLOGIA DA DESACELERAÇÃO

A Argentina dos sonhos está (ainda) mais perto? Dólar dá uma trégua e inflação de outubro é a menor em três anos

12 de novembro de 2024 - 18:39

Por lá, a taxa seguiu em desaceleração em outubro, chegando a 2,7% em base mensal — essa não é apenas a variação mais baixa até agora em 2024, mas também é o menor patamar desde novembro de 2021

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Pacote fiscal do governo vira novela mexicana e ameaça provocar um efeito colateral indesejado

12 de novembro de 2024 - 7:01

Uma alta ainda maior dos juros seria um efeito colateral da demora para a divulgação dos detalhes do pacote fiscal pelo governo

TEMPORADA DE RESULTADOS

“Estamos absolutamente prontos para abrir capital”, diz CEO do BV após banco registrar lucro recorde no 3T24

11 de novembro de 2024 - 18:36

O BV reportou um lucro líquido de R$ 496 milhões no terceiro trimestre de 2024, um recorde para a instituição em apenas três meses

O ‘TRUMP TRADE’ DO VERDE

Stuhlberger compra bitcoin (BTC) na véspera da eleição de Trump enquanto o lendário fundo Verde segue zerado na bolsa brasileira

11 de novembro de 2024 - 17:50

O Verde se antecipou ao retorno do republicano à Casa Branca e construiu uma “pequena posição comprada” na maior criptomoeda do mundo antes das eleições norte-americanas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Em ritmo de festa: Ibovespa começa semana à espera da prévia do PIB; Wall Street amanhece em alta

11 de novembro de 2024 - 8:01

Bolsas internacionais operam em alta e dão o tom dos mercados nesta segunda-feira; investidores nacionais calibram expectativas sobre um possível rali do Ibovespa

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Prévia do PIB é destaque em semana com feriado no Brasil e inflação nos EUA

11 de novembro de 2024 - 7:03

A agenda econômica da semana ainda conta com divulgação da ata da última reunião do Copom e do relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Gestor da Itaú Asset aposta em rali de fim de ano do Ibovespa com alta de até 20% — e conta o que falta para a arrancada 

11 de novembro de 2024 - 6:19

Luiz Ribeiro é responsável pelas carteiras de duas famílias de fundos de ações da Itaú Asset e administra um patrimônio de mais de R$ 2,2 bilhões em ativos

TOUROS E URSOS #197

Renda fixa apimentada: “Têm nomes que nem pagando CDI + 15% a gente quer”; gestora da Ibiuna comenta sobre risco de bolha em debêntures 

9 de novembro de 2024 - 8:00

No episódio da semana do podcast Touros e Ursos, Vivian Lee comenta sobre o mercado de crédito e onde estão os principais riscos e oportunidades

RECOMENDAÇÕES

7% ao ano acima da inflação: 2 títulos públicos e 10 papéis isentos de IR para aproveitar o retorno gordo da renda fixa

8 de novembro de 2024 - 17:58

Com a alta dos juros, taxas da renda fixa indexada à inflação estão em níveis historicamente elevados, e em títulos privados isentos de IR já chegam a ultrapassar os 7% ao ano + IPCA

SD Select

Selic sobe para 11,25% ao ano e analista aponta 8 ações para buscar lucros de até 87,5% ‘sem bancar o herói’

8 de novembro de 2024 - 13:44

Analista aponta ações de qualidade, com resultados robustos e baixo nível de endividamento que ainda podem surpreender investidores com valorizações de até 87,5% mais dividendos

ALGUMA COISA ESTÁ FORA DA META

Carne com tomate no forno elétrico: o que levou o IPCA estourar a meta de inflação às vésperas da saída de Campos Neto

8 de novembro de 2024 - 11:27

Inflação acelera tanto na leitura mensal quanto no acumulado em 12 meses até outubro e mantém pressão sobre o BC por mais juros

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Você quer 0 a 0 ou 1 a 1? Ibovespa repercute balanço da Petrobras enquanto investidores aguardam anúncio sobre cortes

8 de novembro de 2024 - 8:17

Depois de cair 0,51% ontem, o Ibovespa voltou ao zero a zero em novembro; índice segue patinando em torno dos 130 mil pontos

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar