Xi Jinping reage a Trump: China lança pacote trilionário, mas não anima mercado — e ainda arrasta as ações da Vale (VALE3)
Frustração com medidas de suporte à dívida dos governos locais na China derruba também o Ibovespa no pregão desta sexta-feira
Nem mesmo uma injeção trilionária de recursos foi suficiente para o mercado financeiro dar um voto de confiança à China. Dois dias após a vitória de Donald Trump nas eleições nos Estados Unidos, o governo de Xi Jinping anunciou um pacote de 10 trilhões de yuans (R$ 8 trilhões), num período de 5 anos, com intuito de dar suporte à dívida dos governos locais.
A iniciativa, contudo, não agradou os investidores, que esperavam medidas de estímulo direto à economia chinesa. A frustração com a China arrastou junto as cotações do minério de ferro e ecoou até a B3, onde as ações da Vale (VALE3) e das empresas do setor de siderurgia e mineração operaram em queda firme.
Por volta das 14h50, os papéis da Vale operavam em queda de 5,60%, a R$ 60,00. No fechamento, VALE3 caiu 4,61%, a R$ 60,63. Empresas como CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) também apareceram entre as maiores quedas do Ibovespa, que caiu 1,43% no pregão desta sexta-feira.
- Trump, 3T24 e dividendos: entenda a “mistura perfeita” que impulsionou as ações da Gerdau
Por que o mercado torceu o nariz para o pacote da China?
O mercado aguarda com ansiedade medidas do governo chinês liderado por Xi Jinping que tenham impacto direto sobre o consumo. As famílias chinesas consomem abaixo de 40% do PIB, cerca de 20 pontos percentuais abaixo da média global.
No entanto, oficiais do Partido Comunista da China (PCCh) demonstram resistência a esse tipo de estímulo econômico.
Ao longo dos últimos anos foram aplicadas uma série de medidas de estímulo para tentar conter a crise no setor imobiliário e recompor o crescimento econômico. Mas de modo geral elas não têm atingido as expectativas do mercado.
Leia Também
As consequências da eleição de Donald Trump e a possível escalada do conflito comercial entre China e Estados Unidos também desestabilizaram a economia chinesa.
No dia da vitória do candidato republicano o yuan caiu mais de 1% em relação ao dólar, atingindo o ponto mais fraco desde agosto e o Hang Seng de Hong Kong teve queda de 2,3%, com gigantes da tecnologia chinesa como JD.com e Alibaba perderam 4% de cotação cada.
O combate à dívida “oculta”
As preocupações do governo chinês, contudo, parecem seguir outra direção. O medo da dívida local e dívidas “ocultas” orientou as últimas medidas chinesas.
Uma cota de dívida dos governos locais foi aumentada em 6 trilhões de yuans, e eles terão acesso a mais 4 trilhões de yuans em emissões previamente autorizadas para facilitar a troca de dívidas, visando reduzir os riscos financeiros sistêmicos.
Além disso, o comitê permanente do Congresso Nacional do Povo, principal órgão legislativo da China, aprovou um projeto de lei que eleva o teto para emissões de títulos especiais dos governos locais, de 29,52 trilhões para 35,52 trilhões de yuans.
Essa “dívida oculta”, usada pelos governos locais para financiar o desenvolvimento de infraestrutura e despesas essenciais, totalizou mais de US$ 9 trilhões no ano passado, o equivalente a mais da metade do Produto Interno Bruto da China, de acordo com estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI).
As medidas anunciadas na sexta-feira procuram trocar parte das dívidas não registradas por dívidas oficiais.
Esse deve ser o último anúncio de medidas de estímulo do governo chinês neste ano. Com a vitória de Donald Trump nas eleições nos EUA, a expectativa é que o governo de Xi Jinping aguarde as mudanças esperadas na política comercial dos EUA para 2025 antes de lançar um novo pacote.
