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PATRIMÔNIOS DECLARADOS

Com Pablo Marçal no pódio, veja quem são os candidatos mais ricos de São Paulo nas eleições 2024

Juntos, os dez políticos mais ricos do Estado que concorrem ao pleito atual detêm uma fortuna de mais de R$ 4,17 bilhões

Estadão Conteúdo
26 de agosto de 2024
16:03 - atualizado às 17:35
Pablo Marçal, candidato à prefeitura de São Paulo nas eleições 2024
Esta é a segunda eleição em que o ex-coach concorre: em 2022, tentou a Presidência da República e, depois, se candidatou a deputado federal. - Imagem: Reprodução/Redes sociais

Disputando prefeituras e vagas em Câmaras Municipais paulistas, os dez políticos mais ricos do Estado de São Paulo nas eleições de 2024 detêm, juntos, uma fortuna de mais de R$ 4,17 bilhões em patrimônio.

Quase um terço, R$ 2,8 bilhões, pertencem a um único candidato, que concorre à prefeitura de Marília, a 435 quilômetros da capital.

O bens foram declarados pelos candidatos no registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre os dez políticos mais ricos de São Paulo, metade são empresários, e há uma jornalista, um pecuarista, um administrador, um advogado e um candidato que não declarou qual sua ocupação.

Apenas uma mulher na lista dos candidatos mais ricos de São Paulo

Há apenas uma mulher na lista que, em sua totalidade, se autodeclarou de cor branca. Seis candidatos têm ensino superior completo, dois concluíram o ensino médio e dois começaram cursos superiores, mas não terminaram.

O partido que mais aparece é o Republicanos, com três filiados, seguido por PRTB e MDB, com dois cada. Podemos, PV e PSD têm um candidato cada.

Nenhuma cidade se repete na lista: enquanto metade dos candidatos concorrerem a prefeituras de cinco municípios paulistanos, outra metade tenta vaga em Câmaras Municipais de outros cinco.

Há somente um postulante na capital, São Paulo, onde tenta o cargo de prefeito. Trata-se do nome mais conhecido entre os candidatos da lista, o empresário Pablo Marçal (PRTB).

Confira a lista dos dez políticos mais ricos que concorrem no Estado São Paulo

10º - Marcos Amaral de Souza (Republicanos): R$ 70.380.000,00

Amaral, como está registrado no TSE, é dono de uma fortuna de mais de R$ 70 milhões.

Os quatro bens declarados pelo candidato de 46 anos são: uma Mercedes Benz no valor de R$ 200 mil, um apartamento de R$ 150 mil, uma moto de R$ 30 mil e o item mais valioso, uma mina de ferro localizada em uma fazenda, no valor de R$ 70 milhões.

Esta é a primeira eleição do candidato, que tenta uma vaga na Câmara Municipal de Arujá, cidade de 86 mil habitantes, entre a capital e São José dos Campos. Ele não informou qual é sua atual ocupação.

A campanha do candidato foi procurada pelo Estadão para comentar o nome do candidato na lista, mas não quis se pronunciar.

9º - Luiz Tarcísio Teixeira Ferreira (PV): R$ 71.130.765,00

Tarcísio Ferreira, do Partido Verde, estreia na vida política concorrendo ao cargo de prefeito de Águas da Prata, cidade localizada a 238 quilômetros da capital.

O advogado declarou R$ 71,1 milhões em bens, a maioria agrupados em quotas de capital (R$ 23,2 milhões); ativos financeiros, como renda fixa, CDB e outros (R$ 17,5 milhões); saldo em conta-corrente (R$ 10 milhões); fazendas e terrenos (R$ 4,7 milhões), entre outros bens.

A campanha do candidato foi procurada pelo Estadão, mas não respondeu.

8º - José Lavelli de Lima (PSD): R$ 71.513.478,00

Tentando o cargo de prefeito de Bragança Paulista, José de Lima (PSD), presidente do diretório municipal da sigla, declarou uma fortuna de R$ 71,5 milhões.

Entre os bens de maior valor, estão R$ 54,5 milhões em quotas de capital social de uma holding de instituições não-financeiras; R$ 12,5 milhões em depósito no Itaú em Miami, nos Estados Unidos; e dois apartamentos em um conjunto habitacional no valor de R$ 301 mil.

