🔴 DECLARAÇÃO PRÉ-PREENCHIDA LIBERADA: VEJA COMO USAR PARA ANTECIPAR A RESITUIÇÃO – ACESSE AQUI

Renan Sousa

Renan Sousa

É repórter do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo na Universidade de São Paulo (ECA-USP) e já passou pela Editora Globo e SpaceMoney.

SERÁ QUE VAI?

‘Pacto de Maio’: o que é o novo plano do presidente da Argentina Javier Milei que tenta reeditar o Consenso de Washington

Milei começou o ano apostando todas as fichas na Ley Ómnibus e no Decreto de Necesidad y Urgencia (DNU), que o Congresso fez voltar à estaca zero

Renan Sousa
Renan Sousa
7 de março de 2024
12:51 - atualizado às 14:22
O novo presidente da Argentina, Javier Milei, acena de uma sacada para uma multidão após tomar posse
Javier Milei, presidente da Argentina - Imagem: Casa Rosada

Durante a abertura dos trabalhos do Congresso da Argentina, na última sexta-feira (1º), o presidente Javier Milei apresentou sua nova iniciativa visando retirar o país do atoleiro econômico: o chamado Pacto de 25 de Maio, ou somente Pacto de Maio.

Essa é mais uma das iniciativas do presidente ultraliberal para salvar o país, que registrou uma das maiores inflações do planeta em 2023 e pena para retomar os trilhos do crescimento. 

Milei começou o ano apostando todas as fichas na Ley Ómnibus e no Decreto de Necesidad y Urgencia (DNU), que o Congresso fez voltar à estaca zero na Casa.

Agora, o Pacto de Maio deve ser assinado entre a União e os governadores das províncias em 25 de maio, na cidade de Córdoba — onde, diz Milei, teria nascido seu cão Conan.

A medida, contudo, não é novidade: assim como a Lei Ônibus e o DNU, o Pacto de Maio nada mais é do que uma proposta de desregularização da economia argentina.

Na visão do presidente, incentivar a iniciativa privada e reduzir a participação do Estado seria uma forma de sanar as contas públicas e fazer deslanchar a economia.

Leia Também

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Buy the dip

Contudo, há comparações com outro plano do passado que também não colheu frutos tão doces. 

Javier Milei, o Pacto de Maio e o Consenso de Washington

Jornais argentinos como o Pagina 12 compararam os dez pontos principais do Pacto de Maio com o chamado Consenso de Washington, um conjunto de regras e normas econômicas que são tidas como o ponto de difusão do neoliberalismo pela América Latina.

O Consenso veio à tona em 1989 com o respaldo de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e membros do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.

O Consenso de Washington defende a redução dos gastos públicos, a disciplina fiscal e a abertura econômica para o capital internacional como mecanismos de desenvolvimento.

O objetivo do documento era sanar os problemas da América Latina, que convivia com hiperinflação e descontrole das contas públicas.

O que diz o Pacto de Maio

Assim, a nova proposta de Milei nada mais é do que uma reedição da Ley Omnibus e do DNU — que são uma reedição do Consenso de Washington. 

Eles estão divididos em dez pontos:

  1. A inviolabilidade da propriedade privada;
  2. Equilíbrio fiscal inegociável;
  3. A redução da despesa pública para níveis históricos, cerca de 25% do PIB;
  4. Reforma tributária para reduzir a pressão tributária, simplificando a vida dos argentinos e promovendo o comércio;
  5. A rediscussão da parceria tributária federal visando extinguir o modelo extorsivo (sic) atual;
  6. Compromisso das províncias para avançar na exploração dos recursos naturais do país;
  7. Reforma trabalhista moderna que promova o trabalho formal;
  8. Uma reforma da segurança social que dê sustentabilidade ao sistema, respeite aqueles que contribuíram e permita, àqueles que preferirem, a se inscrever em um sistema de aposentadoria privada;
  9. Uma reforma política estrutural, que mude o sistema atual e realinhe os interesses dos representantes e dos representados;
  10. Abertura ao comércio internacional, para que a Argentina seja mais uma vez protagonista no mercado global.

Problemas do Consenso de Washington

Durante sua vigência, o Consenso de Washington não rendeu os frutos esperados, apesar de ter deixado o legado do neoliberalismo, que vigora até os dias atuais entre os participantes do mercado financeiro e a maior parte dos governos do Ocidente.

Mérito seja dado: em 1990, o Brasil adotou parte das medidas do Consenso e conseguiu reestruturar parte da sua economia, especialmente após a criação do real, em julho de 1994. 

Porém, em países como México, Chile e a própria Argentina, o resultado não foi o esperado. 

As realidades profundamente diferentes dos países latinoamericanos se mostraram muito mais desafiadoras do que os pontos do Consenso conseguiriam abarcar.

As consequências negativas foram sentidas logo de início: aumento do desemprego, inflação, juros e da desigualdade social. 

A Ley Omnibus de Javier Milei

Durante a votação para aprovar ou não a Ley Omnibus no Congresso, a Casa havia aprovado 224 artigos dos 664 iniciais e iria votar os destaques na sequência.

Mas as propostas foram sendo rejeitadas e, por fim, todo pacote foi desidratado até se descaracterizar e precisar voltar para as comissões. 

Um dos pontos que retirou apoio do pacote do presidente foi a manutenção do controle dos recursos gerados pelo imposto PAIS (sigla para Por uma Argentina Inclusiva e Solidária), que seria dividido com as províncias.

Mas a confusão com parlamentares e vai e vem de promessas não bateu o martelo sobre a chamada coparticipação das províncias no tributo.

A jóia da coroa

O golpe final na Ley Ómnibus veio com a votação dos destaques sobre empresas públicas.

O Congresso propôs que a desestatização de cada empresa fosse votada em separada na Casa e não dentro de um pacote, como o proposto pelo presidente.

Como os deputados aliados ao governo não tinham uma contraproposta — e, a essa altura, o pacote já havia sido totalmente descaracterizado —, a Ley Ómnibus retornou para os debates iniciais das comissões.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
conteúdo EQI

Protege contra a inflação e pode deixar a Selic ‘no chinelo’: conheça o ativo com retorno-alvo de até 18% ao ano e livre de Imposto de Renda

30 de março de 2025 - 8:00

Investimento garimpado pela EQI Investimentos pode ser “chave” para lucrar com o atual cenário inflacionário no Brasil; veja qual é

MERCADOS HOJE

Nova York em queda livre: o dado que provoca estrago nas bolsas e faz o dólar valer mais antes das temidas tarifas de Trump

28 de março de 2025 - 14:15

Por aqui, o Ibovespa operou com queda superior a 1% no início da tarde desta sexta-feira (28), enquanto o dólar teve valorização moderada em relação ao real

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA

28 de março de 2025 - 8:04

O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária

SOCORRO INTERNACIONAL

Argentina em apuros: governo Milei pede US$ 20 bilhões emprestados ao FMI

27 de março de 2025 - 18:02

Ministro da Economia negocia com Banco Mundial, BID e CAF; ao longo de sua história, país já realizou 23 empréstimos junto ao Fundo Monetário internacional.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo

27 de março de 2025 - 8:20

Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump

26 de março de 2025 - 8:22

Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair

PARANDO AS MÁQUINAS

Privatização na CPTM: impasse entre sindicatos e governo leva a greve nos trens e possível paralisação do metrô

25 de março de 2025 - 16:58

Ferroviários paulistas planejam parar na quarta-feira (26) em reação à concessão das Linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM

conteúdo EQI

Selic em 14,25% ao ano é ‘fichinha’? EQI vê juros em até 15,25% e oportunidade de lucro de até 18% ao ano; entenda

25 de março de 2025 - 14:00

Enquanto a Selic pode chegar até 15,25% ao ano segundo analistas, investidores atentos já estão aproveitando oportunidades de ganhos de até 18% ao ano

TÁ NA ATA

Sem sinal de leniência: Copom de Galípolo mantém tom duro na ata, anima a bolsa e enfraquece o dólar

25 de março de 2025 - 12:10

Copom reitera compromisso com a convergência da inflação para a meta e adverte que os juros podem ficar mais altos por mais tempo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom

25 de março de 2025 - 8:13

Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Inocentes ou culpados? Governo gasta e Banco Central corre atrás enquanto o mercado olha para o (fim da alta dos juros e trade eleitoral no) horizonte

25 de março de 2025 - 6:39

Iminência do fim do ciclo de alta dos juros e fluxo global favorecem, posicionamento técnico ajuda, mas ruídos fiscais e políticos impõem teto a qualquer eventual rali

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Dedo no gatilho

24 de março de 2025 - 20:00

Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano

24 de março de 2025 - 8:05

Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Ata do Copom, IPCA-15 e PIB nos EUA e Reino Unido dividem espaço com reta final da temporada de balanços no Brasil

24 de março de 2025 - 7:03

Semana pós-Super Quarta mantém investidores em alerta com indicadores-chave, como a Reunião do CMN, o Relatório Trimestral de Inflação do BC e o IGP-M de março

MACRO EM FOCO

Juros nas alturas têm data para acabar, prevê economista-chefe do BMG. O que esperar do fim do ciclo de alta da Selic?

23 de março de 2025 - 12:01

Para Flávio Serrano, o Banco Central deve absorver informações que gerarão confiança em relação à desaceleração da atividade, que deve resultar em um arrefecimento da inflação nos próximos meses

O PESO DO MACRO

Co-CEO da Cyrela (CYRE3) sem ânimo para o Brasil no longo prazo, mas aposta na grade de lançamentos. ‘Um dia está fácil, outro está difícil’

23 de março de 2025 - 10:23

O empresário Raphael Horn afirma que as compras de terrenos continuarão acontecendo, sempre com análises caso a caso

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Não fique aí esperando: Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque do exterior e da temporada de balanços

21 de março de 2025 - 8:21

Ibovespa interrompeu na quinta-feira uma sequência de seis pregões em alta; movimento é visto como correção

SEXTOU COM O RUY

Deixou no chinelo: Selic está perto de 15%, mas essa carteira já rendeu mais em três meses

21 de março de 2025 - 5:42

Isso não quer dizer que você deveria vender todos os seus títulos de renda fixa para comprar bolsa neste momento, não se trata de tudo ou nada — é até saudável que você tenha as duas classes na carteira

O ORÁCULO DE OMAHA

Warren Buffett enriquece US$ 22,5 bilhões em 2025 e ultrapassa Bill Gates — estratégia conservadora se prova vencedora

20 de março de 2025 - 14:51

Momento de incerteza favorece ativos priorizados pela Berkshire Hathaway, levando a um crescimento acima da média da fortuna de Buffett, segundo a Bloomberg

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ainda sobe antes de cair: Ibovespa tenta emplacar mais uma alta após decisões do Fed e do Copom

20 de março de 2025 - 8:18

Copom elevou os juros por aqui e Fed manteve a taxa básica inalterada nos EUA durante a Super Quarta dos bancos centrais

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar