Alupar (ALUP11) não é mais uma ‘vaca leiteira’? Empiricus Research retira a ação da carteira de dividendos; entenda o motivo

As ações do setor de transmissão elétrica como Alupar (ALUP11), Taesa (TAEE11) e ISA-CTEEP (TRPL4) sempre estiveram entre as preferidas dos investidores quando o assunto são dividendos. 

O motivo é simples, investir no setor elétrico é sinônimo de dividendos gordos pingando na conta, pois, em geral, essas empresas contam com uma receita previsível que não depende muito do volume de produção ou mesmo do preço da energia. 

Basicamente, o que essas empresas precisam fazer é garantir boas concessões a fim de aumentar a sua Receita Anual Permitida (RAP). Assim, quanto maior for a RAP dessas companhias, maior a capacidade de remunerar os acionistas. 

Entre os principais players desse mercado, a Alupar (ALUP11) era a preferida pelos analistas da Empiricus Research para buscar dividendos. 

Contudo, na última semana a ação deixou de ser uma recomendação da casa para quem busca proventos. Na visão dos analistas a companhia está tomando caminhos que podem afetar os dividendos. 

O que mudou no jogo de Alupar (ALUP11)?

A Alupar era uma das recomendações da série “Vacas Leiteiras” cujo objetivo é investir em ações boas pagadoras de dividendos. 

Ruy Hungria, um dos responsáveis pela carteira explicou que, em comparação com as concorrentes, a elétrica sempre foi a preferência da casa por conta da sua estratégia para aquisição de novas concessões.

Acontece que, durante um bom tempo, Alupar, Taesa e ISA-CTEEP eram praticamente as únicas empresas no mercado de transmissão do Brasil. 

Entretanto, o analista aponta que a partir de 2017 novas empresas chegaram a esse mercado, aumentando a competição nos leilões e também os deságios. 

Assim, enquanto Taessa e ISA-CTEEP tomaram o caminho de arrematar concessões a qualquer custo, mesmo que isso significasse retornos menores, a Alupar (ALUP11) adotou a estratégia que o analista chamou de “sentar e esperar”.

Ou seja, ao invés de tentar arrematar qualquer concessão, a Alupar tinha uma postura de só comprar ativos que realmente pudessem agregar valor ao negócio, o que “levaria a companhia a aumentar seus dividendos, na contramão das pares”, comentou Hungria.  

Assim, entre março de 2022 até a saída de Alupar (ALUP11) da carteira (29/01/24) a ação “decolou” e abriu uma diferença de quase 30 pontos percentuais de retorno sobre Taesa, como mostra o gráfico abaixo: 

Contudo, no final de 2023 a Alupar deu sinais de que poderia estar mudando de estratégia. Isso porque a companhia participou do leilão das elétricas e em consórcio com a Perfin, saiu vencedora levando parte do Lote 2.

O leilão das elétricas acendeu o alerta… 

O lote arrematado pela Alupar vai exigir da transmissora um investimento de R$ 2,6 bilhões. Além disso, a concessão tem um deságio de 47%.  

Na ocasião do leilão, Ruy Hungria explicou em entrevista ao Giro do Mercado que “quanto maior o deságio que você aceita para vencer uma concessão de transmissão, menos receita você está aceitando receber e, consequentemente, menor é a rentabilidade”.

Já na época o analista avaliava que tanto o montante de investimento quanto o deságio poderiam acabar impactando na capacidade da companhia em distribuir dividendos aos acionistas, visto que sobraria menos dinheiro no caixa da elétrica.

Ele inclusive alertou aos investidores que “para quem olha só dividendos, Alupar (ALUP11) não [lhe parecia] a melhor escolha”.

Além da decisão de investimento da companhia, agora Ruy aponta que a atratividade do setor de transmissão está piorando, não só pela concorrência que continua acirrada, mas também pelo possível aumento nos preços da energia. 

Diante desse cenário, a recomendação da Empiricus Research para os assinantes da série “Vacas Leiteiras” foi retirar as ações de Alupar da carteira. 

Mas, apesar da saída da transmissora, a casa continua apostando em ações do setor elétrico. Na visão dos analistas, neste momento, a Eletrobras (ELET6) é uma ação mais interessante para as carteiras. 

Eletrobras (ELET6) e mais 4 ações para buscar dividendos

A Eletrobras é a maior empresa de energia elétrica da América Latina. Na última década a companhia passou por momentos difíceis e desde então entrou em um longo processo de recuperação, culminando na sua privatização. 

Na visão dos analistas da Empiricus Research, a companhia tem apresentado uma evolução notável que deve se refletir nos resultados, lucros e dividendos. 

Além disso, recentemente, o governo anunciou que fará uma correção no preço da energia elétrica. 

De acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), este aumento pode chegar a 5,6%. Nesse cenário, o analista Ruy Hungria aponta que empresas geradoras de energia, como a Eletrobras, tendem a se beneficiar da medida. 

Além disso, a companhia continua negociando a preços abaixo do que seria considerado justo, em torno de 9x preço sobre lucro (P/L). 

Para o analista, esse potencial de melhora no desempenho da companhia, combinado com o preço baixo da ação, torna a elétrica interessante. 

Por isso, as ações da Eletrobras foram recomendadas em um relatório junto com mais 4 ativos para buscar dividendos em fevereiro. 

Neste relatório, você poderá entender por que os analistas consideram estas as melhores ações para investir com foco em dividendos neste momento. 

Além dos dividendos, entre as 5 ações selecionadas pelos analistas, o investidor ainda poderá comprar papéis que estão baratos e têm potencial de valorização. Ou seja, existe a possibilidade de buscar lucros de duas formas com as mesmas ações.

O melhor de tudo é que você vai poder conhecer as recomendações e a tese de investimento de cada uma delas de graça, pois a Empiricus Research está liberando este conteúdo como uma cortesia. 

Assim, clicando neste link ou no botão abaixo você poderá ter acesso ao ticker das ações para buscar dividendos agora.