🔴 É AMANHÃ! LOTERIA DOS EUA SORTEIA PRÊMIO DE R$ 2,8 BILHÕES – VEJA COMO CONCORRER

Trump (quase) eleito nos EUA após atentado? Como fica o mercado caso o republicano volte ao poder

Trump leva a Presidência e os republicanos levarão o Congresso e o Senado. Será a Red Wave. Nunca é favorável quando um dos partidos vence as 3 casas pela falta de negociação de acordos

15 de julho de 2024
18:07 - atualizado às 18:08
O ex-presidente dos EUA, o republicano Donald Trump, que sofreu atentado no sábado (13)

5 de novembro era a data marcada para acontecer o evento mais aguardado pelo mercado em 2024: as eleições nos EUA. Mas, após o atentado contra o candidato republicano Donald Trump, no último sábado (13), muita gente já diz que o resultado está definido.

Só um passo atrás para quem não estava no Planeta Terra no fim de semana: um comício de Trump na Pennsylvania foi interrompido após 10 tiros terem sido disparados. Uma pessoa morreu e Trump foi atingido na orelha direita, mas ele ficou bem. O atirador foi morto.

A icônica foto de Trump com o punho erguido e com a bandeira dos EUA tremulando ao fundo, logo após os disparos enquanto era retirado pelos seguranças, viralizou em grupos de whatsapp e redes sociais, seguida da mensagem: depois dessa, Trump venceu as eleições.

Se as chances de Trump vencer são enormes - e como o mercado sempre antecipa os eventos que virão no futuro -, não há pergunta mais importante neste momento do que: como fica o mercado em um eventual novo governo Trump nos EUA?

Antes de mais nada, é impossível não se preocupar com os impactos que esse atentado pode trazer no curto prazo. Na noite de sábado, Ian Bremmer, presidente da consultoria de riscos Eurasia Group, publicou um vídeo em sua conta no X dizendo que isso “é o pior tipo de evento que poderia acontecer” neste momento.

  • Para mais análises de ações, de mercado, insights de investimentos e histórias dos bastidores da Bolsa, assine a CompoundLetter, newsletter gratuita do Market Makers, clicando aqui

Nas palavras de Bremmer:

“Devemos estar preparados para mais violência, em todo o espectro político (...) Estou profundamente preocupado que [o atentado] preceda mais violência política e instabilidade social” (...) “É o tipo de evento que vimos historicamente em muitos países que enfrentavam instabilidade e que frequentemente não acaba bem.”

O consultor também acredita que o atentado aumenta as chances de Trump ser eleito.

Mas o que esperar de um novo governo Trump?

Responderei a pergunta com um resumo da aula que tive do Paulo Leme e do Artur Wichmann no último vídeo do Comitê Global de Alocação da XP Advisory US. Inclusive, já citei por aqui que esse vídeo é um dos meus “must watch” de todo mês. A leitura de cenário do Leme e o trabalho de pesquisa do Wichmann tornam esse conteúdo incrível.

O vídeo é de quinta-feira (11), dois dias antes do atentado. Neste vídeo, os dois economistas mostraram como seria um novo governo Trump (tendo em vista seu amplo favoritismo após o debate presidencial) e qual o impacto da plataforma Trump em dois pilares importantes: imigração e guerra comercial.

Paulo Leme

O cenário está todo propício para queda de juros nos EUA: a inflação vem caindo forte nos últimos 12 meses, a economia segue no equilíbrio ideal entre “não estar bombando mas não está em recessão” e o mercado de trabalho está indo na direção que o Fed esperava. O primeiro corte deve vir este ano. Mercado aposta em setembro, eu acho que vem só em dezembro.

O problema é o fiscal. A situação fiscal é cada vez mais preocupante, a dúvida é quando ela vai fazer preço? Quando e quanto o mercado colocará de prêmio na curva? 

Trump leva a presidência e os republicanos levarão o Congresso e o Senado. Será a Red Wave. Nunca é favorável quando um dos partidos vence as três casas pela falta de negociação de acordos.

O déficit nominal fiscal saiu de 3,7% (média de 1974 a 2023) para 7% em 2024 e com a pior composição possível: queda significativa de receita, crescimento forte de gastos obrigatórios como previdência e medicare e, ao mesmo tempo, com a alta taxa de juro aumentando o custo e o tamanho da dívida e a pressão pelo pagamento. 

