Lula ainda vence a direita? Pesquisa CNT/MDA mostra se o petista saiu arranhado das eleições municipais ou se ainda tem lenha para queimar
Enquanto isso, a direita disputa o espólio de Bolsonaro com três figuras de peso: Tarcísio de Freitas, Michelle Bolsonaro e Pablo Marçal
Muitos especialistas entenderam os resultados das eleições municipais deste ano como um recado das urnas à esquerda brasileira, em especial, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva — afinal, seu partido venceu em apenas uma capital. Mas quem acha que o petista não tem mais força política, pode estar enganado.
Pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça-feira (12) mostra Lula liderando as intenções de voto no momento contra qualquer candidato da direita.
Os entrevistadores questionaram as pessoas sobre em quem elas votariam se a eleição fosse hoje.
No cenário espontâneo — ou seja, sem nenhum nome ser apresentado —, Lula lidera com 27,4% das intenções de voto. Jair Bolsonaro, que segue inelegível, tem 20,4%, apesar de estar inelegível no momento.
Tarcísio de Freitas foi citado por 1,8% dos entrevistados, enquanto Pablo Marçal foi citado por 1,4% e Simone Tebet, por 1,1%.
A pesquisa testou, ainda, três cenários fixos. No primeiro, Lula disputa contra Bolsonaro, Marçal, Tebet e Ciro Gomes. O petista tem 35,2% contra 32,2% do ex-presidente, 8,4% do influenciador digital, 8% da ministra do Planejamento e 6,2% de Ciro.
Leia Também
No segundo cenário, Bolsonaro é retirado da disputa. Michelle Bolsonaro assume seu lugar. Lula continua liderando, com 34,1%. A ex-primeira-dama é a segunda colocada, com 20,5%. Marçal tem 14,1%, herdando parte do espólio de Bolsonaro. Ciro sobe para 9,3%. Tebet chega a 9,2%.
No terceiro e último cenário, o candidato do núcleo bolsonarista é Tarcísio de Freitas. Lula continua na liderança, com 35,2%. Marçal fica em segundo, com 16,9%, abocanhando ainda mais eleitores do espólio de Bolsonaro. O governador de São Paulo tem 15%. Tebet e Ciro têm 9,5% e 9,4%, respectivamente.
O resultado mostra a dificuldade de Tarcísio garantir o voto bolsonarista e a inserção de Marçal nesse eleitorado, especialmente quando Bolsonaro não é candidato.
Da mesma forma, indica uma cristalização da candidatura de Lula, o que pode pesar para que o presidente busque a reeleição, apesar de sua idade e de ter prometido que não o faria durante a eleição de 2022.
Lula vence a direita com popularidade em queda
A pesquisa mostra, ainda, que o governo Lula vem sofrendo uma queda de popularidade, especialmente quando comparado com o governo Bolsonaro.
Em maio, data da última pesquisa, 43,3% acreditavam que a gestão do petista era melhor. Hoje, são 41,1%. A queda está dentro da margem de erro, mas indica um cenário de piora.
Ao mesmo tempo, os que acham o governo Lula pior subiram de 32,4% para 36,2% — o que também está na margem de erro, mas com uma diferença maior.
Os eleitores que se dizem de direita cresceram acima da margem de erro: eram 30,8% em maio e subiram para 39,2%, um sinal de alerta para o presidente Lula e para setores do centro.
Já o porcentual de pessoas que se consideram de esquerda teve um aumento mais tímido: de 17%, em maio, para 19,5%, em novembro.
- Vai ter rali de fim de ano na bolsa? “com certeza”, aponta analista da Empiricus. Veja as 10 ações mais promissoras para investir
A briga pelo espólio de Bolsonaro
A briga pelo espólio político de Bolsonaro, caso ele não seja candidato à Presidência da República em 2026, está acirrada.
Há três principais candidatos disputando a preferência dos eleitores de direita, segundo a pesquisa CNT/MDA.
Tarcísio de Freitas, Michelle Bolsonaro e Pablo Marçal lideram a corrida entre as pessoas que se consideram de direita.
Bolsonaro tem reforçado nas últimas semanas que é o nome de seu grupo político para a disputa presidencial em 2026.
O ex-presidente, no entanto, está inelegível, após ter sido condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por causa de uma reunião com embaixadores estrangeiros em julho de 2023 no Palácio da Alvorada.
A pesquisa CNT/MDA questionou aos eleitores que se dizem de direita que apontassem quem seria o melhor candidato para 2026. Bolsonaro foi o escolhido por 47,9% dos entrevistados.
O levantamento propôs, ainda, que esses eleitores apontassem quem deveria ser o candidato caso Bolsonaro não possa concorrer. Tarcísio foi o apontado por 22,6% dos entrevistados. Michelle é a favorita de 21,9%. Marçal tem o apoio de 20,3%.
Ratinho Jr., Eduardo Bolsonaro, Romeu Zema e Ronaldo Caiado também foram citados como possíveis candidatos, mas com percentuais mais discretos.
LULA quer uma AMÉRICA LATINA UNIDA, MAS...
Dentre os três favoritos, Michelle foi a que mais saltou na preferência dos eleitores de direita do cenário com e sem Bolsonaro.
Quando o ex-presidente estava na disputa, ela tinha 5,1% da preferência dos entrevistados. Sem Bolsonaro, ela subiu para 21,9% - um aumento de 16,8 pontos porcentuais. Tarcísio teve um aumento de 12,1 pontos percentuais, enquanto Marçal subiu 8,9 pontos porcentuais.
O levantamento mostra que na esquerda não há uma disputa acirrada como essa. Lula da Silva é o favorito de 60,2% dos eleitores que se dizem de esquerda.
Caso ele não seja candidato, o nome do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é o favorito, com apoio de 31,3% dos esquerdistas. Guilherme Boulos, Geraldo Alckmin, João Campos e José Dirceu também são citados, mas com percentuais menores que os de Haddad.
Entre os eleitores de centro ou que não sabem se posicionar, Lula tem 26,7% da preferência dos eleitores, enquanto Bolsonaro tem 15,9%.
A pesquisa foi realizada de 7 a 10 de novembro deste ano. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos. O índice de confiança é de 95% — o que significa que há 95% de chance de o estudo estar correto, se considerada a margem de erro. A coleta dos dados foi feita de forma presencial.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer
Depois de anos alijados do interesse da comunidade internacional, voltamos a ser destaque na imprensa especializada. Para o lado negativo, claro
O primeiro dia do G20 no Rio: Biden, Xi e Lula falam de pobreza, fome e mudanças climáticas à sombra de Trump
As incertezas sobre a política dos EUA deixaram marcas nos primeiros debates do G20; avanços em acordos internacionais também são temas dos encontros
O tamanho do corte que o mercado espera para “acalmar” bolsa, dólar e juros — e por que arcabouço se tornou insustentável
Enquanto a bolsa acumula queda de 2,33% no mês, a moeda norte-americana sobe 1,61% no mesmo intervalo de tempo, e as taxas de depósito interbancário (DIs) avançam
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental
Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula
Milei muda de posição na última hora e tenta travar debate sobre taxação de super-ricos no G20
Depois de bloquear discussões sobre igualdade de gênero e agenda da ONU, Milei agora se insurge contra principal iniciativa de Lula no G20
A escalada sem fim da Selic: Campos Neto deixa pulga atrás da orelha sobre patamar dos juros; saiba tudo o que pensa o presidente do BC sobre esse e outros temas
As primeiras declarações públicas de RCN depois da divulgação da ata do Copom, na última terça-feira (12), dialogam com o teor do comunicado e do próprio resumo da reunião
Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA
Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar
Quantidade ou qualidade? Ibovespa repercute ata do Copom e mais balanços enquanto aguarda pacote fiscal
Além da expectativa em relação ao pacote fiscal, investidores estão de olho na pausa do rali do Trump trade
Pacote fiscal do governo vira novela mexicana e ameaça provocar um efeito colateral indesejado
Uma alta ainda maior dos juros seria um efeito colateral da demora para a divulgação dos detalhes do pacote fiscal pelo governo
Mubadala não tem medo do risco fiscal: “Brasil é incrível para se investir”, diz diretor do fundo árabe
O Mubadala Capital, fundo soberano de Abu Dhabi, segue com “fome de Brasil”, apesar das preocupações dos investidores com o fiscal
Campos Neto acertou, mudanças na previdência privada, disparada do Magazine Luiza (MGLU3) e mais: confira os destaques do Seu Dinheiro na semana
Na matéria mais lida da semana no portal, André Esteves, do BTG Pactual, afirma que o presidente do BC, está correto a respeito da precificação exagerada do mercado sobre o atual cenário fiscal brasileiro
Lula fala em aceitar cortes nos investimentos, critica mercado e exige que Congresso reduza emendas para ajuda fazer ajuste fiscal
O presidente ainda criticou o que chamou de “hipocrisia especulativa” do mercado, que tem o aval da imprensa brasileira
Rodolfo Amstalden: Lula terá uma única e última chance para as eleições de 2026
Se Lula está realmente interessado em se reeleger em 2026, ou em se aposentar com louvor e construir Haddad como sucessor, suspeito que sua única chance seja a de recuperar nossa âncora fiscal
O que Lula e Bolsonaro acharam da vitória de Trump? Veja como políticos brasileiros de esquerda e direita reagiram à eleição do republicano
Nomes como Haddad, Tarcísio, Alckmin e a presidente do PT, Gleisi Hoffman, se manifestaram, presencialmente ou via redes sociais, sobre o resultado das eleições americanas
Recado de Lula para Trump, Europa de cabelo em pé e China de poucas palavras: a reação internacional à vitória do republicano nos EUA
Embora a maioria dos líderes estejam preocupados com o segundo mandato de Trump, há quem tenha comemorado a vitória do republicano
Ibovespa vai ter rali de fim de ano? ‘Com certeza’, responde analista – principal gatilho pode ser acionado pelo governo Lula ainda nesta semana
Acreditar no rali de fim de ano da bolsa brasileira ficou mais difícil nos últimos meses. Devido às incertezas em torno da nossa política fiscal – que é a principal “vilã” dos ativos de renda variável nesse momento –, o Ibovespa acumulou queda de -1,6% em outubro. Mas isso não quer dizer que tudo está […]
Caminhos opostos: Fed se prepara para cortar juros nos EUA depois das eleições; no Brasil, a alta da taxa Selic continua
Eleições americanas e reuniões de política monetária do Fed e do Copom movimentam a semana mais importante do ano nos mercados
Lula e Haddad se reúnem em Brasília e detalhes sobre cortes de gastos podem sair ainda hoje
De acordo com o colunista do O Globo, Lauro Jardim, o anúncio poderia sair ainda nesta segunda-feira, após um forte estresse dos mercados na última sexta-feira (1º)
Começa a semana mais importante do ano: Investidores se preparam para eleições nos EUA com Fed e Copom no radar
Eleitores norte-americanos irão às urnas na terça-feira para escolher entre Kamala Harris e Donald Trump, mas resultado pode demorar