Putin não aguenta mais? Rússia diz qual é o preço para acabar com a guerra na Ucrânia — e Ocidente manda a própria fatura
Pelo menos 90 países e organizações se reuniram na Suíça — sem a participação de Moscou — para tentar encontrar o caminho para a paz
Dizem que tudo na vida tem um preço — se é verdade ou não, é difícil saber, mas o presidente da Rússia, Vladimir Putin, colocou as condições para acabar com a guerra contra a Ucrânia.
Essa, no entanto, não é a primeira vez que o chefe do Kremlin “coloca um preço” para a paz. No início do conflito, Putin disse que acabaria com as hostilidades se suas exigências fossem observadas, entre elas, do domínio do território ucraniano. A proposta nunca foi adiante e a guerra já dura dois anos.
Dessa vez, os termos do presidente russo incluem a retirada completa das tropas ucranianas dos territórios de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson — que a Rússia anexou ilegalmente meses após o início das hostilidades, em setembro de 2022.
Durante uma reunião com a liderança do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Putin declarou que quando a Ucrânia iniciar uma “retirada real das tropas dessas regiões, e também notificar oficialmente o abandono dos planos de adesão à Otan, imediatamente, no mesmo minuto, haverá uma ordem de cessar fogo para iniciar negociações [de paz]”.
O chefe do Kremlin alertou, no entanto, que se a proposta de paz for recusada, as exigências futuras de Moscou serão diferentes.
A Ucrânia tem seu próprio plano para a paz
Os planos de Putin, no entanto, contrastam fortemente com a proposta de paz do presidente ucraniano.
Leia Também
Volodymyr Zelensky apresentou em novembro de 2022 uma proposta de dez anos que exige a restauração da “integridade territorial” do país ao abrigo da Carta das Nações Unidas.
Zelensky também insistiu que a Ucrânia recuperasse a península da Crimeia, que a Rússia anexou ilegalmente antes da guerra atual, em fevereiro de 2014.
- Leia também: Putin trocou o dólar pelo real? Rússia dá as costas para “moedas tóxicas” e abre espaço para o Brasil
Rússia e Ucrânia fracassam na paz
As tentativas de paz entre a Rússia e a Ucrânia fracassaram até agora — nem mesmo um plano de 12 pontos divulgado pela China no aniversário de um ano da guerra ganhou impulso.
Mas, mais uma vez, a China está promovendo a própria estratégia diplomática e a proposta de Putin ameaça roubar a atenção das negociações na Suíça, onde pelo menos 90 países e organizações se reuniram neste sábado (15) e no domingo (16) no resort de Bürgenstock para a Cúpula sobre a Paz na Ucrânia.
Moscou não foi convidada — e no passado criticou a futilidade de terceiros em tentar negociar uma resolução para o conflito sem a participação da Rússia. As cúpulas anteriores não conseguiram implementar uma solução diplomática para o conflito ou reduzir as hostilidades no campo de batalha.
ONDE INVESTIR EM JUNHO: MELHORES INVESTIMENTOS NA BOLSA - AÇÕES, FIIs, DIVIDENDOS, BDRS + ALOCAÇÃO
A fatura do Ocidente para a Rússia
Se Putin colocou um preço para a paz na Ucrânia, o Ocidente preparou a própria fatura para acabar com a guerra.
Cerca de 80 países apelaram conjuntamente neste domingo (16) para que a “integridade territorial” da Ucrânia seja a base para qualquer acordo de paz que ponha fim ao conflito, embora algumas das principais nações em desenvolvimento não tenham aderido.
Índia, Arábia Saudita, África do Sul e Emirados Árabes Unidos — que foram representados por ministros das Relações Exteriores ou enviados de nível inferior — estavam entre aqueles que não assinaram o documento final, que se centrava em questões de segurança nuclear, segurança alimentar e a troca de prisioneiros.
- Como proteger os seus investimentos: dólar e ouro são ativos “clássicos” para quem quer blindar o patrimônio da volatilidade do mercado. Mas, afinal, qual é a melhor forma de investir em cada um deles? Descubra aqui.
O Brasil, um país “observador”, não assinou, mas a Turquia — que procurou um intermediário entre a Rússia e a Ucrânia — colocou seu nome no comunicado final.
O documento afirma que a Carta da ONU e “o respeito pela integridade territorial e pela soberania… podem e servirão de base para alcançar uma paz abrangente, justa e duradoura na Ucrânia”.
Viola Amherd, a presidente suíça que organizou o evento, disse na coletiva final que o fato de a “grande maioria” dos participantes ter concordado com o documento final “mostra o que a diplomacia pode alcançar”.
Analistas dizem que a conferência de dois dias deve ter pouco impacto concreto no fim da guerra porque a Rússia não foi convidada. O principal aliado da Rússia, a China, que não compareceu, e o Brasil procuraram em conjunto traçar rotas alternativas para a paz.
De qualquer forma, a reunião teve outro papel importante: devolver a atenção à guerra em um momento no qual o conflito em Gaza, eleições nacionais e outras preocupações estão atraindo a atenção mundial.