  • Para mais análises de ações, de mercado, insights de investimentos e histórias dos bastidores da Bolsa, assine a CompoundLetter, newsletter gratuita do Market Makers, clicando aqui

A Comissão de Orçamento, na última revisão feita em junho, aumentou em US$ 400 bilhões os déficits adicionais para este ano pelo pagamento de Treasuries. E quando você olha a revisão acumulada para os próximos dez anos (até 2034), há um incremento de dívida de US$ 23,6 trilhões, que equivale a 19% do estoque total de dívida no mundo. É um enorme supply e que vai gerar um grande problema.

Descrição da imagem abaixo:

Esquerda: despesa cresce acima da média história de 50 anos 

Direita: receita cresce abaixo da média histórica de 50 anos 

A solução: ou aumenta a arrecadação e cria-se impostos ou o governo vai dar uma “tungada” na previdência e medicare (sistema de seguros de saúde do governo dos EUA). Como Trump busca sempre corte de impostos, isso vai na direção de uma aventura fiscal, que não tem como acabar bem.

Tanto Trump quanto Joe Biden são bem ruins em termos de dívida pública. Ambos são gastadores, com a diferença que Biden aumentaria impostos e Trump deve cortar impostos. E hoje cortar impostos é inviável nos EUA. Pra quem pensa que Trump será responsável, pense duas vezes, pois você vai se decepcionar.

Na tabela abaixo, a comparação entre os governos Biden x Trump. Mesmo tirando o efeito da Covid, Trump aumentou em 22 pontos-base a dívida/PIB durante sua gestão.

Para reduzir a dívida pública dos EUA, é preciso ter um ajuste fiscal de 4,9% do Produto Interno Bruto. E tudo indica que não será feito ajuste - pelo contrário: qualquer um dos dois gastará ainda mais.

Todos os elementos indicam para um crescimento no coeficiente de Dívida/PIB: 

  • i) taxa de juros subiu (e com isso os gastos com juros subiram)
  • ii) crescimento desacelerou
  • iii) déficit primário segue crescente

A dívida total dos EUA está em US$ 34,8 trilhões, o que é 40% do estoque total de dívida no mundo. Desse montante, US$ 7,2 trilhões estão ‘escondidos’ no Fed e nas agências federais.

Em algum momento, o yield das treasuries vai subir porque o mercado vai exigir um juro maior para o nível de dívida/PIB (o limiar é entre 100% e 120% do PIB, estima o governo). Segundo a Comissão do Orçamento, não havendo ajuste fiscal e dada a deterioração da despesa e queda da receita nos próximos dez anos, o Fed vai ter que socar US$ 24 trilhões de novas dívidas no mercado, que é praticamente 19% do estoque total de renda fixa global.

Ou seja, quanto mais a dívida do Tesouro dos EUA cresce (desloca-se à direita do gráfico), mais downgrades no rating ocorrerão e mais prêmio o mercado exigirá.

  • Para mais análises de ações, de mercado, insights de investimentos e histórias dos bastidores da Bolsa, assine a CompoundLetter, newsletter gratuita do Market Makers, clicando aqui

Resumo do governo Trump: expectativa de como ele deve reagir a determinados temas:

A importância da imigração para a viabilidade fiscal dos EUA:

A força de trabalho de imigrantes é de 45 milhões de pessoas nos EUA (dados de 2021) e têm entrado por volta de 3 milhões de imigrantes/ano. A previsão do orçamento é que o governo precisa de 1,1 milhão de imigrantes/ano entre 2027 e 2054 para manter a receita constante.

A imigração aumenta a força de trabalho (+0,6%/ano) e a produtividade de trabalho (+0,8%/ano entre 2024 e 2028 e +1,5%/ano entre 2029 e 2034). Impacto estimado: +US$ 1,2 trilhão entre 2024-2034 (IR PF e retenção de fonte) e redução do déficit fiscal em US$ 900 bilhões.

Artur Wichmann

Plataforma Trump impacta dois pilares relevantes: imigração e guerra comercial

Imigração 

De 2021 pra cá, mais da metade da contribuição do PIB foi de horas trabalhadas: se você fechar o mercado de imigração, vai desequilibrar a oferta de mão de obra, pois entra entre 1 e 1,5 milhão de imigrantes por ano. Uma boa parte da recuperação da economia americana pós-Covid veio da mão de obra.