*Com informações da CNBC e The Washington Post
Jogando nas onze: Depois da vitória de Trump, Ibovespa reage a Copom, Fed e balanços, com destaque para a Petrobras
Investidores estão de olho não apenas no resultado trimestral da Petrobras, mas também em informações sobre os dividendos da empresa
Recado de Lula para Trump, Europa de cabelo em pé e China de poucas palavras: a reação internacional à vitória do republicano nos EUA
Embora a maioria dos líderes estejam preocupados com o segundo mandato de Trump, há quem tenha comemorado a vitória do republicano
Caminhos opostos: Fed se prepara para cortar juros nos EUA depois das eleições; no Brasil, a alta da taxa Selic continua
Eleições americanas e reuniões de política monetária do Fed e do Copom movimentam a semana mais importante do ano nos mercados
Itaú (ITUB4) supera Vale (VALE3) e se torna a ação mais indicada para investir em novembro; veja o ranking com recomendações de 13 corretoras
O otimismo dos analistas tem base em dois pilares principais: a expectativa de um balanço forte no 3T24 e a busca por um porto seguro na B3
Agenda econômica: Eleições nos EUA dividem espaço com decisão de juros no país; Copom e IPCA são destaque no Brasil
A agenda econômica desta semana também conta com dados da balança comercial do Brasil, EUA e China, além da divulgação de resultados do terceiro trimestre de empresas gigantes no mercado
Cada um com suas preferências: Ibovespa reage a balanços do Bradesco e da Ambev e à Pnad Contínua enquanto Wall Street aguarda PCE
Índice de inflação preferido do Fed será divulgado hoje nos EUA; aqui, investidores olham para dados de emprego e desemprego
BYD vs. Tesla: vendas da chinesa superam as da montadora de Elon Musk pela primeira vez e acirram disputa de veículos elétricos
No terceiro trimestre, as vendas da BYD chegaram a US$ 28,2 bilhões; montadora americana registrou US$ 25,2 bilhões
No crédito ou no débito? Ibovespa reage a balanços, Wall Street e expectativa com cortes de gastos
Enquanto a temporada de balanços segue adiante, dólar começa o pregão de hoje no nível mais elevado em mais de três anos
TikTok dá dinheiro… e muito: dono da rede social é o homem mais rico da China; veja a lista dos bilionários do país
A Hurun China Rich List revela mudanças na economia do país asiático e mostra que acabou a dominância dos magnatas do setor imobiliário
O tempo parece voar: A uma semana das eleições nos EUA, Ibovespa repercute balanço do Santander e relatório de produção da Petrobras
Ibovespa subiu pouco mais de 1% ontem na esteira da expectativa com novas medidas de cortes de gastos pelo governo
Mais uma crise à vista? Montadora que já foi a mais valiosa da China sem vender um único carro e tentou rivalizar com a Tesla agora luta para encontrar investidores
Empresa de carros controlada pela incorporadora Evergrande encerrou as negociações para a venda de uma participação após a desistência de um comprador
O saldão da eleição: Passado o segundo turno, Ibovespa se prepara para balanços dos bancões
Bolsas internacionais repercutem alívio geopolítico, resultado eleitoral no Japão e expectativa com eleições nos Estados Unidos
Vale (VALE3) e Samarco: o que vem após o acordo de R$ 132 bilhões com o governo por desastre em Mariana (MG)?
Do total previsto no acordo, R$ 100 bilhões são novos recursos que devem ser pagos em até 20 anos pelas empresas ao poder público
Do papel à mineração: CFO da Suzano (SUZB3) se despede do cargo com resultado positivo no 3T24 e se muda para a Vale (VALE3)
Suzano anunciou nesta sexta-feira (25) a renúncia de Marcelo Bacci ao cargo; ele assume as finanças da mineradora a partir de dezembro
Vale (VALE3) em tempos de crise na China e preço baixo do minério: os planos do novo CEO Gustavo Pimenta após o resultado que agradou o mercado
Novo CEO fala em transformar Vale em líder no segmento de metais da transição energética, como cobre e níquel; ações sobem após balanço do 3T24
Vem dividendo por aí? Vale (VALE3) tem balanço forte no 3T24 e ação fica entre as maiores altas do Ibovespa. Saiba o que fazer com os papéis agora
A mineradora também assinou nesta sexta-feira (25) o acordo definitivo de reparação do desastre em Minas Gerais, no valor de R$ 170 bilhões
Usiminas (USIM5) reverte prejuízo, tem lucro no 3T24 e analistas enxergam futuro positivo para empresa; ações sobem 7% na bolsa hoje
Após um balanço bastante abaixo das expectativas no segundo trimestre, a Usiminas reverteu o prejuízo registrado naqueles três meses para um lucro de R$ 185 milhões. Os investidores parece que gostaram do que viram: as ações USIM5 saltam 7,01% por volta das 10h30 desta sexta-feira (25), cotadas a R$ 6,80. Ainda que a empresa continue […]
BRICS vai crescer: 13 países são convidados para integrar o bloco — e, após negativa do Brasil, Venezuela recorre a amigo para ser chamada
Em 1º de janeiro deste ano, países como Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã passaram a fazer parte do grupo
A história não acaba: Ibovespa repercute balanço da Vale e sinalizações de Haddad e RCN em dia de agenda fraca
Investidores também seguem monitorando a indústria farmacêutica depois de a Hypera ter recusado oferta de fusão apresentada pela EMS
Vale (VALE3) carrega o peso da China e do minério e lucro cai 15% no 3T24, mas resultado ainda fica acima das previsões
A companhia também anunciou, junto com o balanço, que um acordo definitivo sobre o desastre em Mariana (MG) deve ser assinado nesta sexta-feira (25)