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Carolina Gama
Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.
ELEIÇÃO NOS EUA

Quem vai parar Trump? Nikki Haley não conseguiu, mas o republicano ainda pode ser barrado e deixar caminho livre para Biden

A Super Terça terminou sem surpresa: o presidente que busca a reeleição venceu as primárias e convenções de seu partido e, no lado republicano, Trump faturou a maioria dos delegados em jogo — mas ele ainda não carimbou o passaporte para a corrida de novembro

O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, parado em frente a um púlpito
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump - Imagem: Shealah Craighead/Casa Branca

Um maratonista precisa de índice — e sorte nos sorteios — para conseguir se inscrever em uma prova. Donald Trump não é um atleta e, apesar de ter faturado a maioria dos delegados na Super Terça e ver Nikki Haley desistir, ainda pode tropeçar na corrida à Casa Branca, marcada para 5 de novembro. 

Trump é o primeiro ex-presidente dos EUA a enfrentar acusações criminais e já sabe a data que deve encarar a justiça de frente em um processo que pode respingar nos planos de voltar a comandar a maior economia do mundo

A Suprema Corte dos EUA definiu 25 de abril como a data em que ouvirá a reivindicação de Trump sobre imunidade presidencial nas acusações relacionadas aos esforços para reverter a derrota nas eleições de 2020.

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O que vai estar em jogo 

Os juízes analisarão a rejeição de um tribunal de primeira instância à reivindicação de Trump de imunidade de processo porque o republicano era presidente quando tomou medidas destinadas a reverter a vitória eleitoral do democrata Joe Biden há quatro anos. 

O caso de imunidade empurra novamente o principal órgão judicial dos EUA, cuja maioria conservadora de 6-3 inclui três juízes nomeados pelo próprio Trump, para a disputa eleitoral.

E Trump tem chances de ser bem-sucedido. Na segunda-feira (4), a Suprema Corte concedeu ao republicano uma grande vitória ao garantir que ele permaneça nas eleições presidenciais de novembro deste ano.

Os juízes proibiram os estados de desqualificar candidatos a cargos federais sob uma disposição constitucional envolvendo insurreição, revertendo uma decisão judicial para excluí-lo da votação do Colorado por sua conduta relacionada ao ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio.

Relembre mais esse caso de Trump

Trump e aliados fizeram alegações mentirosas de que as eleições de 2020 foram roubadas e elaboraram um plano para usar falsos eleitores para impedir a certificação do Congresso da vitória de Biden. 

Trump também procurou pressionar o então vice-presidente dos EUA, Mike Pence, a não permitir o avanço da certificação. Os apoiadores de Trump atacaram o Capitólio em uma tentativa de impedir a confirmação da vitória de Biden. 

Em agosto de 2023, o procurador especial Jack Smith apresentou quatro acusações criminais federais contra Trump no caso de subversão eleitoral. A data do julgamento — 4 de março — foi adiada porque Trump pressionou pelo pedido de imunidade, sem nova data ainda definida.

No mês passado, o Tribunal de Apelações dos EUA para o Circuito do Distrito de Columbia decidiu por 3 a 0 contra a reivindicação de imunidade de Trump, rejeitando a proposta de "autoridade ilimitada para cometer crimes que neutralizariam o controle mais fundamental do poder executivo — o reconhecimento e implementação de resultados eleitorais."

Trump tem outros três processos criminais pendentes, com um julgamento no tribunal do estado de Nova Iorque relativo ao suborno de uma estrela dos filmes de conteúdo adulto, previsto para começar em 25 de março. Trump declarou-se inocente em todos eles, procurando retratá-los como politicamente motivados.

*Com informações da Reuters

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