Guerra Comercial: como ela afeta o S&P500?

Na média, 28% das receitas são afetadas pela guerra comercial (empresas americanas que sofrerão represálias após medidas dos EUA). 

60% da receita do setor de tecnologia vem de fora. Por exemplo: o iPhone, que é um produto americano, mas é montado pela Foxxcom na China. Imagina uma tarifa de 60% sobre ela, isso pega direto a Apple, semicondutores e empresas de hardware. Qualquer medida anunciada contra a China pode pegar em cheio empresas que foram fundamentais para o rali do S&P500.

E os mercados não estão preparados para um choque, e isso nos preocupa. Basta ver a volatilidade implícita no MOVE Index e no VIX. A não preocupação do mercado nos preocupa.

Conclusão: a parte de inflação, PIB e emprego caminham para o lado do Fed cortar os juros, mas a eleição caminha para o lado de Trump e isso traz uma grande preocupação para o fiscal. Se Trump não mudar os planos dele, seria game over.

Para mais conteúdos assim, assine a CompoundLetter, a newsletter gratuita do Market Makers (um hub de conteúdo e serviços financeiros). Já conversamos com mais de 200 investidores profissionais/institucionais e conhecemos o mercado como ninguém.

Somos, hoje, o hub de conteúdo mais bem conectado de todo o mercado brasileiro - e refletimos todo o conhecimento acumulado na CompoundLetter. Assine de graça clicando aqui e fique por dentro de análises, insights e muito mais para turbinar sua carteira.

Compartilhe

Grandes demais para quebrar

Bancões americanos ganham mais com área de investimento e gestão de ativos do que com juros

16 de julho de 2024 - 15:04

BofA teve queda na receita com juros de 3%, enquanto o Morgan Stanley amargou redução de 17% nesse item

DE OLHO NAS REDES

Petrobras (PETR4): e se a melhor e pior notícia que a empresa poderia dar vierem juntas, o que seria das ações? 

18 de abril de 2024 - 13:30

De uns tempos para cá, a Petrobras vem testando os nervos dos investidores. Há alguns dias, rumores de que os saudosos dividendos extraordinários que foram retidos pela companhia finalmente poderiam sair, o que animou o mercado — e fez as ações saltarem.  Mas logo veio um potencial balde de água fria: Aloizio Mercadante poderia assumir […]

Diário de Bordo

Tudo indica um cenário favorável para mais bull market nos mercados internacionais

24 de janeiro de 2024 - 10:21

O guitarrista do “The Who” Pete Townshend tinha uma expectativa elegante ao compor a música “Won’t get fooled again”, nos idos de 1971. A música, que mais tarde se tornaria um dos ícones da banda, começava com um som sintetizado que havia sido construído a partir de batidas do coração, ondas cerebrais e mapas astrológicos de […]

É TUDO SOBRE OS JUROS DOS EUA

Por que os juros nos EUA subiram tanto e levaram a uma reprecificação de ativos? Gestor da Verde explica e conta qual a estratégia da gestora de Stuhlberger neste cenário

20 de outubro de 2023 - 19:31

Os juros altos nos EUA e os seus impactos foram alguns dos principais temas do podcast Market Makers com Luiz Parreiras, da Verde Asset

APÓS AS PASO

Bolsa em alta, disparada do bitcoin (BTC) e encontro com o FMI: 5 coisas que aconteceram um dia após Javier Milei vencer as primárias na Argentina

14 de agosto de 2023 - 19:03

O candidato de extrema-direita recebeu 30,04% dos votos, superando a chapa Juntos por El Cambio

PLEITO EM ANCARA

Com 97% das urnas apuradas, Recep Tayyip Erdogan é reeleito presidente da Turquia para um mandato de mais cinco anos

28 de maio de 2023 - 14:10

A vitória de 52,15% foi sobre o representante do Partido Republicano do Povo (CHP) Kemal Kılıçdaroğlu, de 74 anos, de linha de esquerda social-democrata

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Uma Nova Era na China? Para onde o terceiro mandato de Xi Jinping deve levar o gigante asiático

18 de outubro de 2022 - 6:11

Enquanto Xi Jinping caminha para seu terceiro mandato, a China entra na terceira década do século em uma posição curiosa

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar