Trump vem aí: Powell diz o que pode fazer com os juros nos EUA diante das ameaças do republicano — e isso tem a ver com você
Com o republicano batendo na porta da Casa Branca, presidente do Fed deu novas pistas sobre o que pensa para o ritmo de corte da taxa referencial na maior economia do mundo
Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), tem uma habilidade pouco conhecida da maioria das pessoas e que descobriu aos 10 anos de idade: ele consegue falar frases — em inglês, é claro — de trás para frente.
“Se não fizermos isso agora, não teremos uma economia na segunda-feira” — desafiou o mediador do New York Times durante o bate-papo desta quarta-feira (4) com o chefão do banco central norte-americano, sugerindo que Powell falasse ao contrário a declaração que ficou famosa na boca de outro presidente do BC dos EUA, Ben Bernanke, em 2008 — ano da crise financeira no país.
Powell não fugiu da raia. Fechou os olhos, parou um segundo e disse a frase de trás para frente. A plateia presente aplaudiu. A questão agora é saber se ele também arrancará aplausos do mercado diante do próximo desafio: Donald Trump.
O republicano, crítico ferrenho de Powell e das políticas do Fed, toma posse dia 20 de janeiro com a promessa de adotar medidas que prometem dificultar — e muito — a vida de quem decide os juros nos EUA.
O gato, o rato, Powell, Trump e os juros nos EUA
Certamente Powell terá que usar mais do que as habilidades de falar frases ao contrário para enfrentar os desafios que surgem no horizonte.
Questionado pelo mediador do New York Times sobre como pretende lidar com a promessa de taxação de Trump, Powell reconheceu que não é possível tomar decisões de política monetária com base em propostas, dado que não se sabe qual será o tamanho das medidas.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Precisamos sobre viver o “modo sobrevivência”
Mas, ao contrário do dom aparentemente “natural” de falar de trás para frente, o chefão do Fed deu sinais de que está se preparando para o que vem por aí.
“Não podemos fazer política monetária com base em propostas de tarifas. Não sabemos qual será o tamanho dessas tarifas, mas estamos avaliando as propostas”, disse Powell.
Os comentários acontecem em um momento no qual Trump já disse que uma das primeiras medidas que adotará ao voltar ao salão Oval da Casa Branca é aumentar tarifas para bens e produtos de países como China, México e Canadá. O Seu Dinheiro contou essa história e você pode conferir aqui.
E nem o Brasil deve escapar dessa. Mais recentemente, o republicano ameaçou o Brics — grupo de países em desenvolvimento do qual o Brasil faz parte — de taxação caso resolva adotar uma moeda própria, diferente do dólar, para transações comerciais. Também contamos essa história e, para conferir, basta acessar aqui.
O problema é que as políticas prometidas por Trump — que também incluem o corte de impostos — devem fazer a inflação voltar a acelerar nos EUA, complicando a vida de Powell e dos membros do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês).
- Inflação alta implica em juros altos. Taxas elevadas na maior economia do mundo tendem, sobretudo, a tirar a atratividade de mercados emergentes como o Brasil, além de reduzirem o apetite para ativos mais arriscados como as ações — e é aí que o bolso do investidor brasileiro sente no bolso.
BOLSA CAINDO e DÓLAR a R$ 6: O que o GOVERNO deve FAZER AGORA para VIRAR o jogo
Os juros nos EUA antes da última reunião do ano
O Fed foi o último dos grandes bancos centrais ao redor do mundo a iniciar o ciclo de afrouxamento monetário — os norte-americanos passaram quatro anos sem cortar juros, convivendo com as maiores taxas em 23 anos.
O alívio veio apenas em setembro deste ano, quando o BC dos EUA realizou a primeira redução graças à trégua na inflação. Atualmente, a taxa está na faixa entre 4,50% e 4,75% ao ano.
Depois disso, no entanto, o caminho para os juros ficou mais turvo. Além de Trump, o mercado de trabalho norte-americano voltou ao centro das atenções do Fed diante dos sinais de fragilidade.
- Vale lembrar que o pleno emprego e a estabilidade de preços — que significa inflação em 2% ao ano — são os mandatos dados pelo Congresso norte-americano e que o Fed deve perseguir.
Powell falou sobre os juros no bate-papo de hoje.
“A inflação está em 2,3% — um pouco acima da nossa meta. O desemprego está em 4,1% — um pouco além do que foi visto há um ano, mas a taxa ainda é baixa. Estamos chegando lá”, afirmou.
“A economia é forte, o desemprego é baixo e a inflação está ligeiramente acima do nosso objetivo. Podemos ser mais cautelosos agora”, acrescentou.
O presidente do Fed não contratou mais um corte de 0,25 ponto percentual (pp) na conversa de hoje. Mas o mercado manteve a aposta de que ele virá.
Ferramenta FedWatch do CME Group mostra 79,2% de probabilidade de redução nessa magnitude na última reunião do ano, marcada para 17 e 18 de dezembro.
Uma ação para a ceia de Natal: JBS (JBSS3) é a favorita dos analistas para investir em dezembro e surfar o dólar forte
Há quatro fatores principais que impulsionaram o frigorífico para o topo das recomendações dos analistas para este mês; veja o ranking com indicações de 13 corretoras
‘Preferimos novos aportes em títulos pós-fixados’: por que a Empiricus gosta da renda fixa indexada ao CDI para quem investir agora
Perspectiva de alta de juros acima do esperado inicialmente deve impulsionar ativos atrelados à Selic e ao DI; veja os títulos recomendados pela casa de análise
Hoje é dia de Vale (VALE3): mineradora apresenta projeções, prepara investimentos bilionários e ações caem na bolsa. Comprar ou vender agora?
A companhia ainda anunciou uma reformulação da gestão, formalizando um indicado direto do presidente Gustavo Pimenta em um dos negócios mais estratégicos
A Faria Lima apostou contra Lula? O desempenho dos principais gestores de fundos após o anúncio de Haddad conta uma história diferente
Análise da Empiricus Research traz retorno de 132 fundos no dia seguinte ao pronunciamento do ministro da Fazenda sobre o pacote fiscal
Hapvida (HAPV3) blindada do caos do Brasil: CEO revela por que está animado com plano ambicioso de R$ 2 bilhões apesar do cenário macro deteriorado
Do investimento total, a companhia arcará com apenas R$ 630 milhões. Já o R$ 1,37 bilhão restante deve ser financiado por parceiros externos
4 pontos que ajudaram o PIB brasileiro a bombar (de novo) no terceiro trimestre, apesar da decepção com o agro
Crescimento do PIB do Brasil atingiu os 4% no terceiro trimestre de 2024, mas juros em alta tendem a provocar desaceleração em um futuro próximo
SYN (SYNE3) vai pagar R$ 560 milhões aos acionistas em processo de redução de capital; veja como receber
Os acionistas que tiverem ações da SYN (SYNE3) na carteira em 6 de dezembro terão direito ao pagamento
Quando a conta não fecha: Ibovespa repercute envio de pacote fiscal ao Congresso em dia de PIB do terceiro trimestre
Governo enviou PEC do pacote fiscal ao Congresso na noite de segunda-feira enquanto o dólar segue acima dos R$ 6
A dura realidade matemática: ou o Brasil acerta a trajetória fiscal ou a situação explode
Mercado esperava mensagem clara de responsabilidade fiscal e controle das contas públicas, mas o governo falhou em transmitir essa segurança
Tony Volpon: 2025, o ano Trump
A “excepcionalidade americana” deve continuar e ter novo impulso com a vitória de Trump
8 títulos de renda fixa isentos de imposto de renda para lucrar em cenário de alta de juros e inflação, segundo o BB-BI
Banco manteve indicações de novembro e acrescentou CRA da Marfrig e debênture da Eletrobras, diante da aversão a risco no mercado doméstico
Ação da Cosan (CSAN3) recua e Raízen (RAIZ4) surge entre as maiores quedas do Ibovespa na esteira da renúncia de executivo
Saída de Ricardo Mussa da Cosan Investimentos intensifica a pressão sobre o grupo já abalado por prejuízos e desvalorização na bolsa
Selic a 15% ao ano, inflação e fantasma fiscal: por que a Kinea está vendida na bolsa brasileira?
Responsável por mais de R$ 132 bilhões em ativos, a gestora afirma que “existem melhores oportunidades no exterior”; veja onde a Kinea investe hoje
O dólar não vai parar de subir? Moeda americana segue acima de R$ 6 e bancão diz o que esperar para o fim do ano e para 2025
O UBS BB também fez projeções para a taxa de juros no Brasil; Banco Central tem reunião marcada para a próxima semana — a última sob o comando de Roberto Campos Neto
Tchau, Lemann: Grendene (GRND3) rescinde joint venture no exterior com a 3G Capital e se torna a única dona da GGB
A dona das marcas de calçados Melissa, Ipanema e Rider vai pagar em torno de US$ 10,5 milhões à gestora de Jorge Paulo Lemann para adquirir 50,1% da GGB
Não deu tempo? Focus fica imune à reação do mercado ao pacote fiscal e mantêm projeções para dólar e juros
Enquanto as projeções para a inflação e o PIB subiram, as estimativas para o dólar e os juros permaneceram estáveis
Substituição no time do Ibovespa: entra Marcopolo e saem Eztec e Alpargatas
Vale dizer que ainda devem ser publicadas mais duas prévias até o fim de dezembro para composição do índice para o próximo quadrimestre
Botafogo bota fogo na bolsa: semana cheia começa com investidores acompanhando fôlego do Trump Trade
Ao longo dos próximos dias, uma série de relatórios de empregos nos Estados Unidos serão publicados, com o destaque para o payroll de sexta-feira
Agenda econômica: Payroll, Livro Bege e discurso do presidente do Fed dominam a semana; no Brasil, PIB ganha destaque
Agenda econômica desta semana conta ainda com relatório Jolts nos EUA e PIB na Zona do Euro; no cenário nacional, pacote fiscal e dados da inflação do país ficam no radar
O Ethereum (ETH) ficou de lado? Criptomoeda come poeira do Bitcoin (BTC) e é “coadjuvante apagada” no bull market de 2024
Apesar do comportamento relativamente apagado, a avaliação de especialistas é que o ativo digital deve sustentar o posto de vice-líder no setor durante este ciclo de alta