Recado de Lula para Trump, Europa de cabelo em pé e China de poucas palavras: a reação internacional à vitória do republicano nos EUA
Embora a maioria dos líderes estejam preocupados com o segundo mandato de Trump, há quem tenha comemorado a vitória do republicano
Donald Trump só deve tomar posse no dia 20 de janeiro de 2025, mas já tem muito chefe de governo preocupado com o segundo mandato do republicano — muito mais por saber o que vem por aí do que por eventuais surpresas que possam surgir pelo caminho.
Durante toda a campanha, Trump deixou claro que vai aumentar as tarifas comerciais e adotar medidas para proteger e fortalecer a economia norte-americana.
Além dessas propostas potencializarem a inflação e trazerem de volta juros mais altos aos EUA, também fecham a janela de um mercado importante.
Soma-se a isso o fato de Trump não ser conhecido por sua diplomacia — não à toa muitos líderes ao redor do mundo não gostaram do estilo de liderança de confronto do republicano durante seu primeiro mandato na Casa Branca.
Ainda assim, não demorou muito para que o presidente eleito dos EUA começasse a receber mensagens sobre a vitória — algumas delas acompanhadas de recados.
- Trump e cripto: relatório disseca como a volta do republicano à Casa Branca pode moldar o futuro da inovação financeira
A mensagem de Lula para Trump e os problemas para o Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou Trump pelo resultado que possibilitou que republicano voltasse à Casa Branca para um segundo mandato.
Leia Também
Em uma mensagem publicada no X, Lula deseja sorte e lembra Trump da importância de se respeitar a democracia.
Quando perdeu a eleição em 2020, Trump colocou em xeque a lisura do processo eleitoral norte-americano sem ter nenhuma prova de fraudes, questionou resultados na justiça, incentivou a invasão do Capitólio durante a sessão do Congresso de confirmação da vitória de Joe Biden e não compareceu à cerimônia de posse do democrata.
Especialistas ouvidos pelo Seu Dinheiro antes do resultado da eleição já diziam que a vitória de Kamala Harris seria muito mais positiva para o Brasil, a começar pelo fato de Lula ter um diálogo mais aberto com a democrata.
Mas é a reação da bolsa brasileira que explica os problemas que o segundo mandato de Trump pode trazer para o Brasil.
O Ibovespa começou o dia em forte queda e segue operando no vermelho com os investidores de olho em medidas do republicano que podem tirar o dinheiro do gringo daqui e levar para os EUA. Para saber mais sobre a reação dos mercados à vitória de Trump, conferir tudo aqui.
TRUMP ELEITO: E agora, o que será da maior economia do mundo?
A Europa está de orelha em pé com Trump, mas há quem tenha celebrado por lá
As autoridades europeias foram rápidas em parabenizar Trump, apesar da percepção de que uma nova guerra econômica pode estar próxima.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; o presidente francês, Emmanuel Macron; o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez; a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni; e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, estavam entre os primeiros líderes da União Europeia (UE) a parabenizar Trump na manhã de hoje.
Durante a campanha, Trump ameaçou impor tarifas adicionais de 10% sobre as nações europeias, ao mesmo tempo em que disse que a UE teria que "pagar um alto preço" por não comprar produtos norte-americanos suficientes.
O comércio com os norte-americanos é crítico para a Europa. A UE e os EUA têm a maior relação bilateral de comércio e investimento do mundo — chegando a uma alta histórica de 1,2 trilhão de euros em 2021, de acordo com dados da Comissão Europeia.
Por isso, quaisquer tarifas adicionais podem pressionar ainda mais os níveis de crescimento econômico já moribundos em toda a UE.
Em nota na manhã de quarta-feira, analistas do ING disseram que o “pior pesadelo econômico” da Europa se tornou realidade com a reeleição de Trump.
“Uma nova guerra comercial iminente pode levar a economia da zona do euro de um crescimento lento para uma recessão total. A economia alemã, que já está em dificuldades, e que depende muito do comércio com os EUA, seria particularmente afetada pelas tarifas sobre automóveis europeus”, disse a equipe de analistas, liderada por James Knightley.
No entanto, as preocupações com relação a Trump não são totalmente compartilhadas em todo o continente europeu. O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, que no passado falou sobre a admiração por Trump, disse que abriria uma garrafa de champanhe se o republicano fosse reeleito.
- LEIA MAIS: Campos Neto destaca que o Brasil é o único país a apostar na alta dos juros – onde investir na renda fixa para ‘surfar’ cenário?
Argentina de Milei também celebra Trump
O primeiro-ministro húngaro não beberá o champanhe sozinho. O presidente argentino, Javier Milei, inundou sua conta no X com posts e fotos celebrando a vitória de Trump.
Na mensagem parabenizando o republicano, Milei diz: “Trump, parabéns pela sua formidável vitória. Agora, Make America Great Again. Você sabe que pode contar com a Argentina para executar sua missão. Sucesso e bênçãos”.
Em tom mais sóbrio, a chancelaria argentina reafirmou “o compromisso de continuar fortalecendo nossa aliança e trabalhando pelos laços históricos de amizade que nos unem, em benefício de ambas as nações e de nossos povos”.
Os mercados por lá também comemoravam. Os títulos argentinos em dólar deram um salto no início das negociações desta quarta-feira e o índice de risco do país caía de forma acentuada, com investidores animados com a perspectiva de laços mais estreitos entre Milei e Trump.
