Governo Lula cobra transparência nas eleições da Venezuela e passa o ônus da prova para Maduro
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Nicolás Maduro teria vencido as eleições da Venezuela; governos e entidades multilaterais cobram transparência na apuração dos votos

Não é apenas a oposição a Nicolás Maduro que aguarda provas sobre a contagem de votos das eleições na Venezuela, que ocorreram no último domingo (28).
Após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, órgão equivalente ao TSE no Brasil, anunciar a vitória de Maduro na madrugada desta segunda-feira (29), o governo brasileiro se pronunciou sobre as eleições no país vizinho.
O comunicado do Ministério das Relações Exteriores (MRE) elogiou o clima pacífico do processo eleitoral realizado no último domingo (28) no país.
“O governo brasileiro saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem [domingo] na Venezuela e acompanha com atenção o processo de apuração”, diz a nota do MRE.
Na diplomacia, porém, o não-dito muitas vezes fala mais que o dito. Na nota, o Itamaraty não reconhece a reeleição do herdeiro político de Hugo Chávez.
- LEIA TAMBÉM: Casa de análise libera carteira gratuita de ações americanas para você buscar lucros dolarizados em 2024. Clique aqui e acesse.
O governo brasileiro aguarda a publicação pelo CNE dos “dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Escute as feras
O comunicado também diz que o Brasil “reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”.
O site do CNE da Venezuela está fora do ar desde o início da manhã desta segunda-feira (29). No entanto, por volta da 1h da manhã (hora de Brasília), com 80% dos votos apurados, o órgão informava que Nicolás Maduro teria 51,2% dos votos válidos, contra 44,2% do opositor Edmundo González Urrutia.
- VOCÊ JÁ DOLARIZOU SEU PATRIMÔNIO? A Empiricus Research está liberando uma carteira gratuita com 10 ações americanas pra comprar agora. Clique aqui e acesse.
O processo eleitoral da Venezuela
O sistema eleitoral da Venezuela é facultativo e composto tanto pela computação dos votos por urnas eletrônicas, quanto pela impressão dos votos.
Ao exercer o direito, o eleitor apresenta sua identidade e faz o reconhecimento biométrico por meio da impressão digital. Em seguida, assim como no Brasil, vai até a urna eletrônica e computa o voto.
Depois, o voto é impresso em papel e o cidadão pode conferir se está correto. Por último, o eleitor deposita o registro impresso em outra urna.
Os votos computados eletronicamente são enviados por sistema próprio - sem conexão com a internet - para uma central que totaliza todos os votos.
Posteriormente, é feita uma verificação, por amostragem, para saber se os votos enviados pela urna eletrônica são os mesmos depositados, em papel, na urna.
A verificação é realizada, em conjunto, por opositores do governo. As eleições deste ano contaram ainda com observadores independentes nacionais e internacionais.
O grupo limitado de observadores eleitorais de 2024 incluiu a equipe do The Carter Center, uma organização sem fins lucrativos criada pelo ex-presidente dos EUA Jimmy Carter e que já elogiou o processo eleitoral da Venezuela.
- VEJA MAIS: Investimento em BDRs permite buscar lucros dolarizados com ações gringas, sem sair da bolsa brasileira – veja os 10 melhores papéis para comprar agora
Apesar de o sistema ser bem visto por especialistas, as eleições na Venezuela são conhecidas por denúncias de fraudes, devido a interferências do governo e manobras políticas que impossibilitam opositores de concorrer.
Neste ano, as polêmicas em torno do processo eleitoral começaram já em janeiro, quando a líder da oposição Maria Corina Machado foi impedida de ocupar cargos públicos durante 15 anos pelo Supremo Tribunal controlado por Maduro.
Além disso, o pleito de 2024 da Venezuela foi marcado por acusações de que o governo estaria tentando semear confusão antes do dia das eleições ao renomear cerca de 6.000 escolas, locais que normalmente funcionam como assembleias de voto.
Maduro também criou impedimentos significativos para os venezuelanos que deixaram o país votarem, incluindo requisitos de passaporte e residência amplamente inatingíveis.
Agora, com o principal órgão de apuração eleitoral do país fora do ar, as suspeitas de uma falta de transparência no processo eleitoral deste ano foram amplificadas.
As desconfianças internacionais sobre as eleições
O silêncio do Brasil sobre a legitimidade da reeleição de Maduro faz coro a outras nações sobre as expectativas de maior transparência. As principais autoridades ao redor do mundo aguardam que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela publique todos os boletins de urna.
Com isso, é possível verificar se as atas em mãos do CNE são as mesmas impressas na hora da votação e que foram distribuídas aos fiscais da oposição ou aos observadores nacionais e internacionais.
Assim como o Brasil, a Colômbia, os Estados Unidos e a União Europeia não se pronunciaram sobre a legitimidade da terceira reeleição do herdeiro político de Hugo Chávez e cobram a apuração da contagem.
Apesar de o CNE ter declarado Nicolás Maduro vencedor, a oposição liderada pelo candidato Edmundo González também reivindicou a vitória.
A líder da oposição María Corina Machado chegou a afirmar nesta segunda-feira que eles tiveram acesso a 40% das atas e que elas indicariam que González venceu.
Não é apenas a oposição que enxerga fraude nas eleições do último domingo (28). Lideranças de países ao redor do mundo se dividem entre aquelas que não reconhecem o resultado, as que não desconhecem o resultado – mas pedem a publicação das atas – e aqueles que parabenizaram Maduro pela vitória.