A primeira vez que teve um mandato foi aos 23 anos, eleito vereador em 1963 pelo PTB. Além da sigla, Lima também passou pelo Arena, PSD e PMDB.

O administrador, como se declara ao TSE, já se elegeu por três mandatos como prefeito do município de 170 mil habitantes da região de Campinas. As gestões ocorreram entre 1973 e 1977, 1983 e 1988 e 1997 e 2000.

O político tentou novamente conquistar o cargo em 2004 e em 2008, pelo então PMDB, mas não foi eleito. Neste último pleito, há 16 anos, o valor declarado em bens foi de R$ 3,96 milhões.

Ao Estadão, o político diz não se considerar rico, mas "dono de uma empresa com capacidade para 15 mil toneladas mês". Lima se refere à produção de ração para pets, setor no qual possui empresas, além da produção de ração para pecuária, criação de bovinos, avicultura e eucalipto.

O candidato afirma que começou a construir seu patrimônio comprando metade de um armazém na cidade em que vive, o que conseguiu graças a economias do tempo em que era cobrador de ônibus em Minas Gerais e levava produtos mineiros para vender em Bragança.

Sobre o pleito deste ano, o candidato afirma que "surgiu oportunidade para concorrer" e que quer "deixar mais um pouco de seu legado".

7º - Miriam do Rosário Souza Gabiati (Republicanos): R$ 76.150.000,00

Candidata a vereadora em Presidente Prudente, no extremo oeste do Estado, Miriam Ribeiro, de 61 anos, declarou patrimônio de mais de R$ 76 milhões.

A jornalista e redatora listou três bens à Justiça Eleitoral: um quinto de um apartamento, de R$ 150 mil; a mesma proporção de uma casa, de R$ 1 milhão; e 25% de uma fazenda, quota que vale, segundo a declaração, R$ 75 milhões.

Ao Estadão, a candidata do Republicanos afirmou, por meio de assessoria, que a fazenda foi herança de seu pai a ela e aos irmãos.

No primeiro e único pleito que concorreu antes deste, em 2016, quando se elegeu vereadora suplente da mesma cidade, mas pelo PSB, a candidata não declarou nenhum bem.

6º - Marcelo Di Fiori (Republicanos): R$ 77.612.425,00

Di Fiori é suplente de deputado estadual pelo Progressistas. Antes, também foi suplente de deputado federal pelo Podemos, em 2018, e em 2020 foi suplente de vereador pelo PP, quando declarou uma fortuna de R$ 49 milhões — R$ 12 milhões a menos que no último pleito, em 2022, quando concorreu a Câmara dos Deputados e foi eleito suplente.

Agora pelo Republicanos, o empresário concorre a uma vaga de vereador em Itapetininga, cidade onde vive há cerca de 25 anos no interior do Estado, e a fortuna declarada cresceu R$ 16,5 milhões em comparação ao último pleito.

Ao Estadão, Di Fiori disse que o acréscimo da fortuna é "fruto de muito trabalho, dedicação, esforço, foco e amor".

Metade da fortuna do candidato vem de quotas de uma empresa familiar do setor imobiliário. O empresário também tem vários bens de produção utilizados no setor agrícola, como maquinário pesado, silos, tratores, além de pastagens, galpões e uma lancha.

5º - José Alberto Gimenez (MDB): R$ 78.439.935,00

Tentando o cargo de prefeito em Sertãozinho, norte do Estado, Zezinho Gimenez (MDB) declarou uma fortuna de R$ 78,4 milhões ao TSE, cerca de R$ 53,7 milhões a mais do que no último pleito que concorreu, em 2016, um aumento de 217%.

Na lista atual do candidato, os bens de maior valor são quotas ou quinhões de capital em empresas e cooperativas, totalizando R$ 20,4 milhões; mais de R$ 500 mil em caminhonetes, motos e caminhões; quase R$ 1 milhão em três propriedades rurais, entre outros bens.

Em 2012, quando foi eleito prefeito pelo PSDB, o valor declarado era de R$ 11,7 milhões. Na eleição de 2004, não constam bens na candidatura do empresário, que se elegeu para o cargo pela primeira vez.

Procurada pelo Estadão, a campanha não quis comentar a evolução patrimonial, apenas diz que fizeram questão de colocar "até o imposto de renda no registro da candidatura, para ficar tudo transparente".

4º - Mário Cânovas Franco (MDB): R$ 93.489.200,00

Único pecuarista da lista, Mário Cânovas Franco (MDB) tenta uma vaga na Câmara Municipal de Auriflama, cidade localizada no noroeste do Estado, a 578 quilômetros da capital. Em sua primeira candidatura, aos 78 anos, Franco declarou sete bens à Justiça Eleitoral.

Os itens de maior valor são duas fazendas, uma em Mato Grosso do Sul, de R$ 39 milhões, e 50% de uma propriedade no Mato Grosso, de R$ 36,3 milhões; e um sítio na cidade dele, de R$ 16,2 milhões. O candidato também declara terrenos, cabeças de gado e uma casa.

Ao Estadão, o candidato disse que deseja "deixar seu nome na política" e, entre os planos para a cidade, caso seja eleito, é melhorar a arborização e construir uma feira livre para receber os agricultores, em uma estrutura com quiosques, banheiros e torneiras.

3º - Pablo Henrique Costa Marçal (PRTB): R$ 169.503.051,00

Candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, o empresário Pablo Marçal, primeiramente, declarou ter patrimônio de R$ 193 milhões ao TSE, mas retificou a informação em 12 de agosto, excluindo R$ 24 milhões dos bens declarados.

O Estadão procurou o candidato para questionar o motivo da retificação, mas não obteve retorno.

Esta é a segunda eleição que o ex-coach concorre: em 2022, tentou a Presidência da República e, depois, se candidatou a deputado federal, declarando um patrimônio de R$ 96.942.541,15.

Para além dos ativos financeiros, que constituem quase todo o seu patrimônio, somando mais de R$ 164 milhões, o empresário tem um terreno no Residencial Tamboré, em Barueri (SP), avaliado em R$ 4,9 milhões, e uma sala em um prédio comercial em Goiânia, de R$ 100 mil.

Marçal também diz ter uma chácara em Trindade, interior de Goiás, seu Estado natal, no valor de R$ 62,1 mil. Como mostrou o Estadão, o candidato construiu um império de empresas, cursos e livros de autoajuda.

2º - Jonas Afonso de Moraes (Podemos): R$ 617.900.000,00

O empresário de 59 anos informou ao TSE ter quotas em cinco empresas, no valor de R$ 617,9 milhões. Não há outros bens declarados, como imóveis e veículos, além das empresas.

O candidato já passou pelo PRP e pelo PSP em eleições passadas — quando se elegeu vereador suplente em Itaquaquecetuba -, antes de se filiar ao Podemos, sigla com que chega ao pleito de 2024.

Ao Estadão, o candidato disse que as cinco empresas que declarou são do ramo imobiliário e foram adquiridas recentemente, por isso não foram declaradas em 2016, quando disputou como vice-prefeito de Itaquaquecetuba pelo PSC, e a chapa não foi eleita.

Naquele ano, o patrimônio declarado foi de R$ 598,8 mil — entre veículos, uma casa e quotas de capital de empresas.

1º - João Henrique Pinheiro (PRTB): R$ 2.851.300.000,00

Postulante ao cargo de prefeito de Marília, João Pinheiro (PRTB), de 39 anos, é o mais rico entre todos os candidatos das eleições municipais de 2024. Empresário que estreia na política, ele declarou ter um patrimônio de R$ 2,85 bilhões relacionados a uma empresa de exportação de produtos agropecuários.

O candidato informou ter 95% das participações da empresa Sugar Brazil, que comercializa derivados de açúcar, que equivale a R$ 2,85 bilhões.

Ele também disse ter R$ 1 milhão das quotas de capital da empresa Das Marias Agropecuária. Outro bem declarado ao TSE foi R$ 300 mil de caderneta de poupança da Caixa Econômica Federal.

Ao Estadão, Pinheiro disse ser dono de oito aviões, sendo cinco jatos e três bimotores. Ele também afirmou que possui três helicópteros e 12 carros. Nenhum desses bens estão declarados ao TSE.

Pinheiro explicou que não o fez porque fica pouco tempo com os bens, já que costuma trocá-los ao longo do ano. "São ativos e, geralmente, faço muitas permutas em negócios", afirmou.

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