*Com informações da CNBC e da AP
A história não acaba: Ibovespa repercute balanço da Vale e sinalizações de Haddad e RCN em dia de agenda fraca
Investidores também seguem monitorando a indústria farmacêutica depois de a Hypera ter recusado oferta de fusão apresentada pela EMS
O banco é da Dilma? A oferta que Putin fez ao Brasil e que dá à ex-presidente US$ 33 bilhões para administrar
Dilma Rousseff virou “banqueira” pela primeira vez quando assumiu a chefia do Novo Banco de Desenvolvimento, em março de 2023
Os seres humanos não vão competir com a Inteligência Artificial, Rússia quer se livrar do dólar e guerra de chips entre EUA e China: Os destaques do Seu Dinheiro na semana
O debate sobre a inteligência artificial no mundo corporativo foi destaque no Seu Dinheiro; veja as matérias mais lidas da última semana
Depois de empate com sabor de vitória, Ibovespa reage à Vale em meio a aversão ao risco no exterior
Investidores repercutem relatório de produção da Vale em dia de vencimento de futuro de Ibovespa, o que tende a provocar volatilidade na bolsa
Rússia quer se livrar do dólar e lança documento para criar criptomoeda comum aos BRICS — e critica forma como FMI trata emergentes
Alguns problemas impedem o lançamento de uma CBDC que englobe todo o bloco e os detalhes você confere a seguir
Sinais de mais estímulos à economia animam bolsas da China, mas índices internacionais oscilam de olho nos balanços
Enquanto isso, os investidores aguardam o relatório de produção da Vale (VALE3) enquanto a sede da B3, a cidade de São Paulo, segue no escuro
Guerra no Oriente Médio: o que está em jogo agora pode mudar de vez o mercado de petróleo. Como fica a ação da Petrobras (PETR4)? A resposta não é óbvia
A guerra ganhou novos contornos com o ataque do Irã a Israel na terça-feira (01). Especialistas acreditam que, dessa vez, o mercado não vai ignorar a implicância dos riscos geopolíticos para o petróleo; saiba se é hora de colocar os papéis da Petrobras na carteira para aproveitar esse avanço
Um recado para o Ocidente: Putin anuncia novas regras para uso de armas nucleares da Rússia
Vladimir Putin já vinha sinalizando que mudaria as regras para o uso de armas nucleares pela Rússia devido a apelos de Zelensky para o uso de mísseis de longo alcance em território russo
Do embargo de Cuba a alfinetada em Elon Musk: os 5 principais temas do discurso de Lula na ONU
O presidente tocou em temas sensíveis em nível global, citando as tentativas de resolução dos conflitos, extremismos políticos e regulação de empresas de tecnologia
Governo Biden quer proibir carros inteligentes com tecnologia da China nos EUA – e Rússia também entra na mira
Os Estados Unidos alegam que o uso de tecnologia da China e da Rússia ameaça a segurança nacional; mas rival enxerga protecionismo
Donald Trump vs Kamala Harris: os melhores momentos do primeiro debate entre os candidatos à presidência dos EUA
Donald Trump e Kamala Harris se enfrentaram pela primeira vez na corrida eleitoral pela presidência dos Estados Unidos; os candidatos falaram sobre economia, guerra na Ucrânia e aborto
Debates e embates: Ibovespa acompanha IPCA de agosto em dia de debate entre Donald Trump e Kamala Harris
Principal índice da B3 tenta manter os ganhos do dia anterior na esteira dos dados de agosto, que serão conhecidos às 9h desta terça-feira
Depois de virar as costas para o bitcoin (BTC), Rússia começa a testar pagamentos internacionais com criptomoedas neste mês
Apesar da recente legislação, a proibição da Rússia de usar criptomoedas para pagamentos domésticos continua em vigor
Como uma visita de Putin à Mongólia pode se transformar em um problema para o Brasil no G-20
Pelo tratado do TPI, a Mongólia deveria ter cumprido um mandado de prisão expedido contra Putin por causa da guerra na Ucrânia
China se opõe a sanções dos EUA sobre empresas chinesas com supostos laços com guerra da Rússia na Ucrânia
Na sexta-feira, os Estados Unidos anunciaram sanções adicionais a empresas de vários países, acusadas de fornecer produtos e serviços que permitem o esforço de guerra de Moscou
Mais uma vingança de Putin: Rússia promete resposta sem piedade às ofensivas da Ucrânia na fronteira
O ataque à fronteira começou na última terça-feira (6) e pareceu pegar Moscou de surpresa; confira o que o chefe do Kremlin disse sobre os últimos ataques, que voltaram a colocar a usina nuclear de Zaporizhzhia em risco
Uma guerra em larga escala vem aí? Irã ameaça retaliar Israel após assassinato de líder do Hamas em Teerã; petróleo dispara
Ataque atribuído a Israel eleva temores de que a situação saia de controle no Oriente Médio; EUA negam envolvimento em morte de líder do Hamas
Governo Lula cobra transparência nas eleições da Venezuela e passa o ônus da prova para Maduro
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Nicolás Maduro teria vencido as eleições da Venezuela; governos e entidades multilaterais cobram transparência na apuração dos votos
Ibovespa repercute Orçamento congelado, privatização da Sabesp e pane em sistemas da Microsoft
Governo anuncia congelamento de R$ 15 milhões no Orçamento de 2024 em tentativa de cumprir meta fiscal
O “quarteto mortal”: os países que vão tirar o sono dos EUA e da Europa e podem levar a uma nova guerra global
Especialistas destacam o poder econômico do Ocidente, mas reconhecem que a missão de conter o avanço do grupo de quatro países não é fácil