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Maria Eduarda Nogueira
Maria Eduarda Nogueira
Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-graduação em Comunicação e Marketing Digital na ESPM. Trabalhou com comunicação institucional e jornalismo de viagens antes de entrar no mercado financeiro. Está sempre disponível para falar sobre inovação, livros e cultura pop.
VIAGENS EM ALTA

Pegue seu passaporte: o turismo voltou aos níveis pré-pandemia e esta região deve ser a ‘queridinha’ nos próximos anos (e não são as ilhas da Grécia)

Dados da Organização Mundial do Turismo mostram que, neste mês, as viagens internacionais atingirão os mesmos patamares pré-pandêmicos

Maria Eduarda Nogueira
Maria Eduarda Nogueira
10 de dezembro de 2024
15:47 - atualizado às 15:03
turismo viagens ásia-pacífico
Imagem: iStock.com/SolStock

O fantasma da pandemia parece finalmente ter parado de assombrar o setor de turismo. De acordo com Organização Mundial do Turismo, dezembro será o mês oficial da virada de chave, igualando o número de viagens internacionais com os mesmos níveis de 2019.

Em algumas regiões, esse “breakeven” já tinha sido atingido. No Oriente Médio, as chegadas internacionais nos aeroportos (que é a métrica usada pela Organização) foram 29% maiores nos nove primeiros meses de 2024 do que no mesmo período de 2019. 

Os destinos “queridinhos” foram o Qatar, que foi 141% mais visitado, e a Arábia Saudita, com crescimento de 61%. Vale lembrar que a Arábia Saudita está investindo pesado para se tornar uma nova referência de turismo de luxo, como o Seu Dinheiro contou nesta reportagem

Logo em seguida, a África e a Europa também mostraram uma leve recuperação, com as chegadas internacionais subindo 6% e 1%, respectivamente. 

Quem ainda não voltou completamente são as Américas e a região da Ásia-Pacífico (APAC), que ainda sente o impacto da desaceleração da China, e, consequentemente, do menor fluxo de turistas chineses.

Ásia-Pacífico será a nova Grécia?

Apesar de ainda estar menos movimentada do que na época pré-pandemia, a Ásia-Pacífico é a grande aposta para o turismo internacional nas próximas décadas. Tanto como destino turístico, como origem de turistas, que viajarão para outros países.

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Segundo o Conselho Internacional de Aeroportos, o número de passageiros de avião deve mais do que dobrar nos próximos 20 anos, atingindo 19,5 bilhões em 2042. A título de comparação, o número em 2023 foi de 8,7 bilhões.

Mais de um terço desses viajantes sairão da China, Índia e da Indonésia.

Do outro lado, países da região Ásia-Pacífico também devem receber muitos “gringos” nos próximos anos, o que explica o investimento agressivo de empresas de hospitalidade na região. 

A rede de hotéis Hilton anunciou que abrirá 150 unidades dos hotéis “Spark by Hilton” na Índia, considerados como “econômicos premium”. A marca foi lançada ano passado e é pensada para atingir principalmente a classe média. 

Em entrevista à CNBC, o presidente da divisão Ásia-Pacífico do Hilton, Alan Watts, afirmou que existem 1.000 hotéis em operação na região, uma meta que a empresa pensava alcançar somente no ano que vem. 

"Fechamos agora um negócio no Vietnã para 14 hotéis de porte médio", declarou. "Ou seja, é o aumento do viajante de classe média que está impulsionando o mercado de baixo custo."

Na esteira do Hilton, a rede Marriot inaugurou o primeiro hotel da marca “Four Points Flex by Sheraton” no Japão, também de olho na classe média e viajantes de negócios. Mais 12 hotéis devem abrir no país até o final deste ano, segundo a companhia. 

Lazer ou trabalho?

As viagens de negócios, que são bastante relevantes para impulsionar o setor de turismo, estão voltando em um ritmo mais desacelerado. 

Esse fenômeno pode ser parcialmente explicado pelo fato de que muitas empresas mudaram o modus operandi, adotando mais encontros virtuais e processos mais digitalizados.

No entanto, as perspectivas são positivas. Segundo Watts, as reservas de viagens a negócios no primeiro semestre de 2024 foram “ótimas, principalmente para o Sudeste Asiático. E o ano que vem promete ser ainda melhor."

* Com informações da CNBC.

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