- Quanto investir para alcançar a tão sonhada independência financeira? Ferramenta gratuita do Seu Dinheiro faz os cálculos; teste aqui
E a China, ficou quieta?
Quem se manifestou sobre a vitória de Trump na China foi o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país, Mao Ning — e não houve parabenização, como já era de se esperar.
Em uma nota curta, Mao se limitou a dizer: "Nossa política em relação aos EUA é consistente. Continuaremos a ver e lidar com as relações China-EUA de acordo com os princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação ganha-ganha."
As poucas palavras da diplomacia chinesa tem motivo: na primeira gestão de Trump, EUA e China travaram uma guerra comercial ferrenha, além de aumentarem as tensões geopolíticas.
O segundo mandato do republicano não deve ser muito diferente. Ainda na campanha ele já falava em aumento de tarifas, de olho, especialmente, na China.
O problema agora é que essa tarifas, se impostas, vão pegar uma China que emplaca uma medida de estímulo atrás da outra para tentar conter a crise no país, principalmente no setor imobiliário, e recompor o crescimento econômico.
Não à toa, assim que Trump declarou vitória, os mercados chineses rapidamente refletiram o nervosismo em torno do que poder ser outro período de conflitos comerciais e tecnológicos.
O yuan caiu mais de 1% em relação ao dólar, atingindo o ponto mais fraco desde agosto, enquanto o Índice CSI300 em Xangai recuou 0,5%. O Hang Seng de Hong Kong — frequentemente visto como um termômetro para o sentimento do estrangeiro — teve queda de 2,3%, com gigantes da tecnologia como JD.com e Alibaba perdendo 4% cada.
O que se sabe até agora sobre o complô dos ‘Kids Pretos’ para matar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes — e que teria a participação do vice de Bolsonaro
A ideia de envenenamento, de acordo com o plano do general, considerava a vulnerabilidade de saúde e a ida frequente de Lula a hospitais
É hora de taxar os super-ricos? G20 faz uma proposta vaga, enquanto Lula propõe alíquota que poderia gerar US$ 250 bilhões por ano no mundo
Na Cúpula do G20, presidente Lula reforça as críticas ao sistema tributário e propôs um número exato de alíquota para taxar as pessoas mais ricas do mundo
Acaba logo, pô! Ibovespa aguarda o fim da cúpula do G20 para conhecer detalhes do pacote fiscal do governo
Detalhes do pacote já estão definidos, mas divulgação foi postergada para não rivalizar com as atenções à cúpula do G20 no Rio
Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer
Depois de anos alijados do interesse da comunidade internacional, voltamos a ser destaque na imprensa especializada. Para o lado negativo, claro
O primeiro dia do G20 no Rio: Biden, Xi e Lula falam de pobreza, fome e mudanças climáticas à sombra de Trump
As incertezas sobre a política dos EUA deixaram marcas nos primeiros debates do G20; avanços em acordos internacionais também são temas dos encontros
Mais barato? Novo Nordisk lança injeção de emagrecimento estilo Ozempic na China com ‘novidade’
Em um país onde mais de 180 milhões de pessoas têm obesidade, o lançamento do remédio é uma oportunidade massiva para a empresa europeia
2025 será o ano de ‘acerto de contas’ para o mercado de moda: veja o que as marcas precisarão fazer para sobreviver ao próximo ano
Estudo do Business of Fashion com a McKinsey mostra desafios e oportunidades para a indústria fashion no ano que vem
O tamanho do corte que o mercado espera para “acalmar” bolsa, dólar e juros — e por que arcabouço se tornou insustentável
Enquanto a bolsa acumula queda de 2,33% no mês, a moeda norte-americana sobe 1,61% no mesmo intervalo de tempo, e as taxas de depósito interbancário (DIs) avançam
Biden testa linha vermelha de Putin na guerra com a Ucrânia e deixa casca de banana para Trump
Aliado de Putin adverte que autorização de Biden à Ucrânia é “passo sem precedentes em direção à Terceira Guerra Mundial”
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil
A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias
G20: Ministério de Minas e Energia assina acordo com a chinesa State Grid para transferência de tecnologia
A intenção é modernizar o parque elétrico brasileiro e beneficiar instituições de ensino e órgãos governamentais
No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental
Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula
Milei muda de posição na última hora e tenta travar debate sobre taxação de super-ricos no G20
Depois de bloquear discussões sobre igualdade de gênero e agenda da ONU, Milei agora se insurge contra principal iniciativa de Lula no G20
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
Azeite a peso de ouro: maior produtora do mundo diz que preços vão cair; saiba quando isso vai acontecer e quanto pode custar
A escassez de azeite de oliva, um alimento básico da dieta mediterrânea, empurrou o setor para o modo de crise, alimentou temores de insegurança alimentar e até mesmo provocou um aumento da criminalidade em supermercados na Europa
A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira
Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações
A escalada sem fim da Selic: Campos Neto deixa pulga atrás da orelha sobre patamar dos juros; saiba tudo o que pensa o presidente do BC sobre esse e outros temas
As primeiras declarações públicas de RCN depois da divulgação da ata do Copom, na última terça-feira (12), dialogam com o teor do comunicado e do próprio resumo da reunião
Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad
Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília
A China presa no “Hotel California”: o que Xi Jinping precisa fazer para tirar o país da armadilha — e como fica a bolsa até lá
Em carta aos investidores, à qual o Seu Dinheiro teve acesso em primeira mão, a gestora Kinea diz o que esperar da segunda maior economia do mundo