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Isabelle Santos
Isabelle Santos
Comunicóloga formada pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). É redatora do Money Times, Seu Dinheiro e Empiricus.
Conteúdo Empiricus

Disparada da Nvidia (NVDC34) pode ser a causa da queda do Ibovespa? Entenda a relação e como proteger o seu patrimônio

Para analista da Empiricus, o “boom” da inteligência artificial pode estar transferindo dinheiro do Ibovespa para ações de big techs como a Nvidia (NVDC34)

Isabelle Santos
Isabelle Santos
9 de junho de 2024
8:00 - atualizado às 12:55
Nvidia nvdc34 inteligência artificial
Nvidia - Imagem: Reprodução

O ano de 2024 não tem sido fácil para os investidores brasileiros. No acumulado do ano, o Ibovespa caiu 9% e o real chegou a desvalorizar 4,5% em relação ao dólar. Para completar, a expectativa é de que a Selic encerre o ciclo de cortes nos atuais 10,25%

Diante desse cenário, os mercados apontam vários “culpados”: o adiamento do corte de juros nos EUA, as mudanças na meta fiscal e a expectativa de uma reaceleração da inflação no Brasil são os principais.

Entretanto, alguns analistas acreditam que estas podem não ser as únicas razões para o desempenho ruim da bolsa brasileira em 2024. 

O “boom” da inteligência artificial e a disparada de empresas de tecnologia como a Nvidia (NVDC34) pode estar “sugando” o dinheiro do Ibovespa. 

A queda da bolsa brasileira pode ser “culpa” das big techs?

Em geral, os mercados emergentes como o Brasil costumam atrair os investidores estrangeiros pela promessa de crescimento acelerado e consequentemente pela possibilidade de lucros maiores em comparação a mercados maduros. 

Contudo, nos últimos três anos, essa lógica tem sido desafiada. O interesse crescente do mundo em relação à inteligência artificial e toda a tecnologia ligada a ela tem atraído a atenção dos investidores para um grupo específico de empresas, as “Magnificent 7”.

Formado pela Nvidia, Apple, Microsoft, Amazon, Meta, Alphabet e Tesla, esse grupo reúne as principais empresas de tecnologia do mundo.

Por estarem na “linha de frente” do desenvolvimento de novas tecnologias, especialmente relacionadas à inteligência artificial, essas empresas apresentam expectativas de crescimento cada vez maiores, atraindo investidores de todo o mundo.

Entre as sete, a Nvidia é a “bola da vez”. O valor de mercado da companhia chegou aos US$2,6 trilhões, ultrapassando a Amazon. 

Só este ano, o BDR (papel da Nvidia listado na B3) da fabricante de chips e semicondutores já valorizaram 157% e a expectativa é de que valorize mais ainda mais.

Talvez você esteja se perguntando:

Qual é a relação entre o “boom” da inteligência artificial e a queda do Ibovespa? 

Recentemente o analista Matheus Spiess, da Empiricus, chamou atenção para um movimento nos mercados globais.

Nos últimos três anos, as ações de mercados emergentes caíram 23%. No mesmo período, os índices que medem o desempenho de ações em mercados desenvolvidos registraram alta de 15%.

Além disso, o analista observou que, nos últimos 12 meses a Nasdaq, bolsa americana de tecnologia, valorizou 35%, mesmo diante das altas taxas de juros nos Estados Unidos.

Coincidência? Para o analista, não. Matheus acredita que “com a IA e outras tecnologias revolucionárias concentradas nas mãos de potências desenvolvidas, surge o questionamento sobre o real valor de aportar em mercados emergentes.”

Em outras palavras, por que os investidores se arriscariam em mercados emergentes como o Brasil, se eles podem ganhar muito mais surfando o “boom” da tecnologia, investindo em big techs como a Nvidia, em mercados mais maduros e seguros? 

Thiago Salomão, fundador do Market Makers, parceiro do Grupo Empiricus, concorda com a tese. Para ele, “a forte alta das empresas de tecnologia nos Estados Unidos pode estar sugando dinheiro mundo afora [...] esse é um ponto que me preocupa um pouco mais, pois talvez essa onda não acabe”, disse em entrevista ao podcast Touros e Ursos, do Seu Dinheiro.

Ou seja, pode ser que o “boom” das big techs dure mais do que o esperado e, nesse cenário, o que o investidor brasileiro pode fazer?

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Se não pode com eles, junte-se a eles

Para Matheus Spiess, ainda há boas expectativas para a bolsa brasileira. Contudo, a melhora no desempenho dos ativos de risco depende de uma “maior clareza sobre o início do ciclo de juros pelo Federal Reserve”. 

Em outras palavras, até que os juros comecem a cair nos EUA, é provável que as big techs continuem “sugando” dinheiro da bolsa brasileira. 

Nesse sentido, o analista aponta que o investidor deve “manter uma parte do capital em grandes tecnológicas americanas e até em criptomoedas, que, apesar de serem consideradas voláteis, podem funcionar como proteção contra determinados riscos.”

A economia brasileira é bastante instável comparada à economia americana. Por esse motivo, esta não é a primeira e provavelmente não será a última vez que a nossa bolsa vai passar por períodos de baixa. 

Então, se a bolsa brasileira não consegue “bater de frente” com as ações de tecnologia americanas, o investidor deveria usar esses papéis para se proteger

É por isso que é importante diversificar, inclusive fora do Brasil. Entretanto, se você nunca investiu em ativos internacionais, talvez não faça ideia de como começar, qual a melhor estratégia e quais ações escolher. 

Pensando nisso, a Empiricus vai lançar, no dia 17 de junho, o “Investidor Global”.

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