Os presidentes do Equador, Daniel Noboa, e da Argentina, Javier Milei, já declararam não reconhecer a vitória de Maduro.
No entanto, Rússia, Bolívia, China e Cuba reconheceram a vitória de Nicolás Maduro.
Em discurso após o anúncio da sua vitória, o governante venezuelano pediu que os países respeitem o resultado eleitoral. “O Poder eleitoral tem um sistema eleitoral de altíssimo nível de confiança, segurança e transparência com 16 auditorias”, garantiu.
Maduro ainda acrescentou que “quando houve o debate em que Donald Trump denunciou que lhe roubaram as eleições nos Estados Unidos, nós não nos metemos nisso”.
*Com informações da Agência Brasil.
Guerra comercial EUA e China: BTG aponta agro brasileiro como potencial vencedor da disputa e tem uma ação preferida; saiba qual é
A troca de socos entre China e EUA força o país asiático, um dos principais importadores agrícolas, a correr atrás de um fornecedor alternativo, e o Brasil é o substituto mais capacitado
Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez
Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia
Nvidia não escapa de Trump, com restrição a exportação de chips; ‘queridinha’ tem preço-alvo cortado pelo BofA e tomba em NY
Ontem (15), a gigante dos chips informou ao mercado que será atingida por uma decisão do presidente dos EUA, com impacto calculado em US$ 5,5 bilhões
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
EUA ou China: o uni-duni-tê de Donald Trump não é nada aleatório
O republicano reconheceu nesta terça-feira (15) que pode chegar ao ponto de pedir que os países escolham entre EUA e China, mas a história não é bem assim
Vale (VALE3): produção de minério cai 4,5% no 1T25; vendas sobem com preço quase 10% menor
A alta nas vendas de minério foram suportadas pela comercialização de estoques avançados formados em trimestres anteriores, para compensar as restrições de embarque no Sistema Norte devido às chuvas
Tarifaço de Trump pode não resultar em mais inflação, diz CIO da Empiricus Gestão; queda de preços e desaceleração global são mais prováveis
No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, fala sobre política do caos de Trump e de como os mercados globais devem reagir à sua guerra tarifária
Disney que se cuide: Universal anuncia maior parque temático da Flórida em décadas; veja preços
Epic Universe começa a funcionar no dia 22 de maio, com cinco mundos temáticos diferentes, incluindo uma área especial para Harry Potter
Com chuva de incertezas, nova stablecoin atrelada ao CPI dos EUA busca oferecer proteção inflacionária
A USDi acompanha o poder de compra do dólar, ajustando-se pela variação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA a partir de dezembro de 2024
Ação da Embraer (EMBR3) sobe mais de 3% após China dar o troco nos EUA e vetar aviões da Boeing
Proibição abre espaço para a companhia brasileira, cujas ações vêm sofrendo com a guerra comercial travada por Donald Trump
O mundo vai pagar um preço pela guerra de Trump — a bolsa já dá sinais de quando e como isso pode acontecer
Cálculos feitos pela equipe do Bradesco mostram o tamanho do tombo da economia global caso o presidente norte-americano não recue em definitivo das tarifas
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Temporada de balanços 1T25: Confira as datas e horários das divulgações e das teleconferências
De volta ao seu ritmo acelerado, a temporada de balanços do 1T25 começa em abril e revela como as empresas brasileiras têm desempenhado na nova era de Donald Trump
Trump vai recuar e mesmo assim cantar vitória?
Existe um cenário onde essa bagunça inicial pode evoluir para algo mais racional. Caso a Casa Branca decida abandonar o tarifaço indiscriminado e concentrar esforços em setores estratégicos surgirão oportunidades reais de investimento.
Felipe Miranda: Do excepcionalismo ao repúdio
Citando Michael Hartnett, o excepcionalismo norte-americano se transformou em repúdio. O antagonismo nos vocábulos tem sido uma constante: a Goldman Sachs já havia rebatizado as Magníficas Sete, chamando-as de Malévolas Sete
Dá com uma mão e tira com a outra: o próximo alvo das tarifas de Donald Trump já foi escolhido
Mesmo tendo anunciado a suspensão das tarifas por 90 dias por conta do caos nos mercados, o republicano diz que as taxas são positivas e não vai parar
Vai dar para ir para a Argentina de novo? Peso desaba 12% ante o dólar no primeiro dia da liberação das amarras no câmbio
A suspensão parcial do cepo só foi possível depois que o governo de Javier Milei anunciou um novo acordo com o FMI no valor de US$ 20 bilhões
Um novo dono para o Instagram e WhatsApp: o que está em jogo no julgamento histórico da empresa de Zuckerberg
A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos alega que a Meta, que já era dona do Facebook, comprou o Instagram e o WhatsApp para eliminar a concorrência, obtendo um monopólio
Bitcoin (BTC) sustenta recuperação acima de US$ 84 mil — mercado cripto resiste à pressão, mas token Mantra despenca 90% sob suspeita de ‘rug pull’
Trégua nas tarifas de Trump e isenção para eletrônicos aliviam tensões e trazem respiro ao mercado cripto no início da semana
Nvidia (NVDC34), queridinha da IA, produzirá supercomputadores inteiramente nos Estados Unidos
As “super fábricas” da Nvidia começarão a produção em escala industrial nos próximos 12 a 15 meses, divididas em 92 mil metros quadrados